segunda-feira, 24 de junho de 2019

Abandonada por representante na Assembleia, Alta Floresta padece com falta atenção e é socorrida por deputado de Cuiabá

Após ser rechaçado nas urnas por suas pífias contribuições políticas para com o município, Romoaldo Junior dá o troco abandonando de vez o município que o fez nascer para a vida pública.

Os servidores de Alta Floresta aguardam há anos pelo cumprimento de promessas que nunca foram honradas.

 

Com domicílio eleitoral registrado no município de Alta Floresta, o deputado estadual Romoaldo Aloísio Boraczinsk Junior (MDB), que já está em seu quinto mandato na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, graças a expressivas votações sucessivas que sempre obteve do povo alta-florestense, após a última eleição de 2018, aonde obteve pouco mais de quatro mil votos no município, aonde antes não tirava menos de 9 mil, e ficou de suplente pelo MDB, sem vaga cativa, precisou de uma manobra política do governador Mauro Mendes (DEM), para assumir a uma cadeira e se manter no legislativo estadual.

Pois bem, passados o transe de ter perdido vergonhosamente a moral e os votos em Alta Floresta, que em resposta aos parcos recursos e projetos encaminhados ao município por Romoaldo Junior, o povo distribuiu os votos para outras candidaturas que se apresentavam com a proposta de renovação, porém, o número elevado de candidatos acabou por inviabilizar a eleição de um novo representante.

De lá pra cá, o deputado postiço, passou a demonstrar que em matéria de revanchismo sabe muito bem como maltratar aqueles que lhe viraram as costas, pois simplesmente passou a ignorar as mazelas e os gravíssimos problemas que o município atravessa, colocando em risco até mesmo as instituições que num passado bem próximo ajudou a trazer para o município.

Recentemente, o deputado fez questão de divulgar aos quatro cantos e promover com bastante alarde um Audiência Pública para “solucionar” problemas na área da telefonia da cidade, no município de Poconé, cidade com pouco mais de trinta mil habitantes, que fica a 100 km de Cuiabá, fazendo inclusive questão de dar publicidade no andamento e resultados obtidos com a audiência que teve sua intervenção política dedicada. (VEJA A MATÉRIA NO SITE DO DEPUTADO)

Provavelmente o deputado alta-florestense faz tanto tempo que não pisa, ou não quer pisar, mais em Alta Floresta, ou não utiliza uma linha telefônica do município, pois desconhece completamente o quanto a população sofre diariamente com a precariedade da internet, transmissão de dados e linhas de celulares que praticamente todas as operadoras fornecem, transformando muitas vezes a vida de empresas, bancos e instituições em verdadeiro caos, sem nunca ter recebido se quer uma sugestão da parte do nobre deputado para solucionar o problema em seu berço político.

Outra grave crise que o município atravessa e não recebeu se quer um telefonema da parte do deputado para com os servidores estaduais, que já vem se arrastando desde quando foi implantada, é a carência e o regime de urgência que a Perícia Oficial de Identificação Técnica – POLITEC, de Alta Floresta, tem enfrentado para atender o município e mais sete cidades, pois só conta com dois profissionais papiloscopistas e de apenas dois técnicos em necropsia, responsáveis, ainda, pelo atendimento dos municípios de Apiacás, Paranaíta, Nova Monte Verde, Nova Bandeirantes, Carlinda, Nova Canaã e Colíder.

Deputado Faissal Calil

A pedido da Câmara Municipal de Alta Floresta, que precisou enviar representante a Cuiabá, do mesmo partido de Romoaldo Jr, essa semana, o Deputado por Cuiabá, Faissal Calil (PV), que obteve apenas 37 votos em Alta Floresta, em sessão plenária da Assembleia Legislativa, na última terça-feira (18), indicou ao governo estadual a necessidade de aumentar o efetivo de profissionais peritos papiloscopistas e técnicos em necropsia para a POLITEC, instalada no município.

A demanda desses municípios tem sido desproporcional à quantidade de profissionais técnicos disponibilizados, o que inviabiliza que os atendimentos sejam realizados dentro de tempo razoável e com a qualidade mínima exigível para esse tipo de serviço, prejudicando diretamente a população de toda a região.

De acordo com o lotacionograma do primeiro trimestre de 2019, para o cargo de papiloscopista constam 238 cargos criados, sendo que somente 101 vagas estão ocupadas, restando 137 vagas em aberto. Já no cargo de técnico em necropsia, constam 86 cargos criados, porém, somente 43 foram ocupados, restando 43 cargos vagos, de acordo com o anexo I, da Lei n° 8.321/2005.

“Diante de toda a necessidade demostrada e da existência de cargos vagos, conforme apontado, solicito a ajuda dos demais parlamentares, para que juntos possamos conseguir a nomeação de mais servidores nos cargos citados, atendendo assim todos esses municípios”, finaliza Faissal.  

Neste mesmo dia, nenhum pronunciamento oficial do deputado Romoaldo Junior, que obteve 4.134 votos em Alta Floresta, foi registrado nos microfones da Assembleia, e nem mesmo a sua página pessoal de manifestou em favor de apoiar, endossar ou parabenizar o colega deputado que estava intercedendo pelo povo, nas barbas do ressentido deputado que apresenta-se em sua página nas redes sociais como “morador” de Alta Floresta, mas, ao que parece, na prática quer mais é distância desse povo. Durma-se com uma trombeta dessas…

PÁGINA OFICIAL DO DEPUTADO NO FACEBOOK:

NÚMERO DE VOTOS DO DEPUTADO ROMOALDO JUNIOR EM 2018 (FONTE: JUSTIÇA ELEITORAL – TSE):

NÚMERO DE VOTOS DO DEPUTADO FAISSAL CALIL EM 2018 (FONTE: JUSTIÇA ELEITORAL – TSE):

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: