domingo, 15 de dezembro de 2019

Projeto que prevê doação de terreno a empresa de Alta Floresta será rejeitado por unanimidade amanhã na Câmara

O projeto causou um verdadeiro furor na população de Alta Floresta que pretende invadir o plenário na manhã desta segunda feira (16/12), para olhar cara a cara cada vereador do município e ver qual deles terá a coragem de aprovar tamanha indecência.

O terreno localizado em plena avenida principal do Bairro Jardim Europa, tem enorme valor no mercado imobiliário.

ESSA PREFEITURA DE ALTA FLORESTA É UMA MÃE!!! (Guardem bem esse jargão).

O prefeito de Alta Floresta, Asiel Bezerra de Araújo (MDB), desta vez se superou em querer imitar um de seus antecessores, que no caso é o ex-prefeito e atual deputado estadual Romoaldo Junior (MDB), recém condenado em processo criminal, exatamente por praticar o mesmo estilo de doação irregular de terrenos do município.

Os vereadores do município de Alta Floresta, foram surpreendidos na tarde da última Sexta feira (13/12), com a convocação de sessão extra-ordinária na Câmara de Vereadores, nesta Segunda feira (16/12), às 9:00hs, por ordem do presidente da Câmara, Emerson Sais Machado (MDB), para atender ao “pedido” da prefeitura de aprovação de um projeto de doação de terreno a uma empresa de móveis, cujo teor não tem a menor razão de ser aprovado em regime de urgência, dada a falta de significância para o município diante de tantas outras mazelas que são ignoradas pela atual administração municipal, principalmente no que tange ao setores da saúde, obras e educação.

Desde que a notícia “vazou” e viralizou nas redes sociais, com imagens de documentações e ofícios do projeto a ser apresentado, a sociedade alta-florestense não fala em outra coisa nas últimas 48 horas, e já há grupos de Whatsapp se organizando para comparecer a Câmara Municipal de Alta Floresta, em protesto pela tentativa de favorecer  a uma empresa, em detrimento de tantas outras no município que por princípio de merecimento jamais foram lembradas com tamanha generosidade.

É claro que, os vereadores do município já sentiram a revolta geral sobre o caso que já está tomando proporções de manifestação popular, mas, pelo sim, pelo não, é muito importante que todos possam comparecer a Câmara de Vereadores Alta Floresta, amanhã, às 9:00hs, para mostrar aos nossos legisladores que o povo está cansado de tantas manobras imorais que tanto tem ocorrido na política do município.

Algo de muito podre, com certeza há por trás de tal projeto, pois para que o prefeito Asiel Bezerra venha a colocar a sua já tão desgastada moral política na reta, deve haver razões nada republicanas por trás de um projeto de tamanha ilegalidade e desigualdade, em franco desrespeito ao princípio da concorrência que rege a legislação municipal e federal.

É de se lamentar também que o presidente da Câmara Municipal, Emerson Machado, na condição de gestor da casa de leis, aceite de forma tão serviçal, e ainda atenda sem questionar tal projeto, em “regime de urgência”, em data igualmente inoportuna, em pleno final de ano, quando 99% dos órgãos públicos já estão em recesso e se afastando de suas atividades fiscalizadoras, para com isso empurrar goela abaixo da população um projeto que, se não tivesse sido revelado a população, acabaria por se tornar outro escândalo abafado de suas relações com o prefeito Asiel Bezerra, desde a história do 0800 e o caminhão “Carniça”, apelido dado “carinhosamente” pelos funcionários do setor de obras da prefeitura que o denunciaram por receber jogos de pneus e manutenção sem a comprovação de ato licitatório para tal.

Em resposta dada a questão, ao site Notícia Exata, o presidente da Câmara disse que está “analisando” o projeto e que não tem nenhum juízo formado ainda sobre a questão, e que entende que “pelo que eu vi é um projeto para ser montada uma fábrica para trazer geração de empregos e renda ao município”, ou seja, está em cima do muro e caso a repercussão não seja tão prejudicial assim a sua imagem política, quem sabe vota a favor. Mas, duvido muito que vá colocar a sua já combalida carreira política em risco por causa de uma única empresa. 

Diferentemente da postura do presidente da Câmara, todos os demais vereadores também confirmaram o que já disseram em outros canais de comunicação, ou seja, disseram que não tem a mínima intenção de votar a favor de uma proposta tão absurda em razão da falta de interesse público, de estudo de impacto de vizinhança na região da instalação da empresa o que na verdade deveria ter sido oferecido em um setor especificamente industrial, e não residencial e nobre como está sendo apresentado.

O custo do espaço, de 7.390 mt², “doado” a empresa, segundo laudos da própria equipe de arquitetura da prefeitura seria de R$ 1.921.400,00, porém, no mesmo bairro, com base nesta matemática, loteamentos criados com lotes de 200 mt², foram vendidos ao custo de R$ 80,000 cada, se o mesmo espaço fosse transformado em 37 lotes de 200 mt², o proprietário da área teria um imóvel valorizado em no mínimo R$ 2.960.000,00 de reais, uma soma de encher os olhos de qualquer empresário que saiba como supervalorizar seu patrimônio.

Vale informar, que o referido empresário, Leonardo Marcondes Rodrigues Farias, andou visitando de porta em porta, alguns vereadores para propor o convencimento de suas boas intenções para com a indústria oferecida, que segundo ele, detém um financiamento de banco, mas, acha muito caro os valores de imóveis no município.

No mais, vamos aguardar ansiosos para registrar o resultados de cada voto da “extraordinária sessão” que está marcada para amanhã, vai que algum vereador nos acuse de estar publicando “FAKENEWS”, estamos novamente noticiando com antecipação o que está para acontecer amanhã na sessão da Câmara Municipal, só que desta vez, não tem pra onde correr,  o povo vai saber de fato quem são os vereadores que estão de acordo com mais este desmando praticado pela administração do Dr. Asiel Bezerra e quem são os vereadores que terão vergonha na cara pra votar em favor da opinião pública.

LEIA ABAIXO O PROJETO CONFORME ENVIADO A CÂMARA PARA SER APROVADO EM REGIME DE URGÊNCIA:

projeto de doação do terreno a decomar

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: