segunda-feira, 29 de abril de 2013

Crônicas de Rondônia (30/04) -

Palhaçada

A prefeitura de Porto Velho deveria inspecionar com mais propriedade um certo Circo Disney que se instalou esse mês na capital que se apresentam sem os devidos direitos autorais por parte do Disney Corporation e quanto aos abusos praticados contra os espectadores que iludidos pela fama do nome do grande produtor norte americano levam seus filhos ao “espetáculo” e lá são constrangidos pelos altos valores exigidos por uma simples fotografia ao lado indivíduos fantasiados de personagens infantis, como os palhaços Patati e Patatá, A Turma da Galinha Pintadinha, Backyardgans que não sai por menos que R$ 15,00 (Quinze reais), o que põe os pais em situação difícil, pois a entrada custa apenas R$ 10,00 (Dez reais), tanto de adultos como de crianças, causando grandes transtornos aos pais com menor poder aquisitivo, que saem com seus filhos chorando por não poderem tirar uma simples foto, mesmo que seja com a máquina própria, pois com muito esforço sacrificam o pouco que tem para levar os filhos nestas arapucas, na esperança de saírem mais felizes, coisa que acontece justamente ao contrário. Segundo nossas fontes, a próxima cidade aonde o referido circo pretende armar barraca é Ariquemes, no início deste mês, fica o alerta.


Vereador ou policial

Quem está indignado com a Corregedoria da Polícia Militar de Porto Velho é o vereador Cabo Anjos, que na tribuna da Câmara de Vereadores nesta quarta feira (24/04), desabafou que está se sentindo intimidado pela frequente pressão, através de intimações e ofícios, por parte da Corregedoria Militar que vem “implicando” com a sua maneira de defender assuntos da categoria e por isso mesmo, disse que está sendo alvo de uma perseguição injustificada que mais remonta aos tempos da ditadura. Convocado por intimação a comparecer ao quartel, o vereador não foi e disse que não vai, pois a sua função de vereador o habilitar a discutir e defender qualquer assunto de interesse da sua categoria como vereador, pois afinal foi pelos votos deles que chegou ao cargo de público, o que o imbuí de princípios democráticos  e constitucionais superiores, mesmo sendo submisso ao regime militar a que pertence.


Bancos estão “se lixando” para Lei Municipal

Não bastasse os inúmeros processos perdidos por mês nas varas do consumidor, alguns bancos da capital parecem que preferem, ou acham menos prejuízo gastar seus bilhões com bancas de advogados e processos de menor valor como os de defesa do consumidor, do que respeitar a Lei Municipal n. 1.350/99, art. 2º, inc. I e II, alterada pela n. 1.631/05, que regula o tempo de espera em fila de banco no município de Porto Velho. A Lei prevê tempo de 20 minutos para atendimento em dias em que não há pagamento salarial de servidores públicos. Mas, basta comparecer a qualquer agência dos chamados “bancos populares”, como Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica para vivenciar toda sorte de infração da referida lei. Na contramão da Lei, bancos continuam sendo condenados, mas mas assim mesmo insistem em menosprezar o usuário. Pelo jeito, a razão de serem tão obtusos, deva ser a falta de interesse, desconhecimento e até mesmo a preguiça do brasileiro em buscar seus direitos.


Apelação esdrúxula

Nesta segunda-feira (29), a plenária do Tribunal de Justiça (TJ) de Rondônia decidiu em sessão extraordinária sobre o pedido de exceção de suspeição contra o desembargador Gilberto Barbosa solicitado pelo advogado de defesa do ex-prefeito Roberto Sobrinho, envolvido no caso de desvio de verbas públicas durante a sua gestão. Para solicitar a suspeição, o advogado de defesa alegou que o desembargador não estaria apto a votar o pedido de habeas corpus do ex-prefeito, preso durante a Operação Luminus, julgado no dia 10 de abril, pelo fato do magistrado fazer parte do Ministério Público (MP). Barbosa foi o único que votou contra o pedido de soltura durante sessão extraordinária da 2ª Câmara Especial do TJ.

O pedido de suspeição também colocou em julgamento o comentário que um dos assessores do desembargador teria feito em sua página pessoal no Facebook sobre o habeas corpus de Sobrinho. O assessor teria comentado que era contra o habeas corpus. Entretanto, por unanimidade, os 16 desembargadores presentes na sessão votaram contra o pedido.

"Não há relevância o que alguém, que não seja o desembargador em questão [Barbosa], tenha dito em uma rede social. Nada disso influencia no caso", comentou o presidente do TJ Roosevelt Queiroz Costa, que foi o primeiro a votar.

CONTATOS:

Contatos com a coluna podem ser feitos pelos telefones (69) 3224-6669 / 9214-1426, ou ainda pelo e-mail: danny_bueno3@hotmail.com - No Facebook: www.facebook.com/danny.bueno2 /ou no www.twitter.com/dannybueno3 ), ou ainda no www.dannybueno.blospot.com. Caso queira entregar denúncias ou documentos, favor encaminhar para Avenida Pinheiro Machado, nº 600 - Olaria, Porto Velho – RO / CEP. 76.801 – 213 - aos cuidados de Danny Bueno.

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: