sexta-feira, 17 de agosto de 2018

A estranha candidatura "silenciosa" de empresário milionário da pecuária alta florestense

Para a surpresa de todos que moram em Alta Floresta, que já tinha como certa a candidatura de apenas 8 postulantes interessados no pleito estadual para uma vaga na Assembleia Legislativa, surge agora uma nona figura que nunca havia se interessado por política na região.

Entre os que  eram de conhecimento público, em alguns casos há anos, estão: Romoaldo Jr. (MDB), Rose Rampazio (PSL), Maria Izaura (PPS), José Vieira (PRB), Luis Bacanelo (PPL), Evandro Navarro (PODEMOS), Cristina Domingues (PPL), Edinho Paiva (PR), e que já haviam se manifestado publicamente para a população, como é de se esperar, porém, um nono candidato a vaga da Assembleia e que até a presente data era totalmente desconhecido do eleitorado, surgiu misteriosamente nas páginas do site do TSE após consulta prévia realizada por nossa equipe de reportagem.

Trata-se do empresário do ramo de compra e venda de gados, Jeremias Prado dos Santos, que surge com a sua candidatura pelo Democratas – DEM, com o número 25555, também conhecido por todos como “Jeremias Prado”. (LINK DA CANDIDATURA)

Entre os candidatos, Jeremias Prado, que prestou em sua declaração de patrimônio junto a Justiça Eleitoral o valor de R$ 3.222, 425,34 (Três milhões, duzentos e vinte e dois mil e quatrocentos e vinte e quatro reais e trinta e quatro centavos), já se destaca como o mais rico entre os candidatos por Alta Floresta e surge agora como uma “carta na manga” por alguma razão ainda desconhecida, apenas se sabe que o próprio candidato não faz questão alguma de alardear as suas pretensões políticas.

Por mais estranho que possa parecer, nada impede que um candidato fique em silêncio antes de ser dada a largada para os dias de campanha eleitoral, as vezes até mesmo por timidez, mas, a maioria faz questão sempre de anunciar até mesmo antes do dia previsto, porém no caso do candidato Jeremias Prado a coisa fica um pouco contraditória pois fontes seguras afirmam que se trata de uma pessoa que sempre faz questão de se portar como o centro das atenções por onde quer que tenha seu nome associado.

Resta saber como o público alta florestense receberá a notícia e qual seria a explicação de tamanho sigilo para com os eleitores que agora tem a difícil tarefa de sanear votos entre nove nomes a disputar os pouco mais de 35 mil votantes que o município possui, a única coisa que todos sabem mesmo é que há muitos anos o candidato é considerado um bom e velho amigo do também candidato Romoaldo Jr., e que tal candidatura poderia acabar se tornando uma bela forma de se desfazer uma amizade tão duradoura.

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: