segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Prefeito esfaqueou a população, diz Hermínio Coelho

Prefeito esfaqueou a população, diz Hermínio Coelho: " <(Leia completa na gazeta de Rondônia)

Se o prefeito Roberto Sobrinho já considera o aumento dos ônibus como fato consumado o desagrado de grandes setores da população com sua decisão continua repercutindo e desagradando até mesmo parcelas importantes de seu próprio partido que consideram que, devido as péssimas condições do transporte público, ao não cumprimento de compromissos mínimos que haviam sido acertados.


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Os fatos relativos ao aumento



A prefeitura de Porto Velho, através da Semtran reuniu-se no final da tarde da terça-feira (28) com representantes do SET (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Porto Velho), Conselho Municipal de Transportes da capital e um grupo de vereadores nas dependências do Teatro Banzeiros.


O motivo da reunião foi a proposta de aumento do valor da tarifa de transporte urbano da capital para R$ 2,90, sugerida pelos empresários do SET. O Conselho composto por respresentantes da sociedade civil organizada, entre elas sindicatos, OAB, comércio, deficientes, estudantes secundaristas e DCE da Unir votaram quase por unanimidade, apenas o representante dos empresários se abstve, contra um aumento sem contrapartidas. Na ocasião o então presidente da Câmara de Porto Velho, deputado eleito Herminio Coelho foi incisivo em ser contra considerando ser absurda a proposta.


Disse que a capital necessita de, no mínimo, 210 veículos e só conta hoje com 156 unidades, de forma que penaliza os trabalhadores com a demora, além da qualidade dos ônibus deixar muito a desejar.


O Conselho reclamou que os acordos na reunião de 2009 não foram cumpridos, como o terminal de integração de passageiros.



Assim havia votado o Conselho com todos os seus integrantes, mas, no fim de ano, no apagar das luzes de 2010, o prefeito para se abster de assumir a responsabilidade convocou apressadamente os membros que conseguiu reunir e, alguns, mudaram inteiramente, e de forma estranha, o seu voto, de forma que incompleto e contra a decisão anterior da maioria, por 5x2 se aprovou um aumento para R$ 2,60.


O vereador Hermínio Coelho, um dos que manteve sua posição contra, afirmou que 'O prefeito esfaqueou o povo ao dar um aumento de 17% quando o salário mínimo teve um aumento de apenas 5,9%.È uma traição ao que o Partido dos Trabalhadores-PT prega e não posso compactuar com este tipo de comportamento'. Segundo consta o aumento já foi assinado e o prefeito saiu de férias. Não conseguimos obter informações junto à Prefeitura que se encontra em recesso.



Repercussão altamente negativa



O hoje deputado Hermínio Coelho é um dos mais inconformados com o aumento. Prometeu ir à Justiça para tentar reverter a decisão do prefeito que considerou um presente de natal para os empresários de transporte coletivo, um monopólio que, aliás, fez um lei para quebrar e democratizar o transporte público.



Na posse do novo presidente da Câmara o prefeito nem sequer mandou representante, mas, isto não o poupou de ser alvo de discursos inflamados como dos vereadores Hermínio Coelho (PT) e Ellis Regina (PC do B) que não pouparam das críticas nem mesmo o secretário de Trânsito, Itamar Ferreira, o Itamar da Cut, de quem se esperaria que, pela história, fosse defender os interesses populares.


Por causa deste episódio houve a promessa de que a Câmara irá preparar um novo projeto para ser votado em fevereiro para limitar o poder da Prefeitura de Porto Velho nas questões envolvendo aumento de tarifa.



Hermínio Coelho, o mais revoltado, afirmou que a Câmara sempre foi parceira aprovando projetos de interesse do município, mas, o Executivo nunca respeitou o Legislativo Municipal. E desferiu uma crítica feroz dizendo que 'O prefeito precisa vomitar ou engolir esta tarifa covarde e traiçoeira. Foi uma verdadeira facada no peito da população', disparou.


Irritado, Hermínio ainda chamou o Conselho Municipal de Trânsito, por conta de alguns conselheiros que mudaram de posição, de 'marionetes' que deixavam a impressão de terem sido 'cooptados' por algum tipo benefício somente o que explicaria a mudança súbita de posição ou o 'mero servilismo' aos desejos do prefeito, embora fosse dele a responsabilidade final por este golpe no bolso da população.


As críticas do ex-presidente também foram para as empresas de transporte a quem ele classificou de ferida braba e câncer, pois explora e humilha a população com um serviço de péssima qualidade.


'Dia 25 de fevereiro vai acabar o prazo para que as empresas se adeqüem à lei que foi aprovada no ano passado que não só obriga a colocar mais ônibus nos itinerários, mas, que democratiza e exige a melhoria dos transportes. A Câmara deve estar atenta a esses prazos e cobrar o cumprimento da Lei', lembrou.



A vereadora Ellis Regina direcionou suas críticas ao atual secretário de transportes e trânsito, Itamar Ferreira.


'Naquela reunião que decidiu o aumento da tarifa eu não sabia dizer se o Itamar era secretário ou empresário, tamanha sua desenvoltura em defender os empresários das empresas de transporte', criticou. Para ela são estes tipos de postura que causam descrédito ao movimento sindical. Para a vereadora, existem sindicalistas e pelegos. 'Dizem que cada homem tem um preço, mas, se vender tão barato deste jeito é muito triste', disparou. Os vereadores pretendem realizar atos públicos no centro da cidade para protestar contra o aumento abusivo nas tarifas dos coletivos urbanos.

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: