quinta-feira, 15 de julho de 2021

Moradora de Alta Floresta se diz prejudicada por exame da Policlínica, após ter 4 exames negativos em laboratórios diferentes

Ao todo, a moradora gastou cerca de mais de R$ 2.500 reais em exames para atestar com segurança que não estava contaminada com a Covid-19, além de nunca ter apresentado os sintomas.

A senhora Eliza Zonta Dias, de 70 anos, teve sua vida revirada de pernas pro ar após receber a notícia, por parte da Policlínica (Centro de Síndromes Gripais), que teria sido contaminada pela Covid-19 e colocada em isolamento, mesmo tendo em mão provas e atestados contrários de que não tinha contraído a doença.

Apesar de nunca ter contraído a doença, a moradora já havia tomado a primeira dose da vacina contra Covid-19 quando sentiu uma leve dor de garganta e resolveu fazer um exame particular no Laboratório Labor-Clin, em 07/04/21, e obteve como resposta a negativa de que não estaria com a Covid-19.

Após a segunda dose da vacina da Covid-19 administrada na data programada, a mesma aguardou um mais de 15 dias para em seguida tomar a vacina contra gripe, e voltou a sentir sintomas leves de gripe, realizando novamente um segundo exame em 24/06/21, no mesmo Laboratório particular, Labor-Clin, obtendo como resultado a mesma resposta, de que nunca esteve com o vírus e muito menos estaria doente, mesmo por que, após as vacinas as taxas de imunidade e o nível de anticorpos em seu organismo estavam altíssimas.

Como forma de se sentir mais segura, ela resolveu recorrer ao exame público, que é fornecido pelo Centro de Síndromes Gripais, que atualmente funciona na Policlínica da Cidade Alta, o qual é submetido ao laboratório de análises clínicas do Instituto Federal de Mato Grosso –  IFMT, e conforme já foi demonstrado em nota no caso do ex-secretário Lauriano Barella, é tido como o exame mais seguro e preciso em resultados sob todos os aspectos científicos.

O exame na rede pública foi realizado no dia 29/06 (Terça), e na Quinta (01/07), a senhora Eliza Zonta foi informada de que estaria contaminada e que deveria cumprir o protocolo de isolamento, ficando limitada a permanecer em sua residência no período de 29/06 à 09/07, sob pena de ser enquadrada na nos crimes previstos noas artigos 267, 268 e 330 do Código Penal, além de responsabilização civil administrativa. 

Na ocasião em que foi fazer o teste na Policlínica, a Dona Eliza conta que foi submetida a uma estranha sessão de medicação, aonde teve administrada duas doloridas injeções, que não foram reveladas para que serviam, que não constam na sua prescrição médica, que só relacionou a ingestão de remédios via oral, sendo estes Dipirona 500 mg, Prednisolona 20 mg, Ibuprofeno 600 mg e Energrip Tetra Ultra, sendo ignorada em suas afirmações de que não estaria se sentindo mal para receber tais medicamentos.

A partir de então um verdadeiro pesadelo, peregrinação e calvário se instalou na vida da Dona Eliza, que apesar de não apresentar quais quer sintomas e estar se sentindo em pleno gozo de sua vitalidade, procurou o laboratório particular que havia feito os exames anteriores e este assegurou a ela que não haveria margem de erros em seus resultados, e para comprovar ofereceu-se para realizar um novo teste em sua residência por desencargo de consciência, sendo que o exame oferecido não foi cobrado pelo laboratório, como forma de não causar mais prejuízos a moradora.

A resposta veio em menos de 24 horas e causou mais rebuliço ainda na cabeça de Dona Eliza, pois o laboratório trazia em seu laudo, mais uma afirmativa de que a paciente estava em perfeito gozo de sua saúde, sem detectar a presença do vírus em seu organismo.

Por via das dúvidas, a moradora procurou uma terceira opinião, junto ao Laboratório Biotec, o mais antigo e renomado de Alta Floresta, no dia 02/07 (Sexta), aonde realizou os mesmos exames padrões realizados no Labor-Clin, conhecidos como Swab Nasifaríngeo, além de ser submetida a uma Tomografia Computadorizada, que sondou com perfeição de imagens toda situação interna dos pulmões e órgãos que poderiam estar afetados pela doença, obtendo como resultado, no dia 03/07 (Sábado), comprovação de que não  estaria contaminada com o novo Corona vírus, conforme atestava o exame público.

Segura de suas confirmações, e ainda não satisfeita com as provas obtidas, a senhora Eliza Zonta, realizou um quarto exame, também no dia 02/07, tendo resultado emitido no dia 09/07  (Sexta – uma semana depois), em um outro laboratório do município, igualmente qualificado para emitir resultados seguros, desta vez foi no Laboratório Real de Análises Clínicas, e sem surpresa alguma, o mesmo confirmou também que a senhora não estaria contaminada o vírus e jamais desenvolvendo a doença Covid-19.

Mesmo sob protestos, foi forçada a permanecer em sua residência e amargou grandes desgostos e prejuízos com a paralisação de suas atividades laborais, que no caso é na área de estética feminina, tendo ainda que suportar a uma misteriosa sessão de telefonemas contínuos a sua residência, de pessoas que não se identificavam, mas, a tratavam com constrangimentos e discriminações, colocando em dúvida a sua condição física e ainda ameaçando-a de espalhar sobre sua suposta doença a todas suas clientes.

ABAIXO A SEQUÊNCIA DE EXAMES E RESULTADOS CONTRADITÓRIOS DO CASO DA DONA ELIZA:

Exames Eliza Zonta 2

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: