segunda-feira, 18 de março de 2013

Crônicas de Rondônia (19/03) - 2014 já está nas ruas, Copa do Mundo, Eleições, Redes sociais e instabilidades dão o tom do novo ano

Ano histórico

Nem bem chegou o meio do ano 2013 e a expectativa gerada pela Copa do Mundo do ano que vem, as Eleições para Governo, Deputados e Senadores e a esperança de um forte aquecimento na economia nacional, principalmente nas capitais já está gerando a maior dor de cabeça para as cidades que precisam entregar as obras dos estádios e para quem pretende apresentar uma boa qualidade nos serviços que serão oferecidos, como as redes de hotéis e restaurantes.  Pois bem, por aqui em Rondônia, não sentiremos tanto os efeitos dos jogos pois não fomos agraciados pela escolha de sediar pelo menos uma partida das seleções, se bem que, se fôssemos escolhidos, alguma forma de milagre teria que ser alcançada para conseguirmos entregar qualquer tipo de obra de grande aspecto, principalmente na capital.

Como seria

Se levarmos em consideração o próprio curso da história nos últimos meses já seriamos considerados o Estado com o cronograma mais atrasado do país, em infraestrutura, em prazos de conclusão e principalmente em desvio de dinheiro. O nosso maior estádio do Estado, em Porto Velho, encontra-se interditado pela Defesa Civil por apresentar riscos de desabamentos aos frequentadores, enquanto o isso o governo e a prefeitura fica discutindo que é o pai da criança. O governo e a prefeitura da capital mais emperrados do que nunca pelos constantes bloqueios do TCE pelas irregularidades contumazes em orçamentos superfaturados. Pelo interior a situação só não é mais dramática por que o esporte em Rondônia  nunca foi levado a sério pelas autoridades e por isso mesmo não representa uma prioridade para os prefeitos, deputados, senadores e governador. Ou seja, Deus sabe mesmo o que faz, caso contrário faltaria óleo de peroba e máscara de palhaço na face da terra para suprir a nossa população.

De volta ao ninho

Quem retorna ao seu partido de origem o PMDB essa semana é, o ex-deputado Federal Constituinte Chagas Neto, a cerimônia de refiliação, se é assim que e chamada, ocorreu ontem na sede do partido aqui na capital. Segundo o empresário e ex-deputado, retornar ao partido em que sua carreira política teve mais atuação é uma forma bonita de fazer justiça aos anos de companheirismo e conquistas alcançados durante seus mandatos.

Vem com tudo

Outro que não deixa ninguém esquecer que é candidatíssimo ao governo em 2014, é o empresário e recém empossado presidente estadual do PEN 51, Kazan Roriz, da Fox Pneus, que ensaia suas abordagens através das redes sociais aonde tem obtido um número expressivo de adesões  na sua maioria de jovens que se identificam o com o espírito arrojado do empresário. Kazan ficou milionário em Rondônia através de sua rede de lojas representantes das melhores marcas mundiais de pneus e diz que pretende retribuir através da carreira política tudo aquilo que alcançou de sucesso com os clientes e amigos em todo o Estado. Prova disso foi uma doação anônima de 2 milhões de reais há quase dois anos ao hospital das Irmãs Santa Marcelinas em Porto Velho, a doação teria permanecida anônima até hoje se não fosse a incômoda satisfação de certos colegas jornalista em revelar o lado altruísta do empresário mesmo antes dele lançar sua candidatura ao governo do Estado.

Diário de bordo

Outro que não se cansa de usar e abusar das redes sociais é o vereador Everaldo Fogaça (PTB), pelo menos duas vezes por dia o vereador posta em seus perfis cada passo de sua agenda, independente de estar recebendo visitas em seu gabinete ou visitando as regiões mais distantes do município aonde faz questão de reunir-se com os moradores ouvir as reclamações e posar ao lado dos problemas apresentados pelos moradores como forma de registrar suas atividades através de relatórios que podem servir de mural em sua linha do tempo em que os seus eleitores conseguem apreciar de perto a correria do edil. Torçamos para que essa prática seja uma constante em seu mandato e principalmente que sirva de  exemplo para os demais políticos que em alguns casos se esquecem até dizer bom dia à aqueles que os ajudaram a chegar aos cargos que estão.

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: