domingo, 16 de dezembro de 2018

DECEPÇÃO | Mauro Mendes mostra ao que veio e salva Romoaldo Jr de provável prisão com uma vaga na Assembleia

Após uma manobra clássica, daquelas que só as boas e velhas aves de rapina da política brasileira em seu submundo conseguem fabricar, por meio da ” Ética da malandragem”(*), o governador recém eleito, Mauro Mendes (DEM), mostra bem ao que veio, ao facilitar a vida do deputado Romoaldo Jr. com a continuidade da impunidade por meio do fôro privilegiado.

 

Romoaldo Jr., foi coordenador da campanha de Mendes na região norte, mas, diferente de seu candidato ao governo, não teve massa muscular suficiente para alcançar a vitória, devido as inúmeras acusações que sofre em denúncias de corrupção na Assembleia

 

Durante a semana que passou, uma breve “cortina de fumaça” foi criada para despistar os olhos da população das verdadeiras intenções do governador para livrar seu amigo político, Romoaldo Jr, dos desdobramento jurídicos e de sua possível prisão logo após a perda do mandato, pois vários veículos ventilavam que novos cargos, dentro da própria Assembleia seriam criados para acomodar alguns deputados “experientes” em assuntos estratégicos e de transição naquela casa, Romoaldo Jr. era um deles, mas, tudo não passava de pano de fundo para a verdadeira trama que estava sendo armada pelo futuro governo em socorro de Romoaldo. 

Ao escolher o deputado eleito Allan Kardec (PDT), para assumir a pasta da Educação e Cultura no Estado, que na verdade detém uma das vagas na Assembleia, e com isso sua vacância se torna muito preciosa para o novo governador, que certamente, por razões ainda desconhecidas, tem uma enorme, porém lastimável, necessidade de uma pessoa do perfil do seu coordenador de campanha na região de Alta Floresta.

Com esta manobra, a grande maioria da população de Alta Floresta e região, que haviam rejeitado nas urnas o nome do deputado Romoaldo Jr. (MDB), na esperança de não mais vê-lo estampado nas páginas policiais e escândalos políticos, justamente por causar constantes desgosto naqueles que um dia acreditaram em suas propostas eleitoreiras, manifestou também nas redes sociais e grupos de whatsapp o seu arrependimento em ter acreditado que o governador eleito seria algo verdadeiramente novo para o Estado de Mato Grosso.

Ao fazer isso, até as traíras do Teles Pires sabem que o governador não só tira boas chances do deputado Romoaldo Jr., seu amigo pessoal, ser preso logo após sua saída da Assembleia, pois está atolado até a tampa da cabeça em processos de investigação do MP, MPF e PGR que o denunciam e apontam como um dos principais articuladores de todos os escândalos de desvios de dinheiro naquela casa de leis nos últimos 10 anos pelo menos, desde a era Silval e Riva.

Com relação a escolha do deputado Allan Kardec, que na verdade é um professor de educação física por formação, única razão que o liga a pasta, porém há com certeza em toda constelação de prodígios que o Estado dispõe na área para exercer com muito mais eficiência a função, mas, nesse caso pesou com certeza a força dos acordos firmados mesmo antes da vitória nas urnas.

Acordos estes, que mais uma vez colocam o eleitor de boca aberta e demonstram a grosso modo que realmente essa geração política que nos últimos anos comanda o Estado nunca vai mudar o “modos operandis”das velhas raposas, e com isso, sempre farão questão de despejar baldes de água fria na cabeça dos iludidos eleitores que um dia acreditaram na tal da renovação. Renovação do quê? Aonde? Pra quem? Cadê a mudança?

Como sempre, tudo não passa de um joguete que no final, quando mais o povo espera ver a tão sonhada “mudança na política”, recebe como pagamento por acreditar, a pior de todas as demonstrações de desrespeito a vontade soberana do povo, frustração é pouco pra se descrever o que se vê nos rostos das pessoas que votaram em Mauro Mendes após esse tosco início de mandato, e olha que nem  assumiu ainda.

É bem verdade que, Alta Floresta acabou ficando sem nenhum deputado residente no município, pois o volume de candidatos acabou por fracionar os votos que não foram suficientes para nenhum alcançar a vitória, mas, após a divulgação dos resultados, para os Alta-florestenses pairava no ar uma sensação de dever cumprido, pois apesar de não termos eleito um representante do município, ao menos, não reelegíamos um que já tinha provado que em nada se interessa em contribuir para o nosso desenvolvimento, e isso não foi dito só em mesas de bar, mas, permeava em consenso por várias páginas de populares nas redes sociais.

O que talvez “o novo” chefe do executivo estadual não queira realmente dizer a população decepcionada de Alta Floresta e toda região norte é, a que preço isso tudo se deu, pois se a intenção era agradar a nossa região o tiro foi no pé, e se o futuro governador está esperando que o seu protegido vai atrair-lhe mais popularidade, com certeza não conhece em nada seu eleitorado da região norte.

Qualquer cidadão de Mato Grosso sabe bem por que não seria o caso de se devolver o poder ao candidato derrotado e escorraçado nas urnas, como foi Romoaldo nas últimas eleições, principalmente em sua cidade, Alta Floresta, aonde antes não saia com menos de 9 mil votos, e nesta eleição alcançou 4 .134 votos, e um total de 18.467 em todo o Estado.

Parece pouco a primeira vista, mas se levarmos em conta que o outrora “campeão de votos do Nortão”, que em 2014 obteve 41.764 votos, e agora caiu para 18.467 votos, ou seja, uma perda de mais de 56% de seu eleitorado em todo o Estado, veremos que houve sim uma rejeição assombrosa de seu nome para ocupar novamente uma vaga na Assembleia.

Talvez, se acaso o novo governador aceitar sugestões, uma breve passada pelo Google pode refrescar-lhe a memória e mostrar por meio de inúmeros canais de notícias, em quantos casos de desfalque de dinheiro público o seu amigo e coordenador de campanha está envolvido, sendo inclusive denunciado e investigado até pela Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, mas, caso não saiba como encontrar, segue abaixo um link para suas considerações finais.

PROCESSOS E INVESTIGAÇÕES SOBRE ROMOALDO JR. – CLIQUE AQUI

Não são poucas as declarações de desagravo e desgosto pelas redes sociais pela inconveniente e maquiavélica decisão tomada por Mauro Mendes, separamos algumas aqui em nossa coluna para apresentar aos leitores, entre estes algumas declarações explícitas de amizade entre o novo governador e o deputado Romoaldo Jr., só para análise dos fatos…

Tomara Deus, que os MPs consigam extrair juridicamente novas alternativas para lograr êxito em desfazer tais chincanas do novo governo, com relação ao deputado Romoaldo Jr., e que fiquem de olhos bem abertos para os próximos atos que certamente ainda trarão novas decepções ao povo mato-grossense.

Mas, como se diz por aí: “Diga-me com quem tu andas que eu te direi quem tu és…”

Estaremos preservando os nomes e os números das pessoas e dos grupos aqui divulgados por questões de pura ética jornalística:

LEIAM O LIVRO – (*)A Ética da Malandragem – Obra literária do escritor Lúcio Vaz, que retrata os bastidores do Congresso Nacional, bem como apresenta de forma explícita os meandros, conchavos e tramoias elaboradas certos tipos de políticos que insistem em se perpetuar impunemente no poder.

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: