domingo, 17 de junho de 2007

Angelina Jolie: deslumbrante até em um vestido de US$ 26 (R$ 50,00).


O fato de que Angelina Jolie é deslumbrante e atrai todos os flashes por onde passa não é novidade. Mas nesta quarta-feira, 13, a atriz se superou.

Ao lado do marido, Brad Pitt, Angelina causou alvoroço ao revelar a jornalistas e fotógrafos que estavam na porta da première de seu novo filme, “A Mighty Heart”, no Teatro Ziegfeld, em Nova York, que o vestido que estava usando havia sido comprado em um brechó e custou apenas US$ 26 (cerca de R$ 50) - centavos se pensarmos na imensa fortuna da atriz.

O modelo era um pretinho básico, mas de muito estilo. A peça tinha um decote generoso em formato de V nas costas e no colo, e o detalhe de um broche antigo na cintura.

Para complementar o visual, Angelina optou por usar os cabelos presos em um coque frouxo, com a franja e alguns fios soltos. Como acessórios, apenas uma sandália Christian Louboutin preta com cristais e brincos e pulseira bem sóbrios. Afinal, ela não precisa de mesmo de muita coisa para chamar atenção.

Jolie, com seu look deslumbrante, ao lado de PittNão é por menos que Angelina já ocupou diversas vezes o topo do pódio das mais sensuais do mundo. Enquanto outras hollywoodianas se preocupam em desfilar seus Valentinos, Gucci ou Dior, a atriz mostra que não precisa desses artifícios para brilhar.



A FESTA
Depois da première, ela e Brad ainda foram à festa de lançamento do filme, que aconteceu no clube Metropolitan. No local, além do elenco estavam presentes representantes da organização “Repórteres Sem Fronteiras”, que defende o direito de jornalistas e fotógrafos no mundo todo.

“A Mighty Heart” é baseado em um livro escrito por Marianne Pearl, que conta a vida do marido, Daniel Pearl, um jornalista norte-americano que foi assassinado no Paquistão por militantes da Al-Qaeda. A atriz interpreta Marianne no longa.

O filme estréia no dia 22 deste mês nos cinemas de todo os Estados Unidos.

sábado, 16 de junho de 2007

Jornalista ameaçado fica sem proteção policial.


www.diariademarilia.com.br

Marcelo Tavela



José Ursílio de Souza e Silva, editor do Diário de Marilia, foi vítima de diversos ataques nos últimos dois anos. Em especial, os dias 18/07/2006, quando escapou de um atentado graças a um segurança do jornal, e 09/09/2005, em que a sede do veículo foi invadida e incendiada. Ursílio conseguiu na justiça o direito à proteção pela Polícia Federal. Porém isso não acontece.

Os dois episódios narrados acima fazem parte de um longo embate entre o Central Marília Notícias (CMN) – empresa que edita o Diário de Marília – e o grupo político de Abelardo Camarinha, ex-prefeito da cidade paulista e atual deputado federal pelo PSB. Camarinha já foi considerado, em inquérito policial, suspeito de ser o mandante do incêndio criminoso no prédio do CMN. Durante as últimas eleições, uma tentativa de impedir juridicamente a publicação de uma edição do jornal ganhou notoriedade internacional.

Ursílio é testemunha em investigações sobre o incêndio e, temendo por sua segurança, pediu na justiça proteção policial. Foi atendido em uma decisão da juíza Suzana Camargo, do Tribunal Regional Federal (TRF) da Terceira Região, em São Paulo, expedida em 15/09/2006, que pede que o Departamento de Polícia Federal dê garantias de vida ao jornalista e à sua família.

“Além de ser uma medida de preservação da minha vida, há um interesse público. Por conta da minha oposição ao grupo político, recebo muitas denúncias e encaminho ao Ministério Público”, diz o jornalista.

Papel vai, papel vem
Porém, após a sentença da juíza, começa o que Ursílio definiu como “papel foi, papel veio e não houve uma medida prática”: vários documentos trocados entre a PF e o TRF até que, em fevereiro, a Polícia Federal determinou que não há unidade específica nem condições de efetuar a escolta policial, e recomenda que o jornalista se junte ao Serviço de Proteção ao Depoente Especial, em Brasília.

Após o impasse, novos personagens entraram na história: a procuradora regional da República Janice Ascari, que escreveu a petição na qual se baseou a decisão da juíza Suzana Camargo, enviou, em maio, ofício ao Ministério Público Federal para que o caso seja encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), em virtude da eleição de Abelardo Camarinha como deputado federal, e para que a proteção ao jornalista seja de fato efetuada.

“Observando que não se tratava de mera ‘solicitação’ mas sim de ORDEM JUDICIAL [grifo da procuradora], caracterizando crime de desobediência o eventual descumprimento. Juntei documentos comprobatórios de uma ameaça de morte, por arma de fogo, feita à testemunha José Ursilio em julho de 2006”, escreveu Janice.

Ursílio enviou uma carta ao ministro da Justiça, Tarso Genro – repetindo gesto feito ao seu predecessor, Márcio Thomaz Bastos, sem obter resposta – com um apelo para que a proteção policial seja efetuada.

“As vidas do requerente e de sua família seguem em risco e se não existirem as garantias ordenadas em sentença pela Justiça Federal essa testemunha vai com certeza ser assassinada, como demonstram a tentativa frustrada de 18 de julho e a diversas ameaças e truculências a que sou submetido semanalmente”, prevê o jornalista na carta.

O que a PF diz
Segundo a assessoria da Polícia Federal, por lei, só é oferecida proteção especial em três casos: em visita de autoridade internacional; para ministros de estado; e para os chefes dos poderes Executivo e Judiciário, sendo que, nos dois últimos, somente quando solicitado. No episódio de Ursílio, a recomendação é mesmo aderir ao Serviço de Proteção ao Depoente Especial.

A PF também informou que a decisão da juíza Suzana Camargo ainda não foi encaminhada – mesmo tendo sido expedida há quase um ano – e que, assim que isto for feito, a Polícia se manifestará.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Tony Blair admite que governo britânico tentou influenciar a imprensa.


Da Redação



Em discurso à imprensa realizado nesta terça-feira (12/06), o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, afirmou que os veículos de comunicação agem como "ferozes selvagens" e que a relação entre os políticos e a imprensa sempre foi tensa.

Blair admitiu ter contribuído para um desgaste nessa relação e reconheceu que seu governo dedicou muito tempo tentando influenciar a cobertura jornalística.

“Nos primeiros anos do novo trabalhismo (Blair levou o Partido Trabalhista ao poder após 18 anos na oposição) prestamos uma atenção desmedida a cortejar, saciar e convencer os meios e a tentar influenciar na cobertura que a imprensa fazia do Governo (...). Após 18 anos na oposição, e, às vezes, com a feroz hostilidade de uma parte da imprensa, foi difícil ver alternativas", declarou.

Blair se queixa de que no jornalismo atual há menos equilíbrio do que há 10 anos e atribui isso ao imediatismo das notícias 24 horas, que faz a mídia dar mais ênfase ao impacto do que ao equilíbrio.

O premier insistiu que as pessoas ainda têm um “desejo verdadeiro pela cobertura das notícias com imparcialidade” e que “a relação entre a vida pública e a imprensa está danificada de uma maneira que requer ser reparada".

Blair deixará o Governo no próximo dia 27/06 e será substituído por Gordon Brown, atual ministro da Fazenda.


(*) Com informações da Agência EFE.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Alberto Ahmed, dono do Povo do Rio, é baleado em tentativa de assalto


Da Redação



O empresário e jornalista Alberto Ahmed, dono do jornal Povo do Rio, foi baleado por volta das 21h de domingo (10/06), no Grajaú, bairro onde mora no Rio de Janeiro. Ahmed foi baleado nos dois braços em uma tentativa de assalto, mas conseguiu escapar. Ele foi levado ao Hospital dos Italianos, no mesmo bairro, e seu estado de saúde é estável. Ahmed deve ter alta na terça-feira (12/06).

O empresário estava em seu carro e foi abordado por dois homens. Ele reagiu e os assaltantes atiraram pela janela lateral, atingindo seus dois braços, fugindo logo depois. A família não soube dizer se algo foi de fato roubado.

Ahmed foi levado ao hospital pelo filho do porteiro do prédio em frente ao local do crime

domingo, 10 de junho de 2007

Repórteres sem Fronteiras querem levar caso RCTV à ONU




Agência EFE






PARIS - A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) anunciou nesta terça-feira que planeja levar o caso da não renovação da concessão do canal venezuelano RCTV à Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas. A organização não-governamental baseada em Paris visitou a Venezuela no fim de maio para avaliar as conseqüências da medida para a liberdade de informação e concluiu que significa a 'consolidação de uma hegemonia midiática' no país.

- O fechamento do canal RCTV inaugura uma autêntica hegemonia do poder sobre o espaço audiovisual e um grave perigo para o pluralismo editorial - informa o relatório de 36 páginas.

- Os Repórteres Sem Fronteiras vão apresentar o caso da RCTV para o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), cuja próxima sessão acontecerá em Genebra de 11 a 18 de junho - completou.

A RCTV saiu do ar em 27 de maio depois de 53 anos de transmissões, para ser substituída por um novo canal governista chamado Televisión Venezolana Social (Tves), o que gerou protestos no país e críticas da comunidade internacional.

Chávez justificou a não renovação da licença argumentando que a RCTV estava envolvida no golpe que o tirou do poder por algumas horas em 2002 e que havia censurado os protestos que pediam sua volta ao poder.

Durante a visita, a organização disse que entrevistou jornalistas, representantes de ONGs e analistas políticos, mas não conseguiu marcar reuniões com funcionários do governo e de meios de comunicação públicos, já que os pedidos haviam ficado 'sem resposta'.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Anistia acusa Google e Yahoo! de colaborarem com censura na web.


www.comunique-se.com.br

Com base em um relatório do site Open Net Initiative - criado por estudantes das universidades de Toronto, Harvard Law School, Cambridge e Oxford - a ONG Anistia Internacional apontou Google, Yahoo! e Microsoft como cúmplices da censura na web, em especial no caso da China.

As empresas teriam apoiado o governo chinês e aceitado restringir buscas e navegações dos internautas. O Open Net Initiative foi criado por estudantes das universidades de Toronto, Harvard Law School, Cambridge e Oxford.

Um dos exemplos que a ONG lembrou foi o caso da Google, que concordou, em janeiro do ano passado, em oferecer uma versão censurada de seu mecanismo de busca para poder operar na China.

A Anistia lembrou também que o Yahoo! esteve envolvido em dois casos na China: a liberação de informações para autoridades chinesas que levaram à condenação, em 2003, do dissidente Li Zhi a oito anos de prisão e da condenação do repórter Shi Tão, condenado a dez anos de prisão.

Segundo o relatório, pelo menos 25 países estariam usando filtros na internet, como Azerbaijão, Barein, Mianmar, Etiópia, Marrocos e Arábia Saudita. O Brasil não foi citado. “A menos que tomemos uma atitude agora, a internet pode ser tornar irreconhecível”, disse Tim Hancock, diretor da Anistia.

Nesta quarta-feira (6/6) a ONG fará uma conferência em Londres na qual vítimas da repressão online poderão expor suas experiências. O evento marca o primeiro aniversário do site http://irrepressible.info/, que pretende ser um canal de informação para os interessados no futuro da liberdade na internet.

(*) Com informações da BBC Brasil

Radialista chama gaúchos de "lixo"

















Marianna Senderowicz e Tiago Cordeiro



Para muitos profissionais do jornalismo esportivo, o rádio é o espaço da paixão, onde o comentarista deve sempre exercitar a rivalidade, ao contrário da TV, onde a imparcialidade é indispensável. O comentarista e jurista Jonas Greb exercitou não apenas sua paixão.

Ele ofendeu torcedores do Grêmio, fazendo acusações contra dirigentes do clube e se referindo ao time e ao gaúchos como "horda de criminosos" e "lixo", respectivamente. Greb, que tinha um espaço independente na rádio, teve seu contrato cancelado pela Trianon, de São Paulo, nesta quarta-feira (6/06).

"Eles (gaúchos) dizem que querem se separar do Brasil. Que separem. Não precisamos do Rio Grande do Sul na Bandeira do Brasil. Ah, o Sul é meu país! Que seja outro país, o país das bichonas. Vão pro inferno todos os gaúchos, os gremistas. Não servem para ser brasileiros. Não é gente, é bandido. (...) O time do Grêmio é formado por bandidos. Diretoria de bandidos! (...) Gaúcho é lixo pra mim", declarou no programa Santos sempre Santos, veiculado pela rádio.

O comentarista foi procurado pela reportagem, mas não foi encontrado. Em sua página pessoal no Orkut, Jonas é ofendido por gremistas e trocou seu nome para "Gaúcho Tchê POA".

O caso é semelhante ao do radialista Don Imus, da NBC. Em abril, ele ofendeu jogadoras do time de basquete Rutgers e foi suspenso por duas semanas pela emissora. Ao contrário do norte-americano, Greb não demonstrou nenhum arrependimento, chegando a declarar à rádio Guaíba que o programa era "interno", "não deveria ter chegado" aos ouvintes gaúchos e que arcaria com as conseqüências. "Sou um jurista experiente. Se o Zé Dirceu não tá preso, eu vou ser? Isso aqui é o Brasil", declarou.

Apenas
Além de torcedor do Santos, Greb é advogado e foi candidato a deputado estadual pelo PSC em 2006. No programa ele afirma que vários torcedores do Santos foram agredidos pela torcida gaúcha, mas o fato foi negado por Alexandre Neves, da direção da Torcida Jovem, torcida organizada santista. "Houve apenas fatos isolados", explicou.

Das reclamações de Greb a única confirmada foi a má recepção aos 25 dirigentes santistas, obrigados a assistir ao jogo em um cubículo de oito metros, com espaço para apenas 10 pessoas. "Esse foi o grande problema, mas isso não justifica a besteira que ele disse", opinou Aldo Neto, coordenador de comunicação do Santos. No Grêmio, o clima não parece ter sido afetado pelas acusações. De acordo com Carlos Josias Menna de Oliveira, diretor do Departamento Jurídico do clube de futebol, o tiro de Jonas Greb saiu pela culatra: "Os jogadores estão até mais motivados para o jogo do que antes".

Foco
Josias conta que ainda não há uma definição sobre que medidas serão tomadas contra o radialista, pois o foco de todos está na partida desta quarta-feira. "Se o presidente (do clube) Paulo Odone decidir processar o advogado é o que vamos fazer, até porque as declarações feitas são passíveis de processo civil e criminal. Até Greb sabe disso."

Na Brigada Militar do Rio Grande do Sul, que também foi ofendida verbalmente durante o programa de rádio, a situação também está sendo avaliada. "Estamos discutindo sobre o melhor encaminhamento a ser feito, e não descartamos uma ação na Justiça", declara o coronel Paulo Roberto Mendes, subcomandante geral da corporação.

Na opinião do Secretário de Comunicação do RS, Paulo Fona, a atitude foi irresponsável e merece retratação. "Ele falou inverdades que mexem com a imagem da polícia local, além de ofender a todos os gaúchos."

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Caso "RCTV" levanta preocupação sobre liberdade de expressão


Bogotá, 31 mai (EFE).- A não renovação da licença do canal privado "RCTV" gerou hoje novas manifestações de rejeição de associações de imprensa, Parlamentos e instituições internacionais, que mostraram preocupação com o futuro da liberdade de expressão na Venezuela.

Representantes brasileiros no Parlamento do Mercosul disseram que proporão ao órgão um debate sobre "a séria ameaça às liberdades democráticas" representada pela cassação da licença da "RCTV".

A proposta será apresentada na próxima reunião do Parlamento, prevista para 25 de junho, em Montevidéu, explicou à Efe o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

Na quarta-feira, o Senado havia aprovado uma moção de censura contra a suspensão da licença do canal venezuelano, apresentada por Azeredo. "O Senado chileno já aprovou uma moção semelhante, que compartilhamos em todos os seus termos", disse o senador tucano.

"Entre as condições para pertencer ao Mercosul está a plena vigência de todas as liberdades. Embora o presidente Hugo Chávez tenha sido eleito, suas práticas não estão sendo democráticas", acrescentou.

A Venezuela está em processo de adesão ao Mercosul, fundado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O texto constitutivo do bloco inclui uma "cláusula democrática", que prevê a suspensão de qualquer país-membro em caso de "atentados contra as liberdades", destacou Azevedo.

O ex-presidente chileno Ricardo Lagos, que hoje esteve em Brasília, disse que acredita que a decisão de não renovar a concessão da "RCTV" não afetará outros canais, pois isso "não seria bom" para uma região acostumada com a liberdade de expressão.

"Esperamos que o caso termine por aqui", declarou Lagos a jornalistas estrangeiros.

A Assembléia Legislativa de El Salvador aprovou um pronunciamento contra o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, por não renovar a licença da "Rádio Caracas Televisión" ("RCTV"), que saiu do ar à meia-noite de domingo, após 53 anos de atividade.

Os legisladores afirmaram sua "enérgica condenação a uma decisão política que representa uma clara violação dos direitos de liberdade de informação e de expressão, numa séria ameaça à democracia".

Deputados da esquerdista Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) disseram porém que o pronunciamento era uma "ingerência" numa "decisão soberana" do Governo da Venezuela e pediram "perdão" ao povo venezuelano pela iniciativa "aprovada pelos partidos de direita".

Em Buenos Aires, a Associação de Entidades Jornalísticas Argentinas (Adepa), que reúne proprietários de órgãos de comunicação do país, disse que observa com "preocupação" o "baixo nível de resposta continental" no caso da "RCTV" .

"Hoje, salvo honrosas exceções, razões de Estado parecem impor o silêncio aos Governos da América do Sul, enquanto muitas organizações civis reagem com timidez ao perigoso rumo que tomam os eventos", acrescentou a entidade.

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que já se manifestou várias vezes sobre a "RCTV", acusou hoje a Venezuela de tentar eliminar "toda a oposição" midiática. Foi uma reação às ameaças públicas do Governo contra a rede de televisão venezuelana "Globovisión" e a americana "CNN".

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, acusou na terça-feira às duas emissoras de instigar um "amplo plano de desestabilização" contra seu Governo.

"Ao chamar de inimigos os empregados da 'Globovisión', o presidente Chávez dá mostras de paranóia e intolerância", disse a RSF em comunicado.

O Centro Carter, com sede em Atlanta (EUA) fez hoje um apelo a um diálogo político para "manter a paz" e resolver o caso "RCTV". EFE al mf

sábado, 2 de junho de 2007

Já são Cinco Anos sem Tim Lopes


Há cinco anos, Tim Lopes foi brutalmente assassinado por traficantes quando fazia reportagens sobre exploração sexual de menores em bailes funks promovidos por traficantes, no Complexo do Alemão no Rio de Janeiro (RJ).

AVENIDA TIM LOPES

Neste fim de semana, dois eventos marcam as homenagens a Tim Lopes, assassinado no dia 2 de junho de 2002.

Hoje ocorreu o ato simbólico de inauguração da Avenida Tim Lopes, na Barra da Tijuca, na cidade maravilhosa.

MISSA:
Amanhã, domingo (03), às 10h00, será celebrada missa na Igreja da Penha, em memória de Tim.
ACESSE: www.timlopes.com.br

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Caso RCTV faz lembrar que concessões não são vitalícias


Caso não tem nada a ver com censura ou com atentado à liberdade de expressão. O que está por trás de todo este tempo e espaço destinados ao tema pela mídia brasileira é a preparação de terreno para a teoria do vale tudo.



Por Edgard Rebouças*

Todo este espaço aberto na mídia brasileira para falar sobre o caso da não renovação da concessão de uma das emissoras da Radio Cararas Televisión (RCTV) é bem sintomático para tentarmos compreender o que se passa atualmente aqui mesmo no Brasil. Seria de levantar suspeitas o motivo pelo qual, de uma hora para outra, a imprensa nacional resolveu sair de sua tradicional posição de costas para a América Latina, se neste exato momento não estivessem em pauta os debates em torno da classificação indicativa na TV e da regulamentação da publicidade de bebidas e de alimentos que causam obesidade.

Tanto a decisão do governo venezuelano como as propostas dos ministérios da Justiça e da Saúde estão sendo colocadas no mesmo balaio do "atentado à liberdade de expressão" e da "volta à censura". Mas a questão de fundo de ambos os casos é a eterna disputa entre o interesse público e o interesse privado.

No caso da RCTV, o que mais foi dito é que seria fechada a emissora que se opõe ao governo Chávez. Só que a imprensa brasileira, sempre superficial, "se esqueceu" de apurar um pouco mais o histórico da "injustiçada" emissora. Pois, ao que consta, já em 1976, a RCTV foi tirada do ar por três dias por veicular notícias falsas; em 1980 ficou 36 horas fora do ar por causa de sua programação sensacionalista; em 1981, foram 24 horas de penalidade por exibir cenas pornográficas em horário inadequado; em 1989, mais 24 horas fora do ar por ferir a lei ao veicular publicidade de cigarro; e em 1991, teve um de seus programas humorísticos tirado do ar pela Corte Suprema por ridicularizar as pessoas.

Não bastasse todos esses problemas relativos ao conteúdo, há ainda os processos na Justiça por sonegação fiscal entre 1999 e 2003, e por veiculação dos discurso do almirante Molina Tamayo e dos generais Nestor Gonzáles e Guaicaipuro Lameda em favor do golpe militar de 11 de abril de 2002. Ambos os casos: enganar o fisco e incitar o povo a um golpe de Estado, são ações puníveis constitucionalmente em qualquer democracia do mundo; pior ainda se tratando de uma concessão pública como as emissoras de televisão. Vale lembrar que, bem ou mal, Hugo Chávez foi eleito e re-eleito nas urnas.

Outro ponto também não divulgado pela imprensa brasileira é que a não renovação da concessão foi apenas de uma das emissoras do grupo 1BC (1 Broadcasting Caracas), que continua operando com suas empresas de rádio, TV a cabo, internet e fonográficas. A falta de informação deve ser pelo fato de recebermos notícias da Venezuela por agências americanas, inglesas e francesas, ou por correspondentes brasileiros em Buenos Aires. Até pela proximidade geográfica, certamente jornalistas de Roraima teriam informações mais confiáveis.

O caso da RCTV não tem nada a ver com censura ou com atentado à liberdade de expressão. Da mesma forma que não é censura, no Brasil, os casos da regulamentação da classificação indicativa e da publicidade de bebidas alcoólicas e alimentos prejudiciais à saúde; todos previstos na Constituição e no Estatuto da Criança e do Adolescente.

A (de)formação da opinião por parte da mídia em geral é tratada pelo foco das questões ideológicas. Sendo que as empresas de comunicação tentam sempre afirmar seu papel de defensor da democracia; o que de certa forma era válido nos séculos XVIII e XIX, quando os jornais davam voz àqueles que se opunham aos regimes autoritários. Mas a partir do final do século XIX e início do XX, a imprensa perdeu seu papel de quarto poder para se tornar uma empresa comercial como qualquer outra.

O que está por trás de todo este tempo e espaço destinados ao caso RCTV - maior do que o destinado a muitas outras questões de relevância na América Latina - é uma preparação de terreno para a defesa da teoria do vale tudo. Assim, em nome da "liberdade de expressão", pode-se desrespeitar os direitos humanos, invadir privacidade, acusar sem provas, corromper... É a moda da tal "liberdade de expressão comercial", neologismo criado pelos empresários do setor no Brasil.

No entanto, se o que está escrito na Constituição continua valendo, os canais de rádio e televisão são concessões públicas, devem respeitar as leis do país, e, assim como na Venezuela, e no resto do planeta, as concessões não são vitalícias.


(*) Edgard Rebouças é jornalista, doutor em Comunicação, professor da Universidade Federal de Pernambuco e membro da coordenação executiva da campanha "Quem financia a baixaria é contra a cidadania", da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.

Fonte: Agência Carta Maior

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

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