terça-feira, 14 de maio de 2019

Após escancarar problemas na saúde de Alta Floresta, Secretária de Saúde é exonerada sumariamente pelo prefeito

Publicado em 14/05/2019 – 

A ex-secretária de Saúde, Roberta Cordeiro, afirma que foi surpreendida pela notícia de sua saída do quadro administrativo do município, simplesmente recebeu um comunicado de que não era mais a titular da pasta, no último dia 10/05.

Secretária exonerada por falar a verdade é considerada por todos vereadores como um exemplo profissional e de extrema boa vontade para com a população.

Cai de vez uma por todas a áurea de “bom moço” do prefeito Aziel Bezerra, que segundo alguns defensores ferrenhos é uma homem de “bom senso”, calmo e tranquilo e que não toma decisões levado pela emoção, pois ao fazer uso de suas atribuições executivas e exonerar, da forma mais fria e sumária possível, a secretária municipal de saúde, Roberta Cordeiro, revela a todos o nível de stress em que se encontra sua gestão e a mais completa falta de reconhecimento e consideração por aqueles que estão tentando ajudá-lo a salvar o município, chafurdado no desgoverno.

Fica cada dia mais difícil de se entender o que se passa de fato pela cabeça do chefe de executivo de Alta Floresta, pois quando a gente pensa que pelo fato dos secretários estarem trazendo a público as principais mazelas do município, aparentemente, como uma forma de dar o mínimo de transparência as parcas informações repassadas pela prefeitura, tanto aos vereadores como a população em geral, e que isso seria um lampejo de lucidez administrativa da parte do senhor prefeito e sua equipe, ele simplesmente assume o papel de sabotador de sí mesmo, e deixa claro que prefere adotar a vingança cega como regra máxima de sua gestão, e punir da pior forma possível, aqueles que tentam dar o seu melhor.

Há uns tempos atrás, ouvi da boca de um vereador que aqueles da imprensa que só criticam as ações de governo da prefeitura e o apoio dado a esta pela Câmara Municipal jogavam no time do “quanto pior, melhor”, pois bem, os fatos falam por sí mesmo, não há o que se acusar a imprensa local de jogar contra a prefeitura e os vereadores que apoiam esta gestão, pois o próprio prefeito  e seus asseclas demonstram com maestria que quando a gente pensa que a coisa está ruim, ele ainda consegue dar pincelada de mestre e deixar pior do que já estava.

Pelo menos, ao que parece, a cada sessão da Câmara os vereadores da base do prefeito vão se rendendo a razão e percebendo que a coisa do jeito que vai acabará que nem Nero deixou Roma.

Será que, esses vereadores criarão coragem suficiente para se unir aqueles que estão dispostos a criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI, e promover uma devassa na administração pública executiva? Ou vão esperar para esfaqueá-lo apenas na última hora, como Brutus fez a César?

Uma coisa eu tenho certeza, morrer abraçado no precipício que o prefeito está caindo é que não vão.

Eu, sinceramente, ainda confio mais no Ministério Público que demonstrou por várias vezes que se importa com a povo de Alta Floresta, e já recebeu, só  na última semana, pelo menos duas denúncias consistentes que podem sim levar o senhor prefeito, Aziel Bezerra a ser afastado da prefeitura, e isso, estamos falando só da parte da saúde, que deveria ser a sua principal marca administrativa, por se tratar de um profissional da área, mas, ainda bem que não está mais atuando, pois se fazia no campo profissional o que está fazendo na saúde de Alta Floresta, era melhor que nunca tivesse se formado.

Digo isso, por que todos sabemos que os médicos fazem um juramento de salvar vidas e honrar a sua medicina com as melhores praticas de saúde, esse juramento, chamado de juramento de Hipócrates é um voto sagrado que deveria servir como regra de vida para cada profissional da medicina moderna, mas, na prática não é nada disso que se vê nas ações da gestão do prefeito e médico Aziel Bezerra.

Vamos aguardar o desenrolar dos próximos capítulos desta tragédia grega e ver o que vem pela frente, de uma coisa eu tenho certeza, seja qual for o final dessa história, o povo sofrido e batalhador de Alta Floresta será sempre o mais prejudicado e esquecido pelos personagens principais, só sei que eu estarei aqui pra contar a história e mostrar o perfil de cada um, e dar a chance desse povo sofrido a julgar com mais prudencia na hora de escolher seus representantes políticos nas urnas das próximas eleições

COLUNA AF – ANÁLISE DOS FATOS (Danny Bueno).

 

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: