segunda-feira, 8 de outubro de 2018

PSL de Mato Grosso ganha força com novatos eleitos e suplentes de destaque

Para quem acompanhou de perto os poucos recursos dos candidatos do Partido Social Liberal – PSL, em contraste com candidatos de carreira, em alguns casos, com altíssimo poder econômico, pode reparar que o Fenômeno B17, promovido pela onda de apoiadores do presidenciável Jair Bolsonaro, influiu em muito na escolha de novos nomes com o mesmo perfil do candidato a presidência.

Candidatos a deputado estadual e federal que alcançaram votos suficientes para o cargo e seus respectivos suplentes

 

Em Mato Grosso os novatos do PSL deram um show, não poderia deixar de ser diferente, em uma análise rápida, dos 37 candidatos a deputado estadual, juntos somaram 101.444 votos, uma quantia bem expressiva que daria, se bem administrados, pra eleger pelo menos cinco ou seis candidatos, mas, reinou a democracia e direito de cada cidadão que se candidatou em sonhar com uma das 25 vagas da Assembleia.

No caso dos deputados estaduais, o Fenômeno B17 não reverberou tanto quanto nas candidaturas dos deputados federais e senadores do partido, deixando a desejar na volumosa migração de votos solidários, como aconteceu na eleição de Nelson Barbudo e Selma Arruda.

Já os federais, juntos somaram 193.487 votos, tendo sido contemplados o polêmico Nelson Barbudo, que surpreendentemente tomou a vaga de Victório Galli, agora suplente, com mais de 100% de votos acima, dando uma amostra do fenômeno poder das redes sociais e da conversa direta com o eleitor politizado que navega em busca de novas opções.

Para senado, ou virada histórica foi a primeiríssima colocada, Juíza Selma Arruda, que mesmo sendo severamente bombardeada pelos adversários e traidores de plantão, aos 45 do segundo tempo, mostrou que sua história de vida e seus serviços prestados contra a corrupção ao povo de Mato Grosso não foram em vão, com a massacrante votação de 678.542 votos.

Nas suplências, formou-se um time de nomes bem escolhidos que tem seus domicílios eleitorais em cantos diferentes do Estado, para deputados federais, Victório Galli, Gina Defanti e Professora Elaine.

Para deputados estaduais, ficaram Gilberto Cattani, Dr Emílio Populo e Rose Rampazio (Rose do Tradição), que fala agora por nossa região norte a partir de Alta Floresta.

Em Mato Grosso, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro obteve 46,03%, contra 29,28% de Fernando Haddad (PT), coisa que não se via há muito tempo em números de votos perdidos contra o Partido dos Trabalhadores, que obteve 39,53% nas últimas eleições, contra 44,47% de Aécio Neves em Mato Grosso.

Com 100% das urnas apuradas em Alta Floresta, os números divulgados pelo TSE apontam os mais votados para o cargo de Deputado Estadual.

A ex-prefeita Maria Izaura foi a mais votada com 6.560 votos, seguida pelo ex-prefeito Romoaldo Júnior, 4.134 votos e pela empresária Rose Rampázio com 3.046 votos, sendo a grande revelação entre os três nestas eleições.

Maria Izaura, Romoaldo Jr. e Rose Rampazio ficaram como suplentes em em seus partidos pela região norte de Mato Grosso.

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: