sábado, 23 de novembro de 2019

Empresa da Praça do Pedágio de Alta Floresta descumpre compromisso em cima da hora alegando "problemas de saúde"

Segundo informações da promotoria de justiça, que estava a frente no contato com a empresa, um parente do responsável teve “problemas de saúde” que impediu o comparecimento ao compromisso marcado há mais de 15 dias.

Apesar do banho de água fria de última hora promovido pelo diretor da Concessionária Via Brasil, que havia firmado compromisso junto a Promotoria de Justiça de Alta Floresta, em comparecer junto ao Movimento de Moradores que está cobrando a alteração do local da Praça de pedágio, o integrantes realizaram uma carreata gigantesca que percorreu as principais ruas e avenidas do município, e a medida que os carros avançavam, mais e mais veículos se somavam aos integrantes do Movimento.

COMPROMISSO DESMARCADO EM CIMA DA HORA

A expectativa era enorme de que uma decisão favorável aos reclames da população fosse assumida pela empresa na pessoa de seu representante legal, mas, por volta das 21:30 hs da noite de Quinta feira (21/11 – véspera da reunião), chegou a informação, por meio do Promotor de Justiça do município, Dr. Luciano Martins, que em contato com o vereador Mequiel Zacarias, de que o mesmo estaria impedido de comparecer em razão de problemas de saúde com membros de sua família.

A reunião havia sido agendada pela própria empresa, desde o último dia 10/11 (Domingo à tarde), quando moradores surpreenderam máquinas de empresa Via Brasil trabalhando no local aonde a prefeitura de Alta Floresta havia embargado o Alvará a obra, em razão de uma petição popular apresentada por moradores do município via Câmara de Vereadores.

Durante os últimos dias o Movimento popular dos moradores, que adotou o nome de Movimento Pedágio a 23 KM, ganhou forças e se aliou a diversas entidades de classes e ao comércio em geral somando forças com a população, que manifestou apoio as lideranças do movimento em recentes pedágios realizados no centro da cidade para comunicar  a carreata em manifesto, que seria realizada no dia da reunião com a empresa.

ÁUDIO PRODUZIDO PELO MOVIMENTO PARA CONVOCAR A POPULAÇÃO:

MENSAGENS CONTRÁRIAS AO PEDÁGIO NO LOCAL ATUAL FORAM ESPALHADAS:

A própria Câmara de Vereadores de Alta Floresta, chegou a entrar com um requerimento, que foi recebido a justiça no último dia 19/11, pelo juíz de direito, João Thiago de França Guerra, junto a CONASA INFRAESTRTUTURA S.A., o Estado de Mato Grosso e a Agência Estadual de Regulação de Serviços Público Delegados – AGERMT.

Com o intuito de obrigar os órgãos estaduais responsáveis, a esclarecer quanto as afirmações emitidas em 2017, durante a primeira audiência pública produzida pelo governo do Estado para apresentar o cronograma da obra da Praça de pedágio, bem como sua localização exata.

Pois caso o Estado tenha omitido qualquer alteração do município e sua população deverá fazer a devida retratação pública e justificar quanto a necessidade de tal alteração na localização da obra.

Apesar da empresa ter desmarcado em cima da hora a tão esperada reunião, o movimento não se abalou e deu continuidade na carreata, mas, considerou de extrema falta de organização por parte da empresa, não dispor de nenhum outro membro da diretoria para tratar do assunto, deixando no ar uma dúvida quanto as reais intenções da empresa em atender ou mesmo conversar com a população sobre a possibilidade de ser alterada a localização da obra da Praça do pedágio.

Para alguns membros do movimento, a desculpa pela ausência na reunião não convenceu pelo espaço de tempo mais do que suficiente que a empresa teve indicar outro membro de sua diretoria pra comparecer ao compromisso.

Segundo a mensagem do Promotor de Justiça, Luciano Martins, descreve ao vereador, a empresa ficará de remarcar ou reagendar uma nova data, ainda na próxima semana, e que a obra seguirá paralisada até que ocorra a reunião e seja definido junto a população aonde será construída a Praça de pedágio da MT 208.

ASSISTA AO VÍDEO DA CARREATA POSTADO PELO MANIFESTANTES:

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: