terça-feira, 29 de março de 2022

Sec. de Educação de Alta Floresta "finge" receber prêmio do Governo estadual e constrange meio educacional

O evento, de nível inter-municipal, aconteceu em Cuiabá e reuniu todos os representantes da educação em todo Estado.

Enquanto Alta Floresta se afogava em problemas, com alunos sem meios de transportes para voltar as aulas no Instituto Federal de Mato Grosso – IFMT, apesar de acordos firmados com a prefeitura e a entidade federal, somados a diversas outras questões recorrentes na área dos transportes escolares e a paralisação da escola municipal Laura Vicunã, em razão de desacordos comerciais no contrato com a Secretaria Municipal de Educação – SME/AF, já a viagem da secretária de Educação, Lucinéia Martins de Matos, causou revolta generalizada no meio educacional, entre Estado e município, por causa de postagens feitas site e canais oficiais da prefeitura municipal de Alta Floresta, nas redes sociais.

O FAKE-PRÊMIO

As postagens fakes, contaram com a colaboração da Assessoria de Comunicação Municipal – ASCOM, dirigida por Danúbio Ferreira de Souza Santos (Membro do Caso AMAZON-LAB), que não mediram elogios para coroar a secretária de educação com os louros de um pseudo prêmio “conquistado” por supostos “merecidos esforços” ainda podem ser acessados nos canais do Instagram, Facebook e Site oficial da Prefeitura Municipal de Alta Floresta, sem fazer qualquer menção aos nomes das escolas estaduais premiadas e ou aos seus respectivos diretores, que foram os verdadeiros homenageados e chamados ao palco do Educa MT para receberem os prêmios pelos excelentes serviços prestados em suas unidades escolares pertencentes ao governo do Estado, enquanto Alta Floresta, nenhuma escola do município alcançou pontuação suficiente para ser se quer lembrada.

O evento de premiação e repasse de verbas, proporcionado pelo governo do Estado, ocorreu no último dia 16 de Março no Hotel Fazenda Mato Grosso, e contemplou os premiados com R$ 8,2 milhões a escolas que melhor performaram no Estado no último ano, e contou com a presença do governador Mauro Mendes.

Ao contrário da verdade, em todas suas postagens,a tanto a secretária de educação, quanto a assessoria de comunicação do município, dissimuladamente, dão a entender que o prêmio foi oferecido para a pessoa da secretária Lucinéia Martins de Matos, numa sórdida manipulação da verdade, na tentativa de desfazer a imagem negativa acumulada pela secretária nos últimos meses a frente da pasta no município. Basta lembrar o último episódio protagonizado pela mesma nos “exames delivery” aplicados em um grupo seleto de servidoras, a beira da piscina na casa do vereador Adelson.

Aquela expressão: “fazer cortesia com o chapéu dos outros”, nunca foi tão bem aplicada quanto neste mais novo episódio, protagonizado pela secretária Lucinéia Martins de Mato, carregado de extremo desrespeito para com os verdadeiros merecedores do referido prêmio conquistado sem a menor participação por parte do município e muito menos da secretária de educação.

Após deixar a população de Alta Floresta sem esclarecimentos quanto a exames delivery”, que ela proporcionou a um grupo de servidoras da sua pasta, na beira da piscina na casa do vereador Adelson Servidor, conforme publicamos aqui em nossa Coluna Análise dos Fatos (Danny Bueno), no último dia 03/03/22, a secretária Lucinéia Martins de Matos protagoniza um novo e vergonhoso episódio de falta de ética profissional, para com aqueles da sua categoria, que deveriam dispor da sua mais elevadas considerações, ainda mais estando ela no mais alto posto da educação municipal, de quem se espera uma postura exemplar.

O fato da secretária estar presente junto aos demais profissionais da educação no evento, que reuniu a nata da educação estadual e seus respectivos secretários municipais, diretores de escolas (estaduais e municipais), professores e educadores de todas as esferas, e apesar de estar representando o município de Alta Floresta, na condição de gestora da educação, não lhe outorgou o direito de atribuir a si mesma, um prêmio que foi explicitamente endereçado a Escola Estadual Guimarães Rosa, onde seu respectivo diretor José Aparecido da Silva, legítimos detentores do referido prêmio, em nome de toda sua equipe, que ficaram entre as TOP 10 no Estado (Categoria Aprendizagem com Equidade), infelizmente tendo seu brilho e esforços, de mais de um ano de trabalho duro, usurpados pela atitude, no mínimo desleal, praticada pela secretária Lucinéia Martins, que em momento algum fez questão de mencionar os nomes da Escola premiada ou de seu diretor, o qual este sim recebeu o merecido prêmio no palco do evento das mãos do secretário estadual de Educação, Alan Porto.

Para piorar a situação a secretária fez questão de gravar um vídeo de agradecimento, aonde reforça a falsa impressão de que recebeu tal prêmio na área da educação em nome do município, alegando que a referida premiação teria alçado a educação municipal de Alta Floresta ao primeiro lugar na categoria em que foi “premiada”, (SÓ QUE NÃO). Na verdade, a EE Guimarães Rosa ficou em décimo lugar no ranking entre as dez mais do Estado, conforme documentos oficiais fornecidos a nossa redação, pelo setor de comunicação (Departamento Estadual de Comunicação – DECOM/MT), da Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso – SEDUC/MT.

Pra quem pensava que não poderia ficar pior, no referido vídeo, o verdadeiro premiado, o diretor José Aparecido da Silva, o qual sede seu prêmio recebido para a secretária tirar várias fotos posadas, é propositalmente cortado na foto apresentada no vídeo em que aparece segurando o prêmio ao lado do governador Mauro Mendes, ficando apenas a secretária Lucinéia Martins de Matos, entre o secretário Estadual de Educação, Alan Porto, o governador e pra completar a “cena do crime”, o secretário municipal de Governo, Gestão e Planejamento, Robson Quintino de Oliveira, em mais uma de suas diárias pagas pelo município, sabe-se lá fazendo o que no evento que não diz respeito a sua pasta.

 

Em resposta ao nosso contato telefônico e as nossas solicitações, o Departamento Estadual de Comunicação – DECOM/MT, encaminhou uma série de documentos que testificam que em momento algum qualquer escola do município de Alta Floresta e ou a secretária de educação (Lucinéia Martins) foram contempladas por qualquer premiação por parte do governo do Estado, e lamentou o fato de saber que tais informações foram deturpadas e distorcidas por terceiros a ponto de fazer parecer que o merecido prêmio dado aos servidores estaduais e dirigentes da Escola Estadual Guimarães Rosa, teria sido usado enganosamente pela secretária do município, causando tamanho constrangimento entre a categoria.

(JOSÉ APARECIDO DA SILVA – O VERDADEIRO RECEBEDOR DO PRÊMIO EDUCA/MT, EM NOME DA ESCOLA ESTADUAL GUIMARÃES ROSA DE ALTA FLORESTA, NA QUAL É DIRETOR).

ESCOLAS MUNICIPAIS QUE ALCANÇARAM PONTUAÇÃO E FORAM PREMIADAS PELO GOVERNO DE MT:

1 – Nossa Sra. do Livramento – (4 ESCOLAS).
2 – São José dos Quatro Marcos – (2 ESCOLAS).
3 – Aripuanã – (1 ESCOLA).
4 – Comodoro – (2 ESCOLAS).
5 – Nova Maringá – (1 ESCOLA).
6 – Tapurah – (2 ESCOLAS).
7 – Tangará da Serra – (1 ESCOLA).
8 – Colniza – (1 ESCOLA).
9 – Cotriguaçú – (1 ESCOLA).
10- Juara – (2 ESCOLAS).
11- Ribeirãozinho – (1 ESCOLA).
12- Ipiranga do Norte – (1 ESCOLA).
13- Colíder – (1 ESCOLA).
14- Itiquira – (1 ESCOLA).
15- Gaúcha do Norte – (1 ESCOLA).
16- Terra Nova do Norte – (2 ESCOLAS).
17- Nova Olímpia – (1 ESCOLA).
18- Juruena – (1 ESCOLA).
19- Rosário Oeste – (1 ESCOLA).
20- Barra do Garças – (1 ESCOLA).
21- Canarana – (1 ESCOLA).
22- Lucas do Rio Verde – (2 ESCOLAS).
23- Sorriso – (2 ESCOLAS).
24- Araputanga – (1 ESCOLA).
25- Torixoréu – (1 ESCOLA).
26- Cáceres – (1 ESCOLA).
27- Cuiabá – (2 ESCOLAS).

Em Alta Floresta, 5 escolas estaduais foram premiadas, e contempladas com valores em dinheiro como forma de incentivo para a continuidade no desempenho, nenhuma escola municipal consta na lista da SEDUC.

ESCOLAS PREMIADAS NA CATEGORIA I – DESEMPENHO – PRÊMIO EDUCA MAIS MT 2022 – 2º ANO EF REDE PÚBLICA:

– EE PROF. MARINÊS FÁTIMA DE SA TEIXEIRA – R$ 61.650,37

– EE JARDIM UNIVERSITÁRIO – R$ 59.026,95

– EE DOM BOSCO – R$ 35.416,17

– EE OURO VERDE – R$ 7.870,26

ESCOLAS PREMIADAS NA CATEGORIA III – APRENDIZAGEM COM EQUIDADE – PRÊMIO EDUCA MAIS MT 2022 – 2º ANO EF REDE PÚBLICA:

– EE GUIMARAES ROSA – R$ 10.493,68

Na matéria publicada no site da prefeitura municipal de Alta Floresta em nenhum momento é citado o nome da escola premiada (EE Guimarães Rosa) e muito menos de seu servidores estaduais, fazendo mais uma vez parecer que a foto tirada no gabinete do prefeito seria uma comemoração do prêmio alcançado pelo município.

PLANILHA FINANCEIRA DAS ESCOLAS MUNICIPAIS E ESTADUAIS PREMIADAS QUE ATINGIRAM NÍVEL DE QUALIFICAÇÃO NOS 141 MUNICÍPIOS:

PLANILHA FINANCEIRA OK

Veja abaixo como ficou o Ranking das escolas em todo Estado com suas respectivas avaliações, nem uma escola municipal sequer alcançou o índice necessário:

ESCOLAS AVALIA MT _PREMIAÇÃO 2022

O OUTRO LADO

Em contato com a secretária de Educação de Alta Floresta, Lucinéia Martins de Matos, não obtivemos respostas até o final desta edição sobre os nossos questionamentos.

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: