quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Alta Floresta | Após polêmicas, prefeito exonera Edinho Paiva da diretoria de indústria e comércio

Não é a primeira vez que o agora, ex-aliado político, do prefeito Chico Gamba se vê envolvido em confusões envolvendo sua vida empresarial.

No último episódio, ao final do mês de Janeiro, que envolveu o nome do agora ex-diretor de indústria e comércio da prefeitura de Alta Floresta, Eder Rodrigues Ribeiro (Edinho Paiva), houve até acusações por meio de denúncias de que o mesmo se utilizava de veículo da prefeitura para fazer incursões em uma propriedade na qual estaria sustentando uma criação de porcos em parceria com seu último desafeto.

O assunto ganhou peso e protagonizou debates acalorados, com acusações de ameaças e farpas, levando um ex-sócio de Edinho Paiva, na criação dos porcos, a registrar um boletim de ocorrência na delegacia de Alta Floresta.

Segundo o autor do B.O, conhecido como “Chapéu“, o mesmo estaria sendo ameaçado de morte a pelo menos 3 meses, pelo ex-diretor de indústria, que este teria dito que queimaria seu veículo e a sua casa com ele dentro, caso não devolvesse a quantia de 8 leitoas, que ambos criavam juntos no mesmo espaço.

Na ocasião, o ex-sócio acusou também Edinho de praticar maus tratos com os animais e falta de pagamento de um acordo mensal que estaria atrasado.

Em sua defesa, Edinho Paiva rebateu as acusações de ameaça e se disse vítima de furto em razão do desaparecimento das 8 leitoas, que deram início as desavenças entre as duas partes. Alegou também que toda estrutura para a criação dos suínos, em torno de 7 mil reais, foi bancada de seu bolso causando-lhe prejuízos financeiros.

Para além deste último episódio, no ano passado, o Edinho Paiva teria sido alvo de um atentado contra a sua vida, envolvendo agressão física e o sequestro de um veículo que pertencia a um amigo, como forma de cobrança por uma suposta dívida comercial a beira da estrada de um empreendimento residencial no município de Paranaíta. Na ocasião, Edinho Paiva chegou a levar uma coronhada na cabeça e foi encaminhado para hospital em virtude dos ferimentos.

Tais envolvimentos de Edinho Paiva em barracos pessoais, inclusive com a declaração de que o mesmo utilizava veículo do município para tratar de seus assuntos pessoais respingaram fortemente na figura do prefeito Chico Gamba que já vinha sendo pressionado a tomar uma posição sobre as confusões causadas por seu aliado político e talvez sejam estas as razões que fizeram decidir pela exoneração.

O prefeito Chico Gamba não trouxe a público ainda as razões que o levaram decidir pela exoneração do seu diretor de indústria e comércio, porém, mesmo antes de qualquer manifestação do prefeito, o agora como ex-aliado e ex-defensor ferrenho da administração Gamba, sai atirando pelo quatro cantos contra o chefe do executivo, alegando que o motivo principal de sua exoneração seria por que ele havia “ventilado” a sua intenção de se colocar na disputa eleitoral para a vaga de seu ex-patrão.

Em uma matéria publicada na manhã desta Quinta (15/2), no site Correio de Mato Grosso, que diz ter recebido relatos de Edinho Paiva, o mesmo estaria “enfrentando uma perseguição direta por suas ambições políticas, especialmente depois de ter ventilado a possibilidade de concorrer à prefeitura. Em uma declaração emocionada, Paiva expressou sua indignação com a atitude do atual prefeito, Chico Gamba.

“Quem ajuda a ganhar, ajuda a administrar. Eu fui companheiro do Chico e agora, infelizmente, por picuinha e conversa fiada, ele me exonerou. Estou revoltado”, desabafou Edinho.

Em tom de indignação, o ex-diretor disse também ao site que “está filiado ao PSD e afirma que, a partir de hoje, será um candidato declarado e fará oposição ao prefeito Chico Gamba”.

Pelo sim, ou pelo não a campanha para prefeito em Alta Floresta em 2024, começa a esquentar a chapa de dentro pra fora da administração Chico Gamba, resta saber quem sairá vitorioso peleja que agora se instalou no seio último ano de mandato do atual prefeito.

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: