quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Diretora do HRAS de Alta Floresta "brinca" com a imprensa sobre as UTIs, afinal é em Fevereiro, ou é em Março?

DESINFORMAÇÃO GENERALIZADA|

Em recente entrevista gravada, concedida ao portal MatoGrossoAoVivo, a diretora teria afirmado que as UTIs seriam prontamente entregues antes do final de Fevereiro.

Em entrevista, a atual diretora do HRAS disse que a entrega não passaria de fevereiro de 2020.

A novela das UTIs do Hospital Regional Albert Sabin, de Alta Floresta, já rendeu vários capítulos dolorosos a toda população e a região norte, não bastasse já o que o povo tem que passar sem a entrega de Unidades de Terapia Intensivas – UTIs, prometidas há mais de 7 anos, desde 2012, tendo as obras sido iniciadas em 2016, e nunca cumpridas, entra governo e sai governo, no ano passado a diretoria anterior do HRAS, na pessoa da senhora Lúcia Tizo, promoveu um verdadeiro show de terrorismo e perseguição contra funcionários que reclamavam pela data da realização do processo seletivo, a ponto da justiça ter anulado a realização do mesmo e o Estado ter que alterar as datas para permitir que funcionários da unidade de saúde participassem.

Como resultado da lambança e perseguições internas da diretoria, dentro do Hospital Regional, que vinham sendo denunciadas pelos próprios funcionários, a ex-diretora “saiu de fininho”, transferida para a cidade de Colíder e uma nova direção foi formada para apaziguar as coisas dentro do HRAS.

É fato que, nos últimos meses não houve ainda qualquer manifestação dos funcionários quanto a continuidade das perseguições ou outras denúncias relacionadas desmandos que eram praticados anteriormente, porém, o município já cansado de esperar nas promessas políticas e eleitoreiras dos governos estaduais, já está calejado de confiar em recorrentes secretários de saúde que vem ao município e dão datas para a entrega das UTIs, desde o primeiro governo Pedro Taques.

Em audiência na Câmara Municipal, o secretário de saúde, Gilberto Figueiredo, garantiu que as UTIs seriam entregues ainda no mês de Novembro de 2019 – “Só que não”

A última promessa atual governo, Mauro Mendes (DEM), ocorreu no mês de Agosto do ano passado, pela boca do atual secretário estadual de saúde, Gilberto Figueiredo, que em visita ao município de Alta Floresta, garantiu que as UTIs seriam entregues sem atraso até “a primeira quinzena de Novembro”, balela… Novembro passou, final de ano chegou e nem se quer alguma satisfação foi dada a população.

Preocupados com a falta de informação sobre a entrega ou não das UTIs para o Hospital Regional, na última Sexta feira (17/01), a repórter Kariny Santos entrevistou a atual diretora, Sônia Venice, em sua sala dentro do Hospital Regional e a mesma garantiu que as UTIs seriam entregues antes do fim de Fevereiro.

DESENCONTRO DE INFORMAÇÕES

Na entrevista gravada concedida ao nosso portal, com mais de 13 minutos, a diretora Sonia Venice, afirmou categoricamente que as UTIs seriam entregue antes do final do mês de Fevereiro, pois faltavam apenas alguns aparelhos a serem instalados bem como alguns ajustes no setor e equipe.

TRECHO GRAVADO DA ENTREVISTA REALIZADA EM 17/01:

Em uma nova entrevista concedida ao jornal MT do Norte, na manhã do último dia (20/01), ao repórter Edemar Luiz Savaris, e reproduzido no site NativaNews, a mesma diretora, acompanhou o secretário estadual de saúde, em vistoria ao Hospital Regional na visita do dia 17/01, mudou a informação de que a entrega seria em Fevereiro, afirmando ao outro jornal que a mesma será entregue “mais tardar” em Março.

Diante de flagrante desinformação e falta de cronograma administrativo concreto, somos levados a pensar que o Hospital Regional de Alta Floresta continua sofrendo nas escolhas de seus gestores internos, o que refletem e comprometem diretamente na competência dos trabalhos executados e entregues a população.

No mundo administrativo, tanto público como privado, é sabido que projetos, obras e instalações precisam ser balizados metas reais e datas concretas, caso contrário nunca são concluídos, ainda mais quando se trata de obras pública aonde as empresas licitadas tem contratos leoninos e prazos apertados para cumprir seus serviços e receberem do Estado.

Ao dizer a imprensa que a entrega das UTIs serão hora em Fevereiro, hora em Março, a atual gestora do HRAS demonstra não ter noção do espaço e do tempo real que a mesma está sendo executada, isso sem contar os anos de atraso em que a obra se encontra.

Em conversa telefônica coma atual diretora, Sonia Venice, na manhã desta quinta feira (23/01), a mesma reformou sua fala confirmando que a entrega final das UTIs será realmente em Março, não se sabe a data correta, e que a parte estrutural será entregue ainda em Fevereiro, porém, o funcionamento das mesmas só se dará em Março, a gestora disse também se esqueceu desse “pequeno detalhe” durante sua entrevista.

Tal incerteza causa uma dor ainda maior a população que já está há anos com o estigma de São Tomé, ou seja, só vou acreditar nessas UTIs o dia que pudermos usufruir delas. Após tantos anos de promessas vazias, a população de Alta Floresta e região merece mais do que nunca uma tratativa mais séria quanto ao assunto dessas UTIs.

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: