terça-feira, 3 de maio de 2016

COMPLETO - Vídeo mostra momento que Miss Rondônia tem a coroa tirada e a...

Vídeo mostra momento em que miss perde a coroa, em Rondônia; assista
Colaboradora teria coroado por engano modelo que ficou em 2º lugar. (Letícia não aceita troca de coroa e pede recontagem aberta dos votos).

O concurso Miss Rondônia Mundo, realizado no penúltimo fim de semana do mês de abril em Cacoal, cidade localizada cerca de 480 quilômetros de Porto Velho, acabou em confusão após uma das organizadoras subir ao palco e 'descoroar' a então vencedora, Letícia Cappatto, representante da cidade de Ji-Paraná (RO). Ao G1, a organizadora do evento, Gleice Leitte, afirmou que subiu ao palco e corou a modelo Karliany Barbosa, representante da cidade de Cacoal, porque a colaboradora da agência coroou a 2º colocada, Letícia Cappatto, por engano. (assista o vídeo acima)
No vídeo, a cerimonialista Jaqueline Grohalski segura a coroa sobre as cabeças das finalistas quando a mestre de cerimônias pede que a vencedora seja coroada conforme o resultado dos jurados, mas Jaqueline coloca a tiara na cabeça da segunda colocada.

A coroa cai da cabeça de Letícia, e em seguida, Gleice vai ao palco, pega a coroa e a coloca em Karliany, que segundo a fala da mestre de cerimônia, é a real vencedora, com um total de 3.210 pontos.
Inconformada com a perda, Letícia e outras competidoras solicitaram a recontagem dos votos de forma aberta, mas as organizadoras teriam se trancado no banheiro e escondido os votos dos jurados.
As candidatas teriam denunciado que não havia uma pessoa responsável por fazer a contagem das notas. Gleice afirma que a denúncia não tem fundamento. "Quem disse que não havia uma auditoria está desinformado, e caso alguém queira conferir o voto de cada jurado temos a ficha com o voto de cada um, que está a disposição de quem precisar", afirma.

A vencedora Karliany Barbosa, de 23 anos, moradora de Cacoal, disse que não esperava vencer o concurso. "Se venci, foi com méritos meus. Em breve estarei indo para a fase nacional, com muito orgulho, respeito e profissionalismo, pois o concurso não visa só beleza e sim cultura, ética e conhecimentos sobre o estado de Rondônia", revela.


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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: