quinta-feira, 25 de julho de 2019

Após denúncia sobre "empresa de gaveta" que ganhou licitação milionária, perfil do proprietário é apagado do Facebook

Em menos de 24 horas o perfil foi retirado do ar e todas as imagens do jovem e genial empresário que fatura milhões em licitações com prefeituras do Mato Grosso sumiram da redes sociais.

Não registro mais nos diretórios da rede social Facebook sobre Victor Bobadilla Bazan Junior

Mesmo com perfil de 1.541 amigos, a página pessoal do jovem empresário de 20 anos, que acumula fortuna terceirizando licitações em cinco prefeituras de Mato Grosso foi retirada do ar após matéria publicada ontem (24/07), aqui pela nossa Coluna AF – Análise dos Fatos, no portal de notícias MatoGrossoAoVivo.

A matéria revelou também tanto no perfil de Victor Bobadilla Bazan Junior como no de David Willian, servidor público do setor de licitações de Alta Floresta, que intercedeu pelo “amigo” em uma ligação, se opondo a publicação dos fatos assim como como foram postados, havia uma notória relação de amizade entre os dois rapazes, que mantinham-se adicionados reciprocamente como amigos.

Não se sabe ainda se a página foi definitivamente excluída, ou apenas suspensa pelo usuário, o fato é que até a publicação desta matéria a mesma havia desaparecido da referida rede social.

Com certeza a retirada da página na rede social é um tentativa de apagar os rastros deixados quanto as inúmeras questões sem respostas que permeiam o esquema montado pelo empresário, e seus “amigos”, para ganhar as licitações em prefeituras do interior e depois sub-contratar empresas que prestem o serviço ao município, enquanto sua conta bancária se mantém abastecida sem que haja necessidade de “suar a camisa”, como qualquer empresário que preza pela moralidade na coisa pública.

LEIA TAMBÉM:

Posts not found

Além do Facebook, em outra rede social, chamada Linkedin, mais conhecida como uma janela de currículos e oportunidades para profissionais apresentarem suas qualificações, ainda permanece a página pessoal do jovem empresário, mas, só que lá apenas como um mero auxiliar administrativo da empresa Bom Futuro, da família Maggi, como foi noticiado ontem pela nossa coluna.

Na foto, com aparência mais jovem , o empresário aparece de terno, bem vestido e sempre em pose de selfies, indicando uma extrema atração e cuidado com própria imagem.

Nem prefeitura de Alta Floresta, muito menos o prefeito Asiel Bezerra, se manifestaram sobre a escandalosa situação de haver licitado um contrato do valor de R$ 1.2982,024,60 milhão de reais, provavelmente por que não acha que fez nada de errado, e por isso, manter-se-á calada até que a poeira venha baixar e o esquecimento permita que todos engulam mais uma sórdida relação entre a prefeitura municipal e os seus inescrupulosos vencedores de processos licitatórios.

Nenhum comentário:

Pesquisar matérias no Blog

Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: