quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Ata documentada é a prova inconteste de que governo se omite de assumir erro na mudança da Praça de pedágio

O documento, obtido com exclusividade pela nossa redação, assinado por todas as autoridades e representantes do governo estadual foi elaborado e documento minutos após a realização da audiência pública ocorrida em Alta Floresta.

Durante todo o processo de discussão sobre a nova localização da Praça de pedágio a ser construída no município de Alta Floresta, o governo do Estado tratou de se esquivar da responsabilidade e de dar uma solução ao erro grosseiro, causado após a audiência pública.

O parágrafo “Questionamentos”, na página 07, do documento produzido pelo Estado de Mato Grosso, intitulado Ata da Audiência 001/2019, Processo 448361/2017,  assinada pelo Secretário Adjunto de Engenharia da Secretaria de Estado de Infra-Estrutura – SINFRA, Sr. Rogério Ribeiro Árias, no item 04, se encontra de forma inquestionável que a resposta a pergunta do vereador Demilson Siqueira, quanto a localização exata da obra na MT 208:

“A praça de pedágio será instalada a 23 Km de alta floresta para não penalizar os moradores que residem próximo ao município de Alta Floresta”.

O governo estadual alega apenas que o contrato teria sido firmado com o governo anterior (Pedro Taques), e que por isso só poderia fazer algo dentro das possibilidades jurídicas e contratuais, “o que eu puder fazer eu vou fazer.. eu não vou fazer o que eu não puder fazer”, foi exatamente o que disse o secretário estadual de Infra-Estrutura, Marcelo de Oliveira, que ao ser cobrado sobre a possibilidade da mudança, se limitou apenas a dizer apenas isso, sem manifestar maior interesse pela causa dos produtores que o questionavam.

A mesma coisa foi demonstrada pelo vice-governador, Otaviano Pivetta, que segundo deputado Romoaldo Junior, é o responsável pelo setor de transporte no Estado, dentro do governo Mauro Mendes, ao se ver rodeado por jornalistas que esperavam uma resposta contundente na forma de uma solução viável para a questão e só ouviram promessas evasivas, e como bom político, se reservou ao direito de sair rapidamente do cerco da imprensa, mas, não sem antes usar dos velhos jargões de que tudo seria resolvido, “na semana que vem”, para o bem maior do povo de Alta Floresta, depois disto nunca mais mandou recado. 

Pois bem, na política, assim como na vida pessoal, a regra da obrigatoriedade de se cumprir os compromissos assumidos, ainda mais se for em público é uma questão de demonstrar seriedade, honestidade e honrar a própria calça que veste, pra isso existe até um velho ditado político que diz: “casou-se com a viúva, assuma os filhos”.

É claro que o próprio governo pode fazer uso desta frase e tentar se defender alegando que nesse caso o que resta a fazer é cumprir o contrato estabelecido entre a empresa e o governo anterior, lavaria suas mãos e empurraria a culpa pra cima daqueles que o antecederam, porém, ao fazer isso estaria assinando seu atestado de total incompetência administrava e governamental.

Pois bem, se foi o governo quem errou, não importa a sigla partidária a que este pertença, após estabelecer a distância acordada com o povo, em audiência pública legitimada, filmada, fotografada, documentada, assinada e sacramentada, tendo em mãos o tempo todo esse documento para balizar suas contratações, por que é que pratica a omissão de reconhecer que errou, e que seu erro sacrificará aqueles que simplesmente acreditam estar sendo governados por pessoas de bem?

Enquanto isso, a empresa se aproveita da omissão tácita do governo estadual e usa de artimanhas para empurrar os moradores do município com conversas fiadas, como a exemplo do início das obras na MT 208, que foi flagrado por um grupo de moradores que teve que impedir o avanço das máquinas colocando os veículos e a própria vida em risco, barrando as atividades dos funcionários que insistiam em continuar.

Como justificativa a empresa para o início das obras no local errado, segundo a audiência pública, a empresa simplesmente declarou em tom de anedota que houve uma “falha de comunicação”. 

Na sequência, agora já em tom de total desrespeito e visível deboche da cara dos moradores, agendou uma reunião com mais de 15 dias antecedência para definir de uma vez aonde será construída a Praça de pedágio, e na véspera do compromisso desmarcou alegando problemas de saúde de terceiros.

Ou seja, percebe-se que tanto a empresa, quanto o governo do Estado de Mato Grosso está brincando com a cara da população e com isso provocando uma situação de extrema instabilidade emocional, política e social na região norte.

Agora a pergunta que se faz e será que há ainda alguma centelha de boa fé por parte do governo, que seria sim nesse caso, o maior e único responsável pelo erro cometido em provar para a população de Alta Floresta e toda região norte de Mato Grosso, que votou expressivamente nesta legenda nas últimas eleições, para reconhecer  suas responsabilidades e corrigir aquilo deve ser corrigido?

VEJA A ÍNTEGRA DA ATA ASSINADA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA REALIZADA EM ALTA FLORESTA:

(Na página 7, está o trecho aonde o representante do Estado confirma a localização exata da obra).

1ª ATA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA ALTA FLORESTA

VÍDEO DAS PROMESSAS VAZIAS DIRIGIDAS PELO VICE GOVERNADOR A POPULAÇÃO:

VÍDEO DA AUDIÊNCIA PÚBLICA REALIZADA EM 2017 EM ALTA FLORESTA:

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: