segunda-feira, 10 de junho de 2019

Vereadores de Alta Floresta não localizam diversos itens relacionados em lotes que vão a leilão após minuciosa verificação


Publicado em 10/06/2019 – 

A falta de colaboração dos setores responsáveis da prefeitura de Alta Floresta é total, o que acaba dificultando ainda mais o processo de averiguação dos vereadores que se propuseram a constatar o estado dos itens a serem oferecidos no leilão.

Nem todos os veículos listados nos lotes foram encontrados nos locais de serviço que estavam relacionados.

Em quase duas semanas de trabalho e deslocamento para vários pontos aonde estão supostamente depositados os bens apresentados a leilão pela prefeitura municipal de Alta Floresta, o que se sabe na verdade é que além das sucatas depositadas de forma extremamente desorganizada e mal cuidada, existem muitos itens, como carros, motos, tratores e até ônibus, que estão ainda a serviço do município, foram colocados a leilão, mas, não são localizados quando requeridos ou não estão nos locais de trabalho que consta na lista.

A Comissão de Trabalhos do leilão organizado pela prefeitura municipal que deveria ser a principal responsável pela localização dos bens móveis e inservíveis relacionados nos 51 lotes apresentados de forma genérica pelo município, sequer aparece para dar satisfação ou acompanhar os trabalhos dos vereadores Elisa Gomes, (PDT), Dida Pires (PPS) e Mequiel Zacarias (PT), que arduamente tentam buscar a relação completa dos itens, nos últimos 15 dias, no intuito de comprovar a transparência do leilão, tem enfrentado vários transtornos com a falta de informação e demora na localização de alguns itens.

Bagunça generalizada

Ao que parece, da forma como foram apresentados os lotes, sem qualquer critério jurídico ou controle interno, não houve da parte da prefeitura qualquer preocupação do setor almoxarifado da prefeitura, se é que existe, em explicitar quais, quantos, marcas, modelos, ou mesmo descrevê-los e separá-los em setores específicos para uma melhor conferência, da forma como estão armazenados, amontoados em galpões sujos, insalubres e sujeitos a toda sorte de ferrugem e descaso, provavelmente os interessados em participar do leilão sairão extremamente decepcionados com a conservação dos bens, e nem tenham interesse em adquiri-los, em alguns casos, melhor seria declará-los como um risco a saúde pública e descartá-los direto no lixão.

Em nota encaminhada a imprensa hoje, a assessoria da vereadora Elisa Gomes declarou que está praticamente impossível conferir todos os lotes justamente por causa do deszelo e desorganização dos responsáveis pelo projeto da realização do leilão, que encaminharam a Câmara municipal uma lista , em grande parte, incompatível e desencontrada da lista do montante de bens declarados pela prefeitura.

NOTA DA ASSESSORIA DA VEREADORA ELISA GOMES:

Em continuidade aos trabalhos de vistoria dos itens a serem leiloados pela prefeitura municipal de Alta Floresta, a vereadora Elisa Gomes esteve na comunidade Santa Lúcia, almoxarifados da prefeitura e na sede do executivo para localizar os lotes do leilão.

            Para a vereadora, este trabalho visa dar respaldo ao leilão que a prefeitura está propondo.

“Estamos realizando este trabalho de verificação dos lotes, para que haja transparência nos trabalhos do executivo, principalmente porque se trata de bens públicos que serão leiloados”, disse a vereadora.

            A vereadora esclarece que não é contra o leilão e que os trabalhos que ela está desenvolvendo é para que ocorra dentro das normas, de maneira que não hajam brechas para futuros questionamentos.

            Sobre a vistoria a vereadora disse que há muito trabalho a ser feito, devido os itens estarem em diversos locais.

“Estamos fazendo o possível para localizar estes lotes, fomos em todos os locais especificados na Lei, mas não conseguimos localizar todos os lotes e alguns estão com descrições de estados físicos diferentes do anunciado”, conta Elisa.

            A vereadora disse que devido a estes problemas localizados, ela estará procurando a administração municipal, principalmente a comissão que está a frente do leilão para maiores explicações.

            “A prefeitura tem que arrumar um galpão para recolher todos os itens do leilão, nos almoxarifados está tudo amontoados, o que dificulta os trabalhos. Outra questão é que na Lei não explicita quantos itens e quais são eles”, complementa.

            A vereadora cita por exemplos materiais do almoxarifados. São centenas de carcaças de computadores, impressoras, no-breaks, cadeiras de dentistas, móveis, projetores, entre outros, na lei fala apenas em SUCATAS / SUCATEADOS / REAPROVEITÁVEIS, não especificando a quantidade e descrição dos itens. 

VEJAM OS ITENS ENCONTRADOS DURANTE A INSPEÇÃO DOS VEREADORES AOS BENS DISPONÍVEIS AO LEILÃO:

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: