sábado, 2 de janeiro de 2021

Com expectativa de 195 milhões em caixa Chico Gamba pode ter um ótimo início de mandato

Além do orçamento aprovado na Câmara Municipal de Alta Floresta, na ordem de R$ 167.140.741,00 para o ano de 2021, o ex-prefeito Asiel Bezerra declarou em público que os cofres da prefeitura represam R$ 28.634.000,00 a serem aproveitados na próxima gestão.

Prefeito eleito Chico Gamba em seu discurso de posse em 01/01/2021 – Danny Bueno

Em seu discurso de despedida, o agora ex-prefeito Asiel Bezerra (MDB), fez questão de mencionar que “pela primeira vez na história de Alta Floresta, um prefeito recebe a prefeitura com dinheiro em caixa”, se somados os valores do orçamento anual junto ao remanescente deixado nos cofres a cifra real que estará disponível para início de mandato do prefeito Chico Gamba (PSDB), chega a R$ 195.774,000,00.

Com relação ao orçamento anual aprovado pela Câmara Municipal, a prefeitura teve um acréscimo de menos de 10 milhões, em comparação ao orçamento aprovado no ano de 2020, que foi de R$ 157,8 milhões.

Apesar da posse ter transcorrido com tranquilidade, os desafios que o novo prefeito encontrará a partir de hoje para reorganizar o município conforme o plano de governo apresentado durante a campanha não vão ser nada condizentes com os valores disponíveis.

Pois lá estão estampadas ações para praticamente todos os setores administrativos que compõem a prefeitura, elencados em 13 “eixos estruturantes” na seguinte ordem apresentada na proposta de governo registrada junto ao TRE/MT, com 34 páginas:

  1. Saúde;
  2. Educação;
  3. Segurança Pública;
  4. Assistência Social;
  5. Cultura, esporte e lazer;
  6. Transporte mobilidade e acessibilidade urbana;
  7. Moradia, reordenação urbana e dos espaço públicos;(infraestrutura);
  8. Desenvolvimento Rural e meio ambiente;
  9. Empreendedorismo e cultura inovadora;
  10. Reorganização da gestão municipal;
  11. Alta Floresta criativa e sustentável;
  12. Apoio ao desenvolvimento econômico (empresarial);
  13. Ampliar a inserção regional e internacional;

Qualquer gestor público experiente já diria de cara que com os valores disponíveis abarcar todas as propostas seria economicamente impossível, e que em tese, caso venha a abordar todas essas diretrizes, o novo prefeito deverá sabedoria para começar com as prioridades imediatas, aquelas que mais estão incomodando a vida dos altaflorestenses, que penso eu ser as áreas da saúde, educação e infraestrutura.

Pelo seu perfil de homem do campo, inserido no ramo do agronegócios, é claro que o prefeito poderá, já desde o início, querer atrair mais impulsionamento junto ao setor como forma de reforçar o município economicamente, porém, precisa entender que o povo espera antes de mais nada que as principais mazelas deixadas pela gestão passada, ou as que nunca foram solucionadas, são mais aguardadas do que notícias de avanços no setor produtivo da nossa região, é obvio que tais notícias serão de enorme expectativa por parte de todos, porém, precisam ser apresentadas em seu tempo certo para que não haja o desvio nas coisas emergenciais.

Pelo sim, pelo não, o novo prefeito tem em mãos dinheiro suficiente pra dar um bom início em seu mandato, neste primeiro ano e com isso criar uma estrutura administrativa que venha atender seu plano de governo passo a passo, claro que isso tudo dependerá em cerca de 60% da competência da equipe de secretários montada, que ao longo deste primeiro ano deverão mostrar suas capacidades para além daquilo que foram chamados, pois terão que ter consciência que não podem ficar dependentes apenas da confiança depositada pelo prefeito, que que certamente sabe que sozinho não tem como coordenar tantas frentes de trabalho.

Além disso, a maior expectativa de todos é se o prefeito realmente terá as rédeas da prefeitura 100% em suas mãos para evitar o que já se conhece há mais de três décadas em Alta Floresta, como a distribuição de secretarias comandadas por grupos políticos contrários, que se apoderaram de setores administrativos por cargos  de carreira e que nunca abriram mão de encalhar e dificultar a gestão daquele que não seja pertençam aos seus interesses partidários.

Em seu emocionado discurso de posse tanto o prefeito quanto o novo presidente da Câmara Municipal, Oslen Dias (Tutti – PSDB), reafirmaram que chegou ao fim essa era dos grupos políticos que subdividem a administração municipal, e que a partir de agora haverá apenas um propósito de governar Alta Floresta, e nas palavras do vereador presidente, o seu partido, o PSDB, “é um só”, que juntos com as demais siglas, tornarão Alta Floresta uma cidade melhor.

“O Chico, não viu partido e não viu pessoas, viu Alta Floresta.. chega daquela briga antiga de grupos políticos… Somos todos Alta Floresta e pra frente Alta Floresta”..

Se assim for, e só o tempo revelará a verdade, quem mais tem a ganhar é de fato a população de Alta Floresta que há tempos anseia por uma administração livre das amarras da corrupção política que atrasou a sua explosão no desenvolvimento regional profetizada há quase cinquenta anos pelo desbravador Ariosto da Riva, como a futura “Princesa do Nortão.”

 

PROPOSTA DE GOVERNO DO PREFEITO ELEITO DURANTE A CAMPANHA ELEITORAL:

pje-e37dd2a0-Proposta de governo

 

VEJA A CERIMÔNIA DE POSSE DO PREFEITO ELEITO E O 13 VEREADORES DE ALTA FLORESTA:

 

FOTOS DA CERIMÔNIA DE POSSE:

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: