terça-feira, 11 de março de 2008

DEZOITO BRASILEIROS ENTRE OS MAIORES BILIONÁRIOS DO MUNDO.

Antonio Ermírio de Moraes
Ricardo Allan - Correio




O Brasil tem 18 bilionários, segundo a revista Forbes, que divulgou quinta-feira sua lista completa dos mais ricos do mundo.

Além do crescimento da economia e do dinamismo dos negócios, os brasileiros foram beneficiados por um fator meramente contábil: a desvalorização do dólar frente ao real, que foi de 22,2% no ano passado, inflou os valores dos empresários (o ranking é feito com base na moeda norte-americana).

O patrimônio do primeiro brasileiro na lista, Antonio Ermírio de Moraes, presidente do grupo Votorantim, cresceu de US$ 3,9 bilhões para US$ 10 bilhões. Ele ocupa a 77ªposição (veja quadro abaixo).

A fortuna da família Steinbruch, dona do grupo têxtil Vicunha e do Banco Fibra, também cresceu.

A matriarca Dorothea Steinbruch, 160ªno ranking, teve o patrimônio triplicado em um ano, passando de US$ 1,8 bilhão para US$ 6,1 bilhões.

As principais inclusões neste ano foram do presidente da EBX, Eike Batista (142º lugar, com patrimônio de US$ 6,6 bilhões), e do vice-presidente executivo da Porto Seguro Seguradora, a maior empresa do setor no país, Jayme Garfinkel (843 lugar, com bens no valor de US$ 1,4 bilhão).

A lista também contou com a saída dos membros da família Constantino, dona da companhia aérea Gol.

Cada um dos quatro irmãos tinha no ano passado uma fortuna de US$ 1,1 bilhão, mas saíram devido aos resultados da empresa e a desvaloriação de 48,02% das ações do grupo.

MAGO

O multibilionário norte-americano Warren Buffett, mago dos investimentos, desbancou Bill Gates no topo da lista.

Dono de uma carreira singular, sua voz é respeitada nas rodas políticas e econômicas.

Os presidentes dos Estados Unidos, George W. Bush, e do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Ben Bernanke, aguçaram os ouvidos quando Buffett garantiu, nesta semana, que o país já está em recessão.

Até gigantes das finanças, como George Soros, prestam atenção nos movimentos de Buffett, um norte-americano com cara de vovô apelidado de ‘‘oráculo de Omaha’’, cidade do estado de Nebraska onde nasceu há 77 anos.

A estratégia de aplicações montada por Buffet para a Berkshire Hathaway, companhia de investimentos que preside, valorizou a carteira da empresa.

O patrimônio de Buffett cresceu US$ 10 bilhões em um ano, atingindo US$ 62 bilhões, o que o alçou do número 3 à primeira posição do ranking das grandes fortunas.

O dono da Microsoft, Bill Gates, que ostentava o título havia 13 anos, caiu para o terceiro lugar (US$ 58 bilhões).

Ele foi ultrapassado pelo mexicano Carlos Slim, presidente do conglomerado de comunicações Telmex, cujo patrimônio aumentou em US$ 11 bilhões em um ano e chegou a US$ 60 bilhões.

Buffett é um nome conhecido entre os homens de negócio, mas que ainda passa relativamente incógnito entre o grande público.

Tem comportamento discreto e foge dos holofotes da vida do jet set internacional.

Ele fez fortuna comprando empresas do ramo produtivo ou financeiro. Sua estratégia é um misto de ousadia e conservadorismo bastante pessoal.

Ao mesmo tempo em que foge das ofertas iniciais de ações, evitando aplicar dinheiro em empresas que estão abrindo o capital, afirma que colocar todos os ovos numa única cesta pode não ser um mau negócio.

O executivo virou guru dos seus pares e um deus para os estudantes de administração mundo afora.

Seus conselhos estão espalhados em vários livros, sendo O Tao de Warren Buffet o mais recente.

Publicado no Brasil no início do ano, o livro traz 125 máximas aplicadas aos negócios. A maior parte delas mostra bom humor e pensamento incisivo:
‘‘Você deve investir seu dinheiro numa empresa que até um idiota consiga administrar, porque um dia um idiota o fará’’, ‘‘Eu seria um mendigo nas ruas com uma caneca de lata se os mercados fossem eficientes’’ e ‘‘Uma diversificação ampla só é requerida quando os investidores não entendem o que estão fazendo’’.

Segundo dos três filhos de um político que chegou ao Congresso, Buffett mostrou facilidade com os cálculos e tino para os negócios desde a infância.

Algumas histórias sobre ele chegam a ter conotação de lenda, como a vez em que comprou seis refrigerantes na mercearia do tio e os revendeu no mesmo dia com lucro de 20%.

Aos 11 anos, estreou no universo das companhias comprando três ações de uma companhia por US$ 38, que logo depois caíram para US$ 27.

Paciente, só as vendeu quando elas chegaram a US$ 40. Mas se arrependeu, pois elas subiram até US$ 200.

‘‘Fiz meu primeiro investimento aos 11 anos. Eu vinha desperdiçando a minha vida até então’’, disse.

segunda-feira, 10 de março de 2008

POLÍCIA FEDERAL ADMITE O USO DO PRINCÍPIO DA RECIPROCIDADE CONTRA OS ESPANHÓIS.


PARANÁ ON LINE
O chefe da Delegacia de Imigração da Polícia Federal (PF) na Bahia, André Costa de Mello, admitiu nesta segunda-feira (10) que a fiscalização de estrangeiros que chegam ao Aeroporto Internacional de Salvador foi intensificada na semana passada, após grupos de brasileiros terem sido impedidos de desembarcar no Aeroporto Internacional de Barajas, em Madri, na Espanha.

Desde a semana passada, doze espanhóis, um italiano e um norte-americano foram repatriados ao chegar à capital baiana.

Até então, o delegado da PF descartava a tese de que a repatriação de estrangeiros estivesse ligada aos casos de brasileiros retidos no aeroporto da capital espanhola. Ele alegava que o crescimento no número de casos, em média, o aeroporto de Salvador registrava seis por mês, era fruto de "uma coincidência".

Mello disse que na sexta-feira (7), um dia depois de sete espanhóis terem a entrada no Brasil negada por agentes da PF em Salvador, recebeu uma manifestação de apoio da Divisão de Controle de Imigração da PF, que avisou que ampliaria a determinação de fiscalizar com maior rigor a entrada de estrangeiros no País aos demais aeroportos nacionais.

Porém, ele nega que esteja ocorrendo abusos nas revistas. "Não sei como está a fiscalização nos outros aeroportos internacionais do Brasil, mas em Salvador estamos apenas cumprindo as leis de imigração", disse.

A PF na Bahia também divulgou hoje os nomes dos seis repatriados na madrugada de ontem - os espanhóis Antônio Baneztur, David Muñoz Garcia, Eloy Francisco Diaz Fernandez, José Ramon Alcobar Fierro e Paulo Pardon Ramon e o italiano Luca Savino. De acordo com Mello, eles foram proibidos de entrar no Brasil por não apresentarem bilhetes de volta, exigido para passageiros internacionais.

Criança é maior alvo de violência sexual, indica estudo:




Agência Estado [10/03/2008]



As crianças menores de 12 anos são apontadas como as maiores vítimas do abuso sexual, segundo pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

Elas representaram 43% dos 1.926 casos de violência sexual atendidos pelo Programa Bem-Me-Quer, do Hospital Pérola Byington, em 2007. Neste mesmo ano, foram notificados 517 casos de abuso contra jovens de 12 a 17 anos e outros 563 com vítimas maiores de 18 anos.

Os especialistas, segundo a Secretaria, são unânimes ao afirmar que a grande maioria dos agressores são pessoas próximas à criança e que fazem parte do núcleo familiar da vítima. Pais, padastros, amigos da família e vizinhos são os principais responsáveis pela violência contra crianças e adolescentes.

Em 2006, as notificações de casos de abuso contra crianças de até 11 anos representaram 42% do total. Em quase 15 anos de trabalho, o Pérola já computou cerca de 9 mil notificações de abuso sexual contra menores de 18 anos.

De acordo com a Secretaria, é preciso estar atento às mudanças comportamentais da criança, sejam elas sociais, familiares ou alimentares e não excluir a possibilidade do filho ser vítima de abuso sexual.

Além disso, é importante desenvolver uma relação de confiança entre pais e filhos e criar um espaço em que os filhos possam se expressar sem medo de punição. Esse tipo de abuso não costuma deixar sinais físicos como prova e, por isso, é preciso acreditar nos relatos e queixas dos menores.

Segundo a secretaria, quando a suspeita for identificada, a criança deve ser encaminhada para um profissional de saúde mental para receber o tratamento necessário. Uma vez confirmada a suspeita de abuso, o profissional ou a família devem notificar o Conselho Tutelar sobre o caso para que medidas de proteção sejam tomadas.

sábado, 8 de março de 2008

sexta-feira, 7 de março de 2008

MULHER "OBEDIENTE"

(MÔNICA VELOSO - MULHER DO ANO 2007)
Era uma vez um homem que tinha passado toda a sua vida
trabalhando e que poupara todos os centavos que ganhava.

Ele era realmente muito mão-de-vaca no que tocava ao seu
dinheiro.

Antes de morrer, disse à mulher:-

'Ouve-me bem! Quando eu morrer, quero que pegues todo o meu
dinheiro e o coloques

no caixão junto comigo. Eu quero levar todo o meu dinheiro
para a minha próxima encarnação

Dito isto, obrigou a mulher a prometer, que, quando ele
morresse, ela colocaria todo o seu dinheiro dentro do caixão
junto dele.

Um dia o homem morre.
Foi colocado dentro do caixão, enquanto a
mulher se mantinha sentada a seu lado, toda de preto,

acompanhada pelos amigos mais chegados. Quando terminaram a
cerimônia, e antes de o padre se preparar para fechar o
caixão,

a mulher disse:

-Só um minuto! '

Tinha uma caixa de sapatos com ela. Aproximou-se e colocou-a
dentro do caixão, juntamente com o corpo.

Um amigo disse-lhe: 'Espero que não tenhas sido doida o
suficiente para meteres todo aquele dinheiro dentro do caixão

Ela respondeu:

-'Claro que sim. Eu prometi-lhe que colocaria aquele dinheiro
junto dele e foi exatamente o que fiz.'

'Estás me dizendo que puseste todos os centavos que ele tinha
dentro do caixão com ele?'

'Claro que sim!' respondeu a mulher. 'Juntei todo o seu
dinheiro, depositei-o na minha conta e passei-lhe um cheque.'

A todas as mulheres inteligentes, um excelente final de semana !!!!
NÃO SE ESQUEÇAM DE COLOCAR O CHEQUE DEVIDAMENTE NOMINAL E CRUZADO...

Minutos de "Fama" ...



A TV Globo foi condenada a exibir na íntegra o depoimento de 90 minutos da doméstica Nely Passos, de 70 anos.
Em 2006, a emissora mostrou na novela Páginas da Vida uma gravação em que Nely dizia que se masturbava.
Nely alegou que assistia a novela com familiares e amigos e ficou constrangida quando seu relato foi ao ar.
A decisão foi da juíza Adriana Costa dos Santos, da 19.ª Vara Cível do Rio. A Globo recorreu.

CONFIRA O VÍDEO: YOUTUBE.COM

quarta-feira, 5 de março de 2008

(CLIQUE NA FOTO PARA AMPLIÁ-LA)

Processos com base na Lei de Imprensa estão suspensos.



O ministro Carlos Britto, relator da ação que contesta a Lei de Imprensa (Lei 5.250/67), afirmou ao Consultor Jurídico que todos os processos com base nos 22 dispositivos suspensos da lei estão sobrestados. Ele explicou que a decisão do Supremo Tribunal Federal, que suspendeu liminarmente artigos da legislação, também suspende automaticamente o andamento dos processos.

No dia 27 de fevereiro, o Plenário do Supremo manteve parte da liminar de Britto. Na sessão, os ministros discutiram a possibilidade de manter os processos em andamento e de os juízes usarem as regras dos Códigos Penal e Civil para analisar os processos baseados nos dispositivos suspensos.

Britto explicou ainda que decidiu de acordo com o parágrafo 3º, do artigo 5º, da Lei 9.882, que permite que os tribunais suspendam o andamento de processos ou os efeitos de decisões judiciais relacionadas com o que está sendo discutido em Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental.

Fonte: Revista Consultor Jurídico

RSF comemora retirada de projeto de lei de Expedito Jr. que amplia crime na internet.


www.comunique-se.com.br

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) afirmou nesta terça-feira (04/03) estar satisfeita com a decisão do senador Expedito Júnior (PR-RO) de retirar o projeto de lei que ampliaria a pena para crimes contra a honra quando cometidos pela Internet.

"As boas intenções nem sempre fazem leis adequadas”, observou a organização. A RSF explica que o senador tem razão ao se preocupar com o abuso do uso da Internet para difamar ou ofender outras pessoas. Porém, acredita que o projeto de lei é contrário à decisão do Supremo Tribunal Federal de suspender parte da Lei de Imprensa.

terça-feira, 4 de março de 2008

CAIU A LEI DO SENADOR EXPEDITO (RETRÓGRADO) JR.



Projeto de lei sobre crime na internet é retirado do Congresso

O senador Expedito Júnior (PR-RO) decidiu ceder às pressões da mídia e de outros parlamentares e retirar, nesta terça-feira (04/03), o projeto de lei 398 da pauta do Congresso. A proposta sugere que o aumento das penas por crimes contra a honra quando cometidos por meio da internet seja maior que o Código Penal.

Segundo o senador, há uma falta de compreensão da mídia sobre o tema. “Estão confundindo com a Lei de Imprensa”, disse ao Comunique-se. O senador acredita ser um erro considerar que seu projeto é contrário a jornalistas, se ele prevê o aumento de penas por crimes pela internet no geral e facilita as investigações pela polícia das penalidades.

Expedito Júnior afirmou que, depois de o Supremo Tribunal Federal decidiu, em plenário, pela suspensão de artigos da Lei de Imprensa, a confusão da mídia aumentou, ao se fazer pensar que o projeto do senador iria na “contra-mão” da liberdade de imprensa.

“Não tenho nada contra os jornalistas. Acredito que sem uma imprensa livre é impossível haver democracia no País. A citação, na justificação do projeto, a ‘pseudo-jornalistas’ é apenas um exemplo de fatos reais, que puderam ser constatados inclusive nas últimas eleições, quando a internet se transformou em importante ferramenta de campanha política, mas também passou a ser usada para crimes contra a honra”, afirmou o senador, em comunicado à imprensa.

Expedito Júnior afirma que a pressão pela mídia em geral – e em seu Estado em particular – contribuiu para que retirasse o projeto da pauta. Mas o fato é que só decidiu fazê-lo depois do editorial do Estadão de domingo.

O projeto 398/2007
O projeto de lei 398/2007 aguarda, até o momento, aprovação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em caráter terminativo. Depois disso, só precisaria passar na Câmara para ser colocado em vigor.

A proposta passou sem audiência pública, em 13/02, na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado. Expedito Júnior disse que pediu “verbalmente” a consulta pública ao relator Eduardo Azeredo (PSDB-MG). O relator, no entanto, afirmou à época que apenas poderia pedir uma audiência pública se esta fosse apresentada “formalmente” pelo autor do projeto.

Agora, o senador Expedito Júnior propõe uma audiência para discutir a questão. O parlamentar nega que esteja com receio de problemas para sua imagem pública com a pressão da mídia. Entende que a polêmica precisa ser elucidada. “Vamos discutir melhor o que fazer nesta terça (04/03)”, afirmou.

O senador acredita que uma das possibilidades de revisão do projeto é fazer com que a pena seja a mesma prevista no Código Penal para crimes contra a honra.



_____________VEJAM A MENTALIDADE RETRÓGRADA DE EXPEDITO JÚNIOR
Enquanto, no Poder Judiciário, o ministro Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal (STF), pronunciava a sua já histórica sentença liminar suspendendo a vigência da Lei de Imprensa - o mais tóxico dos entulhos deixados pela ditadura militar -, no Legislativo, a Comissão de Ciência, Tecnologia e Informação (CCT) do Senado aprovava, sem prévia realização de audiência pública, projeto de lei que, ao alterar o Código Penal, aumentando em um terço a pena para os crimes contra a honra praticados por comunicação eletrônica, na prática restringe as liberdades de opinião e expressão na internet.

De autoria do senador Expedito Júnior (PP-RO), o projeto também altera o Código de Processo Penal, determinando que a autoridade policial, ao ser informada desse tipo de delito, acesse o site indicado na internet pela vítima e imprima os textos ofensivos, que servirão de prova documental para embasar o boletim de ocorrência. Com isso, mesmo que o site venha a ser retirado do ar, a ação judicial poderá ser proposta pelo ofendido.

O projeto agora será encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça do Senado, para votação em caráter terminativo. Em vigor há mais de seis décadas, o Código Penal já prevê agravantes quando os crimes contra a honra - como injúria, calúnia e difamação - são praticados contra chefes de governo e funcionário público. Ao justificar a proposta de aumentar ainda mais o rigor das penas para esse tipo de ilícito, Expedito Júnior alegou que o desenvolvimento da tecnologia de comunicações, ao permitir que usuários de computador acessem informações e as retransmitam "numa cadeia sem-fim", ampliou as possibilidades de difamação de políticos.

"Tem sido muito comum a criação de sites de pseudojornalistas com o objetivo de caluniar, difamar ou injuriar autoridades e outras personalidades e destruir sua reputação. Isso mostra como a internet pode ser utilizada como verdadeiro instrumento do crime", disse o parlamentar de Roraima na exposição de motivos de seu projeto. "As repercussões sobre a honra, subjetiva e objetiva, são inquestionáveis", concluiu.

Embora circule muito lixo eletrônico na internet e as autoridades nem sempre consigam coibir com o devido rigor a proliferação de sites ofensivos, o que, à primeira vista, dá razão à iniciativa do senador Expedito Júnior, na realidade seu projeto é mais uma ameaça às liberdades de expressão e informação nas novas formas de comunicação. A advertência mais explícita nesse sentido foi feita pela Repórteres Sem Fronteira, uma ONG que desde 1985 atua na defesa da liberdade de imprensa em todo o mundo. Além de criticar a pressa com que a CCT votou a proposta, a entidade questiona a conduta do relator, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que considerou desnecessária a realização de audiências públicas para que a matéria pudesse ser discutida com as partes interessadas. Azeredo, como é sabido, foi duramente criticado por internautas após ter sido apontado como suspeito de ligação com o chamado "mensalão mineiro". Desde então, defende rígidas medidas de controle da difusão de informações pela internet. Uma delas é a criação de um cadastro nacional de e-mails sob responsabilidade do governo federal, o que viola a privacidade dos usuários de computador.

Como se vê, a mentalidade retrógrada de alguns parlamentares produziu mais uma tentativa de criar coerções legais para restringir o direito de informar e de ser informado e o direito de opinar e criticar assegurados pelo artigo 220 da Constituição, que trata da comunicação social. Ele é taxativo quando afirma que a "manifestação do pensamento e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão restrição".

Algumas entidades de jornalistas já começaram a se mobilizar para tentar derrubar o projeto do senador Expedito Júnior na Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça do Senado. Resta esperar que seus integrantes, que são formados em direito, tenham aprendido a magnífica lição do ministro Ayres Britto, do STF, saibam identificar os vícios jurídicos do projeto e o joguem no lixo.

(*) Editorial publicado na edição de 03/03/08 do jornal O Estado de S. Paulo

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: