Analisando a ausência das pessoas nas passeatas, conclui com meus botões que, um dos grandes fatores que impedem de o brasileiro ser o país mais avançado do mundo é o "orgulho", sim, simplesmente um orgulho tão besta quanto alienante.
Vou dizer por que, ando muito no comércio e escuto todos níveis de empresários, pequenos, médios e grandes, e nenhum deles precisa me falar que a sua empresa está atravessando a pior crise dos últimos 50 anos, pois a realidade está estampada em seus rostos e no vazio de suas lojas e departamentos de vendas, o comércio está deserto e as contas somadas a impostos extorsivos cada dia mais se tornam o carrasco de qualquer bom comerciante.
Por isso sei muito bem que tem dias em que não se consegue faturar nem 100 reais em algumas lojas de pequeno e médio porte da capital, porém os custos com funcionários e despesas diárias não cessam.
Muito bem, vamos a minha tese: Estes que deveriam ser os grandes incentivadores do nosso movimento, preferem ficar ao longe só observando pra ver se a "coisa cola", caso aconteça virão com mais tranquilidade, pois como empresário com comércio aberto em avenidas de renome comerciais na cidade não permite que os mesmos se "exponham" em situações "vexatórias" como declarar abertamente que esse governo está matando a classe empresarial, além do que não vai pegar bem pra "aparência" deles se forem fotografados presentes um movimentos que assumem tão abertamente a crise generalizada que está batendo as portas de todos, para um empresário assumir que está em crise , é o mesmo que confessar a sua própria incompetência administrativa, pois pensa que é o único responsável pelas demissões que terá que realizar, pelos fechamentos das filiais que terá que cortar ou mesmo por ter que diminuir o consumo de energia da sua lojinha ao apagar aquelas lâmpadas desnecessárias.
Quando na verdade, é apenas mais número na estatística de milhões de empresas espalhadas pelo país e assim prefere sufocar a sua revolta e indignação, disfarçando que tudo não passa de uma "marolinha" e que ele com sua grande capacidade administrativa vai encontrar em breve uma solução salvadora para seus problemas, e visto deste prisma não há lógica alguma em participar de movimentos que enfileiram pessoas reconhecidamente insatisfeitas com a situação caótica da economia, pra que, se eu logo, logo vou dar um jeito em tudo.
E assim vão mantendo as aparências até as últimas consequências, preferem fazer empréstimos de juros abusivos, extorsivos e desonestos em bancos, preferem reduzir as compras no mercado, preferem ter seus carros financiados sendo levados em buscas e apreensões, demitir funcionários de longas datas que o ajudaram a ser o que são ou até mesmo preferem fechar as portas a admitir que estão quebrados.
Admitir que estão errados, e que gostariam de estar presentes aos movimentos, mas preferem manter as aparências por puro orgulho e vaidade, pois afinal, o que vão pensar os outros empresários se os virem em uma foto de jornal, ou na telinha da TV gritando contra um governo que até ontem foi tão bem avaliado pela federações de comércio e as CDLs e as Associações Comerciais da vida.
O mundo inteiro sabem que o Brasil atravessa a pior crise econômica, ética, institucional, política, empresarial, industrial e social, só os nossos "sabidos" empresários é que não acreditam nisso, não acreditam nem que vão ter que mudar mudar os filhos do colégio particular, justificam que o problema está na instituição, que devido a crise decaiu em muito a sua qualidade de ensino, e assim, ledos e enganados sobre si mesmos cada dia mais caminham para o total fracasso de suas esperança forjadas no orgulho e na fraqueza de atitudes.
Quem me dera poder ver os grandes, pequenos e médios empresários do meu país se unirem em só bloco, e invocarem, começando através de seus funcionários e fornecedores uma grandes manifestação nacional, bastaria apenas uma, que paralisasse todas as cidades com o maior número possível de pessoas em uma só voz exigindo o respeito que merecemos, e que se não fossemos ouvidos, passaríamos a boicotar os pagamentos dos impostos como forma de protesto econômico, tenho certeza que a avaliação da classe política sobre a opinião pública mudaria da água para o vinho e muita coisa seria atendida por pressão popular.
Mas, pelo que vejo, sou só eu mesmo em minhas toscas divagações que pensa assim, quem sabe um dia surja um gênio da lâmpada e convença a classe empresarial do meu país a engolir o orgulho, abrir mão dessa vaidade corrosiva, arregaçar as mangas e sair às ruas pelo que verdadeiramente vale a pena se orgulhar, ou seja, acreditar de uma vez por todas que eu, você e todos nós juntos podemos sim assumir as rédeas da situação e fazer acontecer um futuro melhor, em nome de nossos pais, em nome de nossos filhos, de nossos empregados, amigos, vizinhos, enfim, em nome de Brasil desprovido de orgulho, um Brasil que aprendeu a lição e fez o dever de casa, livre, forte e comprometido com um legado diferente a ser mostrado ao mundo e as futuras gerações. Jamais vou deixar de acreditar nisso. - Danny Bueno.
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