segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Mudança na presidência do PSC da Alta Floresta gera dissabores entre as lideranças e saídas do partido

Durante a que passou semana, boatos de que teria havido uma “usurpação da presidência” percorreu os bastidores dos grupos políticos, mas, foram desmentidos pelo própria liderança que decidiu repassar a presidência para a atual representante do partido.

Alguns membros do partido estão duvidosos sobre continuar ou não com sigla em 2020

Na verdade, no mundo da política, todo mundo sabe que o bom político precisa ser um exímio “engolidor de sapos”, e nem todo mundo tem “estômago de aço”, a grande maioria dos que se envolvem em partidos e cargos de lideranças na política não tem esse perfil para se sentir a vontade e dar continuidade nos cargos assumidos.

Em conversa com o ex-presidente do Partido Social Cristão – PSC, o empresário Nelcir Krauser, apesar de ter concordado com o repasse da presidência para a também empresária Roseli Gomes da Silva Rampazio (Rose do Tradição), no último dia 04 de Dezembro, o mesmo se diz desiludido e decepcionado com certas atitudes de membros de seu partido, que em outras eleições decidiram abandonar o partido para tentar se eleger em siglas mais populares, e após perderem a eleição retornam com interesse de assumir o comando, mesmo tendo dado provas de sua instabilidade partidária dentro do grupo.

Para o ex-dirigente do partido, atitudes assim não lhe trazem segurança alguma para querer participar do quadro de liderança no partido, e que apesar de  continuar no partido, pretende muito em breve pedir a sua desfiliação, para ficar, de agora em diante, como mero expectador do cenário político municipal, apesar de insistentes apelos do deputado estadual, Xuxu Dal Molin (PSC), presidente estadual do partido, para que ele fique junto com o grupo.

O empresário também garantiu que toda transferência do partido foi feito com seu total conhecimento, após conversa com o secretário estadual do PSC, Valdinei Iori, que também retornou ao partido após fazer incursão no PSL, e lhe foi informado que a empresária estaria retornando ao partido para “somar”, mas a noticia não foi muito bem digerida pelo então presidente que decidiu abrir espaço e desistir de continuar na presidência do partido.

Para o empresário, não há mais clima para continuar, e além de ceder a presidência a nova titular, todos os membros de seu quadro administrativo foram substituídos por pessoas de íntima relação com a nova presidente e assessores diretos de sua campanha eleitoral em 2018.

Com a palavra, a nova presidente

Roseli Gomes da Silva Rampazio (Rose Rampazio ou simplesmente “Rose do Tradição”), em conversa conosco por telefone, nos disse que a história não foi bem como estão divulgando por aí, pois em nenhum momento pretendeu tomar a presidência do PSC, mas, aceito sim o convite de retornar ao partido, convite este feito pelo secretário Valdinei Iori e o próprio deputado Estadual, Xuxu Dal Molin, que insistiram para que a mesma assumisse a liderança para dar andamento nas atividades do partido que estavam a algum tempo paralisadas.

Rose Rampazio, afirmou ainda que fez questão de que tudo fosse feito as claras, e só aceitou assumir a vaga após diversas ligações por parte da executiva estadual, que relatou a inatividade do partido no município por mais de dois anos, entrando em estado de situação provisória, que é quando as lideranças deixam de promover atividades e prestar contas de natureza fiscal, e que caso ninguém assumisse a presidência o mesmo poderia ficar comprometido para as próximas eleições, pois existem prazos para as prestações de contas serem apresentadas. Mesmo assim a empresária ficou relutante pois não queria criar mágoa em ninguém.

A decisão definitiva de retornar a frente do partido se deu mesmo após a ligação do próprio deputado Estadual, Xuxu Dal Molin (Presidente Estadual do PSC), que segundo a empresária, fez um convite de natureza irrecusável, inclusive se comprometendo a ajudar em que puder para atender a cidade de Alta Floresta e região, mesmo não sendo parte de sua base eleitoral.

Para a empresária, é natural que nesses casos de transições algumas pessoas se sintam magoadas, pois fazem parte do partido há anos e contribuiram muito para que o mesmo se mantivesse, mas, que acredita na verdade e com o tempo todos vão perceber que não há nenhum outro objetivo em seu retorno no partido, a não ser o de desenvolver um trabalho voltado para o crescimento e reestruturação do partido em Alta Floresta.

Disse também que, assim como ela, muitas pessoa saíram do partido, cada uma com suas razões, mas, nada impede que as mesmas e outras pessoas que se interessarem retornem para ajudar o partido a se ganhar mais espaço no cenário político.

Farpas daqui, farpas de lá o que se sabe mesmo é que a boa política é a arte de superar as crises em prol de um bem maior da sociedade.

COMPOSIÇÃO DA NOVA PRESIDÊNCIA DO PSC EM ALTA FLORESTA:

SGIP - Consulta

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: