sábado, 20 de março de 2021

EXCLUSIVO | Secretário de Saúde de Alta Floresta testa positivo pra Covid, faz outro "exame relâmpago" e testa negativo

IMPASSE TÉCNICO – 

A princípio o secretário de Saúde teria que ter se isolado automaticamente após a realização do primeiro exame, mas, não o fez.

O protocolo do Ministério da Saúde, órgão máximo que regulamenta todos os demais que existem em território nacional, diz que assim que a pessoa faz o teste de Covid-19, tem que ser isolada até o resultado acusar sua não infecção.

Em documento obtido com exclusividade pelo , um exame do secretário municipal de Saúde de Alta Floresta, Lauriano Antonio Barella, realizado no dia 18/03 (Quinta-feira), tendo seu resultado emitido no dia 19 (Sexta), apresentava com todas as palavras que o secretário estava positivo para o vírus SARS-Cov2, a detecção do mesmo se deu por meio do exame de “secreção nasofaríngea” com material genético coletado, realizado pelo Instituto Federal de Mato Grosso – IFMT – Alta Floresta, conferido, liberado e assinado pela médica bioquímica, Monica Caroline Pavan Cassel.

A título de exemplo, o secretário de Saúde, que por força de ofício  tem que se apresentar perante a sociedade como uma pessoa de máxima confiabilidade, é inaceitável que em uma situação de tamanho risco a população viesse a descumprir as normais legais que instituem os procedimentos de combate a pandemia, sob o risco até mesmo de ser preso e responder criminalmente pelo ato.

Ocorre que, independente do secretário realizado ter obtido um novo exame, em tempo recorde, que desqualifica o exame anterior, o fato de não ter se isolado, ou até mesmo ser internado na ala de moderação da USB Ana Nery, (coisa que eu duvido muito), pode acabar trazendo sérias consequências a sua credibilidade funcional, pois as pessoas esperam que haja no mínimo o máximo de respeito a normas e legislação pertinente que ele mesmo impõe na secretaria na qual é o autoridade máxima da saúde no município, pois o mesmo sabe perfeitamente que é crime circular pelo município estando sob suspeita de estar contaminado, ou pelo menos até que haja comprovação contrária.

Tivemos informações de que além de atender normalmente em seu gabinete, na secretaria de Saúde, aonde inclusive nós mesmo estivemos presente para realizar uma entrevista na última Segunda-feira (15/03), o secretário também recebeu ontem (19/03), a visita do vereador Douglas Teixeira (PSC), que esteve no gabinete do secretário em visita de rotina, além de diversas pessoas e funcionários que mantém contato diário com o secretário, além de testemunhas que presenciaram o secretário no local.

PRIMEIRO EXAME DO SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE LAURIANO BARELLA (POSITIVO):

O OUTRO LADO

Ao confrontar o secretário municipal com a questão sobre sua conduta de estar circulando livremente pela cidade, comparecendo a secretaria de Saúde em expediente normal, atendendo pessoas e até mesmo dando entrevistas a imprensa, fomos surpreendidos pela apresentação de um novo documento, de um exame emitido pela secretaria estadual de saúde, que desmentiu o exame realizado pelo Instituto Federal de Mato Grosso – IFMT.

Segundo o secretário, o exame inicial foi realizado no IFMT a pedido do prefeito Chico Gamba, também realizou o exame no mesmo dia, mas, testou negativo, e tão logo soube na tarde de ontem que estaria contaminado pelo resultado do exame, realizou um novo teste pelo Estado e esse último deu negativo.

Segundo o secretário a justificação dos dois resultados discordantes, se dá pela margem de erro que ocorre quando uma pessoa já teve recentemente contaminado e realiza um exame perto da época que esteve doente, pode sim acusar que o mesmo esteja contaminado ainda, mas, não significa que esteja.

Nas palavras do secretário:

” em função de estar em contato com muitas pessoas e estar em locais de risco faço o teste frequentemente…
Quem teve covid e fazer o Swab pode apresentar positivo…
Para isso é feito um segundo teste de IGG e IGM

O que atesta se é estado de transmissão ou apenas anti corpos…
No meu caso são anti corpos…”

Solicitamos ao secretário uma copia do segundo exame realizado e ele nos encaminhou uma foto de uma exame rápido, que não é do mesmo formato que o primeiro exame, que foi via nasal, que segundo informações técnicas  é o mais confiável, na foto enviada o que se vê é um aparelho coletor de sangue escrito com o nome do secretário, além de ter prometido entregar um prontuário médico, mas, não o fez até o momento, enquanto isso o secretário continua trabalhando em seu expediente normal, estando nesse momento trabalhando normalmente na secretaria de Saúde.

SEGUNDO EXAME, ENCAMINHADO PELO PRÓPRIO SECRETARIO LAURIANO BARELLA:

 

 

 

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: