terça-feira, 31 de agosto de 2021

População comete infrações com riscos de morte no Lago das Capivaras de Alta Floresta

Devido a falta de informação por parte da prefeitura municipal a população acaba cometendo os atos de risco sem saber que são terminantemente proibidos.

No último Domingo (29/8), em Alta Floresta, circulou um vídeo de dois cidadãos utilizando, sem colete salva vidas, um Caiaque a remo (barco esportivo), no meio do Lago das Capivaras (Lago da C), como se fosse algo trivial e permitido praticar a modalidade esportiva no ambiente de lazer projetado pelo município.

As imagens foram amplamente divulgadas nos grupos de Whatsapp e foram registradas por populares que, na dúvida, gravaram as cenas de abusos praticadas pelos ocupantes do caiaque, mesmo por que hoje em dia, caso venha a acontecer alguma tragédia anunciada, sempre tem alguém com o celular em mãos para não deixar passar o fato em ocorrência.

A grande questão é que se acaso venha a acontecer algum acidente fatal, como afogamentos no lago, a prefeitura municipal jamais poderá dizer que já tinha avisado a população, pois nunca foram instaladas quaisquer placas de orientação ou proibição de tais práticas indevidas no local.

No caso em especial, além de estarem com a embarcação proibida no lago, os dois ocupantes acabaram virando o caiaque e ficaram a deriva no meio do lago, sem os devidos equipamentos de segurança (coletes salva-vidas), e tiveram dificuldades, tanto para voltar a embarcação, quanto para voltar as margens do lago.

É certo dizer que tal ambiente foi inicialmente projetado justamente para receber as famílias e visitantes de Alta Floresta, como um espaço de pura diversão com os amigos, porém, tanto a prefeitura como a diretoria municipal de turismo no município, acabaram se esquecendo de “avisar” a população que tais práticas não são permitidas.

Além do uso de embarcações, esportivas ou não no meio do lago, são restritas para a população em geral, a prática da navegação, pesca, banho, churrascos particulares, uso de narguiles e isso tudo sem falar na restrição a aglomerações de pessoas, prevista nos decretos municipais, em razão da Covid-19, que inclusive podem acarretar em multas aos infratores que insistirem em desobedecer o município.

Tentamos obter respostas com a prefeitura, por meio da assessoria de comunicação, mas, até o encerramento desta matéria,  não obtivemos as respostas aos questionamentos levantados por nossa reportagem.

Soubemos apenas que o setor responsável no município, que é a diretoria de turismo, Geiziana Nunes, a qual já recebeu recursos, desde Janeiro/2021, para produzir as tais placas de orientação, mas, não o fez até hoje, não se sabe por que, provavelmente estejam esperando algo mais drástico acontecer para só então cumprirem com papel que estão designados.

ASSISTA AO VÍDEO QUE CIRCULOU NAS MÍDIAS SOCIAIS:

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: