terça-feira, 7 de maio de 2019

ESTADO TERMINAL | Alta Floresta com um médico na prefeitura, a saúde na UTI e os vereadores "em coma"

Publicado em 07/05/2019 – 

Recentemente os vereadores do município defenderam que, se votassem contra a provação das contas do prefeito acabariam atraindo uma “imagem negativa” para a moral de Alta Floresta, mas, o que dizer do estado vergonhoso, calamitoso e precário em que se encontra a saúde municipal mesmo tendo um médico como prefeito?

80% dos vereadores ainda sonham com o despertar do prefeito para salvar o município

E AGORA SENHORES VEREADORES?

Quando os senhores se apoiaram na pífia retórica de que “votar a favor das contas do prefeito era votar por uma moral mais digna do município”, assinaram os vossos atestados de cumplicidade com tudo que aí está, seria a mesma coisa de compará-los com aqueles eleitores ignorantes das astúcias dos políticos, que cegados por uma dentadura, um quilo de carne ou de um saco de cimento, e tele-guiados por delinquentes mentais, desaguam na absurda concordância do: “Rouba, mas faz!!””” (Essa vale apenas para aqueles que  aprovaram as contas do prefeito, reprovadas pelo TCE).

O que é pior para a imagem de uma cidade, do que ter um prefeito que na hora que o povo mais precisa, este se volta contra as necessidades mais básicas de sua população, falta de remédios, farmácias básicas fechadas, perda de repasses e recursos e falta de profissionais suficientes para atender toda demanda da saúde que o município carece. E isso, estamos falando só da área da saúde.

Segundo a vereadora Elisa Gomes (PDT), falou na tribuna da Câmara Municipal na manhã desta terça-feira (07/05), está faltando desde o material para limpeza  a um único frasco de Dipirona em alguns postos de saúde e pasmem, alguns munícipes que estiveram presentes a sessão de hoje, vieram a Câmara denunciar ao vereadores que não há se quer ataduras e gases para tratar de um simples ferimentos nos postos de saúde.

É imprescindível que o Ministério Público se levante urgente, antes que a saúde do município morra de vez, e comece a tratar o assunto com a seriedade que precisa ser tratada, e não está sendo tratada pelo prefeito e vereadores, não há mais o que esperar, apesar de alguns vereadores esbravejarem na tribuna da Câmara, nem sonhem que essa atual legislatura, visivelmente comprometida até o pescoço, aí como está, jamais vai tomar a iniciativa de afastar o senhor prefeito Aziel Bezerra do cargo, mesmo por que, se o quisessem fazê-lo, já o teriam feito.

Alta Floresta clama por uma resposta enérgica para as mazelas que vem se acumulando ao longo dos últimos 12 meses, pelos menos, que seja apresentado um novo choque de gestão que recoloque as principais secretarias em dia com suas obrigações.

Isso sem falar nos escândalos administrativos que já estão se tornando rotina, vão desde vazamentos de conversas promíscuas entre prefeito e vereadores, condenações do TCE contra as últimas três gestões, devolução de quantias milionárias desfalcadas dos cofres públicos, bloqueios de bens do prefeito,  e a vergonhosa reprimenda, em tom de ameaça do TCE, obrigando a realização de Concurso Público.

Quando a Secretária de Saúde municipal, Roberta Cordeiro, esteve reunida com os vereadores na semana passada, muitos vereadores da base do prefeito bateram no peito e ameaçaram o afastamento, após isso, duas sessões ordinárias já aconteceram, e os discursos continuam os mesmos: “Dotô Aziel e sua equipe tem que aprendê a fazer planejamento… mas, ainda tem meu voto de confiança, pois é um homi bom”

Ora meus caros, se algum dia tivessem tido a vontade de planejar uma Alta Floresta melhor, já o teriam feito… será que nossos vereadores não percebem que não cola mais esse joguinho “de faz de conta”, ou seja, “a gente finge que tá cobrando e vocês fingem que vão fazer..” Tenham certeza, o povo não engole mais essas frases ensaiadas.

A minha avó, Dona Rose, amada por todos e primeira mulher a pisar em solo Alta florestense, do alto de sua sabedoria adquirida nas aldeias das tribos do índios Coroados, no Paraná, sempre me disse: “Quem não escuta conselhos, escuta coitado!” – 2020 está aí!

OUÇA ABAIXO A SESSÃO ORDINÁRIA DESTA TERÇA (07/05), COM OS DISCURSOS DOS VEREADORES :

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: