quarta-feira, 31 de julho de 2019

NOVAS REVELAÇÕES | Após 14 dias da denúncia, empresa que ganhou licitação milionária em Alta Floresta continua abandonada

Nos documentos apresentados na licitação, o imóvel está configurado como sede da empresa e ao mesmo tempo como residência do proprietário, desde a sua criação em 2017, porém, vizinhos afirmam que nunca viram ninguém fazer uso do imóvel, nem mesmo como moradia, quanto mais como empresa.

Em flagrante estado de abandono, segundo os vizinhos, a casa nunca é visitada por ninguém.

Retornamos a Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso para conferir se a empresa Climatec – Climatização e Refrigeração, após denúncia de que sua sede comercial nada mais seria do que uma fachada para ludibriar prefeituras quanto ao funcionamento de uma empresa séria e comprometida com a transparência nas licitações em que tem participado no Estado, e encontramos nada além do mesmo.

A casa, alvo de nossas investigações jornalística, que é apresentada no papel, anexados ao processo de licitação como uma empresa pujante e de renome em todo o Estado, porém, encontra-se em estado deplorável de abandono e desleixo, algo bem ao contrário do que se espera de uma empresa que ganhou licitações milionárias em cinco municípios, conforme declarações em entrevista gravada, realizada com o próprio proprietário, Victor Bobadilla Bazan Junior.

ASSISTA O VÍDEO DE NOSSO RETORNO A SEDE DA EMPRESA CLIMATEC EM CUIABÁ:

Em documentos anexados ao processo licitatório, o imóvel é apresentado ao mesmo tempo como empresa e moradia do empresário, mas, estranhamente ninguém habita o imóvel e a vizinhança jamais ouviu falar sobre a Climatec, muito menos do empresário.

Nesse momento a pergunta que se deve fazer sobre o caso é, aonde está e aonde mora Victor Bobadilla Bazan Junior?

Por que ele retirou do Facebook a sua página pessoal e até o presente momento nem ele ou alguém em nome da Climatec se manifestou sobre as denúncias?

ORIGEM DA LICITAÇÃO

Conforme documentação do Processo licitatório 028/2019, o pedido para execução da licitação de limpeza e manutenção dos ar condicionados das secretarias e setores da Prefeitura Municipal de Alta Floresta, não partiu do gabinete do Prefeito Asiel Bezerra, mas sim, da Secretaria de Gestão, comandada pela atual secretária Elsa Maria Lopes, que assumiu a função logo após o afastamento do antigo Assessor Especial, Reinaldo de Souza, o “Lau da Rodoviária”, que foi exonerado por recomendação do Ministério Público que enquadrou o prefeito na Lei do Nepotismo, pelo fato do assessor ser esposo da Vice-prefeita, Marinéia da Silva Munhoz.

Um memorando encaminhado dia 13/03/2019, assinado pela secretária da pasta de Gestão, Finanças e Planejamento, Elsa Maria Lopes, dirigido ao Departamento de Licitação, deu origem ao processo que culminou no que pode se tornar outro grave escândalo envolvendo empresas mal intencionadas a promover desfalques aos cofres públicos municipais.

 

Em vídeo gravado pela própria prefeitura, que registrou a apresentação das empresas e o pregão presencial, de cerca de uma hora e meia, apesar do áudio deficiente, o jovem empresário, Victor Bobadilla Bazan Junior, aparece finalmente para confirmação de nossas matérias de cunho investigativo, de que se trata da mesma pessoa que retirou seu perfil do Facebook do ar.

No vídeo, o representante da empresa concorrente, Leblon Tecnologia e Serviços,  Elizeu Lins, a partir dos 0:52′:35″ segundos, começou a reagir inconformado o tempo todo com a desproporção e viabilidade operacional de cada preço oferecido pelo proprietário da empresa Climatec, que a cada novo lance cobria todos os valores do concorrente no pregão presencial, com preços bem abaixo do mercado de peças, segundo o representante da empresa Leblon, desse ponto do vídeo em diante são só indagações de inconformidades com os preços praticados pela Climatec..

Diante do pregoeiro, visivelmente indignado, sob protestos e ressalvas, o representante da empresa Leblon, Elizeu Lins, contestou veementemente e apresentou questionamentos quanto a impossibilidade de qualquer empresa praticar os valores que estavam sendo apresentados pela empresa Climatec, questionando cara a cara o seu oponente, como seria possível realizar o serviço e que dizendo em alto e bom tem que “tem alguma coisa errada aí”, que meio sem jeito e sem respostas, soltava umas risadinhas de deboche das reprovações do concorrente.

VEJA O VÍDEO GRAVADO E DIVULGADO PELA PREFEITURA:

Em seu parecer jurídico de nº 136/2019, antes mesmo do início do processo, a Procuradora do município, Camila Maria Domingues Marquezini, demonstrou preocupação quanto a forma como estava elaborado o processo, e incluiu algumas recomendações ao Departamento de Licitações, para que a pesquisa de mercado e o balizamento dos preços fossem refeitos justamente por que estavam apontando valores desproporcionais aos praticados no comercio consultados, bem como a identificação dos locais aonde seriam utilizados os serviços licitados.

[scribd id=420383680 key=key-TlntfyBFTMyDDOF8PXAv mode=scroll]

LICITAÇÕES DE “CARTAS MARCADAS

Em pesquisas jurídicas realizadas por nosso departamento jornalístico encontramos processos no Tribunal de Contas e prefeituras que indeferiram algumas participações e recursos presentados pela Climatec, justamente por querer contestar outras empresas que participaram de licitações.

Na prefeitura de Nobres, a empresa recebeu um parecer da Assessoria Jurídica do município, assinada pelo Dr. Moacir Ribeiro, em 24 de novembro de 2018, que constataram irregularidades da empresa, que poderiam comprometer o processo licitatório, e por fim recomendou ao município a anulação integral do processo de licitação.

A base para a recomendação de anulação da licitação, atestada pelo Assessor jurídico da prefeitura de Nobres se deu pelo fato de que as (VICTOR BOBADILLA BAZAN JUNIOR – 01028468121) e (GISELI CRISTINA DE SOUZA – 96170042168), apresentaram a Pregoeira  e a Comissão do processo, durante  a realização do Certame, no processo 058/2018, envelopes de habilitação que demonstravam aparente ajuste/combinação de preços entres as duas empresas, tendo sido suspensa imediatamente pela Comissão licitatória e encaminhada ao jurídico da prefeitura com a seguinte declaração:

“As empresas inabilitadas, apresentaram documentação na fase de credenciamento, declarando sob pena de lei que cumpriam todos os requisitos da habilitação e ao abrir os seus envelopes foi constatado que tal declaração era falsa, suspeitando de uma possível combinação entre as empresas inabilitadas, para o benefício de outra empresa ou até mesmo uma possível intenção de frustrar o certame, visto que só restou habilitada uma única empresa, a pregoeira e a comissão decidiram suspender a sessão e encaminhar os fatos para a análise jurídica”.

A conclusão da assessoria jurídica do município, confirmou as irregularidades e atestou a nulidade em caráter absoluto do procedimento licitatório:

Parecer prefeitura de Nobres

Durma-se com um estrondo desses…

Obra mau sinalizada, teria sido a causa de acidente quase fatal na ponte...

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Após denúncia sobre "empresa de gaveta" que ganhou licitação milionária, perfil do proprietário é apagado do Facebook

Em menos de 24 horas o perfil foi retirado do ar e todas as imagens do jovem e genial empresário que fatura milhões em licitações com prefeituras do Mato Grosso sumiram da redes sociais.

Não registro mais nos diretórios da rede social Facebook sobre Victor Bobadilla Bazan Junior

Mesmo com perfil de 1.541 amigos, a página pessoal do jovem empresário de 20 anos, que acumula fortuna terceirizando licitações em cinco prefeituras de Mato Grosso foi retirada do ar após matéria publicada ontem (24/07), aqui pela nossa Coluna AF – Análise dos Fatos, no portal de notícias MatoGrossoAoVivo.

A matéria revelou também tanto no perfil de Victor Bobadilla Bazan Junior como no de David Willian, servidor público do setor de licitações de Alta Floresta, que intercedeu pelo “amigo” em uma ligação, se opondo a publicação dos fatos assim como como foram postados, havia uma notória relação de amizade entre os dois rapazes, que mantinham-se adicionados reciprocamente como amigos.

Não se sabe ainda se a página foi definitivamente excluída, ou apenas suspensa pelo usuário, o fato é que até a publicação desta matéria a mesma havia desaparecido da referida rede social.

Com certeza a retirada da página na rede social é um tentativa de apagar os rastros deixados quanto as inúmeras questões sem respostas que permeiam o esquema montado pelo empresário, e seus “amigos”, para ganhar as licitações em prefeituras do interior e depois sub-contratar empresas que prestem o serviço ao município, enquanto sua conta bancária se mantém abastecida sem que haja necessidade de “suar a camisa”, como qualquer empresário que preza pela moralidade na coisa pública.

LEIA TAMBÉM:

Posts not found

Além do Facebook, em outra rede social, chamada Linkedin, mais conhecida como uma janela de currículos e oportunidades para profissionais apresentarem suas qualificações, ainda permanece a página pessoal do jovem empresário, mas, só que lá apenas como um mero auxiliar administrativo da empresa Bom Futuro, da família Maggi, como foi noticiado ontem pela nossa coluna.

Na foto, com aparência mais jovem , o empresário aparece de terno, bem vestido e sempre em pose de selfies, indicando uma extrema atração e cuidado com própria imagem.

Nem prefeitura de Alta Floresta, muito menos o prefeito Asiel Bezerra, se manifestaram sobre a escandalosa situação de haver licitado um contrato do valor de R$ 1.2982,024,60 milhão de reais, provavelmente por que não acha que fez nada de errado, e por isso, manter-se-á calada até que a poeira venha baixar e o esquecimento permita que todos engulam mais uma sórdida relação entre a prefeitura municipal e os seus inescrupulosos vencedores de processos licitatórios.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

VÍDEO | Prefeitura de Alta Floresta faz licitação de 1.282 milhão para limpeza e manutenção de ar com "empresa de gaveta"

Proprietário da empresa confirma que não tem estrutura alguma para atender a demanda de serviços que serão prestados aos municípios em que vence as licitações, mesmo por que, segundo ele, sua empresa só trabalha com terceirização de mão de obra.

A licitação para o serviços de manutenção e limpeza dos ar condicionados da Prefeitura Municipal de Alta Floresta, que teve como data de abertura e publicação o dia 11/04/2019 (abril), no processo administrativo sob o nº 00000538/2019, foi realizada pela prefeitura, a empresa CLIMATEC  – Climatização e Refrigeração Eireli, com sede em Cuiabá, foi a vencedora e já está prestando serviços ao município a cerca de duas semanas, conforme dados dos Portal da Transparência do município. Apenas duas empresas participaram da licitação na época, sendo as duas da capital mato-grossense, Climatec e Leblon, e nenhuma do interior do estado ou mesmo de Alta Floresta.

A Climatec Climatização, venceu por que ofereceu o menor preço, em uma licitação que estaria inicialmente orçada em R$ 1.476,970,73 , ela saiu vitoriosa por ter abatido cerca de R$ 195,000,00 mil reais do valor original, assumindo o pacote de serviços pela quantia de R$ 1.282,024,60.

Até aí tudo bem, não fosse a estranha composição social da empresa vencedora, que foi aberta em 2017 com um capital de 3 mil reais e já em 2018 alçou seu capital social para 99 mil, sem alterar de endereço da sede, ampliar instalações ou angariar qualquer patrimônio físico a empresa, que foi localizada em um bairro populoso de Cuiabá, próximo ao presídio do Carumbé, região conhecida especificamente como bairro residencial.

Estranhamente, também chamou a atenção da reportagem, que em seu contrato social a sede da empresa, que se apresenta como empresa individual de Pequeno Porte (EPP), é ao mesmo tempo a residência pessoal do administrador, Victor Bobadilla Bazan Junior, um jovem de 20 anos, tendo nascido em 1999, conforme documentos anexados ao processo licitatório.

Em recente visita a capital de Mato Grosso, estivemos procurando o endereço da referida empresa, para constatar o patrimônio declarado e a estrutura que dará suporte as centenas de reformas, manutenções e limpezas de ar condicionados do município de Alta Floresta, que pode chegar ao número de mais de mil aparelhos a serem mantidos em funcionamento, já que a prefeitura achou por bem, não comprar novas máquinas, e confiar a quantia de R$ 1.282,024,60 as mãos de uma empresa “qualificada”, pelo menos no papel.

Pois bem, estivemos no endereço apresentado na licitação por dois dias seguidos, e descobrimos apenas um casa abandonada, sem ninguém por atender, a quem precise dos serviços oferecidos ao município de Alta Floresta, e muito menos os vizinhos souberam dizer se alguém mantém a casa como ponto comercial ou como moradia e comercio local, ou que venha alguém venha residir ou trabalhar no local.

A casa, que conforme endereço apresentado no contrato social de abertura da empresa, desde a sua fundação em (14/03/2017), está localizada no Bairro Novo Mato Grosso, na Rua Gonçalo Antunes de Barros, nº 14, configurado como sede administrativa da Climatec –  Climatização e Refrigeração Eireli, não passa de uma residência fechada, praticamente abandonada e que nunca se viu no local comercialização ou prestação dos serviços declarados nos documentos apresentados na licitação.

Não há qualquer registro no terreno da casa, de equipamentos, máquinas ou acessórios que venha a servir para atender aos requisitos da demanda listada pela prefeitura na execução dos serviços, diga-se de passagem, com uma lista gigantesca de serviços a serem prestados, mas, no local encontra-se apenas um terreno baldio com cerâmicas e lajotas encostadas na parede da casa.

Após constatarmos as deficiências estruturais da empresa, enquanto casa abandonada, que no papel apresenta-se como uma bem estruturada prestadora de serviços, com logomarca, funcionários, balancete patrimonial, com detalhamento de renda e patrimônio, mas, na prática é apenas uma local inoperante pra servir de endereço do contrato social.

Victor Bobadilla Bazan Junior

Entramos em contato telefônico com aquele que se apresenta como proprietário, Victor Bobadilla Bazan “Junior”, por meio do número de celular – 9.8126 – 9544, mesmo por que é o único que existe na documentação da licitação como contato comercial da empresa, e ouvimos da boca do mesmo, que na verdade não parecia ser a voz de nenhum rapaz de 20 anos, que não existe qualquer estrutura física para atendimento dos serviços oferecidos, e que ele,  enquanto administrador da empresa, trabalha “de porta em porta”, segundo ele uma “modalidade” de angariar serviços para depois terceirizar.

Para nosso espanto, descobrimos também na própria rede social do empresário, que ele trabalha como auxiliar de escritório na empresa Grupo Bom Futuro, de propriedade da família Maggi, e ficamos imaginando como seria possível uma pessoa, humanamente falando, dar conta de administrar um empresa que atende, conforme ele falou, cinco municípios, em contratos de milhões de reais, isso com certeza só uma investigação mais aprofundada dará conta de responder, ou será que as autoridades competentes não irão subestimar um jovem tão prolífico assim?

No meio administrativo e jurídico, esse tipo de modalidade também é conhecido como empresa de gaveta, aonde uma pessoa jurídica é criada com um número exorbitante de atividades a serem oferecidas no ramos de serviços e representações, mas, fisicamente nunca existe qualquer patrimônio ou estrutura comercial,  para responder aos possíveis desfalques que a empresa venha a sofrer ou causar em casos de sinistros e desvios de verbas públicas.

A empresa CLIMATEC, também apresentou nos documentos de licitação uma atestado de um técnico engenheiro mecânico da própria empresa, de que também presta serviços ao município de Mirassol do Oeste, uma espécie de “Carta de Referências”, quando na verdade, teria sim apresentar é um Laudo Técnico de Capacidade e Estrutura suficiente para prestação de serviços ao município, coisa que a prefeitura de Alta Floresta também nem se preocupou em conferir in loco.

ASSISTA O VÍDEO COM A LOCALIZAÇÃO DA EMPRESA E ENTREVISTA COM O DONO DA CLIMATEC:

EMPRESA BLINDADA PELO SETOR DE LICITAÇÃO

Após a ligação ao proprietário da empresa, poucas horas depois, exatamente as 16:10hs, fomos surpreendidos ao receber uma ligação de um celular de Alta Floresta, aonde um jovem, apresentando-se como David Willian, e se identificando como responsável pelo setor de gestão, bem como Fiscal da Ata de Registro de Preço, especificamente daquela licitação, que nos deixou mais ainda com “a pulga atrás da orelha”, levantando uma forte suspeita de que o que era apenas uma indecorosa contratação de uma empresa sem estruturas suficiente para merecer uma quantia tão vultuosa de valores, pode acabar se tornando um verdadeiro e novo escândalo do setor de licitações da gestão do Prefeito Asiel Bezerra (MDB).

Na ligação, David Willian praticamente assume apostura de “advogado” da empresa ganhadora, e ainda questiona, em tom de defesa, a nossa reportagem quanto a legitimidade da empresa poder ou não contratar serviços terceirizados, chegando a ponto de “interrogar” a nossa reportagem no intuito de nos forçar a revelar que havia feito a denúncia sobre a empresa.

LEIA TAMBÉM:

O servidor público municipal, demonstrou também em suas palavras que tinha um profundo conhecimento de como funcionava a logística da empresa, pois afirmou em alto e bom tom que equipamentos e peças de reposição da empresa ganhadora são trazidos diretos de Cuiabá, coisa que é bem atípico de se pensar, levando-se em conta que o papel dele enquanto fiscal da ata de preço deveria se restringir a conclusão do processo de contratação da empresa vencedora, e não como “intercessor jurídico” do andamento dos serviços que estão sendo prestados.

Ao fazer uma breve pesquisa nas redes sociais, pelo Facebook, descobre-se que tanto David Willian de Carvalho, servidor do município de Alta Floresta, no setor de licitações, quanto o proprietário da empresa Cuiabana, Victor Bobadilla Bazan Junior, mantém estreita relação de amizade bem antes do processo licitatório ser iniciado. Além disso, no perfil do proprietário da empresa, inclusive há registro de várias outras pessoas de Alta Floresta, mostrando que o mesmo nutri bons relacionamentos no município.

O próprio David Willian, revelou ainda a nossa reportagem outra informação valiosa que ainda não havíamos descoberto, de que na verdade, o proprietário da empresa não contratou cinco técnicos exclusivos para atender o município, mas sim, sub-contratou uma empresa no município, conhecida como INOVAR, que fica no setor G, a qual atua como preposto terceirizado para atender a demanda do serviços a serem fornecidos para a prefeitura, ou seja, se formos olhar pelo princípio da economicidade, se caso a prefeitura contratasse essa empresa do próprio município, talvez o valor do contrato teria uma redução expressiva para os cofres públicos, pois a empresa haveria de oferecer um custo bem abaixo do que um empresa que fica a 830 km de distância, mas, sabe-se lá por que, nenhuma empresa de Alta Floresta, ou mesmo de municípios vizinhos como Colíder  ou Sinop quiseram participar, ou se foram convidadas.

Pra completar a “presepada” da ligação indecorosa, o jovem servidor público, que ligou para a redação do nosso site por conta e risco, sem que nós se quer tivéssemos ainda contactado a prefeitura, fez questão de nos “convidar” para ir a prefeitura para “sentar e conversar”.

OUÇA A LIGAÇÃO FEITA PELO SERVIDOR PÚBLICO AO JORNALISTA DANNY BUENO:

[videopress bnpYPZSy]

A MAIOR QUANTIA DO VALOR SERÁ PARA MÃO DE OBRA DA EMPRESA

Voltando a questão dos valores, ao analisar a mão de obra e as peças a serem repostas nos aparelhos de ar da prefeitura de Alta Floresta, a empresa gastará só com limpeza, manutenção, instalação, dos aparelhos já surrados e desgastados das secretarias e autarquias, a bagatela de R$ 1.183.292,86 (Hum Milhão, Cento e Oitenta e Três Mil e Oitenta e Seis Centavos), ou seja, cerca de mais de 80% do orçamento, praticamente só com honorários de mão de obra, ou seja, aquilo que não envolve basicamente nenhuma reposição de peças ou acessórios, ficando essa parte de menor valor para o restante do que foi licitado.

Na lista interminável de atividades da empresa, que registra um número assombroso de prestação de serviços que vão desde jardinagem, conserto de veículos, obras e acabamentos para construções além da manutenção de ar condicionados, agora, nos leva a pensar, por que uma empresa que nem estrutura física possuí inclui tantas atividades a serem oferecidas?

Por que as prefeituras não se preocupam em vasculhar a capacidade técnica e estrutura operacional da empresa antes de declarar como ganhadora?

Será que os cidadãos de Alta Floresta não merecem uma satisfação maior do executivo a ponto de nem se preocuparem se a empresa poderá responder por prejuízos ou fraudes causadas ao município?

Com o que será que estamos tratando, descuido ou omissão?

Já que o executivo não se importa em fiscalizar as empresas que vencem as licitações, por que será que nossos vereadores não assumem o papel para o qual foram eleitos?

Com certeza, durante esses últimos 7 dias que faltam para terminar o recesso parlamentar é que nenhum deles fará nada para esclarecer a população por que essas coisas acontecem tanto em nosso município.

DOCUMENTAÇÃO DAS EMPRESAS QUE PARTICIPARAM DA LICITAÇÃO:

[scribd id=419656928 key=key-1v3tzBFEOMb71x9HVLMo mode=scroll]

VÍDEO | Prefeitura de Alta Floresta faz licitação de 1.282 milhão para limpeza e manutenção de ar com "empresa de gaveta"

Proprietário da empresa confirma que não tem estrutura alguma para atender a demanda de serviços que serão prestados aos municípios em que vence as licitações, mesmo por que, segundo ele, sua empresa só trabalha com terceirização de mão de obra.

A licitação para o serviços de manutenção e limpeza dos ar condicionados da Prefeitura Municipal de Alta Floresta, que teve como data de abertura e publicação o dia 11/04/2019 (abril), no processo administrativo sob o nº 00000538/2019, foi realizada pela prefeitura, a empresa CLIMATEC  – Climatização e Refrigeração Eireli, com sede em Cuiabá, foi a vencedora e já está prestando serviços ao município a cerca de duas semanas, conforme dados dos Portal da Transparência do município. Apenas duas empresas participaram da licitação na época, sendo as duas da capital mato-grossense, Climatec e Leblon, e nenhuma do interior do estado ou mesmo de Alta Floresta.

A Climatec Climatização, venceu por que ofereceu o menor preço, em uma licitação que estaria inicialmente orçada em R$ 1.476,970,73 , ela saiu vitoriosa por ter abatido cerca de R$ 195,000,00 mil reais do valor original, assumindo o pacote de serviços pela quantia de R$ 1.282,024,60.

Até aí tudo bem, não fosse a estranha composição social da empresa vencedora, que foi aberta em 2017 com um capital de 3 mil reais e já em 2018 alçou seu capital social para 99 mil, sem alterar de endereço da sede, ampliar instalações ou angariar qualquer patrimônio físico a empresa, que foi localizada em um bairro populoso de Cuiabá, próximo ao presídio do Carumbé, região conhecida especificamente como bairro residencial.

Estranhamente, também chamou a atenção da reportagem, que em seu contrato social a sede da empresa, que se apresenta como empresa individual de Pequeno Porte (EPP), é ao mesmo tempo a residência pessoal do administrador, Victor Bobadilla Bazan Junior, um jovem de 20 anos, tendo nascido em 1999, conforme documentos anexados ao processo licitatório.

Em recente visita a capital de Mato Grosso, estivemos procurando o endereço da referida empresa, para constatar o patrimônio declarado e a estrutura que dará suporte as centenas de reformas, manutenções e limpezas de ar condicionados do município de Alta Floresta, que pode chegar ao número de mais de mil aparelhos a serem mantidos em funcionamento, já que a prefeitura achou por bem, não comprar novas máquinas, e confiar a quantia de R$ 1.282,024,60 as mãos de uma empresa “qualificada”, pelo menos no papel.

Pois bem, estivemos no endereço apresentado na licitação por dois dias seguidos, e descobrimos apenas um casa abandonada, sem ninguém por atender, a quem precise dos serviços oferecidos ao município de Alta Floresta, e muito menos os vizinhos souberam dizer se alguém mantém a casa como ponto comercial ou como moradia e comercio local, ou que venha alguém venha residir ou trabalhar no local.

A casa, que conforme endereço apresentado no contrato social de abertura da empresa, desde a sua fundação em (14/03/2017), está localizada no Bairro Novo Mato Grosso, na Rua Gonçalo Antunes de Barros, nº 14, configurado como sede administrativa da Climatec –  Climatização e Refrigeração Eireli, não passa de uma residência fechada, praticamente abandonada e que nunca se viu no local comercialização ou prestação dos serviços declarados nos documentos apresentados na licitação.

Não há qualquer registro no terreno da casa, de equipamentos, máquinas ou acessórios que venha a servir para atender aos requisitos da demanda listada pela prefeitura na execução dos serviços, diga-se de passagem, com uma lista gigantesca de serviços a serem prestados, mas, no local encontra-se apenas um terreno baldio com cerâmicas e lajotas encostadas na parede da casa.

Após constatarmos as deficiências estruturais da empresa, enquanto casa abandonada, que no papel apresenta-se como uma bem estruturada prestadora de serviços, com logomarca, funcionários, balancete patrimonial, com detalhamento de renda e patrimônio, mas, na prática é apenas uma local inoperante pra servir de endereço do contrato social.

Victor Bobadilla Bazan Junior

Entramos em contato telefônico com aquele que se apresenta como proprietário, Victor Bobadilla Bazan “Junior”, por meio do número de celular – 9.8126 – 9544, mesmo por que é o único que existe na documentação da licitação como contato comercial da empresa, e ouvimos da boca do mesmo, que na verdade não parecia ser a voz de nenhum rapaz de 20 anos, que não existe qualquer estrutura física para atendimento dos serviços oferecidos, e que ele,  enquanto administrador da empresa, trabalha “de porta em porta”, segundo ele uma “modalidade” de angariar serviços para depois terceirizar.

Para nosso espanto, descobrimos também na própria rede social do empresário, que ele trabalha como auxiliar de escritório na empresa Grupo Bom Futuro, de propriedade da família Maggi, e ficamos imaginando como seria possível uma pessoa, humanamente falando, dar conta de administrar um empresa que atende, conforme ele falou, cinco municípios, em contratos de milhões de reais, isso com certeza só uma investigação mais aprofundada dará conta de responder, ou será que as autoridades competentes não irão subestimar um jovem tão prolífico assim?

No meio administrativo e jurídico, esse tipo de modalidade também é conhecido como empresa de gaveta, aonde uma pessoa jurídica é criada com um número exorbitante de atividades a serem oferecidas no ramos de serviços e representações, mas, fisicamente nunca existe qualquer patrimônio ou estrutura comercial,  para responder aos possíveis desfalques que a empresa venha a sofrer ou causar em casos de sinistros e desvios de verbas públicas.

A empresa CLIMATEC, também apresentou nos documentos de licitação uma atestado de um técnico engenheiro mecânico da própria empresa, de que também presta serviços ao município de Mirassol do Oeste, uma espécie de “Carta de Referências”, quando na verdade, teria sim apresentar é um Laudo Técnico de Capacidade e Estrutura suficiente para prestação de serviços ao município, coisa que a prefeitura de Alta Floresta também nem se preocupou em conferir in loco.

ASSISTA O VÍDEO COM A LOCALIZAÇÃO DA EMPRESA E ENTREVISTA COM O DONO DA CLIMATEC:

EMPRESA BLINDADA PELO SETOR DE LICITAÇÃO

Após a ligação ao proprietário da empresa, poucas horas depois, exatamente as 16:10hs, fomos surpreendidos ao receber uma ligação de um celular de Alta Floresta, aonde um jovem, apresentando-se como David Willian, e se identificando como responsável pelo setor de gestão, bem como Fiscal da Ata de Registro de Preço, especificamente daquela licitação, que nos deixou mais ainda com “a pulga atrás da orelha”, levantando uma forte suspeita de que o que era apenas uma indecorosa contratação de uma empresa sem estruturas suficiente para merecer uma quantia tão vultuosa de valores, pode acabar se tornando um verdadeiro e novo escândalo do setor de licitações da gestão do Prefeito Asiel Bezerra (MDB).

Na ligação, David Willian praticamente assume apostura de “advogado” da empresa ganhadora, e ainda questiona, em tom de defesa, a nossa reportagem quanto a legitimidade da empresa poder ou não contratar serviços terceirizados, chegando a ponto de “interrogar” a nossa reportagem no intuito de nos forçar a revelar que havia feito a denúncia sobre a empresa.

LEIA TAMBÉM:

O servidor público municipal, demonstrou também em suas palavras que tinha um profundo conhecimento de como funcionava a logística da empresa, pois afirmou em alto e bom tom que equipamentos e peças de reposição da empresa ganhadora são trazidos diretos de Cuiabá, coisa que é bem atípico de se pensar, levando-se em conta que o papel dele enquanto fiscal da ata de preço deveria se restringir a conclusão do processo de contratação da empresa vencedora, e não como “intercessor jurídico” do andamento dos serviços que estão sendo prestados.

Ao fazer uma breve pesquisa nas redes sociais, pelo Facebook, descobre-se que tanto David Willian de Carvalho, servidor do município de Alta Floresta, no setor de licitações, quanto o proprietário da empresa Cuiabana, Victor Bobadilla Bazan Junior, mantém estreita relação de amizade bem antes do processo licitatório ser iniciado. Além disso, no perfil do proprietário da empresa, inclusive há registro de várias outras pessoas de Alta Floresta, mostrando que o mesmo nutri bons relacionamentos no município.

O próprio David Willian, revelou ainda a nossa reportagem outra informação valiosa que ainda não havíamos descoberto, de que na verdade, o proprietário da empresa não contratou cinco técnicos exclusivos para atender o município, mas sim, sub-contratou uma empresa no município, conhecida como INOVAR, que fica no setor G, a qual atua como preposto terceirizado para atender a demanda do serviços a serem fornecidos para a prefeitura, ou seja, se formos olhar pelo princípio da economicidade, se caso a prefeitura contratasse essa empresa do próprio município, talvez o valor do contrato teria uma redução expressiva para os cofres públicos, pois a empresa haveria de oferecer um custo bem abaixo do que um empresa que fica a 830 km de distância, mas, sabe-se lá por que, nenhuma empresa de Alta Floresta, ou mesmo de municípios vizinhos como Colíder  ou Sinop quiseram participar, ou se foram convidadas.

Pra completar a “presepada” da ligação indecorosa, o jovem servidor público, que ligou para a redação do nosso site por conta e risco, sem que nós se quer tivéssemos ainda contactado a prefeitura, fez questão de nos “convidar” para ir a prefeitura para “sentar e conversar”.

OUÇA A LIGAÇÃO FEITA PELO SERVIDOR PÚBLICO AO JORNALISTA DANNY BUENO:

[videopress bnpYPZSy]

A MAIOR QUANTIA DO VALOR SERÁ PARA MÃO DE OBRA DA EMPRESA

Voltando a questão dos valores, ao analisar a mão de obra e as peças a serem repostas nos aparelhos de ar da prefeitura de Alta Floresta, a empresa gastará só com limpeza, manutenção, instalação, dos aparelhos já surrados e desgastados das secretarias e autarquias, a bagatela de R$ 1.183.292,86 (Hum Milhão, Cento e Oitenta e Três Mil e Oitenta e Seis Centavos), ou seja, cerca de mais de 80% do orçamento, praticamente só com honorários de mão de obra, ou seja, aquilo que não envolve basicamente nenhuma reposição de peças ou acessórios, ficando essa parte de menor valor para o restante do que foi licitado.

Na lista interminável de atividades da empresa, que registra um número assombroso de prestação de serviços que vão desde jardinagem, conserto de veículos, obras e acabamentos para construções além da manutenção de ar condicionados, agora, nos leva a pensar, por que uma empresa que nem estrutura física possuí inclui tantas atividades a serem oferecidas?

Por que as prefeituras não se preocupam em vasculhar a capacidade técnica e estrutura operacional da empresa antes de declarar como ganhadora?

Será que os cidadãos de Alta Floresta não merecem uma satisfação maior do executivo a ponto de nem se preocuparem se a empresa poderá responder por prejuízos ou fraudes causadas ao município?

Com o que será que estamos tratando, descuido ou omissão?

Já que o executivo não se importa em fiscalizar as empresas que vencem as licitações, por que será que nossos vereadores não assumem o papel para o qual foram eleitos?

Com certeza, durante esses últimos 7 dias que faltam para terminar o recesso parlamentar é que nenhum deles fará nada para esclarecer a população por que essas coisas acontecem tanto em nosso município.

DOCUMENTAÇÃO DAS EMPRESAS QUE PARTICIPARAM DA LICITAÇÃO:

[scribd id=419656928 key=key-1v3tzBFEOMb71x9HVLMo mode=scroll]

VÍDEO | Prefeitura de Alta Floresta faz licitação de 1.282 milhão para limpeza e manutenção de ar com "empresa de gaveta"

Proprietário da empresa confirma que não tem estrutura alguma para atender a demanda de serviços que serão prestados aos municípios em que vence as licitações, mesmo por que, segundo ele, sua empresa só trabalha com terceirização de mão de obra.

A licitação para o serviços de manutenção e limpeza dos ar condicionados da Prefeitura Municipal de Alta Floresta, que teve como data de abertura e publicação o dia 11/04/2019 (abril), no processo administrativo sob o nº 00000538/2019, foi realizada pela prefeitura, a empresa CLIMATEC  – Climatização e Refrigeração Eireli, com sede em Cuiabá, foi a vencedora e já está prestando serviços ao município a cerca de duas semanas, conforme dados dos Portal da Transparência do município. Apenas duas empresas participaram da licitação na época, sendo as duas da capital mato-grossense, Climatec e Leblon, e nenhuma do interior do estado ou mesmo de Alta Floresta.

A Climatec Climatização, venceu por que ofereceu o menor preço, em uma licitação que estaria inicialmente orçada em R$ 1.476,970,73 , ela saiu vitoriosa por ter abatido cerca de R$ 195,000,00 mil reais do valor original, assumindo o pacote de serviços pela quantia de R$ 1.282,024,60.

Até aí tudo bem, não fosse a estranha composição social da empresa vencedora, que foi aberta em 2017 com um capital de 3 mil reais e já em 2018 alçou seu capital social para 99 mil, sem alterar de endereço da sede, ampliar instalações ou angariar qualquer patrimônio físico a empresa, que foi localizada em um bairro populoso de Cuiabá, próximo ao presídio do Carumbé, região conhecida especificamente como bairro residencial.

Estranhamente, também chamou a atenção da reportagem, que em seu contrato social a sede da empresa, que se apresenta como empresa individual de Pequeno Porte (EPP), é ao mesmo tempo a residência pessoal do administrador, Victor Bobadilla Bazan Junior, um jovem de 20 anos, tendo nascido em 1999, conforme documentos anexados ao processo licitatório.

Em recente visita a capital de Mato Grosso, estivemos procurando o endereço da referida empresa, para constatar o patrimônio declarado e a estrutura que dará suporte as centenas de reformas, manutenções e limpezas de ar condicionados do município de Alta Floresta, que pode chegar ao número de mais de mil aparelhos a serem mantidos em funcionamento, já que a prefeitura achou por bem, não comprar novas máquinas, e confiar a quantia de R$ 1.282,024,60 as mãos de uma empresa “qualificada”, pelo menos no papel.

Pois bem, estivemos no endereço apresentado na licitação por dois dias seguidos, e descobrimos apenas um casa abandonada, sem ninguém por atender, a quem precise dos serviços oferecidos ao município de Alta Floresta, e muito menos os vizinhos souberam dizer se alguém mantém a casa como ponto comercial ou como moradia e comercio local, ou que venha alguém venha residir ou trabalhar no local.

A casa, que conforme endereço apresentado no contrato social de abertura da empresa, desde a sua fundação em (14/03/2017), está localizada no Bairro Novo Mato Grosso, na Rua Gonçalo Antunes de Barros, nº 14, configurado como sede administrativa da Climatec –  Climatização e Refrigeração Eireli, não passa de uma residência fechada, praticamente abandonada e que nunca se viu no local comercialização ou prestação dos serviços declarados nos documentos apresentados na licitação.

Não há qualquer registro no terreno da casa, de equipamentos, máquinas ou acessórios que venha a servir para atender aos requisitos da demanda listada pela prefeitura na execução dos serviços, diga-se de passagem, com uma lista gigantesca de serviços a serem prestados, mas, no local encontra-se apenas um terreno baldio com cerâmicas e lajotas encostadas na parede da casa.

Após constatarmos as deficiências estruturais da empresa, enquanto casa abandonada, que no papel apresenta-se como uma bem estruturada prestadora de serviços, com logomarca, funcionários, balancete patrimonial, com detalhamento de renda e patrimônio, mas, na prática é apenas uma local inoperante pra servir de endereço do contrato social.

Victor Bobadilla Bazan Junior

Entramos em contato telefônico com aquele que se apresenta como proprietário, Victor Bobadilla Bazan “Junior”, por meio do número de celular – 9.8126 – 9544, mesmo por que é o único que existe na documentação da licitação como contato comercial da empresa, e ouvimos da boca do mesmo, que na verdade não parecia ser a voz de nenhum rapaz de 20 anos, que não existe qualquer estrutura física para atendimento dos serviços oferecidos, e que ele,  enquanto administrador da empresa, trabalha “de porta em porta”, segundo ele uma “modalidade” de angariar serviços para depois terceirizar.

Para nosso espanto, descobrimos também na própria rede social do empresário, que ele trabalha como auxiliar de escritório na empresa Grupo Bom Futuro, de propriedade da família Maggi, e ficamos imaginando como seria possível uma pessoa, humanamente falando, dar conta de administrar um empresa que atende, conforme ele falou, cinco municípios, em contratos de milhões de reais, isso com certeza só uma investigação mais aprofundada dará conta de responder, ou será que as autoridades competentes não irão subestimar um jovem tão prolífico assim?

No meio administrativo e jurídico, esse tipo de modalidade também é conhecido como empresa de gaveta, aonde uma pessoa jurídica é criada com um número exorbitante de atividades a serem oferecidas no ramos de serviços e representações, mas, fisicamente nunca existe qualquer patrimônio ou estrutura comercial,  para responder aos possíveis desfalques que a empresa venha a sofrer ou causar em casos de sinistros e desvios de verbas públicas.

A empresa CLIMATEC, também apresentou nos documentos de licitação uma atestado de um técnico engenheiro mecânico da própria empresa, de que também presta serviços ao município de Mirassol do Oeste, uma espécie de “Carta de Referências”, quando na verdade, teria sim apresentar é um Laudo Técnico de Capacidade e Estrutura suficiente para prestação de serviços ao município, coisa que a prefeitura de Alta Floresta também nem se preocupou em conferir in loco.

ASSISTA O VÍDEO COM A LOCALIZAÇÃO DA EMPRESA E ENTREVISTA COM O DONO DA CLIMATEC:

EMPRESA BLINDADA PELO SETOR DE LICITAÇÃO

Após a ligação ao proprietário da empresa, poucas horas depois, exatamente as 16:10hs, fomos surpreendidos ao receber uma ligação de um celular de Alta Floresta, aonde um jovem, apresentando-se como David Willian, e se identificando como responsável pelo setor de gestão, bem como Fiscal da Ata de Registro de Preço, especificamente daquela licitação, que nos deixou mais ainda com “a pulga atrás da orelha”, levantando uma forte suspeita de que o que era apenas uma indecorosa contratação de uma empresa sem estruturas suficiente para merecer uma quantia tão vultuosa de valores, pode acabar se tornando um verdadeiro e novo escândalo do setor de licitações da gestão do Prefeito Asiel Bezerra (MDB).

Na ligação, David Willian praticamente assume apostura de “advogado” da empresa ganhadora, e ainda questiona, em tom de defesa, a nossa reportagem quanto a legitimidade da empresa poder ou não contratar serviços terceirizados, chegando a ponto de “interrogar” a nossa reportagem no intuito de nos forçar a revelar que havia feito a denúncia sobre a empresa.

LEIA TAMBÉM:

O servidor público municipal, demonstrou também em suas palavras que tinha um profundo conhecimento de como funcionava a logística da empresa, pois afirmou em alto e bom tom que equipamentos e peças de reposição da empresa ganhadora são trazidos diretos de Cuiabá, coisa que é bem atípico de se pensar, levando-se em conta que o papel dele enquanto fiscal da ata de preço deveria se restringir a conclusão do processo de contratação da empresa vencedora, e não como “intercessor jurídico” do andamento dos serviços que estão sendo prestados.

Ao fazer uma breve pesquisa nas redes sociais, pelo Facebook, descobre-se que tanto David Willian de Carvalho, servidor do município de Alta Floresta, no setor de licitações, quanto o proprietário da empresa Cuiabana, Victor Bobadilla Bazan Junior, mantém estreita relação de amizade bem antes do processo licitatório ser iniciado. Além disso, no perfil do proprietário da empresa, inclusive há registro de várias outras pessoas de Alta Floresta, mostrando que o mesmo nutri bons relacionamentos no município.

O próprio David Willian, revelou ainda a nossa reportagem outra informação valiosa que ainda não havíamos descoberto, de que na verdade, o proprietário da empresa não contratou cinco técnicos exclusivos para atender o município, mas sim, sub-contratou uma empresa no município, conhecida como INOVAR, que fica no setor G, a qual atua como preposto terceirizado para atender a demanda do serviços a serem fornecidos para a prefeitura, ou seja, se formos olhar pelo princípio da economicidade, se caso a prefeitura contratasse essa empresa do próprio município, talvez o valor do contrato teria uma redução expressiva para os cofres públicos, pois a empresa haveria de oferecer um custo bem abaixo do que um empresa que fica a 830 km de distância, mas, sabe-se lá por que, nenhuma empresa de Alta Floresta, ou mesmo de municípios vizinhos como Colíder  ou Sinop quiseram participar, ou se foram convidadas.

Pra completar a “presepada” da ligação indecorosa, o jovem servidor público, que ligou para a redação do nosso site por conta e risco, sem que nós se quer tivéssemos ainda contactado a prefeitura, fez questão de nos “convidar” para ir a prefeitura para “sentar e conversar”.

OUÇA A LIGAÇÃO FEITA PELO SERVIDOR PÚBLICO AO JORNALISTA DANNY BUENO:

[videopress bnpYPZSy]

A MAIOR QUANTIA DO VALOR SERÁ PARA MÃO DE OBRA DA EMPRESA

Voltando a questão dos valores, ao analisar a mão de obra e as peças a serem repostas nos aparelhos de ar da prefeitura de Alta Floresta, a empresa gastará só com limpeza, manutenção, instalação, dos aparelhos já surrados e desgastados das secretarias e autarquias, a bagatela de R$ 1.183.292,86 (Hum Milhão, Cento e Oitenta e Três Mil e Oitenta e Seis Centavos), ou seja, cerca de mais de 80% do orçamento, praticamente só com honorários de mão de obra, ou seja, aquilo que não envolve basicamente nenhuma reposição de peças ou acessórios, ficando essa parte de menor valor para o restante do que foi licitado.

Na lista interminável de atividades da empresa, que registra um número assombroso de prestação de serviços que vão desde jardinagem, conserto de veículos, obras e acabamentos para construções além da manutenção de ar condicionados, agora, nos leva a pensar, por que uma empresa que nem estrutura física possuí inclui tantas atividades a serem oferecidas?

Por que as prefeituras não se preocupam em vasculhar a capacidade técnica e estrutura operacional da empresa antes de declarar como ganhadora?

Será que os cidadãos de Alta Floresta não merecem uma satisfação maior do executivo a ponto de nem se preocuparem se a empresa poderá responder por prejuízos ou fraudes causadas ao município?

Com o que será que estamos tratando, descuido ou omissão?

Já que o executivo não se importa em fiscalizar as empresas que vencem as licitações, por que será que nossos vereadores não assumem o papel para o qual foram eleitos?

Com certeza, durante esses últimos 7 dias que faltam para terminar o recesso parlamentar é que nenhum deles fará nada para esclarecer a população por que essas coisas acontecem tanto em nosso município.

DOCUMENTAÇÃO DAS EMPRESAS QUE PARTICIPARAM DA LICITAÇÃO:

[scribd id=419656928 key=key-1v3tzBFEOMb71x9HVLMo mode=scroll]

Pesquisar matérias no Blog

Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: