segunda-feira, 4 de março de 2019

Presidente da Câmara de Alta Floresta é gravado sugerindo que não dá "voto 0800" pra derrubar a "Lei do Nepotismo"

Presidente pela terceira vez, duas na mesma legislatura, Emerson é tido por alguns vereadores como uma pessoa extremamente arbitrária e intransigente quando os assuntos são de seu interesse – “Aqui na Câmara quem manda sou eu!”

O  furo de reportagem que foi dado na edição desta quarta-feira (27/02), pelo jornal O Diário, de Alta Floresta, está dando o que falar e prometer ser uma grande discussão com muitas explicações a serem dadas pelo vereador Emerson Sais Machado (MDB), que ocupa pela terceira vez o cargo de presidente legislativo municipal.

O áudio que está em posse do jornalista Altair Nery, proprietário do jornal, ainda não foi divulgado de forma explícita, mas, em conversa com o jornalista, que detém toda credibilidade necessária para fazer tal acusação, o mesmo nos mostrou que tanto o teor como o contexto trás de forma explícita o “pedido velado de favorecimento  particular” em troca do seu voto na aprovação da famigerada “Lei do Nepotismo” e a aprovação da “Planta Genérica”.

O Projeto de Lei nº 1.972/2019, encaminhado pela prefeitura à Câmara de vereadores, polêmico por ser tido concebido com extrema má fé por parte da prefeitura, caso fosse votado e aprovado, alteraria  e derrubaria a lei municipal 1.419/2005 que proíbe desde 2005 a existência de situações de nepotismo na administração pública de Alta Floresta, e com isso acabaria por burlar aquilo que já tinha sido estabelecido entre a prefeitura e o Ministério Público Estadual.

“Tiro no pé”

A mesma foi arquivada recentemente na Câmara, a pedido da líder do prefeito na Câmara, vereadora Aparecida Sicuto (PSDB), por ter sido amplamente divulgada na mídia e com isso “azedado” as intenções do prefeito, dos vereadores aliados e do presidente Emerson Machado.

Caso aprovado, o projeto que permitiria o prefeito Aziel Bezerra (MDB), a re-contratrar seu ex- assessor especial de gabinete,  Reinaldo de Souza, o “Lau da Rodoviária”, marido da vice prefeita, Marinéia Munhoz, que tinha sido exonerado no final de 2018, a pedido do Ministério Público de Alta Floresta, sob pena do chefe do executivo ter que responder por improbidades administrativas futuras. a conversa no gabinete do prefeito teria sido gravada justamente nessa época e logo após a tumultuada reeleição do presidente da Câmara, pela terceira vez como presidente, que ocorreu no dia 21/08/2018 – LEIA AQUI.

PEDIDO DE RETIRADA DO PROJETO POR PARTE DA LÍDER DO PREFEITO NA CÂMARA:

O ofício foi encaminhado na quarta-feira (30/01), após grande repercussão nos meios de comunicação do município.

Além de fazer parte da base de governo da prefeitura e ser o presidente da Câmara Municipal, o vereador Emerson Machado, foi defensor ferrenho de outro projeto de Lei, de nº 1962, para a alteração e adequação da Planta Genérica do município, que inseria aumentos de mais de 400% nos valores do IPTU dos imóveis no município, chegando a colocar em votação no plenário, mesmo com a revolta explícita da população que se manifestou em duas audiências pública em desfavor dos aumentos considerados por associações, entidades e o povo em geral como abusivos, extorsivos e desonestos.

Na última hora, diante do resultado negativo da votação, por parte de todos os vereadores, Emerson Machado alterou seu voto contra o pedido da prefeitura pra não ficar totalmente desmoralizado diante da sociedade alta-florestense e consequentemente se ver prejudicado politicamente.

Proposta Indecente

Pois bem, conforme cita a matéria do jornal O Diário, escrita pelo próprio jornalista Altair Nery, na gravação que  está em seu poder e pode apresentar as autoridades competentes assim que solicitado, em uma reunião com o prefeito e sua base aliada, realizada dentro gabinete do prefeito municipal de Alta Floresta, Asiel Bezerra, o vereador presidente Emerson Machado insinua que não “trabalha” de graça e chega a sugerir que “o preço de seu voto” a favor dos projetos não poderia ficar “no 0800”.

Segue a transcrição da fala do vereador Emerson Machado negociando o voto a favor do projeto da “Lei de Nepotismo”: “Pra tudo tem um jeito “Mano”, então, se quer o meu apoio, o meu voto não vai ser no 0800″

Na linguagem cotidiana, essa expressão “0800”, é comumente utilizada pelas pessoas como uma forma gratuita de obter vantagens, sobre algo de interesse particular, ou seja, uma sugestão clara de que receberei ou não um favorecimento de ordem econômica, social ou política por algo imerecido ou de graça.

O povo brasileiro já está cansado de assistir nas grandes mídias as maneiras escusas e os meios recheados de malandragem que alguns integrantes da classe política se utilizam pra “se dar bem”, na base do “Lei do Gerson”, jogador de futebol, da década de 70, que ficou famoso ao divulgar um comercial de cigarros aonde dizia que todo brasileiro sabe como “levar vantagem em tudo”…

Basta lembrar, os recentes episódios da Operação Lava Jato, em que o então presidente do PT, João Vaccari Neto, pelo fato de ser ele o principal articulador das propinas recebidas pelo PT – Partido dos Trabalhadores, e de vários acordos fixados entre empresas, entre tesoureiro para alguns políticos indicados pelo próprio Vaccari, como beneficiários diretos de verbas que deveriam ser pagas a título de “Pixulecos” (agradinhos), que o mesmo costumava chamar de “entendimento político”, como citou Ricardo Pessoa, proprietário da UTC em sua delação premiada:

“Bastava a empresa assinar um novo contrato com a Petrobras que o Vaccari aparecia para lembrar: como fica nosso entendimento político?”.

 

CAPA DO JORNAL QUE TROUXE A DENÚNCIA:

Edição nº 5033 – Ano XXI – Jornal O Diário (Alta Floresta)

CONTEÚDO DA MATÉRIA DIVULGADA: “Em gravação, presidente da Câmara negocia aprovação de lei do nepotismo”

Percebe-se sutilmente, nas palavras do vereador,  como ele “sugestiona” o prefeito e aos demais que estavam presente no recinto, impondo ao prefeito as suas condições, para obter os seus votos a favor dos projetos, os “Manos” teriam que usar alguma “moeda de troca”, e não ficar só no 0800 (O que pode ser lido como benefícios, cargos, favores e ou qualquer outro tipo de tráfico de influência), pois no mesmo momento que percebe o que falou, Emerson Machado, tentando “remendar” o que disse, declara que:

“Não tô aqui pedindo nada não, e nada, mas, eu quero “conversar” com o Lau e a Néia sobre isso. Eu quero, se for pra mim fazer um “trem” desse aí, nós vamos “passar por cima” de uma lei, derrubar e eu sou parceiro…”.

Segundo o jornalista Altair Nery, o áudio está sendo analisado para comprovação cabal, de que a voz em questão pertence mesmo ao vereador Emerson Machado e dos demais participantes da reunião, fontes e o próprio jornalista atestam que a voz do vereador é mais que perceptível e verocível, bem como a voz de todos os demais que participaram na reunião com o prefeito, inclusive outros vereadores da base aliada.

Segundo o jornalista, neste mesmo dia, além do prefeito Asiel Bezerra e o presidente da Câmara, Emerson Machado, estavam presente na “reunião da Bancada” os vereadores Luiz Carlos de Queiroz (MDB), Aparecido José (Cidão – MDB), Charles Miranda (PSD), Oslen Dias dos Santos (Tutti – PSDB), Valdecir dos Santos (Mendonça – PSC) e a vice prefeita Marinéia Munhoz, juntamente com seu marido Reinaldo de Souza (“Lau”), ex- assessor especial da prefeitura.

Todos estes, juntamente com o vereador Emerson Machado, precisam também trazer sim explicações objetivas a sociedade sobre o contexto da reunião, em que tratavam de forma tão absurdamente natural, a negociação secreta de apoio ao prefeito com vereadores em troca de favores, sejam eles econômicos ou benefícios políticos, que muitas vezes, vale até mais do que dinheiro no mundo sujo da política desonesta e corrupta que está impregnada no Brasil.

O que diz o Presidente da Câmara

Em sua defesa, o presidente da Câmara municipal de Alta Floresta, que se encontra em viagem à Cuiabá e Brasília, segundo ele pra atrair recursos e projetos para o município, disse por meio de áudio ao radialista Caio Calado, da Rádio Bambina FM, que “Eu não falei demais”, confirmando ter havido tanto a reunião com o prefeito, os assuntos tratados, quanto as palavras pronunciadas por ele mesmo o teor da gravação, porém, atribui ao jornal O Diário, e a seus proprietários uma tentativa de denegrir sua imagem, pois não teriam “contrato” com a Câmara Municipal, e que por isso estariam dispostos a prejudicá-lo politicamente.

RESPOSTA DO VEREADOR REPRODUZIDA COM TRECHOS DO ÁUDIO ENVIADO A RÁDIO BAMBINA:

No mesmo áudio, que está transcrito acima na edição de ontem (28/02), do jornal O Diário, contradizendo o que diz sobre os “contratos”, da Câmara com a imprensa, afirma que o proprietário do jornal, na verdade não tem contrato com a Câmara Municipal por que não quis, e não por que ele (Emerson) não concedeu, ou seja, tenta acusar de os proprietários de algo que eles nem querem saber, pois o motivo da recusa do contrato foi justamente por algo de natureza ilegal que estava acontecendo na Câmara, que seria a contratação de uma funcionária de sua confiança que não reenchia os requisitos legais para atuar como assessora de imprensa na Câmara e estava lá simplesmente pela confiança que dispunha do vereador presidente.

Aliás esse assunto dos “Contratos” de Publicidade na Câmara Municipal é outro assunto que precisa urgente ser investigado pelo Ministério Público, pois não se vê nenhuma publicidade do legislativo municipal nas mídias locais ou regionais, sendo que há um orçamento de 30 mil reais/mês para ser gasto com tal, mas, vamos deixar esse assunto para depois.

Voltando ao que disse o presidente da Câmara em sua defesa, além de tentar desqualificar a denúncia jornalística, atacando aos proprietários do jornal O Diário, o vereador Emerson Machado faz menção clara na gravação que há uma guerra interna entre ele (Emerson), o ex-assessor  Reinaldo de Souza”Lau” e a vice prefeita Marinéia Munhoz, o que lhe causou grande “desgaste” nas questões da sua reeleição a frente da Câmara Municipal, “todo mundo sabe o desgaste que me deu na Mesa, vim falar com o Lau duas vezes pra não entrar na briga, eu sei Lau que você entrou na briga, e isso aí é fato, ninguém pode falar que você não entrou na briga pelo Elói,você teve que escolher o seu lado, eu pedi pra não entrar…” e que os dois ( Lau e Marinéia) tentaram “de tudo” para derrubá-lo, mas, não conseguiram, não entendendo o motivo de tanta “perseguição”.

Tivemos oportunidade de ouvir o áudio, que contém pouco mais de um hora de conversa entre os parlamentares do município, prefeito, vice e o secretário especial, são ao todo 01:01hs de conversa, que provavelmente será solicitado, para efeito de investigações apuradas pelas autoridades competentes, a conversa transcorre normalmente com risinhos, piadinhas e uma bateria de falas dos vereadores, que “por questão de ordem”, cada um fala na sua vez e ouvem do prefeito o desesperado apelo de voltar seu secretário ao cargo, mesmo que pra isso seja preciso derrubar a “Lei do nepotismo” e a “Planta Genérica do município”, e tudo ia bem, até que ao fazer uso da palavra o presidente da Câmara revelou suas intenções promíscuas de não votar sem receber algo em troca.

LEIA TAMBÉM: EXCLUSIVO | Jornal o Diário libera trecho da conversa que mostra vereador Emerson Machado “vendendo” seu voto por “apoio político”

Ficamos e s c a n d a l i z a d o s, pra não falar outra coisa, com a natureza sombria e tamanho descaso e falta de ética com os interesses da população, e como os assuntos de extrema importância para o município são realmente “negociados”“acordados” em benefícios particulares, em pleno gabinete do prefeito, entre o poder executivo e legislativo, sendo que deveriam trabalhar e pensar de forma independente a favor do bem maior da comunidade, ao invés disso, o que se ouve é a mais pura forma de afronta aos principais princípios de urbanidade, moralidade, impessoalidade e legalidade.

Basta lembrar que uma simples gravação, mal feita por sinal, do ex-presidente Michel Temer,  pelo empresário Joeslei Batista complicou totalmente a vida do então presidente da república, que pedia para o empresário manter o então presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, na folha de recebimento da empresa, foi mais do que suficiente para a Procuradoria Geral da República – PGR abrir investigação contra o mesmo, imaginem um áudio em perfeita qualidade.

Na minha singela opinião de colunista, se eu fosse um dos vereadores presentes no recinto, e escutasse uma declaração chantagiosa e em tom de acharque dessas, da boca do presidente da Câmara da minha cidade, eu mesmo me sentiria impelido a denunciar ao Ministério Público, mas, se não o fizeram, provavelmente é por que todos tem lá suas razões particulares, ainda bem, que alguém decente dentro daquele recinto, teve a ombridade de gravar o que  e como as “forças ocultas do município” negociam seus favores e interesses em benefícios próprios e sempre contra o povo.

Danny Bueno – Coluna Análise dos Fatos (Alta Floresta 01/03/2019).

_______________________________________________

Recomendo a todos a leitura deste livro de 2005: “A ética da Malandragem”, do brilhante jornalista Lúcio Vaz, que retrata como são tratados os assuntos entre os políticos corruptos pelo Brasil afora, não se assombrem com as coincidências que vamos encontrar na matéria acima:

___________________________________________

0 111.4K

___________________________________________ 

 

Presidente da Câmara de Alta Floresta é gravado sugerindo que não dá "voto 0800" pra derrubar a "Lei do Nepotismo"

Presidente pela terceira vez, duas na mesma legislatura, Emerson é tido por alguns vereadores como uma pessoa extremamente arbitrária e intransigente quando os assuntos são de seu interesse – “Aqui na Câmara quem manda sou eu!”

O  furo de reportagem que foi dado na edição desta quarta-feira (27/02), pelo jornal O Diário, de Alta Floresta, está dando o que falar e prometer ser uma grande discussão com muitas explicações a serem dadas pelo vereador Emerson Sais Machado (MDB), que ocupa pela terceira vez o cargo de presidente legislativo municipal.

O áudio que está em posse do jornalista Altair Nery, proprietário do jornal, ainda não foi divulgado de forma explícita, mas, em conversa com o jornalista, que detém toda credibilidade necessária para fazer tal acusação, o mesmo nos mostrou que tanto o teor como o contexto trás de forma explícita o “pedido velado de favorecimento  particular” em troca do seu voto na aprovação da famigerada “Lei do Nepotismo” e a aprovação da “Planta Genérica”.

O Projeto de Lei nº 1.972/2019, encaminhado pela prefeitura à Câmara de vereadores, polêmico por ser tido concebido com extrema má fé por parte da prefeitura, caso fosse votado e aprovado, alteraria  e derrubaria a lei municipal 1.419/2005 que proíbe desde 2005 a existência de situações de nepotismo na administração pública de Alta Floresta, e com isso acabaria por burlar aquilo que já tinha sido estabelecido entre a prefeitura e o Ministério Público Estadual.

“Tiro no pé”

A mesma foi arquivada recentemente na Câmara, a pedido da líder do prefeito na Câmara, vereadora Aparecida Sicuto (PSDB), por ter sido amplamente divulgada na mídia e com isso “azedado” as intenções do prefeito, dos vereadores aliados e do presidente Emerson Machado.

Caso aprovado, o projeto que permitiria o prefeito Aziel Bezerra (MDB), a re-contratrar seu ex- assessor especial de gabinete,  Reinaldo de Souza, o “Lau da Rodoviária”, marido da vice prefeita, Marinéia Munhoz, que tinha sido exonerado no final de 2018, a pedido do Ministério Público de Alta Floresta, sob pena do chefe do executivo ter que responder por improbidades administrativas futuras. a conversa no gabinete do prefeito teria sido gravada justamente nessa época e logo após a tumultuada reeleição do presidente da Câmara, pela terceira vez como presidente, que ocorreu no dia 21/08/2018 – LEIA AQUI.

PEDIDO DE RETIRADA DO PROJETO POR PARTE DA LÍDER DO PREFEITO NA CÂMARA:

O ofício foi encaminhado na quarta-feira (30/01), após grande repercussão nos meios de comunicação do município.

Além de fazer parte da base de governo da prefeitura e ser o presidente da Câmara Municipal, o vereador Emerson Machado, foi defensor ferrenho de outro projeto de Lei, de nº 1962, para a alteração e adequação da Planta Genérica do município, que inseria aumentos de mais de 400% nos valores do IPTU dos imóveis no município, chegando a colocar em votação no plenário, mesmo com a revolta explícita da população que se manifestou em duas audiências pública em desfavor dos aumentos considerados por associações, entidades e o povo em geral como abusivos, extorsivos e desonestos.

Na última hora, diante do resultado negativo da votação, por parte de todos os vereadores, Emerson Machado alterou seu voto contra o pedido da prefeitura pra não ficar totalmente desmoralizado diante da sociedade alta-florestense e consequentemente se ver prejudicado politicamente.

Proposta Indecente

Pois bem, conforme cita a matéria do jornal O Diário, escrita pelo próprio jornalista Altair Nery, na gravação que  está em seu poder e pode apresentar as autoridades competentes assim que solicitado, em uma reunião com o prefeito e sua base aliada, realizada dentro gabinete do prefeito municipal de Alta Floresta, Asiel Bezerra, o vereador presidente Emerson Machado insinua que não “trabalha” de graça e chega a sugerir que “o preço de seu voto” a favor dos projetos não poderia ficar “no 0800”.

Segue a transcrição da fala do vereador Emerson Machado negociando o voto a favor do projeto da “Lei de Nepotismo”: “Pra tudo tem um jeito “Mano”, então, se quer o meu apoio, o meu voto não vai ser no 0800″

Na linguagem cotidiana, essa expressão “0800”, é comumente utilizada pelas pessoas como uma forma gratuita de obter vantagens, sobre algo de interesse particular, ou seja, uma sugestão clara de que receberei ou não um favorecimento de ordem econômica, social ou política por algo imerecido ou de graça.

O povo brasileiro já está cansado de assistir nas grandes mídias as maneiras escusas e os meios recheados de malandragem que alguns integrantes da classe política se utilizam pra “se dar bem”, na base do “Lei do Gerson”, jogador de futebol, da década de 70, que ficou famoso ao divulgar um comercial de cigarros aonde dizia que todo brasileiro sabe como “levar vantagem em tudo”…

Basta lembrar, os recentes episódios da Operação Lava Jato, em que o então presidente do PT, João Vaccari Neto, pelo fato de ser ele o principal articulador das propinas recebidas pelo PT – Partido dos Trabalhadores, e de vários acordos fixados entre empresas, entre tesoureiro para alguns políticos indicados pelo próprio Vaccari, como beneficiários diretos de verbas que deveriam ser pagas a título de “Pixulecos” (agradinhos), que o mesmo costumava chamar de “entendimento político”, como citou Ricardo Pessoa, proprietário da UTC em sua delação premiada:

“Bastava a empresa assinar um novo contrato com a Petrobras que o Vaccari aparecia para lembrar: como fica nosso entendimento político?”.

 

CAPA DO JORNAL QUE TROUXE A DENÚNCIA:

Edição nº 5033 – Ano XXI – Jornal O Diário (Alta Floresta)

CONTEÚDO DA MATÉRIA DIVULGADA: “Em gravação, presidente da Câmara negocia aprovação de lei do nepotismo”

Percebe-se sutilmente, nas palavras do vereador,  como ele “sugestiona” o prefeito e aos demais que estavam presente no recinto, impondo ao prefeito as suas condições, para obter os seus votos a favor dos projetos, os “Manos” teriam que usar alguma “moeda de troca”, e não ficar só no 0800 (O que pode ser lido como benefícios, cargos, favores e ou qualquer outro tipo de tráfico de influência), pois no mesmo momento que percebe o que falou, Emerson Machado, tentando “remendar” o que disse, declara que:

“Não tô aqui pedindo nada não, e nada, mas, eu quero “conversar” com o Lau e a Néia sobre isso. Eu quero, se for pra mim fazer um “trem” desse aí, nós vamos “passar por cima” de uma lei, derrubar e eu sou parceiro…”.

Segundo o jornalista Altair Nery, o áudio está sendo analisado para comprovação cabal, de que a voz em questão pertence mesmo ao vereador Emerson Machado e dos demais participantes da reunião, fontes e o próprio jornalista atestam que a voz do vereador é mais que perceptível e verocível, bem como a voz de todos os demais que participaram na reunião com o prefeito, inclusive outros vereadores da base aliada.

Segundo o jornalista, neste mesmo dia, além do prefeito Asiel Bezerra e o presidente da Câmara, Emerson Machado, estavam presente na “reunião da Bancada” os vereadores Luiz Carlos de Queiroz (MDB), Aparecido José (Cidão – MDB), Charles Miranda (PSD), Oslen Dias dos Santos (Tutti – PSDB), Valdecir dos Santos (Mendonça – PSC) e a vice prefeita Marinéia Munhoz, juntamente com seu marido Reinaldo de Souza (“Lau”), ex- assessor especial da prefeitura.

Todos estes, juntamente com o vereador Emerson Machado, precisam também trazer sim explicações objetivas a sociedade sobre o contexto da reunião, em que tratavam de forma tão absurdamente natural, a negociação secreta de apoio ao prefeito com vereadores em troca de favores, sejam eles econômicos ou benefícios políticos, que muitas vezes, vale até mais do que dinheiro no mundo sujo da política desonesta e corrupta que está impregnada no Brasil.

O que diz o Presidente da Câmara

Em sua defesa, o presidente da Câmara municipal de Alta Floresta, que se encontra em viagem à Cuiabá e Brasília, segundo ele pra atrair recursos e projetos para o município, disse por meio de áudio ao radialista Caio Calado, da Rádio Bambina FM, que “Eu não falei demais”, confirmando ter havido tanto a reunião com o prefeito, os assuntos tratados, quanto as palavras pronunciadas por ele mesmo o teor da gravação, porém, atribui ao jornal O Diário, e a seus proprietários uma tentativa de denegrir sua imagem, pois não teriam “contrato” com a Câmara Municipal, e que por isso estariam dispostos a prejudicá-lo politicamente.

RESPOSTA DO VEREADOR REPRODUZIDA COM TRECHOS DO ÁUDIO ENVIADO A RÁDIO BAMBINA:

No mesmo áudio, que está transcrito acima na edição de ontem (28/02), do jornal O Diário, contradizendo o que diz sobre os “contratos”, da Câmara com a imprensa, afirma que o proprietário do jornal, na verdade não tem contrato com a Câmara Municipal por que não quis, e não por que ele (Emerson) não concedeu, ou seja, tenta acusar de os proprietários de algo que eles nem querem saber, pois o motivo da recusa do contrato foi justamente por algo de natureza ilegal que estava acontecendo na Câmara, que seria a contratação de uma funcionária de sua confiança que não reenchia os requisitos legais para atuar como assessora de imprensa na Câmara e estava lá simplesmente pela confiança que dispunha do vereador presidente.

Aliás esse assunto dos “Contratos” de Publicidade na Câmara Municipal é outro assunto que precisa urgente ser investigado pelo Ministério Público, pois não se vê nenhuma publicidade do legislativo municipal nas mídias locais ou regionais, sendo que há um orçamento de 30 mil reais/mês para ser gasto com tal, mas, vamos deixar esse assunto para depois.

Voltando ao que disse o presidente da Câmara em sua defesa, além de tentar desqualificar a denúncia jornalística, atacando aos proprietários do jornal O Diário, o vereador Emerson Machado faz menção clara na gravação que há uma guerra interna entre ele (Emerson), o ex-assessor  Reinaldo de Souza”Lau” e a vice prefeita Marinéia Munhoz, o que lhe causou grande “desgaste” nas questões da sua reeleição a frente da Câmara Municipal, “todo mundo sabe o desgaste que me deu na Mesa, vim falar com o Lau duas vezes pra não entrar na briga, eu sei Lau que você entrou na briga, e isso aí é fato, ninguém pode falar que você não entrou na briga pelo Elói,você teve que escolher o seu lado, eu pedi pra não entrar…” e que os dois ( Lau e Marinéia) tentaram “de tudo” para derrubá-lo, mas, não conseguiram, não entendendo o motivo de tanta “perseguição”.

Tivemos oportunidade de ouvir o áudio, que contém pouco mais de um hora de conversa entre os parlamentares do município, prefeito, vice e o secretário especial, são ao todo 01:01hs de conversa, que provavelmente será solicitado, para efeito de investigações apuradas pelas autoridades competentes, a conversa transcorre normalmente com risinhos, piadinhas e uma bateria de falas dos vereadores, que “por questão de ordem”, cada um fala na sua vez e ouvem do prefeito o desesperado apelo de voltar seu secretário ao cargo, mesmo que pra isso seja preciso derrubar a “Lei do nepotismo” e a “Planta Genérica do município”, e tudo ia bem, até que ao fazer uso da palavra o presidente da Câmara revelou suas intenções promíscuas de não votar sem receber algo em troca.

LEIA TAMBÉM: EXCLUSIVO | Jornal o Diário libera trecho da conversa que mostra vereador Emerson Machado “vendendo” seu voto por “apoio político”

Ficamos e s c a n d a l i z a d o s, pra não falar outra coisa, com a natureza sombria e tamanho descaso e falta de ética com os interesses da população, e como os assuntos de extrema importância para o município são realmente “negociados”“acordados” em benefícios particulares, em pleno gabinete do prefeito, entre o poder executivo e legislativo, sendo que deveriam trabalhar e pensar de forma independente a favor do bem maior da comunidade, ao invés disso, o que se ouve é a mais pura forma de afronta aos principais princípios de urbanidade, moralidade, impessoalidade e legalidade.

Basta lembrar que uma simples gravação, mal feita por sinal, do ex-presidente Michel Temer,  pelo empresário Joeslei Batista complicou totalmente a vida do então presidente da república, que pedia para o empresário manter o então presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, na folha de recebimento da empresa, foi mais do que suficiente para a Procuradoria Geral da República – PGR abrir investigação contra o mesmo, imaginem um áudio em perfeita qualidade.

Na minha singela opinião de colunista, se eu fosse um dos vereadores presentes no recinto, e escutasse uma declaração chantagiosa e em tom de acharque dessas, da boca do presidente da Câmara da minha cidade, eu mesmo me sentiria impelido a denunciar ao Ministério Público, mas, se não o fizeram, provavelmente é por que todos tem lá suas razões particulares, ainda bem, que alguém decente dentro daquele recinto, teve a ombridade de gravar o que  e como as “forças ocultas do município” negociam seus favores e interesses em benefícios próprios e sempre contra o povo.

Danny Bueno – Coluna Análise dos Fatos (Alta Floresta 01/03/2019).

_______________________________________________

Recomendo a todos a leitura deste livro de 2005: “A ética da Malandragem”, do brilhante jornalista Lúcio Vaz, que retrata como são tratados os assuntos entre os políticos corruptos pelo Brasil afora, não se assombrem com as coincidências que vamos encontrar na matéria acima:

___________________________________________

0 111.4K

___________________________________________ 

 

Presidente da Câmara de Alta Floresta é gravado sugerindo que não dá "voto 0800" pra derrubar a "Lei do Nepotismo"

Presidente pela terceira vez, duas na mesma legislatura, Emerson é tido por alguns vereadores como uma pessoa extremamente arbitrária e intransigente quando os assuntos são de seu interesse – “Aqui na Câmara quem manda sou eu!”

O  furo de reportagem que foi dado na edição desta quarta-feira (27/02), pelo jornal O Diário, de Alta Floresta, está dando o que falar e prometer ser uma grande discussão com muitas explicações a serem dadas pelo vereador Emerson Sais Machado (MDB), que ocupa pela terceira vez o cargo de presidente legislativo municipal.

O áudio que está em posse do jornalista Altair Nery, proprietário do jornal, ainda não foi divulgado de forma explícita, mas, em conversa com o jornalista, que detém toda credibilidade necessária para fazer tal acusação, o mesmo nos mostrou que tanto o teor como o contexto trás de forma explícita o “pedido velado de favorecimento  particular” em troca do seu voto na aprovação da famigerada “Lei do Nepotismo” e a aprovação da “Planta Genérica”.

O Projeto de Lei nº 1.972/2019, encaminhado pela prefeitura à Câmara de vereadores, polêmico por ser tido concebido com extrema má fé por parte da prefeitura, caso fosse votado e aprovado, alteraria  e derrubaria a lei municipal 1.419/2005 que proíbe desde 2005 a existência de situações de nepotismo na administração pública de Alta Floresta, e com isso acabaria por burlar aquilo que já tinha sido estabelecido entre a prefeitura e o Ministério Público Estadual.

“Tiro no pé”

A mesma foi arquivada recentemente na Câmara, a pedido da líder do prefeito na Câmara, vereadora Aparecida Sicuto (PSDB), por ter sido amplamente divulgada na mídia e com isso “azedado” as intenções do prefeito, dos vereadores aliados e do presidente Emerson Machado.

Caso aprovado, o projeto que permitiria o prefeito Aziel Bezerra (MDB), a re-contratrar seu ex- assessor especial de gabinete,  Reinaldo de Souza, o “Lau da Rodoviária”, marido da vice prefeita, Marinéia Munhoz, que tinha sido exonerado no final de 2018, a pedido do Ministério Público de Alta Floresta, sob pena do chefe do executivo ter que responder por improbidades administrativas futuras. a conversa no gabinete do prefeito teria sido gravada justamente nessa época e logo após a tumultuada reeleição do presidente da Câmara, pela terceira vez como presidente, que ocorreu no dia 21/08/2018 – LEIA AQUI.

PEDIDO DE RETIRADA DO PROJETO POR PARTE DA LÍDER DO PREFEITO NA CÂMARA:

O ofício foi encaminhado na quarta-feira (30/01), após grande repercussão nos meios de comunicação do município.

Além de fazer parte da base de governo da prefeitura e ser o presidente da Câmara Municipal, o vereador Emerson Machado, foi defensor ferrenho de outro projeto de Lei, de nº 1962, para a alteração e adequação da Planta Genérica do município, que inseria aumentos de mais de 400% nos valores do IPTU dos imóveis no município, chegando a colocar em votação no plenário, mesmo com a revolta explícita da população que se manifestou em duas audiências pública em desfavor dos aumentos considerados por associações, entidades e o povo em geral como abusivos, extorsivos e desonestos.

Na última hora, diante do resultado negativo da votação, por parte de todos os vereadores, Emerson Machado alterou seu voto contra o pedido da prefeitura pra não ficar totalmente desmoralizado diante da sociedade alta-florestense e consequentemente se ver prejudicado politicamente.

Proposta Indecente

Pois bem, conforme cita a matéria do jornal O Diário, escrita pelo próprio jornalista Altair Nery, na gravação que  está em seu poder e pode apresentar as autoridades competentes assim que solicitado, em uma reunião com o prefeito e sua base aliada, realizada dentro gabinete do prefeito municipal de Alta Floresta, Asiel Bezerra, o vereador presidente Emerson Machado insinua que não “trabalha” de graça e chega a sugerir que “o preço de seu voto” a favor dos projetos não poderia ficar “no 0800”.

Segue a transcrição da fala do vereador Emerson Machado negociando o voto a favor do projeto da “Lei de Nepotismo”: “Pra tudo tem um jeito “Mano”, então, se quer o meu apoio, o meu voto não vai ser no 0800″

Na linguagem cotidiana, essa expressão “0800”, é comumente utilizada pelas pessoas como uma forma gratuita de obter vantagens, sobre algo de interesse particular, ou seja, uma sugestão clara de que receberei ou não um favorecimento de ordem econômica, social ou política por algo imerecido ou de graça.

O povo brasileiro já está cansado de assistir nas grandes mídias as maneiras escusas e os meios recheados de malandragem que alguns integrantes da classe política se utilizam pra “se dar bem”, na base do “Lei do Gerson”, jogador de futebol, da década de 70, que ficou famoso ao divulgar um comercial de cigarros aonde dizia que todo brasileiro sabe como “levar vantagem em tudo”…

Basta lembrar, os recentes episódios da Operação Lava Jato, em que o então presidente do PT, João Vaccari Neto, pelo fato de ser ele o principal articulador das propinas recebidas pelo PT – Partido dos Trabalhadores, e de vários acordos fixados entre empresas, entre tesoureiro para alguns políticos indicados pelo próprio Vaccari, como beneficiários diretos de verbas que deveriam ser pagas a título de “Pixulecos” (agradinhos), que o mesmo costumava chamar de “entendimento político”, como citou Ricardo Pessoa, proprietário da UTC em sua delação premiada:

“Bastava a empresa assinar um novo contrato com a Petrobras que o Vaccari aparecia para lembrar: como fica nosso entendimento político?”.

 

CAPA DO JORNAL QUE TROUXE A DENÚNCIA:

Edição nº 5033 – Ano XXI – Jornal O Diário (Alta Floresta)

CONTEÚDO DA MATÉRIA DIVULGADA: “Em gravação, presidente da Câmara negocia aprovação de lei do nepotismo”

Percebe-se sutilmente, nas palavras do vereador,  como ele “sugestiona” o prefeito e aos demais que estavam presente no recinto, impondo ao prefeito as suas condições, para obter os seus votos a favor dos projetos, os “Manos” teriam que usar alguma “moeda de troca”, e não ficar só no 0800 (O que pode ser lido como benefícios, cargos, favores e ou qualquer outro tipo de tráfico de influência), pois no mesmo momento que percebe o que falou, Emerson Machado, tentando “remendar” o que disse, declara que:

“Não tô aqui pedindo nada não, e nada, mas, eu quero “conversar” com o Lau e a Néia sobre isso. Eu quero, se for pra mim fazer um “trem” desse aí, nós vamos “passar por cima” de uma lei, derrubar e eu sou parceiro…”.

Segundo o jornalista Altair Nery, o áudio está sendo analisado para comprovação cabal, de que a voz em questão pertence mesmo ao vereador Emerson Machado e dos demais participantes da reunião, fontes e o próprio jornalista atestam que a voz do vereador é mais que perceptível e verocível, bem como a voz de todos os demais que participaram na reunião com o prefeito, inclusive outros vereadores da base aliada.

Segundo o jornalista, neste mesmo dia, além do prefeito Asiel Bezerra e o presidente da Câmara, Emerson Machado, estavam presente na “reunião da Bancada” os vereadores Luiz Carlos de Queiroz (MDB), Aparecido José (Cidão – MDB), Charles Miranda (PSD), Oslen Dias dos Santos (Tutti – PSDB), Valdecir dos Santos (Mendonça – PSC) e a vice prefeita Marinéia Munhoz, juntamente com seu marido Reinaldo de Souza (“Lau”), ex- assessor especial da prefeitura.

Todos estes, juntamente com o vereador Emerson Machado, precisam também trazer sim explicações objetivas a sociedade sobre o contexto da reunião, em que tratavam de forma tão absurdamente natural, a negociação secreta de apoio ao prefeito com vereadores em troca de favores, sejam eles econômicos ou benefícios políticos, que muitas vezes, vale até mais do que dinheiro no mundo sujo da política desonesta e corrupta que está impregnada no Brasil.

O que diz o Presidente da Câmara

Em sua defesa, o presidente da Câmara municipal de Alta Floresta, que se encontra em viagem à Cuiabá e Brasília, segundo ele pra atrair recursos e projetos para o município, disse por meio de áudio ao radialista Caio Calado, da Rádio Bambina FM, que “Eu não falei demais”, confirmando ter havido tanto a reunião com o prefeito, os assuntos tratados, quanto as palavras pronunciadas por ele mesmo o teor da gravação, porém, atribui ao jornal O Diário, e a seus proprietários uma tentativa de denegrir sua imagem, pois não teriam “contrato” com a Câmara Municipal, e que por isso estariam dispostos a prejudicá-lo politicamente.

RESPOSTA DO VEREADOR REPRODUZIDA COM TRECHOS DO ÁUDIO ENVIADO A RÁDIO BAMBINA:

No mesmo áudio, que está transcrito acima na edição de ontem (28/02), do jornal O Diário, contradizendo o que diz sobre os “contratos”, da Câmara com a imprensa, afirma que o proprietário do jornal, na verdade não tem contrato com a Câmara Municipal por que não quis, e não por que ele (Emerson) não concedeu, ou seja, tenta acusar de os proprietários de algo que eles nem querem saber, pois o motivo da recusa do contrato foi justamente por algo de natureza ilegal que estava acontecendo na Câmara, que seria a contratação de uma funcionária de sua confiança que não reenchia os requisitos legais para atuar como assessora de imprensa na Câmara e estava lá simplesmente pela confiança que dispunha do vereador presidente.

Aliás esse assunto dos “Contratos” de Publicidade na Câmara Municipal é outro assunto que precisa urgente ser investigado pelo Ministério Público, pois não se vê nenhuma publicidade do legislativo municipal nas mídias locais ou regionais, sendo que há um orçamento de 30 mil reais/mês para ser gasto com tal, mas, vamos deixar esse assunto para depois.

Voltando ao que disse o presidente da Câmara em sua defesa, além de tentar desqualificar a denúncia jornalística, atacando aos proprietários do jornal O Diário, o vereador Emerson Machado faz menção clara na gravação que há uma guerra interna entre ele (Emerson), o ex-assessor  Reinaldo de Souza”Lau” e a vice prefeita Marinéia Munhoz, o que lhe causou grande “desgaste” nas questões da sua reeleição a frente da Câmara Municipal, “todo mundo sabe o desgaste que me deu na Mesa, vim falar com o Lau duas vezes pra não entrar na briga, eu sei Lau que você entrou na briga, e isso aí é fato, ninguém pode falar que você não entrou na briga pelo Elói,você teve que escolher o seu lado, eu pedi pra não entrar…” e que os dois ( Lau e Marinéia) tentaram “de tudo” para derrubá-lo, mas, não conseguiram, não entendendo o motivo de tanta “perseguição”.

Tivemos oportunidade de ouvir o áudio, que contém pouco mais de um hora de conversa entre os parlamentares do município, prefeito, vice e o secretário especial, são ao todo 01:01hs de conversa, que provavelmente será solicitado, para efeito de investigações apuradas pelas autoridades competentes, a conversa transcorre normalmente com risinhos, piadinhas e uma bateria de falas dos vereadores, que “por questão de ordem”, cada um fala na sua vez e ouvem do prefeito o desesperado apelo de voltar seu secretário ao cargo, mesmo que pra isso seja preciso derrubar a “Lei do nepotismo” e a “Planta Genérica do município”, e tudo ia bem, até que ao fazer uso da palavra o presidente da Câmara revelou suas intenções promíscuas de não votar sem receber algo em troca.

LEIA TAMBÉM: EXCLUSIVO | Jornal o Diário libera trecho da conversa que mostra vereador Emerson Machado “vendendo” seu voto por “apoio político”

Ficamos e s c a n d a l i z a d o s, pra não falar outra coisa, com a natureza sombria e tamanho descaso e falta de ética com os interesses da população, e como os assuntos de extrema importância para o município são realmente “negociados”“acordados” em benefícios particulares, em pleno gabinete do prefeito, entre o poder executivo e legislativo, sendo que deveriam trabalhar e pensar de forma independente a favor do bem maior da comunidade, ao invés disso, o que se ouve é a mais pura forma de afronta aos principais princípios de urbanidade, moralidade, impessoalidade e legalidade.

Basta lembrar que uma simples gravação, mal feita por sinal, do ex-presidente Michel Temer,  pelo empresário Joeslei Batista complicou totalmente a vida do então presidente da república, que pedia para o empresário manter o então presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, na folha de recebimento da empresa, foi mais do que suficiente para a Procuradoria Geral da República – PGR abrir investigação contra o mesmo, imaginem um áudio em perfeita qualidade.

Na minha singela opinião de colunista, se eu fosse um dos vereadores presentes no recinto, e escutasse uma declaração chantagiosa e em tom de acharque dessas, da boca do presidente da Câmara da minha cidade, eu mesmo me sentiria impelido a denunciar ao Ministério Público, mas, se não o fizeram, provavelmente é por que todos tem lá suas razões particulares, ainda bem, que alguém decente dentro daquele recinto, teve a ombridade de gravar o que  e como as “forças ocultas do município” negociam seus favores e interesses em benefícios próprios e sempre contra o povo.

Danny Bueno – Coluna Análise dos Fatos (Alta Floresta 01/03/2019).

_______________________________________________

Recomendo a todos a leitura deste livro de 2005: “A ética da Malandragem”, do brilhante jornalista Lúcio Vaz, que retrata como são tratados os assuntos entre os políticos corruptos pelo Brasil afora, não se assombrem com as coincidências que vamos encontrar na matéria acima:

___________________________________________

0 111.4K

___________________________________________ 

 

Presidente da Câmara de Alta Floresta é gravado sugerindo que não dá "voto 0800" pra derrubar a "Lei do Nepotismo"

Presidente pela terceira vez, duas na mesma legislatura, Emerson é tido por alguns vereadores como uma pessoa extremamente arbitrária e intransigente quando os assuntos são de seu interesse – “Aqui na Câmara quem manda sou eu!”

O  furo de reportagem que foi dado na edição desta quarta-feira (27/02), pelo jornal O Diário, de Alta Floresta, está dando o que falar e prometer ser uma grande discussão com muitas explicações a serem dadas pelo vereador Emerson Sais Machado (MDB), que ocupa pela terceira vez o cargo de presidente legislativo municipal.

O áudio que está em posse do jornalista Altair Nery, proprietário do jornal, ainda não foi divulgado de forma explícita, mas, em conversa com o jornalista, que detém toda credibilidade necessária para fazer tal acusação, o mesmo nos mostrou que tanto o teor como o contexto trás de forma explícita o “pedido velado de favorecimento  particular” em troca do seu voto na aprovação da famigerada “Lei do Nepotismo” e a aprovação da “Planta Genérica”.

O Projeto de Lei nº 1.972/2019, encaminhado pela prefeitura à Câmara de vereadores, polêmico por ser tido concebido com extrema má fé por parte da prefeitura, caso fosse votado e aprovado, alteraria  e derrubaria a lei municipal 1.419/2005 que proíbe desde 2005 a existência de situações de nepotismo na administração pública de Alta Floresta, e com isso acabaria por burlar aquilo que já tinha sido estabelecido entre a prefeitura e o Ministério Público Estadual.

“Tiro no pé”

A mesma foi arquivada recentemente na Câmara, a pedido da líder do prefeito na Câmara, vereadora Aparecida Sicuto (PSDB), por ter sido amplamente divulgada na mídia e com isso “azedado” as intenções do prefeito, dos vereadores aliados e do presidente Emerson Machado.

Caso aprovado, o projeto que permitiria o prefeito Aziel Bezerra (MDB), a re-contratrar seu ex- assessor especial de gabinete,  Reinaldo de Souza, o “Lau da Rodoviária”, marido da vice prefeita, Marinéia Munhoz, que tinha sido exonerado no final de 2018, a pedido do Ministério Público de Alta Floresta, sob pena do chefe do executivo ter que responder por improbidades administrativas futuras. a conversa no gabinete do prefeito teria sido gravada justamente nessa época e logo após a tumultuada reeleição do presidente da Câmara, pela terceira vez como presidente, que ocorreu no dia 21/08/2018 – LEIA AQUI.

PEDIDO DE RETIRADA DO PROJETO POR PARTE DA LÍDER DO PREFEITO NA CÂMARA:

O ofício foi encaminhado na quarta-feira (30/01), após grande repercussão nos meios de comunicação do município.

Além de fazer parte da base de governo da prefeitura e ser o presidente da Câmara Municipal, o vereador Emerson Machado, foi defensor ferrenho de outro projeto de Lei, de nº 1962, para a alteração e adequação da Planta Genérica do município, que inseria aumentos de mais de 400% nos valores do IPTU dos imóveis no município, chegando a colocar em votação no plenário, mesmo com a revolta explícita da população que se manifestou em duas audiências pública em desfavor dos aumentos considerados por associações, entidades e o povo em geral como abusivos, extorsivos e desonestos.

Na última hora, diante do resultado negativo da votação, por parte de todos os vereadores, Emerson Machado alterou seu voto contra o pedido da prefeitura pra não ficar totalmente desmoralizado diante da sociedade alta-florestense e consequentemente se ver prejudicado politicamente.

Proposta Indecente

Pois bem, conforme cita a matéria do jornal O Diário, escrita pelo próprio jornalista Altair Nery, na gravação que  está em seu poder e pode apresentar as autoridades competentes assim que solicitado, em uma reunião com o prefeito e sua base aliada, realizada dentro gabinete do prefeito municipal de Alta Floresta, Asiel Bezerra, o vereador presidente Emerson Machado insinua que não “trabalha” de graça e chega a sugerir que “o preço de seu voto” a favor dos projetos não poderia ficar “no 0800”.

Segue a transcrição da fala do vereador Emerson Machado negociando o voto a favor do projeto da “Lei de Nepotismo”: “Pra tudo tem um jeito “Mano”, então, se quer o meu apoio, o meu voto não vai ser no 0800″

Na linguagem cotidiana, essa expressão “0800”, é comumente utilizada pelas pessoas como uma forma gratuita de obter vantagens, sobre algo de interesse particular, ou seja, uma sugestão clara de que receberei ou não um favorecimento de ordem econômica, social ou política por algo imerecido ou de graça.

O povo brasileiro já está cansado de assistir nas grandes mídias as maneiras escusas e os meios recheados de malandragem que alguns integrantes da classe política se utilizam pra “se dar bem”, na base do “Lei do Gerson”, jogador de futebol, da década de 70, que ficou famoso ao divulgar um comercial de cigarros aonde dizia que todo brasileiro sabe como “levar vantagem em tudo”…

Basta lembrar, os recentes episódios da Operação Lava Jato, em que o então presidente do PT, João Vaccari Neto, pelo fato de ser ele o principal articulador das propinas recebidas pelo PT – Partido dos Trabalhadores, e de vários acordos fixados entre empresas, entre tesoureiro para alguns políticos indicados pelo próprio Vaccari, como beneficiários diretos de verbas que deveriam ser pagas a título de “Pixulecos” (agradinhos), que o mesmo costumava chamar de “entendimento político”, como citou Ricardo Pessoa, proprietário da UTC em sua delação premiada:

“Bastava a empresa assinar um novo contrato com a Petrobras que o Vaccari aparecia para lembrar: como fica nosso entendimento político?”.

 

CAPA DO JORNAL QUE TROUXE A DENÚNCIA:

Edição nº 5033 – Ano XXI – Jornal O Diário (Alta Floresta)

CONTEÚDO DA MATÉRIA DIVULGADA: “Em gravação, presidente da Câmara negocia aprovação de lei do nepotismo”

Percebe-se sutilmente, nas palavras do vereador,  como ele “sugestiona” o prefeito e aos demais que estavam presente no recinto, impondo ao prefeito as suas condições, para obter os seus votos a favor dos projetos, os “Manos” teriam que usar alguma “moeda de troca”, e não ficar só no 0800 (O que pode ser lido como benefícios, cargos, favores e ou qualquer outro tipo de tráfico de influência), pois no mesmo momento que percebe o que falou, Emerson Machado, tentando “remendar” o que disse, declara que:

“Não tô aqui pedindo nada não, e nada, mas, eu quero “conversar” com o Lau e a Néia sobre isso. Eu quero, se for pra mim fazer um “trem” desse aí, nós vamos “passar por cima” de uma lei, derrubar e eu sou parceiro…”.

Segundo o jornalista Altair Nery, o áudio está sendo analisado para comprovação cabal, de que a voz em questão pertence mesmo ao vereador Emerson Machado e dos demais participantes da reunião, fontes e o próprio jornalista atestam que a voz do vereador é mais que perceptível e verocível, bem como a voz de todos os demais que participaram na reunião com o prefeito, inclusive outros vereadores da base aliada.

Segundo o jornalista, neste mesmo dia, além do prefeito Asiel Bezerra e o presidente da Câmara, Emerson Machado, estavam presente na “reunião da Bancada” os vereadores Luiz Carlos de Queiroz (MDB), Aparecido José (Cidão – MDB), Charles Miranda (PSD), Oslen Dias dos Santos (Tutti – PSDB), Valdecir dos Santos (Mendonça – PSC) e a vice prefeita Marinéia Munhoz, juntamente com seu marido Reinaldo de Souza (“Lau”), ex- assessor especial da prefeitura.

Todos estes, juntamente com o vereador Emerson Machado, precisam também trazer sim explicações objetivas a sociedade sobre o contexto da reunião, em que tratavam de forma tão absurdamente natural, a negociação secreta de apoio ao prefeito com vereadores em troca de favores, sejam eles econômicos ou benefícios políticos, que muitas vezes, vale até mais do que dinheiro no mundo sujo da política desonesta e corrupta que está impregnada no Brasil.

O que diz o Presidente da Câmara

Em sua defesa, o presidente da Câmara municipal de Alta Floresta, que se encontra em viagem à Cuiabá e Brasília, segundo ele pra atrair recursos e projetos para o município, disse por meio de áudio ao radialista Caio Calado, da Rádio Bambina FM, que “Eu não falei demais”, confirmando ter havido tanto a reunião com o prefeito, os assuntos tratados, quanto as palavras pronunciadas por ele mesmo o teor da gravação, porém, atribui ao jornal O Diário, e a seus proprietários uma tentativa de denegrir sua imagem, pois não teriam “contrato” com a Câmara Municipal, e que por isso estariam dispostos a prejudicá-lo politicamente.

RESPOSTA DO VEREADOR REPRODUZIDA COM TRECHOS DO ÁUDIO ENVIADO A RÁDIO BAMBINA:

No mesmo áudio, que está transcrito acima na edição de ontem (28/02), do jornal O Diário, contradizendo o que diz sobre os “contratos”, da Câmara com a imprensa, afirma que o proprietário do jornal, na verdade não tem contrato com a Câmara Municipal por que não quis, e não por que ele (Emerson) não concedeu, ou seja, tenta acusar de os proprietários de algo que eles nem querem saber, pois o motivo da recusa do contrato foi justamente por algo de natureza ilegal que estava acontecendo na Câmara, que seria a contratação de uma funcionária de sua confiança que não reenchia os requisitos legais para atuar como assessora de imprensa na Câmara e estava lá simplesmente pela confiança que dispunha do vereador presidente.

Aliás esse assunto dos “Contratos” de Publicidade na Câmara Municipal é outro assunto que precisa urgente ser investigado pelo Ministério Público, pois não se vê nenhuma publicidade do legislativo municipal nas mídias locais ou regionais, sendo que há um orçamento de 30 mil reais/mês para ser gasto com tal, mas, vamos deixar esse assunto para depois.

Voltando ao que disse o presidente da Câmara em sua defesa, além de tentar desqualificar a denúncia jornalística, atacando aos proprietários do jornal O Diário, o vereador Emerson Machado faz menção clara na gravação que há uma guerra interna entre ele (Emerson), o ex-assessor  Reinaldo de Souza”Lau” e a vice prefeita Marinéia Munhoz, o que lhe causou grande “desgaste” nas questões da sua reeleição a frente da Câmara Municipal, “todo mundo sabe o desgaste que me deu na Mesa, vim falar com o Lau duas vezes pra não entrar na briga, eu sei Lau que você entrou na briga, e isso aí é fato, ninguém pode falar que você não entrou na briga pelo Elói,você teve que escolher o seu lado, eu pedi pra não entrar…” e que os dois ( Lau e Marinéia) tentaram “de tudo” para derrubá-lo, mas, não conseguiram, não entendendo o motivo de tanta “perseguição”.

Tivemos oportunidade de ouvir o áudio, que contém pouco mais de um hora de conversa entre os parlamentares do município, prefeito, vice e o secretário especial, são ao todo 01:01hs de conversa, que provavelmente será solicitado, para efeito de investigações apuradas pelas autoridades competentes, a conversa transcorre normalmente com risinhos, piadinhas e uma bateria de falas dos vereadores, que “por questão de ordem”, cada um fala na sua vez e ouvem do prefeito o desesperado apelo de voltar seu secretário ao cargo, mesmo que pra isso seja preciso derrubar a “Lei do nepotismo” e a “Planta Genérica do município”, e tudo ia bem, até que ao fazer uso da palavra o presidente da Câmara revelou suas intenções promíscuas de não votar sem receber algo em troca.

LEIA TAMBÉM: EXCLUSIVO | Jornal o Diário libera trecho da conversa que mostra vereador Emerson Machado “vendendo” seu voto por “apoio político”

Ficamos e s c a n d a l i z a d o s, pra não falar outra coisa, com a natureza sombria e tamanho descaso e falta de ética com os interesses da população, e como os assuntos de extrema importância para o município são realmente “negociados”“acordados” em benefícios particulares, em pleno gabinete do prefeito, entre o poder executivo e legislativo, sendo que deveriam trabalhar e pensar de forma independente a favor do bem maior da comunidade, ao invés disso, o que se ouve é a mais pura forma de afronta aos principais princípios de urbanidade, moralidade, impessoalidade e legalidade.

Basta lembrar que uma simples gravação, mal feita por sinal, do ex-presidente Michel Temer,  pelo empresário Joeslei Batista complicou totalmente a vida do então presidente da república, que pedia para o empresário manter o então presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, na folha de recebimento da empresa, foi mais do que suficiente para a Procuradoria Geral da República – PGR abrir investigação contra o mesmo, imaginem um áudio em perfeita qualidade.

Na minha singela opinião de colunista, se eu fosse um dos vereadores presentes no recinto, e escutasse uma declaração chantagiosa e em tom de acharque dessas, da boca do presidente da Câmara da minha cidade, eu mesmo me sentiria impelido a denunciar ao Ministério Público, mas, se não o fizeram, provavelmente é por que todos tem lá suas razões particulares, ainda bem, que alguém decente dentro daquele recinto, teve a ombridade de gravar o que  e como as “forças ocultas do município” negociam seus favores e interesses em benefícios próprios e sempre contra o povo.

Danny Bueno – Coluna Análise dos Fatos (Alta Floresta 01/03/2019).

_______________________________________________

Recomendo a todos a leitura deste livro de 2005: “A ética da Malandragem”, do brilhante jornalista Lúcio Vaz, que retrata como são tratados os assuntos entre os políticos corruptos pelo Brasil afora, não se assombrem com as coincidências que vamos encontrar na matéria acima:

___________________________________________

0 111.4K

___________________________________________ 

 

Pesquisar matérias no Blog

Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: