terça-feira, 7 de agosto de 2007

Novo Código de Ética: jornalista não pode deturpar aspas



O jornalista não pode deturpar informações ou declarações das fontes. Este é um dos novos dispositivos do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, cujo processo de atualização foi concluído no último fim de semana em Vitória (ES), no Congresso Extraordinário dos Jornalistas.

Apesar do Código já prever o compromisso do jornalista com a veracidade dos fatos, o plenário do Congresso aprovou por unanimidade a proposta do novo dispositivo, feita pela delegação carioca, por entender que a prática de mexer nas aspas de entrevistados para encaixá-lo em determinadas "teses" - não muito rara - desmoraliza a profissão e contribui para a perda de credibilidade dos jornalistas.

Durante os três dias de Congresso, jornalistas de todo o país revisaram o Código de Ética da profissão, em vigor há 20 anos. Participaram da atividade delegações de 23 estados.

Antônio Carlos Queiroz, vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal e membro da comissão que sistematizou as propostas recebidas, considera que, além de revisar o Código de Ética, os jornalistas conseguiram apresentar importantes avanços na definição da atividade jornalística. "Levamos em conta o reconhecimento dos direitos das minorias, a ratificação da presunção de inocência, que é um dos fundamentos da profissão mas que muitas vezes não é respeitado e também algumas previsões decorrentes do avanço das novas tecnologias", comemorou Queiroz.

Um exemplo de mudança foi a inserção no documento que "a presunção da inocência é um dos fundamentos básicos da atividade jornalística". Como este é um princípio constitucional, sua incorporação pode parecer redundante à primeira vista. Na verdade, visa relembrar que os jornalistas não são cidadãos melhores do que os outros, nem estão acima da lei.

Desafio

"O desafio é combater a atual disposição de certos meios de comunicação que se arvoram em polícia, promotoria e juizado ao mesmo tempo, denunciando, julgando e punindo pessoas com a execração pública, muitas vezes sem elementos de prova e sem conceder-lhes o direito de resposta", avaliaram os congressistas.

Cláusula de consciência
Outro avanço foi a adoção da cláusula de consciência, prevista em códigos de ética de jornalistas de vários países, e já reconhecida, por exemplo, pela Justiça de São Paulo. De acordo com a cláusula, o jornalista poderá se recusar a executar pauta que se choquem com os princípios do Código ou que agridam as suas convicções. Para evitar distorções ou abusos, ressalvou-se que essa disposição não pode ser usada como argumento, motivo ou desculpa para o profissional deixar de ouvir pessoas com opiniões contrárias às suas.

Publicidade

Entre outras disposições, o novo Código de Ética prescreve a obrigação do jornalista de informar claramente à sociedade quando seu trabalho tiver caráter publicitário ou quando utiliza recursos que modifiquem as imagens originais, como a fotomontagem. E determina que o profissional não pode divulgar informações obtidas de maneira inadequada, como o uso de identidades falsas, câmeras escondidas ou microfones ocultos, salvo se houver a exigência de esclarecimento de informações de relevante interesse público, e desde que esgotadas todas as possibilidades convencionais.

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) deverá divulgar massivamente o novo Código de Ética dos Jornalistas nas próximas semanas, assim que a comissão de redação final, eleita pelo Congresso Extraordinário de Vitória, terminar seu trabalho.

Fonte: FENAJ e Sindicatos de Jornalistas

Fortune confirma Slim como 'mais rico' do mundo.





Magnata mexicano tem fortuna avaliada em US$ 59 bilhões.
Sozinho, ele representa 5% do movimento da economia do México.

O mexicano Carlos Slim, magnata da telefonia na América Latina - ele é dono da mexicana América Movil, que tem participações na Embratel e na Claro, no Brasil -, é o homem mais rico do mundo e sua fortuna alcança US$ 59 bilhões, informa nesta terça-feira (7) a revista Fortune.

"De acordo com nossos cálculos, Slim, 67 anos, tem uma fortuna de US$ 59 bilhões, levando em consideração o valor de suas empresas no fim de julho", afirma a revista americana de economia e negócios.



Ranking:
O valor o situa como o primeiro colocado no ranking dos homens mais ricos do planeta, à frente do fundador da Microsoft, Bill Gates, cuja fortuna é avaliada em US$ 58 bilhões.

Além disso, enquanto Gates está vendendo sua principal fonte de riqueza, as ações da Microsoft, para criar uma fundação, a fortuna de Slim não pára de crescer. Somente no decorrer de 2007, a fortuna do mexicano cresceu em US$ 12 bilhões e seu império representa mais de 5% do PIB do México.

domingo, 5 de agosto de 2007

Violência contra a imprensa




Da redação.

A nova edição do Jornal da ABI traz reportagem de Gil Campos, realizada em Porto Ferreira, no interior paulista, onde o jornalista Luiz Carlos Barbon Filho foi morto à queima-roupa por um pistoleiro de aluguel, após denunciar políticos e empresários locais. A Associação pediu ao Governador de São Paulo, José Serra, que intervenha com rigor na apuração do crime e enviou moção ao Ministério Público. Segundo dados do Instituto News Safety, o Brasil já ocupa o 11º lugar na lista dos países em que mais se matam jornalistas.

Outros destaques são as entrevistas com dois grandes nomes do jornalismo: Paulo Patarra e Carlos Lemos. O primeiro, criador da revista Realidade, rejeita o rótulo de maldito e diz que considera o jornalismo uma transgressão em que não há imparcialidade. O segundo, com 47 anos de experiência na imprensa carioca, ressalta que o repórter deve ser um agente provocador.

A publicação traz ainda reportagens sobre o trabalho do correspondente de guerra português Carlos Fino, o papel da mídia no combate ao aquecimento global, o legado de Octávio Frias e a abertura do Ano do Centenário da ABI, tendo Oscar Niemeyer como Presidente de Honra.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

RSF critica declarações do PT




Tiago Cordeiro



A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Ricardo Berzoini, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT). No documento assinado pelo secretário geral da RSF, Robert Ménard, a organização comenta as declarações do secretário de comunicação do PT, Gléber Naine, dadas ao Comunique-se e também o texto aprovado pela executiva nacional do partido.

“Repórteres sem Fronteiras manifesta sua preocupação sobre as conseqüências da decisão adotada no dia 31/07 pela Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), convocando detentores de mandatos públicos à mobilização contra uma ‘grande ofensiva da direita aliada a certos setores da mídia contra o PT e o governo do presidente Lula’”, critica a entidade. O texto ressalta também o fato de Naine ter citado “o canal de televisão privado TV Globo e os diários Correio Braziliense, O Estado de São Paulo, O Globo e Folha de São Paulo como veículos que ‘nunca fizeram antes oposição a um governo como o fazem agora’”.

A TV Globo, Estadão e Folha de S. Paulo não quiseram comentar as acusações ou o texto da executiva. O Correio Braziliense não retornou os contatos até o fechamento desta matéria. A decisão do PT é descrita como “inoportuna e sem fundamento”. A RSF lembra ainda que a mídia privada não deixa de criticar “representantes dos partidos de oposição citados em casos de corrupção, abuso de poder e fraude”.


Apagão

“Sugiro uma visita dos dirigentes petistas às coleções dos jornais para lerem o que a imprensa publicou - o que inclui o que os petistas disseram - durante o apagão elétrico no governo FH, em 2001”, declarou a editora Silvia Fonseca, da editoria O País do jornal O Globo.

“É nosso dever lembrar, contudo, que a revelação, às vésperas das eleições de outubro de 2006, de um escândalo envolvendo membros do PT - que tentaram comprar um falso dossiê contendo acusações contra candidatos de oposição - provocou a reação de militantes do partido contra a imprensa”,
enumera a organização.

De acordo com a RSF, a cobertura do acidente da TAM e as vaias que Lula recebeu na abertura dos Jogos Pan-americanos, fatos citados pelo PT como prova de uma suposta articulação entre mídia e oposição, são situações que não poderiam deixar de ser citadas pela mídia. "É possível responsabilizar a mídia pela insatisfação provocada pela emoção coletiva decorrente da tragédia de Congonhas?”, questiona.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Eurico Miranda é condenado em 12 mil por agressão a jornalista.
















STF mantém ação contra Eurico Miranda por agressão a jornalista de O Dia.

Da Redação:
Eurico Miranda, presidente do clube Vasco da Gama, não conseguiu suspender sua condenação a indenizar em R$ 12 mil o jornalista Carlos Monteiro, do jornal O Dia, por agressões cometidas na final do Campeonato Carioca de 2004, vencida pelo Flamengo. A ministra Ellen Gracie, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), negou seguimento à Ação Cautelar (AC) 1735, proposta pelo ex-deputado.

Na semana do clássico, Miranda comunicou publicamente a encomenda de 30 mil litros de chope para comemorar uma suposta vitória do Vasco. Ao término da partida com placar de três a zero para o Flamengo, Monteiro perguntou ao dirigente o que ele faria com a bebida e foi agredido pelo presidente do clube. A indenização foi uma substituição à pena original de seis meses de detenção para o ex-deputado, que jamais explicou o destino dos 30 mil litros de chope.

domingo, 29 de julho de 2007

Sindicato de Sergipe faz cadastramento para Condomínio.





O Sindicato dos Jornalistas de Sergipe formalizou um pedido de construção de um condomínio especial para os jornalistas do Estado, na superintendência da Caixa Econômica Federal (CEF). "A idéia principal é atingir prioritariamente aos profissionais que ainda não possuem a sua casa própria, mas outros podem também ser atendidos", afimrou a entidade.

Cadastramento

O Sindicato está cadastrando os jornalistas interessados. “O condomínio só vai sair se tivermos uma boa adesão. Também solicitamos à Caixa um financiamento para aquisição da sede própria da entidade”, disse José Cristian Góes, presidente do Sindicato.

No formulário a ser preenchido pelos jornalistas sindicalizados e em dia com a entidade, os interessados dirão se preferem um condomínio de casas, apartamento e o tamanho das moradias. Os profissionais deverão também apontar locais para a construção do condomínio.

É preciso ainda informar renda média pessoal e familiar, qual o contrato de trabalho que possui, se tem algum outro financiamento imobiliário. “Tudo isso vai ser levando em conta para definir o tamanho, o local, o valor da prestação, tempo de pagamento. Também não sabemos ainda se o condomínio vai ser via Programa de Arrendamento Residencial (PAR) ou uma espécie de cooperativa”, informa Cristian Góes.

A data-limite para o preenchimento do formulário e sua entrega no Sindicato é 15 de agosto de 2007. Os formulários já estão disponíveis na sede da entidade.

Fonte: Sindicato Sergipe

Tribuna: ex-governador condenado a pagar indenizações.


(A Tribuna de Alagoas surgiu em 1979. O projeto do periódico foi de Paulo César Farias, ex-tesoureiro do ex-presidente Fernando Collor de Melo. O jornal passou por diversas crises ao longo de sua história. Antes da inauguração, PC Farias apareceu morto.

Hoje, a Tribuna de Alagoas pertence ao Banco do Nordeste. O seu funcionamento ocorre através de franquia. Atualmente, está sob comando da família de Ronaldo Lessa.)


_________________________________

O ex-governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, e o empresário Bob Lyra (Robert Carlos Lyra) foram condenados, em sentença proferida pelo o juiz da 1ª Vara da Justiça do Trabalho, Gustavo Tenório Cavalcante, a pagar todos os salários atrasados e verbas rescisórias de um jornalista da Tribuna de Alagoas.

A sentença determina que Lyra, Lessa e a uma empresa criada para administrar a Tribuna de Alagoas – paguem os salários atrasados e a indenização do jornalista com multa. O valor total é de R$ 72,9 mil, fora o desembolso com honorários advocatícios, Imposto de Renda e contribuições previdenciárias, superando R$ 86 mil.

“Bob Lyra e Ronaldo Lessa foram pegos pela Justiça do Trabalho graças à boa fundamentação e aos elementos de prova juntados pelo Sindicato dos Jornalistas ao processo. Com um trabalho minucioso de investigação, a entidade conseguiu ter acesso a um contrato de gaveta onde a família de Paulo César Farias transferia a Tribuna de Alagoas para “testas de ferro” de Lessa e Lyra”, afirmou a direção do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindijornal).

Documentos descobertos pelo Sindjornal e anexados à reclamação trabalhista, através do seu departamento jurídico, alicerçaram a tese de que Bob Lyra e Ronaldo Lessa mantinham poder de mando na Tribuna.

O presidente do Sindjornal, Carlos Roberto Pereira, destacou o espírito de luta e de resistência demonstrado pelos trabalhadores da Tribuna. Desde janeiro deste ano, os trabalhadores estão sem salários e indenizações. Eles ocuparam a sede da empresa e o jornal voltou a circular através da cooperativa criada pelos jornalistas e gráficos, que aguardam a primeira cota de participação nos lucros.

O empresário Bob Lyra e o ex-governador Ronaldo Lessa, podem recorrer da sentença proferida na primeira instância ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e caso não obtenham êxito, ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).
___________________________________
Veja abaixo a íntegra da sentença:

Processo nº 00641-2007-001-19-00-1-025


Posto isto, julgo IMPROCEDENTES os pedidos da reclamação trabalhista contra os litisconsortes VORNEI MENDES, GRÁFICA E EDITORA TRIBUNA S/A e GERALDO LESSA SANTOS e julgo PROCEDENTES EM PARTE os pedidos da mesma reclamação trabalhista, para, observada a prescrição qüinqüenal, exceto em relação ao FGTS com 40%, condenar a reclamada ETN - EDITORA TRIBUNA DE NOTÍCIAS LTDA. e solidariamente os litisconsortes ROBERT CARLOS LYRA e RONALDO AUGUSTO LESSA SANTOS a pagar ao reclamante R$ 72.926,06, valor atualizado até 31/07/2007, referente às verbas deferidas na fundamentação.

Condeno ainda a reclamada ETN - EDITORA TRIBUNA DE NOTÍCIAS LTDA. e solidariamente os litisconsortes ROBERT CARLOS LYRA e RONALDO AUGUSTO LESSA SANTOS a pagar R$ 10.938,91 de honorários advocatícios em favor do sindicato/assistente e R$ 3.026,98 de contribuições previdenciárias parte do empregador. Custas de R$ 1.458,52 pela reclamada ETN - EDITORA TRIBUNA DE NOTÍCIAS LTDA. e solidariamente pelos litisconsortes ROBERT CARLOS LYRA e RONALDO AUGUSTO LESSA SANTOS, calculadas sobre R$ 72.926,06, valor da condenação.

Juros e correção monetária na forma da lei, sendo o termo inicial desta última o mês seguinte ao da prestação de serviço (Súmula 381/TST). Imposto de Renda e INSS na forma da fundamentação. Intimem-se as partes. E para constar, foi lavrada a presente ata, que vai assinada na forma da lei.

Fonte: Sindicato dos Jornalistas de Alagoas

No Brasil a censura é maior do que sob o comunismo soviético.






A mídia brasileira virou um caso de psiquiatria. O Prêmio Nobel de Psiquiatria de 1988, o suiço Heinz Von Achlochstrecherstein, tirou uns dias de férias no Rio de Janeiro. Em entrevista ao jornalista Fernando Carvalho, da Agência EFE, ele afirmou que a censura no Brasil é muito mais forte do que sob o comunismo soviético, pois segundo ele, as chefias de redação usam métodos empresariais para exercer a censura, que são muito mais eficientes do que os velhos censores estatizados e burocráticos.

Espirrou? Culpa do LULA!

O famoso psiquiatra fez uma análise da mídia brasileira: "Toda a obsessão é um mal da mente. Nesta nova viagem que faço ao Brasil encontro os jornais brasileiros ou melhor, seus chefes de redação, acometidos de uma moléstia mental coletiva que beira a obsessão. Tudo, absolutamente tudo, para eles é culpa do presidente do país", afirmou

Para o psiquiatra, autor de vários best-sellers como "Eu quero que o mundo seja assim" e "Nicolau, agora pára com isso e larga do meu pé", "a obsessão por culpar o presidente por tudo expõe esses jornalistas ao ridículo".

Ranhuras Indispensáveis

"Depois de passar três dias inteiros, de manhã à noite, culpando o governo pela falta de umas ranhuras que só cinco pistas de aeroporto possuem em todo o país, a mídia, em vez de fazer auto-crítica quando o vice-presidente técnico da TAM revelou que o avião estava com o reverso desligado no momento do pouso, sai como louca em busca de uma nova imagem sensacionalista para desviar a atenção do público para a mentira que repetiu setenta e duas horas seguidas, sem descanso, sobre as tais "ranhuras indispensáveis", afirmou o Prêmio Nobel de Psiquiatria de 1988.

"Podia ser o Lula tirando meleca. Podia ser Dona Marisa, limpando o sapato depois de pisar em cocô de um dos cachorrinhos do presidente. Podia ser qualquer coisa, contanto que desviasse a atenção. Quis o destino que fosse o tal assessor, fazendo "top-top" atrás da cortina do seu escritório...", afirmou Von Achlochstrecherstein.

Quem acredita?

"Sinceramente, eu gostaria de perguntar aos "barões da mídia" e seus cúmplices: quem vocês acham que ainda acredita em vocês? Vocês não têm medo de perder completamente o que lhes restou de credibilidade?", cutucou o psiquiatra suiço.

"Esse caso parece a versão do capitalismo que nos irradiava dia e noite a televisão da ex-RDA ( Alemanha Oriental) . Tudo para eles era culpa do capitalismo!", comparou.

"Mandar cinegrafistas ficar nas janelas do Palácio do Planalto filmando as janelas dos escritórios para pegar alguém coçando prurido anal, o buraco do nariz ou da orelha é uma atitude que denota absoluta falta de controle emocional e uma obsessão que pode ser contagiosa", alertou Heinz Von Achlochstrecherstein.

Receita

"Em vez de obsessão por Lula, esses jornalistas deveriam transformar toda essa energia em obsessão saudável pelo sexo oposto, como essa que me faz correr 45 minutos todos os dias e ainda dar conta da Licimara, que vive comigo em Berlin há quase cinco anos... Todos os dias!", receitou.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Em carta, mãe de vítima critica governo após o acidente.



















Mãe de jovem morto no vôo 3054 escreve carta pública ao governo Lula e ao País


SÃO PAULO - "Há muito eu sabia que desastres aéreos iriam acontecer", afirma a mãe de uma das vítimas do vôo 3054 da TAM, em carta destinada aos governantes e ao País. Adi Maria Vasconcellos Soares, mãe de Luís Fernando Soares Zacchini, uma das 187 pessoas que estava no Airbus que se chocou com o prédio da TAM Express na última terça-feira, 17/07/2007.

Íntegra da carta:
CARTA DE UMA MÃE:

Aos governantes e à família brasileira,

Perdi o meu único filho.

Ninguém, a não ser outra mãe que tenha passado por semelhante tragédia, pode ter experimentado dor maior.

Mesmo sem ter sido dada qualquer publicidade à missa que ontem oferecemos à alma de meu filho, Luís Fernando Soares Zacchini, mais de cem pessoas compareceram. Em todos os olhos havia lágrimas. Lágrimas sinceras de dor, de saudade, de empatia. Meus olhos refletiam todos os prantos derramados por ele, por mim, por seu filhinho, por sua esposa, por todos parentes e amigos. Por todos os sacrificados na catástrofe do Aeroporto de Congonhas.

Há muito eu sabia que desastres aéreos iriam acontecer. Sabia que os vôos neste país não oferecem segurança no céu e na terra. Que no Brasil a voracidade de vender bilhetes aéreos superou o respeito à vida humana. A culpa é lançada sobre um número insuficiente de mal remunerados operadores aéreos ou sobre as condições das turbinas dos aviões. Um Governo alheio a vaias é responsável pelo desmonte de uma das mais respeitáveis e confiáveis empresas aéreas do mundo, a VARIG, em benefício da TAM, desde então, a principal provedora de bilhetes pagos pelo Governo. Que a opinião pública é desviada para supostos erros de bodes expiatórios, permitindo aos ambíguos incompetentes que nos governam continuarem sua ação impune. Que nossos aeroportos não têm condições de atender à crescente demanda de vôos cujo preço é o mais caro do mundo. Quando os usuário aguardam uma explicação, à falta de respeito ao cidadão juntam-se o escárnio e a cruel vulgaridade de uma ministra recomendando aos viajantes prejudicados que relaxem e gozem. Assuntos de alcova não condizentes com a reta postura moral e respeito exigidos no exercício de cargos públicos. Assessores do presidente deste país eximem-se da responsabilidade e do compromisso com a segurança de nosso povo exibindo gestos pornográficos. Gestos mais apropriados a bordéis do que a gabinetes presidenciais. Ao invés de se arrependerem de uma conduta chula, incompatível com a dignidade de um povo doce e amável como o brasileiro, ainda alardeiam indignação, único sentimento ao alcance dos indignos. Aqueles que deveriam comandar a responsabilidade pelo tráfego aéreo no Brasil nada fazem exceto conchavos. Aceitam as vantagens de um cargo sem sequer diferenciarem caixa preta de sucata. Tanto que oneraram e humilharam o país ao levar o material errado para ser examinado em Washington. Essas são as mesmas autoridades agraciadas com louvor e condecorações do Governo em nome do povo brasileiro, enquanto toda a nação, no auge de sofrimento, chorava a perda de seus filhos.

Tudo isto eu sabia. A mim, bastava-me minha dor, bastava meu pranto, bastava o sofrimento dos que me amam, dos que amaram meu filho. Nenhum choro ou lamento iria aumentar ou minorar tanta tristeza. Dores iguais ou maiores que a minha, de outras mães, dos pais, filhos e amigos dos mortos necessitam de consolo. A solidariedade e amor ao próximo obrigam-nos a esquecer a própria dor.

Não pensei, contudo, que teria de passar por mais um insulto: ouvir a falsidade de um presidente, sob a forma de ensaiadas e demagógicas palavras de conforto. Um texto certamente encomendado a um hábil redator, dirigido mais à opinião pública do que a nossos corações, ao nosso luto, às nossas vítimas. Palavras que soaram tão falsas quanto a forçada e patética tentativa que demonstrou ao simular uma lágrima. Não, francamente eu não merecia ter de me submeter a mais essa provação nem necessitava presenciar a estúpida cena: ver o chefe da nação sofismar um sofrimento que não compartilhava conosco.

Senhores governantes: há dias vejo o mundo através de lágrimas amargas mas verdadeiras. Confundem-se com as lágrimas sinceras e puras de todos os corações amigos. Há dias, da forma mais dolorosa possível, aprendi o que é o verdadeiro amor. O amor humano, o Amor Divino. O amor é inefável, o amor é um sentimento despojado de interesse, não recorre a histriônicas atitudes políticas.
Não jorra das bocas, flui do coração!

E que Deus nos abençoe!


Adi Maria Vasconcellos Soares


Porto Alegre, 21 de julho de 2007.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

União tem 4.823 imóveis vagos


Agência Estado

Capital sem uso representa desperdício de ao menos R$ 2,6 bilhões.
Despesas de manutenção que chegam a R$ 250 mil por ano.


Como resultado de décadas de descaso, falhas administrativas e muita burocracia, o governo federal tem desperdiçado um patrimônio bilionário em imóveis.

De acordo com informações da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), encarregada de gerenciar esses terrenos e edificações, existem 4.823 imóveis vagos em poder do governo, espalhados por todo o país, um capital sem uso.

A maioria é de imóveis dominiais - uma categoria que inclui, por exemplo, terrenos de propriedade da Marinha. No total, o governo detém 534.764 imóveis dominiais, dos quais 4.252 estão vagos.

Entre os chamados imóveis de uso especial, cedidos a órgãos de governo para serem usados como parte de sua estrutura administrativa, 571 permanecem sem uso - de um total de 28.850.

PATRIMÔNIO DESPERDIÇADO:
Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) realizada apenas nos imóveis de uso especial indica que os 571 terrenos e edificações vagos representam, juntos, um patrimônio desperdiçado de R$ 2,6 bilhões.

Mesmo sem nenhuma serventia, causam despesas de manutenção que chegam a R$ 250 mil por ano, segundo informações do ministro Valmir Campelo, relator do processo no TCU.

Uma série de falhas em vistorias técnicas, que deveriam ser realizadas periodicamente nesses imóveis, foi detectada pela auditoria. Ela também apontou a dificuldade da SPU e das Gerências Regionais do Patrimônio da União (GRPUs) para conduzir esse trabalho de forma adequada.

Pesquisar matérias no Blog

Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: