quinta-feira, 3 de outubro de 2019

EXPO ALTA FLORESTA | Atrasos, filas gigantes e risco de acidentes são algumas da reclamações no primeiro dia do evento

Apesar de ter gerado enorme expectativa na população com a promessa de um “mega evento” estrutural e organizacional, para o primeiro dia, a impressão do público presente não foi das melhores.

A estrutura apresentada não impressionou o público presente que esperou por 6 meses pela preparação do evento.

Mesmo com a brilhante participação do cantor Wesley Safadão, que começou a cantar a partir da meia noite, terminando minutos antes das duas da madrugada, um horário considerado bem prejudicial para eventos no meio da semana, principalmente para quem tem que trabalhar no dia seguinte, a maioria do público presente ao evento percebeu uma certa falta de organização e pouco antes das 23:00hs já havia registros de diversas reclamações nos grupos de Whatsapp, que criticavam as filas quilométricas de carros na MT 208 e do público ao portão de entrada ao evento.

O Rodeio com montarias que estava previsto para as 21:00 horas só começou após as 23:00, e mesmo assim, foram cerca de 18 montarias apresentadas, um número considerado baixíssimo para um evento de cunho sertanejo de grande porte.

Com pouco mais de 35 barracas de lona improvisadas, que pouco podem suportar ou mesmo proteger o grande público em casos de um grande temporal, que nesta época são comuns de acontecer, além disso, a aparência do evento estava mais para uma Festa Rave de custo moderado, diante do público recebido, do que para uma exposição história, ao nível das que já foram produzidas no passado do município.

RISCO DE ACIDENTES

Houve registro de pelo menos dois acidentes pequenos acidentes, envolvendo uma SW4 e uma moto, e outro envolvendo um Corolla, que foi abandonado as margens da rodovia, sem maiores prejuízos e tudo ficou resolvido sem a necessidade do envolvimento da polícia, mesmo por que, se fosse o caso, no perímetro da MT aonde se estendeu a fila gigantesca de carros não houve registro de qualquer patrulhamento ostensivo para garantir a segurança e evitar acidentes de maiores proporções.

Nesses tipo de eventos, sempre haverão de registros de direção perigosa, causados por condutores embriagados que logicamente sairão com os ânimos exaltados e total imprudência e impaciência para retornar pra casa, e nesses casos , devido a localização e a falta de monitoramento policial e fiscalização de trânsito precária, o risco de que a festa, da forma como está sendo conduzida, venha se tornar uma triste experiência, são altíssimas.

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RECLAMAÇÕES ANTES DO EVENTO

Em alguns grupos de Whatsapp, antes mesmo do início das atrações, que na verdade se resumem a rodeios e os shows do dia, já estavam se espalhavam críticas e “memes” de gozação, algumas delas comparando o que foi anunciado e o que realmente entregue ao público ontem, quanto a estrutura e a falta de compromisso da organização do evento com os horários estabelecidos, apesar do grande público presente, muitos deles advindos de outros municípios, os que compraram cartelas para concorrer ao Bingo, tiveram que aguardar após o show principal, que terminou perto das 02:00hs, com o público esgotado e cansado para só então ser realizado o sorteio dos prêmios do dia, que foi terminar após as 03:00hs da madrugada.

IMAGENS  E VÍDEO ESPALHADAS NAS REDES SOCIAIS

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: