sexta-feira, 17 de maio de 2024

ALTA FLORESTA | Base política do Republicanos racha após presidente fechar acordo isolado com Chico Gamba

CRISE NO REPUBLICANOS

Consultamos a base política dos pré-candidatos do Republicanos de Alta Floresta e todos foram unânimes em dizer que não foram consultados a participar da conversa entre o presidente municipal e o prefeito Chico Gamba e só depois foram comunicados.

A falta de experiência e articulação política interna dentro do partido pode acabar saindo caro para o atual presidente Roberto Rivelino dos Reis (Robertinho), que sem fazer qualquer comunicado ou consulta interna com os demais membros. Uma conversa travada em um grupo de Whatsapp (no último dia 15/5), trouxe os contornos da reunião onde o próprio Robertinho fez menção de umas reuniões recentes com atual prefeito.

Na ocasião da conversa uma participante do grupo afirmou que o Robertinho vai ser vice do Chico” e que teria firmando um acordo de apoiar a candidatura do atual prefeito, sendo rebatida imediatamente pelo presidente do Republicanos, que afirmou que ela estava mentindo, porém, deixou claro que foi a atual administração que “foi várias vezes procurar o pré-candidato do Republicanos para ser vice”, outra participante do grupo, pré-candidata do partido do atual prefeito acabou afirmando também que além do apoio o presidente do Republicanos estaria cotado como pretenso pré-candidato a vice do prefeito Chico Gamba.

Da base política parlamentar do atual presidente do Republicanos, composta de dois vereadores, Francisco Ailton, Leonice Klaus (ex-PDT, recém filiada) e Reginaldo Luiz da Silva (Naldo da Pista), apenas os vereadores Naldo e Ailton responderam a nossos questionamentos.

O vereador Naldo da pista declarou que: “com a desistência do Ednei sair pré-candidato a prefeito, o grupo decidiu apoiar o atual prefeito”. Perguntado se participou da reunião realizada entre o presidente do partido e o prefeito o vereador respondeu que “Sim“.

O vereador Francisco Ailton declarou que: “eu, a Leonice e o Naldo vamos juntos com o Chico!” Perguntado se participou da reunião que selou o acordo o vereador também respondeu que “Sim!”

A vereadora Leonice Klaus disse que não estava em condições de comentar sobre o assunto por razões pessoais e que só falaria sobre isso na próxima Segunda-feira, porém, interlocutores do partido disseram que ela foi a única que não concordou com o acordo.

CONFIRMAÇÃO DA PRESIDÊNCIA

Em conversa com a nossa reportagem, o presidente do Republicanos Roberto Rivelino, confirmou que logo após a decisão do pré-candidato Ednei Blasius ter desistido, em uma reunião com o prefeito “o partido” decidiu que não iria mais lançar outro nome ao cargo do executivo e que já teriam decidido que: “o partido vai estar junto com o ele” (Chico).

BASE POLÍTICA IGNORADA

Ao tomarem conhecimento da decisão da presidência junto com os vereadores nesta reunião a base política de pré-candidatos se sentiu traída e boa parte dos membros já declararam que não concordam com a decisão principalmente da forma como foi tomada, sem uma conversa interna e votação por parte da ampla maioria.

Apesar dos 3 vereadores do partido terem participado da reunião isolada com o prefeito Chico Gamba, os demais membros da base de pré-candidatos e demais lideranças do partido afirmam que não foram perguntados antes da reunião e não tiveram conhecimento de que tal reunião aconteceria, entre eles o pré-candidato desistente Ednei Blasius que apesar da desistência acabou se tornando o nome mais forte do partido para futuras candidaturas.

Além de Ednei, outra grande liderança do partido, o empresário da construção civil, Cézar Paulo Santana (conhecido como “Cézinha da ECON”), e que também fez parte da administração Chico Gamba como ex-Secretário de cidades, foi pego de surpresa com a decisão do presidente e dos vereadores, alegando que não foram convocados para participar e não estão de acordo com a decisão, já que a ordem da direção estadual do partido era de buscar um nome próprio para concorrer em Alta Floresta, mesmo após a desistência de Ednei Blasius.

Literalmente contrariado com a posição notícia da reunião com o prefeito e da decisão tomada pelo presidente e os vereadores, o empresário afirmou que isso deve complicar em muito o clima interno no partido pelo fato de que a maioria dos filiados não concordam com a posição tomada e se sentem “apunhalados” pelo presidente que não teve a consideração participação dos demais nas decisões do partido.

Diante de toda esta situação, fica no ar a pergunta sobre quais será o destino do Republicanos em Alta Floresta, pois com o grupo rachado dificilmente o presidente conseguirá sustentar seus pré-candidatos contrários que provavelmente não concordarão em permanecer na sigla por quebra de confiança da presidência. Ao que parece, essa história ainda vai dar muito “pano pra manga” e possivelmente com uma reviravolta contra a decisão tomada.

#republicanos #altafloresta #eleicoes2024 #edneiblasius #chicogamba #robertinhomotos #cezarsantana 

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: