sexta-feira, 21 de maio de 2021

Nova secretária de Saúde de Alta Floresta é apresentada em entrevista de rádio pelo prefeito Chico Gamba

A INCÓGNITA – 

Conforme havíamos publicado no último dia 18 de Maio, a manutenção na pasta da saúde no município ocorreria até dia 30.

A escolhida para substituir o agora ex-secretário municipal de Saúde de Alta Floresta, Lauriano Barella, é a advogada especializada em direito empresarial, Dra. Sandra Correia de Mello, e teve sua apresentação antecipada pelo prefeito Chico Gamba, em entrevista realizada pelo jornalista Oliveira Dias, na manhã desta Sexta-feira (21/05), aonde decidiu anunciar publicamente a troca do comando, o quanto antes, mesmo por que, após nossa divulgação na mídia municipal, não havia mais necessidade de se manter o mistério em torno do assunto que já estava pra lá de previsto.

Após uma série de intempéries administrativas e demonstração de total desconhecimento com a pasta da saúde, aonde teve sua equipe literalmente esvaziada, com a saída dos principais assessores que o mantinham detentor do cargo, o ex-secretário Lauriano agora será realocado em outro setor administrativo da prefeitura que, ao que parece, tem mais a ver com suas competências técnicas e profissionais.

O próprio ex-secretário, que participou da entrevista de apresentação de sua sucessora, falou ao microfone da Rádio Bambina FM, de Alta Floresta, que estará indo para a secretaria de Planejamento do município. Segundo o ex-secretário disse na entrevista, na sua passagem pela gestão da Saúde municipal,  “grandes feitos” foram realizados, no campo da reestruturação física de algumas unidades de saúde, mas, há quem discorde de tantos avanços destacados pelo mesmo, inclusive há quem diga que as faltas foram maiores do que as conquistas.

Na concepção do ex-secretário, em breve resumo de sua atuação ex-secretário falou que não ficou nenhuma mágoa sob qualquer aspecto quanto a sua passagem na secretaria de Saúde, mas, que os transtornos que teve foi em razão de que “algumas pessoas” gostariam que os “problemas” fossem resolvidos de “forma pontual”, mas, que as próprias dificuldades encontradas na pasta demandam que resoluções de problemas sejam feitas de “forma coletiva”.

A NOVA SECRETÁRIA DE SAÚDE

A advogada, Sandra Correia de Mello, em sua entrevista ao jornalista Oliveira Dias, junto aos ouvintes da Rádio Bambina FM, reconheceu que estará encarando um desafio a frente pasta mais problemática na administração pública municipal, e que devido a situação delicada provocada pelo agravamento da pandemia mundial, mas, se sente animada para dar continuidade ao andamento da pasta.

Disse que sabe que: “muitos se perguntam, por que um advogado administrando uma pasta de saúde e não um médico, mas, que um dos seus grandes desafios será justamente mudar o conceito de que para cuidar da saúde tem que ser um médico”.

Explicou que para entregar algo de concreto a população há que se pensar antes que existe questões legais, decretos, normativas, prazos, pregões e licitações que obrigam o gestor da pasta a administrar dessa forma, antes de poder executar suas ações, e que muitas vezes a população não compreende que isso se faz necessário e portanto acaba pensando que nada está sendo feito. 

A nova secretaria municipal de Saúde de Alta Floresta, fez alusão também de que em vários complexos médicos, hospitalares e setores de gestão da saúde pública pelo país afora, na sua grande maioria nem são administrados por médicos, e sim por advogados, administradores e especialistas na área ligados a questão da saúde, e que aliados a uma boa equipe técnica bons resultados podem ser apresentados a toda população.

VEJA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA DA NOVA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE ALTA FLORESTA:

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: