sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Exonerado, Edinho Paiva vai a rádio e afirma que prefeitura trava o desenvolvimento de Alta Floresta

A entrevista foi concedida na manhã desta Sexta-feira (16/2), a Rádio Bambina FM de Alta Floresta.

O recém exonerado, ex-diretor municipal de indústria e comércio de Alta Floresta, Eder Rodrigues Ribeiro (Edinho Paiva), revelou em entrevista bombástica no Programa Ponto a Ponto do apresentador e jornalista, Oliveira Dias, que tanto o prefeito Chico Gamba, quanto um grupo de dois a três secretários não demonstram ter o menor interesse no desenvolvimento do município por meio de atração de empresas e investimentos externos.

Conforme publicamos ontem, que o ex-diretor da prefeitura teria sido exonerado da pasta pelo prefeito Chico Gamba, novas declarações de Edinho Paiva aos microfones da rádio quanto em áudios de Whatsapp, deixaram o município de Alta Floresta de cabelo em pé, entre elas, a afirmação de que o chefe do executivo seria teleguiado por um grupo seleto de pessoas de sua administração, que seriam os principais articuladores  e responsáveis pelos obstáculos criados a que novas empresas e empresários se estabeleçam no município.

Edinho fez questão de destacar tais “falhas dentro da gestão” são promovidas por secretários “que estão travando a cidade”, se referindo as secretarias de Fazenda e de Governo e Planejamento, citando o nome do secretário Robson Quintino de Oliveira, como um dos principais limitadores das ações das demais pastas do executivo. 

Edinho Paiva lembrou também que no último anos teve o fechamento das Casas Bahia, do Magazine Luíza e, segundo ele, várias outras empresas e também e fez questão de lembrar que na gestão passada (Asiel Bezerra), Alta Floresta era a 11ª cidade do Estado e agora está na 15ª posição econômica.

“Tem um grupo ali.. que não quer deixar a cidade crescer, tá com pé no freio, tá segurando…”

“EXONERAÇÃO COVARDE”

Segundo o ex-diretor de indústria e comércio, não houve qualquer comunicação oficial por parte do executivo sobre sua suspensão de sua nomeação ao cargo, o que se dá publicamente por meio de despachos assinados pelo prefeito municipal.

Edinho revelou abertamente em um dos mais importantes grupos de Whatsapp do Estado, o “Termômetro Político“, que só soube de sua exoneração pela boca do Vereador José Vaz Neto (Zé Skiva), que já tinha conhecimento de seu desligamento, em primeira mão, mesmo sendo oposição ferrenha ao executivo municipal.

Para Edinho, não foi surpresa, pois na mesma entrevista ele revelou que a comunicação entre os nomeados e a pessoa do prefeito municipal é praticamente impossível. Mesmo com insistentes tentativas, é mais fácil um nomeado de Alta Floresta conseguir falar com o prefeito de Sinop (Roberto Donner), do que com o próprio prefeito (Chico Gamba) para quem trabalha, disse também em outro áudio encaminhado ao grupo “Termômetro Político”.

Edinho Paiva afirmou também que ao tomar conhecimento da exoneração foi procurar o prefeito que confirmou o ato e disse que embasou sua decisão devido ao fato dele estar sofrendo pressões por parte de lideranças políticas e partidárias, recém chegadas a base do prefeito, que não gostaram das declarações de Edinho com relação as suas intenções políticas de participar do pleito eleitoral em 2024 na disputa pela prefeitura.

Edinho também fez questão de classificar a forma como foi exonerado e tomou conhecimento de seu desligamento, como uma atitude “totalmente covarde”, da qual jamais esperava receber tal tratamento por parte da pessoa do prefeito Chico Gamba a quem esteve aliado fiel desde os primeiros momentos de suas ascensão ao cargo de prefeito nas eleições de 2020.

“Ele não teve coragem de me chamar pra uma conversa…” 

“Eu fui traído pelo companheiro que eu dei a segunda chance pra ele, quando ele me traiu que eu era vice-prefeito..”(em 2020).

OUÇA A ENTREVISTA NA RÁDIO BAMBINA:

Nas palavras de Edinho Paiva; “Eu fui duas vezes em Sinop, e ele (Roberto Donner) parou a reunião pra reunir comigo, enquanto eu e outros secretários, que não vou citar nome, fica um mês ligando pra ele (Chico Gamba), e ele não atende, aí tá a diferença…”

TRECHO DA ENTREVISTA NO PROGRAMA PONTO A PONTO:

OUÇA ABAIXO O ÁUDIO DE EDINHO AO GRUPO TERMÔMETRO:

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: