segunda-feira, 12 de junho de 2023

"CLIMÃO" | Vereadores de Alta Floresta apresentam lista de insatisfações com executivo, presidente abafa

VÍDEO COLETÂNEA – 

Nas últimas 3 sessões pelo menos 8 dos 13 vereadores não pouparam sucessíveis críticas, denúncias e acusações contra as principais pastas e seus respectivos secretários.

É perceptível se ver nas falas dos vereadores, ao fazerem uso da tribuna, único momento onde podem expor suas queixas sem serem retaliados pelo executivo, que o clima de total desarmonia e desgaste entre os poderes vem se arrastando desde o início do ano.

Coisa que já demonstramos aqui, inclusive com uma ameaça velada por parte do presidente, Oslen Dias (Tutti), que citou a letra da Lei Orgânica Municipal contra o prefeito (fato ocorrido na Sessão do dia 07/02), na forma de processo por Improbidade Administrativa, caso o executivo continuasse a desfazer e das centenas de requerimentos que são emitidos pelos vereadores e quase nunca são atendidos pela equipe do prefeito Chico Gamba.

Na lista de reclamações e denúncias e críticas estão o Portal da Transparência (de Transparente não tem nada), o Concurso Público (promessa de campanha), a Saúde municipal (Salários, Pronto Atendimento Municipal – PAM em condições precárias de atendimento + situação do Hospital Regional), a Infra-estrutura (Obras – Serviços mal feitos), a Educação (escolas salários e perseguição a servidores), setor de Licitações (contratos dirigidos e suspeitos superfaturamentos), a Secretaria de Cidades (Ingerências administrativas), a secretaria de Fazenda (recursos do município não estão sendo aplicados e acervo do patrimônio público desconhecido) e até o Esporte (Compromissos não cumpridos). 

Ao todo, são cerca de 1′:33″05″” (Uma hora e meia) de pura “esculhambação” contra a gestão municipal (daria uma sessão completa a cada 3 sessões), que retratam com clareza que os vereadores não estão mais dispostos a absorver as inúmeras queixas diárias emitidas pela população que sente na pele a inoperância administrativa e as falhas grosseiras dos secretários e dirigentes de setores de planejamento essenciais para bom funcionamento da máquina pública.

Do ponto de vista político, é obvio se perceber que nenhum vereador vai querer “colar” em uma administração que atende os anseios básicos da população e dia a dia vai caindo mais e mais na desaprovação pública.

Segundo as falas da vereadora Leonice Klaus, Naldo da Pista e Adelson Servidor, “não adianta ficar tentando tapar o sol com a peneira”, diante de tantas mazelas que vem se acumulando sem que haja resoluções efetivas.

Na lista de edis que engrossam o coro na “surra” contra o executivo a cada nova sessão estão o vereador Zé Eskiva (PL), Luciano Silva (Podemos), Leonice Klaus (PDT), Ilmarli Teixeira (PT), Douglas Pereira Teixeira de Carvalho (PSC), Reginaldo Luiz da Silva (Naldo da Pista – Republicanos), Adelson da Silva Rezende (PDT) e até mesmo o pacato Francisco Ailton dos Santos (Republicanos).

A DEFESA DOS ALIADOS

Diante de tantos ataques, resta ao líder do prefeito, vereador Claudinei de Sousa Jesus (MDB), tenta de forma pífia rebater as acusações dos pares com evazivas e promessas que nem mesmo ele sabe quando serão concretizadas, auxiliados pelo vereador Derci Paulo Trevisan (Pitoco – PSDB) e o presidente Oslen Dias dos Santos (Tuti – PSDB) que tentam a todo custo minimizar as falas dos colegas com interrupções vazias que mais comprometem do que ajudam na defesa do executivo.

Em alguns momentos nas sessões houveram até discussões acaloradas dos prós e contra a administração Chico Gamba, entre os vereadores Claudinei de Jesus, Zé Eskiva, Luciano Silva e Pitoco, nos bastidores dos microfones, tento o presidente Tuti que intervir nos ânimos dos edis.

Com relação ao presidente Tuti, que em Fevereiro estava endossando algumas falas dos colegas, nas últimas sessões voltou a defender ferozmente o executivo com panos quentes e até repreensões contra as falas dos colegas entre si.

VEJA O VÍDEO COM A COLETÂNEA DE DENÚNCIAS E RECLAMAÇÕES DOS VEREADORES:

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: