sexta-feira, 16 de agosto de 2024

FOGO AMIGO | Servidor da ex-secretaria de Robson Quintino faz denúncia contra Tutti e Daiane

Na denúncia o servidor mira o presidente da Câmara, Oslen Dias (Tuti) e por tabela a jornalista Daiane Carvalho.

Uma denúncia protocolada pelo sistema eletrônico da Ouvidoria Ministério Público de Mato Grosso, datada de 10/5/2024, protocolada e assinada pelo servidor Fábio Fernandes Bonadeu, que é jornalista, ambientalista, e atua na da secretaria de Gestão, do ex-secretário de Gestão e Planejamento, Robson Quintino de Oliveira, e que curiosamente, foi exonerado no dia 2/7/2024,  com um salário de R$ 3.278,42 (como Técnico de comunicação), e depois foi readimitido na mesma secretaria, no dia 3 /7/2024, onde foi promovido com um salário de R$ 6.717,74 (como jornalista), e atualmente continua lotado no gabinete do seu ex-secretário.

Na acusação, que foi formulada por meio eletrônico, e foi colocada sob sigilo, aponta o vereador Tuti (Oslen Dias – PSDB), candidato a reeleição, bem como a jornalista Daiane Carvalho (PL), de supostamente praticarem propaganda eleitoral antecipada e abuso de poder econômico ou político.

 

 

 

 

 

 

Na denúncia, apresentada pelo servidor da atual gestão Chico Gamba, que na época estava sob o comando e fazia assessoria direta ao ex-secretário Robson Quintino, o servidor alega, trazendo como prova apenas um vídeo jornalístico, que tanto a sua colega de profissão, quanto o vereador Tuti fizeram uso da máquina pública e se “auto-promoveram politicamente”, ao gravarem uma matéria para o Programa “Giro Rural”, exibido pela TV Nativa de Alta Floresta.

Na denúncia também é afirmado, porém sem provas, que o presidente da Câmara teria supostamente feito uso recursos da Câmara Municipal para chegar até o local da entrevista.

Na matéria, o programa mostrou a obra da ponte sobre o Rio Teles Pires, que estava em andamento e o vereador Tuti foi convidado para ser o entrevistado pela sua proximidade política com deputado Nininho, que é o autor da emenda que possibilitou a construção da ponte, que esta sim foi a principal promovida na matéria.

Para atingir as candidaturas do vereador Tuti e da esposa do principal opositor a candidatura de seus patrões, o prefeito de Alta Floresta, Chico Gamba e Robson Quintino, Fábio Bonadeu não poupou narrativas que na verdade nem parece que foram escritas por ele mesmo, dado a riqueza de argumentos jurídicos.

No texto, o jornalista da prefeitura narra que ao entrevistarem o morador e proprietário da Pousada do Bisteca, no dia 10 de Fevereiro de 2024, Sr. João Lopes de Araújo (conhecido como “Bisteca”), que fazia uso de um boné escrito “TUTI” estariam assim promovendo propaganda eleitoral antecipada, com cerca de 6 meses antes do início oficial do pleito eleitoral.

 

O denunciante tenta em sua peça acusatória, envolver a Tv Nativa de Alta Floresta, emissora da Rede Record como co-autora do suposto crime eleitoral, mesmo sabendo que o programa “Giro Rural” é uma produção independente com contrato de espaço horário comprado e dirigido pela produtora privada da família da jornalista Daiane Carvalho, transmitido há quase de dois anos em caráter meramente informativo, sem nenhum cunho político partidário.

O que estaria por trás de tal denúncia premeditada?

Não segredo para ninguém da esfera política de Alta Floresta, que o ex-secretário de Gestão, Robson Quintino e o vereador Tuti nunca se “bicaram”, bem como o vereador sempre foi contra a escolha do nome de Robson Quintino para a vaga de vice-prefeito, justamente por ser o maior aliado do deputado Nininho que, conforme já divulgamos em matéria anterior, teve uma discussão ferrenha com o prefeito Chico Gamba, 3 dias antes da convenção partidária do União Brasil, onde Chico Gamba acabou “roendo a corda” na parceria de mais de 3 anos e meio com o deputado que o ajudou a se tornar prefeito.

Chega a ser cômico, pensar que Daiane Carvalho algum dia sonhou em ajudar politicamente o vereador Tuti, ainda que de forma pretérita, a conquistar votos antecipadamente, sendo que o mesmo foi o principal articulador que sabotou a candidatura de seu esposo nas eleições de 2020.

Quanto a acusação de “auto-promoção” por parte da jornalista, que é a âncora do próprio programa televisivo seria o mesmo que dizer que a brilhante jornalista política Cristina Graeml, candidata a prefeita de Curitiba, antes de se tornar candidata estava fazendo propaganda antecipada em sua atividade jornalística nas empresas em que trabalhou. Chega a ser hilário tal raciocínio.

Para quem conhece o famoso “bisteca“, sabe perfeitamente que o referido boné é usado diariamente pelo mesmo quase como se fosse um segundo couro cabeludo do empresário ribeirinho, que só foi entrevistado justamente por ser a maior referência social da região aonde está sendo construída a nova ponte, além de ser conhecido como uma figura já folclórica por seus mais de 20 anos de moradia no local com tudo conquistado com muito trabalho, humildade e simpatia adquirida junto a população de Alta Floresta e até internacionalmente.

FOGO AMIGO OU JOGO SUJO?

Resta saber agora, por quais razões o servidor ligado diretamente ao ex-secretário de gestão e atual candidato a vice-prefeito do prefeito Chico Gamba se prontificou em denunciar um aliado de primeiro plano da atual coligação entre PSDB e União Brasil, e demonstrar tamanho interesse em dar essa “facada nas costa” do vereador Tuti, que na época da denúncia, tanto ele como o deputado Nininho não tinham qualquer crise que justificasse tamanha “trairagem”, assim como são chamados os que se dizem aliados políticos e acabam traindo o próprio grupo a que pertence.

“E agora Tuti, Tuti, Tuti, Tuti…. Quero Ver!! “

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: