domingo, 31 de janeiro de 2010

Brasil, um país de tolos

Os programas do governo federal que são tão festejados pelas ostes de seguidores que acompanham o cordão dos puxa sacos deste governo, vai ficar na história como o maior "fábrica de votos" já idealizada por um governo republicano, basta dizer que, enquanto os milhões de brasileiros "benefeciados" com o valor simbólico acham que o presidente Lula trouxe uma nova forma de ajuda, na verdade, estão sendo mais sacrificados do que nunca.

Na realidade o nome certo deveria ser "Bolsa Imposto", pois na prática, apesar de recebrem seu ricos noventa reais por mês, estão sendo lesados em 33% do que recebem para pagar os tributos que nem sonham existirem, pois essa parte da história fica fora das grandes peças publicitárias exibidas nas redes de televisão e rádio que atingem diretamente esse público alvo.

A exorbitante e pesadíssima carga tributária brasileira, uma das piores do mundo, incide muito mais sobre a população pobre do que sobre os mais bem posicionados na cadeia social.

Os brasileiros com renda de até dois salários mínimos mensais precisaram trabalhar 197 dias no ano passado para pagar seus impostos.

Quem recebeu mais de 30 salários mínimos também contribuiu forte, mas precisou de 106 dias para honrar os compromissos com tributos. No fim das contas, quase a metade do que os pobres pagaram.

No entanto, a propaganda que chega aos pobres é que eles estão sendo socorridos pelos governos. Jamais se dirá na TV ou em comícios que os políticos estão "garfando" dinheiro dos pobres e o entregando aos trens da alegria, às múltiplas atividades que enriquecem as empreiteiras, prestadores de serviços terceirizados à administração, mesmo que não se toque em corrupção, fraudes e mau uso do erário.

Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), organismo do governo federal, os 10% mais pobres do País gastam 33% do que recebem para pagar tributos, enquanto os mais ricos destinam 23% da renda. Com base na carga tributária de 2008, o estudo mostra que esse desequilíbrio histórico da economia vem aumentando e está longe de ser resolvido.

De 2004 para 2008, o comprometimento da renda com o pagamento de tributos dos brasileiros aumentou mais para os pobres, crescendo a distância que separa dos brasileiros mais ricos. No ano passado, estima o Ipea, as famílias com renda de até dois salários mínimos comprometeram 53,9% de tudo que ganharam com o pagamento de impostos.

Em 2004, essas famílias gastavam 48,8%. Um salto de quase cinco pontos percentuais em apenas quatro anos Já para as famílias mais ricas, o peso dos tributos sobre a renda cresceu menos: subiu no período de 26,3% para 29%. (Dados do IPEA).

Pois bem, agora me digam, apesar da inquestionável popularidade que o presidente Lula atingiu, superando todos os estadistas presidenciais anteriores juntos, a questão é não ter medo de perguntar: As custas de quantos miseráveis vale a pena manter um programa que engana muito mais o povo do que ajuda a livrá-los desse massacre?

Enquanto isso, os votos não param de cair nas urnas e povo continua sem a tão aguardada redenção de seus flagelos.

Nesse ano de eleições, as mentes dos brasileiros serão novamente com centenas de fotos e depoimentos de "vidas transformadas", mas assim como nas novelas o que assistimos é apenas uma pequena fração fictícia da verdadeira realidade que o país atravessa.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Pérolas do Rondinelli

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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Álcool: O grande "Astro" da Novela das Oito


Desde os tempos em que as propagandas de cigarro eram permitidas não se percebe uma banalização tão acentuada de uma droga legalizada como o álcool promovida pela Rede Globo, através da novela das oito "Viver a Vida".

A grande desculpa para os milhares de "profissionais" que precisam se sustentar as custas das desgraças dos outros, as quais eles mesmo ajudam a promover, é a de que a "ficção imita a realidade"... Porém, especialistas afirmam que a verdade é bem ao contrário do que a emissoras milionárias, de contratos astronômicos com a maiores cervejarias do país, tentam sustentar.

Para aqueles que convivem profissionalmente, no dia a dia com os problemas sociais causados pelos dependentes químicos, vítimas do alcoolismo, o que a novela provoca na vida na verdade é um estímulo ao ato de beber, ou seja a ficção "estimula" e, até facilita a iniciação de algumas crianças e adolescentes que não dormem cedo, e ficam suscetíveis ao assédio da telinha.

Não estou falando apenas da novela Viver a Vida, pelo fato de trazer um problema sobre o tema em questão,a situação é generalizada em todas as outras novelas de todas as emissoras, mas o fato de tratar especificamente sobre o alcoolismo, mostrando como se ficar de pôrre todas as noites, acaba cerceando o direito do cidadão de não permitir que o problema entre em sua residência, como ficar longe das bebidas se as novelas apresentam 99,99% de glamour e normalidade no ato de beber e, apenas 0,01% de conscientização prática, ou a informação realista sobre os flagelos dos dependentes enquanto lutam para sair dessa escravidão.

Tá certo que a personagem Renata (vivida por Bárbara Paz), que substitui a comida pelo álcool, "luta" e se diz confiante na sua recuperação todas as vezes que se encontra em situações difíceis que comprometem até mesmo a sua integridade física, mas, continua bebendo sem que o telespectador vislumbre qualquer válvula de escape coerente para o drama da personagem.

Além disso, não é só o fato da personagem que vive o drama específico, a novela se reserva o direito de introduzir todos os demais personagem num sarau de coquetéis em diversas tomadas, como se "Viver a Vida" fosse encher a cara num constante Happy Hour entre amigos, o personagem Marcos (vivido por José Mayer), não sai de casa para os desfiles de sua esposa e baladas sociais,sem tomar um belo drinque em sua sala de estar, ornamentada com uma mesa repleta de bebidas internacionais, em memoráveis encontros familiares com suas filhas em segundo plano, a personagem Helena (vivida por Thaís Araújo), aparece ao lado de Marcos em longas tomadas com suas taças de champagnhe, as duas "médicas" (vividas por Daniele Suzuki e Christine Fernandes) não vão pra cama sem um belo vinho para encerrar a noitada, os irmãos gêmeos Miguel e Jorge (vividos por Mateus Solano), os dois com nomes de santos diga-se de passagem, tomam cerveja descontraídamente em uma pizzaria como se fosse um ritual familiar, a Sandra (vivida por Aparecida Petrowsky), irmã de Helena, grávida, vem desde o início da novela só no gargalo da garrafa, a Betina (vivida por Letícia Spiller), pra lá de alegrinha dá carona bêbada para Tereza (vivida por Lila cabral), que de tão embriagada, ao descer do carro desbarranca no meio fio, e por fim, Dona Noêmia (vivida por Lolita Rodriguez), mãe do galã principal, Marcos, é advertida periodicamente por sua dama de companhia para ir devagar com o champagnhe, das incontáveis cenas de regalos que a novela introduz nos lares brasileiros.

Vejam bem que, em nenhuma destas cenas eu citei a aparição da personagem Renata,que vive o drama do alcoolismo em questão.

Conhecido por abordar temas relevantes, o autor da novela Manoel Carlos tenta justificar os excessos e a idéia de naturalidade do uso contínuo de bebidas nas mesas brasileiras, afirmando que: "O álcool é uma das maiores desgraças de nossa sociedade", e que por isso sempre aborda o alcoolismo em seus trabalhos.

Porém, entre abordar um tema polêmico e relevante e passar da linha de tolerância cultural existe um largo e profundo abismo, em uma trama onde personagens bebem compulsivamente gera no público uma falsa aimpressão de que a maioria das pessoas bebem com a maior naturalidade em seus lares, como se fosse um costume arraigado no seio da família, quando se sabe que, metade da população brasileira não toma absolutamente nenhuma gota de álcool, segundo pesquisas da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), e da UNIAD - Unidade de Pesquisa e Álcool, comandadas pela pesquisadora Ilana Pinsky, coordenadora do ambulatório de adolescentes em São Paulo.

Na outra metade, apenas 1/4 (um quarto), tem distúrbios ligados aos problemas gerados pelo alccolismo, como a simples fato de ter dificuldade de falar em público, ou seja, vender a imagem do álcoólico bem sucedido interessa mil vezes mais aos fabricantes do setor do que aos pais e filhos da nação, que recebem muito mais mensagem subliminar de que o álcool atrai glamour, sexo, diversão, amizade, fortuna e status social do que a verdadeira tragédia vivida por uma minoria de brasileiros.

A maneira como é apresentado o tema leva o publico a absorver muito mais a normalidade de se beber a vontade do que o agravante relacionado ao problema, ela não aborda como deveria que a maioria dos acidentes de carros são provocados pelos alcoólicos, os diversos vexamos promovidos pelos dependentes, inclusive com reflexos irreparáveis na vida e carreira das pessoas, a violência sem limites desencadeada por um simples gole de cerveja, ou seja, dá-se a impressão que é normal beber "socialmente", pois a maioria dos que assim o fazem têm sempre o auto-controle na destra de suas atitudes.

Se pretendem incluir o marketing social em suas abordagens, por que não apresentam uma grande discussão entre amigos sobre a necessidade de se entregar o automóvel a quem não bebeu durante uma balada ao fim da madrugada?

Mas com certeza não, isso acarretaria muitos minutos valiosos desperdiçados fora do verdadeiro foco principal da novela que naturalmente é, não perder os milionários contratos com as cervejarias e adegas internacionais, e assim, "vamos vivendo a vida por viver", como o refrão da música de tom boêmio interpretada pelo Julio iglesias.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

2010 - Primeiro aniversário da PEC caloteira dos precatórios

(ARTIGO)
Estava eu assistindo a Retrospectiva 2009, da Band, nesta terça-feira (29/12/09), e tentando definir o que teria afetado em maior proporção as vidas de todos nós brasileiros, a lista já ia ficando enorme, a morte de Michael Jackson, a posse do Barak Obama, o pacote de estímulo econômico do governo federal na linha de eletrodomésticos e materiais para construção, o apagão energético de novembro, os planos de habitação do governo federal, a aprovação do aumento do numero de deputados pelo Congresso Nacional, a farra das passagens dos membros do Conselho de Ética da Câmara Federal, os 40 anos do Jornal Nacional, o acidente do Felipe Massa, a criação da lei do Anti-fumo, o lançamento do Pré-Sal, a escolha do Rio de Janeiro para as Olimpíadas pela primeira vez no Brasil, o anuncio do governo sobre a diminuição de CO2 na atmosfera brasileira, o dinheiro na meia do deputado do distrito federal, a morte do Lombardi, as chuvas devastadoras em todo país, o Brasil como o primeiro país mais conectado a internet, o acordo medíocre da Cúpula Climática em Copenhague e o aumento de R$ 45,00 no novo salário mínimo, enfim, uma montanha de fatos, quando, começo a rever o Escândalo dos Precatórios, que sem duvidas alguma vai refletir inexoravelmente na vida de milhares de brasileiros que se sentiram apunhalados por aqueles a quem elegeram para defender os seus direitos.

Só os governos do Rio e São Paulo juntos devem mais de 30 bilhões de reais em títulos podres, de um total de 100 bilhões, a milhares de brasileiros e vão sair ilesos dos tribunais sem qualquer chance de serem obrigados a pagar o que devem em um prazo justo e previsível, ou seja, a gosto de Deus.

Fica viva na memória a passagem de uma senhora aos 92 anos que disse estar se sentindo traída, mas, que a esperança é a última que morre, espero realmente que passados estes meses ela ainda esteja bem viva.

O calote fica ainda mais sórdido partindo da premissa que os mesmos governos que não pagam suas obrigações com a justiça, são implacáveis e não medem o peso da mão na hora de receber os infindáveis impostos que afundam a vida dos brasileiros, com a ajuda da própria justiça, que por ironia é sempre ágil e infalível.

Fico a imaginar se um dia os cidadãos de bem acordassem e decidissem empurrar o pagamento do IPTU para o “dia do Juízo Final”, quantos tribunais apoiariam a questão partindo do princípio da reciprocidade.

E por fim, na mesma reportagem de retrospectiva aparece um general aposentado que doou toda a sua vida em servidão incondicional em defesa da soberania nacional dirigindo-se a “esses políticos” como: “nós não temos governantes, nós temos uma corja de picaretas”...

A nojeira fica maior ainda com a promulgação por parte do Congresso Nacional, no último dia 10 de dezembro, acenando para a maior prova de exercício do abuso de poder praticada pelos políticos em toda história do Brasil, desde o empréstimo compulsório imposto pelo primeiro presidente brasileiro a protagonizar o vergonhoso processo de impeachment que arruíno a vida de milhões de pais de famílias, prefiro nem mencionar o nome deste picareta.

Basta lembrar que, o Brasil de hoje já não é mais o mesmo de dez anos atrás, segundo foi amplamente divulgado além de termos pagado toda a dívida centenária que possuía com o FMI, e ainda fez questão de anunciar que estará “emprestando” 10 bilhões ao mesmo Fundo Internacional em regime de contribuição para os “países pobres”.

Esse mesmo governo federal é aquele que fecha os olhos para todas as revelações e promiscuidades inomináveis de seus membros de partido e aliados, como vampiros da dignidade cidadã, que financia empréstimos politiqueiros para a Venezuela e que entra pelo cano com a Bolívia em milhões de reais e ainda apóia a reeleição destes vizinhos necessitados, tudo em nome de uma média perante a ótica do mundo globalizado, enquanto isso os próprios filhos da terra são assaltados a luz do dia com simples apertar de um botão nas mesas do Congresso Nacional.

"O peso do Executivo sobre o Judiciário será desproporcional e quem tem direito levará até 70 anos para receber". "É a institucionalização do calote" - afirmou o presidente da OAB, Cezar Britto.

Ou seja, o governo pode dar o calote que quiser na população e sai rindo da situação, enquanto o pobre é executado e tomam-lhe até as panelas.

Os órgãos públicos, que na sua grande maioria são administrados por uns bandos cafajestes, vãos pagar da forma que desejar, transformando calote de administração pública em lei federal.

Uma vez Fernando Henrique disse: “Existe uma ética no Congresso e outra no país”, (Não que eu seja um seguidor de suas filosofias administrativas), porém, se desejamos continuar uma nação livre e soberana precisamos mudar a leitura de nossos mandatários. Isso é imperativo.

Já não basta a cobrança de impostos de primeiro mundo com serviços de quinta categoria? A classe política precisa ser tratada na mesma moeda com que o povo é pago.

sábado, 2 de janeiro de 2010

BORIS CASOY humilha os garis em falha grosseira durante o Jornal da BAND.

Boris Casoy apoiou a ditadura. Calou-se sobre as torturas e restrições dos direitos dos cidadãos. Depois virou ancora de TV e, “do alto da sua hipocrisia”, critica políticos contrários a sua ideologia e faz vista grossa para os quais é simpático. Para resumir suas declarações preconceituosas contra garis em áudio que vazou na Band dia 31/12/2009, nada melhor que usar o seu bordão: “isto é uma vergonha!”.

Agora o pedido de desculpas, insuficiente, do apresentador:


De que vale esse pedido de desculpas?


Pelo tom de escárnio dele no primeiro vídeo, certamente essas desculpas não são sinceras, e o único arrependimento dele é por ter arranhado a própria imagem.
Foi até bom ele exteriorizar o pensamento, nos faz despertar para a responsabilidade que temos ao passar a informação, afinal somos formadores de opinião, porém, não necessitamos disseminar qualquer opinião segregatória mesmo estando atrás das câmeras e microfones...

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: