quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Após 45 dias de recesso, vereadores de Alta Floresta retomam atividades nesta Sexta (07/01), em pleno ano eleitoral

Apesar de a última sessão ordinária do ano de 2019 ter sido no dia 20/12, o presidente da Câmara realizou outras quatro sessões extraordinárias, duas antes do fim de ano e duas em janeiro de 2020.

Durante o período de recesso, pouco se viu ou ouviu falar dos vereadores do município.

Vale lembrar que, das quatro sessões extraordinárias ocorridas após o início do recesso parlamentar não foram transmitidas pelos canais oficiais da Câmara Municipal (Youtube e Rádio Câmara), aliás esta última está paralisada há meses, duas delas eram para atender ao pedido da impopular da prefeitura municipal de doação do terreno a empresa de móveis Decomar, que naufragou junto com a estutícia dos pretendentes, e as outras duas foram para realizar os aumentos dos funcionários públicos municipais, coisa que com certeza só interessava aos servidores e aos vereadores que necessitam do apoio e voto do funcionalismo público para as próximas eleições.

As “férias estendidas” dos vereadores de Alta Floresta, se deu por causa de reformas internas no prédio da Câmara Municipal, que não conseguiram ser concluídas no período de 45 dias do recesso, entre estas, estão “obras de reforma das instalações elétricas no edifício sede do Poder Legislativo, que ocasionaram extraordinária e momentânea insuficiência de meios técnicos e operacionais para implementação dos atos administrativos”, conforme publicação do site oficial da Câmara Municipal esta semana.

O adiamento circunstancial se deu por decisão da presidência na forma de uma portaria (Portaria nº 007/2020, do dia 03 de fevereiro.), do presidente da Câmara Municipal, Emerson Sais Machado (MDB), que utilizou o Regimento Interno e a Lei Orgânica do município, para promover ponto facultativo, por mais 3 dias, aos vereadores, bem como todos os funcionários a estes subordinados.

O atraso, que foi chamado de “excepcionalidade”, transferiu a sessão que deveria ser na última Terça-feira (04/02), para esta Sexta-feira (07/02), a partir das 09:00hs, tudo em nome da incomoda e oportuna obra nas instalações elétricas da casa de leis que em 45 dias não conseguiram ser concluídas.

O que se sabe, é que agora em pleno ano eleitoral em que serão votados os candidatos as vagas do executivo e legislativo municipal em todo país, nossos nobres edis tiveram tempo de sobra as custas do bolsos dos eleitores e contribuintes para voltar revigorados e repaginados para encarar mais uma disputa no pleito eleitoral.

Não foi a toa que, em meio a esta onda de preocupação com suas carreiras políticas, decidiram realizar a votação dos aumentos dos funcionalismo público municipal, prefeito e secretários, porém, se abstiveram de exercer o mesmo aumento para os próprios salários, seria um lampejo de consciência ou apenas a boa e velha astúcia política?

Dentre todos os 13 vereadores de Alta Floresta, não há um se quer que não soubesse que seria um verdadeiro tiro no pé, em pleno planejamento de campanha para reeleição, não seria agora que se revestiriam de moralidade e cometeriam tamanho suicídio político.

Bom demais pra ser verdade, ainda mais com tantas mazelas e escândalos revelados no último ano de 2019, aonde alguns vereadores protagonizaram situações vexatórias que despertaram a mais profunda indignação no eleitorado alta-florestense, das quais arrisco-me a dizer que por muitas décadas ainda serão lembrados pelas ruas do município, ainda mais por aqueles eleitores que não deixam no 0800, as oportunidades que deram a certos representantes, mas, que por estes foram traídos.

 

 

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: