quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Como funciona o esquema AMAZON.LAB montado por Robson Quintino dentro da prefeitura de Alta Floresta

CAPÍTULO III – A TRAPAÇA AMBIENTAL

A organização contou a com a sorte para avançar em suas presunçosas estratégias até a tomada definitiva do controle e gestão do município para atender aos interesses privados da entidade.

Conforme já contamos aqui, a história de aproximação da entidade Amazon.Lab – Núcleo de Inteligência Territorial, presidida pelo secretário municipal de Governo, Gestão e Planejamento, Robson Quintino de Oliveira, com a prefeitura municipal de Alta Floresta começou ainda na época das usinas (2016), quando em um repasse de dinheiro para investimentos no município e também surgiu a necessidade de que uma entidade local se dispusesse a assumir o papel de gestora dos intercâmbios, via Fundação Getúlio Vargas –  FGV, firmados entre uma Fundação Alemã Plant-for-The-Planet e Smart Planet, com sedes em Munique, Eschweiler na Alemanha e Dublin, na Irlanda.

CRONOLOGIA DOS FATOS

A partir daí, a Amazon.Lab se tornou o preposto do projeto que estabelecia uma ponte “paradiplomática” entre a cidade alemã de Eschweiler e o município de Alta Floresta, vindo a firmar contrato definitivo com o município em 2020, com direito até a participação do “Consul Honorário”, Max Krieger, que representava a fundação alemã no intuito de confirmar as relações internacionais entre as duas cidades.

Na proposta oferecida pelos alemães, a ideia era de “educar e transmitir experiências de preservação ambiental” aos brasileiros, que segundo o que eles pensam, nós brasileiros, não temos o conhecimento suficiente ou necessário para administrar nossas próprias florestas e zonas urbanas ou muito menos saberemos como preservá-las sem os preciosos ensinamentos das ONGs alemãs. (Em termos históricos e estatísticos a Alemanha tem hoje cerca de de apenas 32% de suas florestas preservadas enquanto o Brasil possui mais de 67%, algo que  desbanca qualquer necessidade de acreditar que o virtuosos conselheiros alemães tenham alguma outra intenção que não seja de angariar espaços territoriais fora de seu país, para poder explorar e controlar os preciosos e milionários recursos naturais existentes em países que ainda mantém sua biodiversidade intacta.

COMO FUNCIONA O PATROCÍNIO ALEMÃO PARA QUE A AMAZON.LAB SUSTENTE SEUS PROJETOS:

O OLHO GRANDE

Tudo poderia ter sido uma bela história de parcerias de intercâmbio ambiental a nível internacional, não fosse a semente da ganância brotar no coração da Amazon.Lab, ou melhor dizendo de seu “Presidente”, ao vislumbrar uma chance única de juntar “a fome com a vontade de comer” em um único banquete de poder absoluto.

A plataforma de lançamento para o projeto de dominação completa surgiu com a possibilidade de participar e eleger em 2020 o então candidato a prefeitura de Alta Floresta, Chico Gamba, que aceitou ter seu Plano de Governo elaborado pelo já comprometido presidente da entidade, Robson Quintino de Oliveira, que como um dos coordenadores geral da campanha, dentro do próprio “Programa de governo” do candidato, inseriu todos os propósitos e requisitos necessários para que após a provável vitória eleitoral, sentasse a frente do governo do município para por em prática as ambiciosas artimanhas ambientais.

PROPÓSITOS DA ENTIDADE INSERIDOS NO PLANO DE GOVERNO

Após conseguir eleger seu candidato a prefeito, já com “a faca e o queijo nas mãos”, Robson Quintino, tinha apenas uma coisa a fazer para que seus planos e de sua organização não afundassem após tantas conquistas alcançadas, e isso incluía a preservação de um segredo que deveria ser guardado a sete chaves, pela equipe fiel da Amazon.Lab, a qual o mesmo levaria consigo para ajudá-lo na “gestão” de seus interesses junto ao município, entre estes, pelo menos 4 integrantes que sempre estão atuantes nas ações da Amazon.Lab até hoje.

OS “ESCOLHIDOS”

Para compor a equipe do agora secretário de Governo, Gestão e Planejamento de Alta Floresta, quaisquer profissionais com capacitação acadêmica e experiência de sobra em gestão pública, quem podem muito bem ser encontrados dentro do próprio município de Alta Floresta, poderiam ser contratados, mas, o já premeditado plano de controle e aparelhamento do setor administrativo da prefeitura municipal estava pré-concebido, mesmo antes de as eleições municipais se definirem, e os nomes dos escolhidos para ocuparem os cargos que viriam abaixo na cadeia de comando da estrutura de apoio que o mesmo precisava para por em prática as manobras ambientais que favoreceriam o esquema do seu grupo.

Entre os nomes escolhidos, estão a ex-chefe de engenharia e aprovação de projetos do município, Keytiane da Silva Morosini, nomeada como Chefe de Engenharia e aprovação de projetos, até Novembro de 2021, com salário de R$ 6.028,81, que dentro da Amazon Lab ocupava o papel de engenheira civil responsável pela criação de projetos turísticos, arquitetônicos e ambientais que já estavam sendo executados no município como o Lago das Capivaras (Lago da C), que foi entregue ainda na gestão Asiel Bezerra em 2020, dos quais ela é autora dos projetos que carregam as cores da Agenda 2030, bandeira defendida como proposta ambiental pela Amazon.lab e a Fundação alemã.

Também escolhida a dedo por estar sempre ao lado da cúpula presidencial, a atual Diretora de Turismo, Geiziana das Dores Nunes da Silva, com salário de R$ 3.526,75, que responde diretamente a pasta de gestão municipal a qual Robson Quintino coordena todos seus interesses ligados a criação de projetos relacionados aos propósitos já estipulados pela sua organização intrinsecamente subordinada aos ditames da ONG Alemã que pretende estabelecer base de suas ações em Alta Floresta por meio do convênio de contrato firmado entre a prefeitura e a Amazon.Lab.

Outra membro da efetiva da entidade privada comandada por Quintino, é a ex-diretora de Gestão, Josiane Sueli Lucia Lopes Vaes, nomeada até Julho de 2021, com salário de R$ 3.526,75,  para tratar de assuntos econômicos que seriam administrados pela entidade ao longo dos próximos meses, entre eles o intercâmbio financeiro entre bancos e agentes financeiros que foram atraídos a Alta Floresta para sondar o potencial econômico e agregar investimentos através da entidade.

Outro membro importante da equipe de Robson Quintino é o atual Diretor de Comunicação Social, Danúbio Ferreira de Souza Santos, com salário de R$ 3.879,43, que mesmo sem ter as habilitações acadêmicas, a área de comunicação social, para assumir o posto que ocupa, mas, foi colocado estrategicamente para criação de material  que desde o início da entidade acompanha o atual secretário, como fiel escudeiro, por onde anda, ficando encarregado de monitorar os passos de todos as demais secretarias e exercer um serviço de inteligência interna na administração.

Como foi em Outubro de 2021, quando foi trazido, não se sabe por quem a Alta Floresta, o ex-ministro da economia, Joaquim Levi, em nome do Banco Safra, para uma palestra emblemática a um número diminuto de pessoas, basicamente o prefeito e algumas outras autoridades da própria administração para ouvir da boca do ex-ministro que Alta Floresta tem um grande potencial de investimentos no setor ambiental e turístico. 

Ocorre que a tal vinda repentina do ex-ministro, se tornou um fato curioso onde após algumas sondagens investigativas, descobrimos que tanto o “Cooffe Break“, quanto o aluguel do auditório ocupado no Hotel Caleche de Alta Floresta, no valor total de R$2,948,00, que foram pagos com dinheiro da prefeitura municipal, porém o hotel não soube precisar quanto a origem do pagamento das diárias do ex-ministro, as quais foram reservadas por terceiros pelo “Booking” (App de vendas de passagens).

Quanto ao cachê do ex-ministro fica aí um mistério mais instigante ainda, porém, o que se sabe é que foi registrado o mesmo sendo recebido no aeroporto de Alta Floresta, pela diretora executiva da Amazon.Lab, Rosilda Dias Dalla Riva, que dentro da entidade perante a ONG alemã é reconhecida como a principal gestora dos projetos de intercâmbio, na condição de coordenadora.

GASTOS DA PREFEITURA COM A PALESTRA DO EX-MINISTRO:

VÍDEO DA ENTREVISTA DO EX-MINISTRO CONCEDIDA APÓS O EVENTO A REDE TV:

“ACORDO DE INTERVENÇÃO NO TERRITÓRIO DE ALTA FLORESTA”

Para que os planos da ONG alemã pudessem ser executados pela Amazon.Lab em Alta Floresta, foi firmado na língua alemã, um “Acordo de Intervenção do Território de Alta Floresta”, destacando todos os membros da entidade no município que participam ativamento dos processos de implantação dos projetos da entidade, os quais continuam em franco andamento dentro da prefeitura municipal.

Este mesmo documento está postado em um link de propriedade da ONG alemã, confirmando o acordo estabelecido entre a Amazon.Lab que tem como certo a execução de todos os passos, principalmente agora que o próprio presidente da entidade assumiu a secretaria responsável por fiscalizar e monitorar a execução do seu plano de ações.

ACESSE AQUI, ANTES QUE SAIA DO AR, O DOCUMENTO ORIGINAL POSTADO NA PÁGINA DA ONG ALEMÃ

Colocamos logo abaixo o mesmo documento, no seu texto original, com a logo da Amazon.Lab e posteriormente traduzido para o português:

DOCUMENTO ORIGINAL EM ALEMÃO:

ACORDO DE INTERVENÇÃO NO TERRITÓRIO DE ALTA FLORESTA_konzept-workshop-januar-2020-deutsch (2)

DOCUMENTO TRADUZIDO:

ACORDO DE INTERVENÇÃO NO TERRITÓRIO DE ALTA FLORESTA_TRADUZIDO

SONHO DE ÍCARO

Conta a lenda grega que Ícaro, filho de Dédalo acabou pagando com a própria vida por querer voar, o mais próximo do sol, além das condições que suas asas foram projetadas, e apesar de ter sido avisado pelo seu pai, decidiu pagar pra ver quem estava certo, não é nada raro percebermos isso na natureza humana, pois todos nós, quando somos jovens, nos vemos tentados a arriscar por pior que sejam as consequências. 

E não foi diferente com o jovem secretário Robson Quintino, pois preferiu arriscar perder o cargo e responder por vários crimes em andamento dentro de sua pasta a frente da gestão Chico Gamba, a abandonar a presidência da sua entidade que visa se beneficiar com milionários recursos internacionais  tendo Alta Floresta como moeda de troca.

ESTATUTO DO SERVIDOR PÚBLICO DE ALTA FLORESTA – LEI 382/91 (CONSOLIDADA EM 2016):

Lei 382-91 Estatuto dos Servidores - consolidado até 03-mar-2016

ASSISTA O VÍDEO DA ENTREVISTA TUMULTUADA DO SECRETÁRIO NA RÁDIO BAMBINA:

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: