sábado, 12 de janeiro de 2019

FRUSTRAÇÃO | Clientes do Del Moro de Alta Floresta saem decepcionados com carro sorteado para Paranaíta

Em menos de cinco minutos o sonho de milhares de Alta-florestense foi por água abaixo.

Centenas de pessoas esperançosas se aglomeraram no pátio do Del Moro Supermercado,na tarde deste Sábado, em Alta Floresta, para assistir ao sorteio de um automóvel, entre os 12 sorteados nas 12 lojas espalhadas no Estado, pelo Grupo Del Moro, que coincidentemente começou sua rede de supermercados em Alta Floresta.

O cupom sorteado foi preenchido pelo morador de Paranaíta, João Batista Nobre da Graça, que foi conferido pelos auditores da Caixa Econômica Federal presentes ao sorteio e os membros da organização.

Pegou muito ao grupo, pois entre os presentes haviam dezenas de crianças com seus familiares que contavam com a contemplação de um veículo para nossa cidade.

Conforme narrou o contabilista Ronaldo:

“Minha filhinha ficava até tarde da noite preenchendo esses cupons… se pelo menos o sorteado fosse de Alta Floresta a gente se sentiria menos triste…

Já o Garçon Willian descreveu sua decepção com as seguintes palavras:

“eu mesmo se soubesse que uma pessoa que nem é cliente desta loja, que nunca mais vai voltar pra comprar de novo aqui podia levar o carro nem tinha perdido meu tempo…”

Pelo jeito, não houve por parte dos elaboradores do sorteio um critério específico que destinasse cada veículo para o município aonde os clientes das lojas pudessem ser contemplados, e com isso, muita gente que passou dias sonhando e gastou uma boa quantia pra poder participar vai amagar mais um desgosto neste início de ano sem ver o sonho do carro novo realizado.

Conforme a organização do sorteio, foram preenchidos cerca de 544 mil cupons, só em Alta Floresta, ou seja uma média de 272 cupons por morador, os quais foram espalhados no pátio do estacionamento da loja no município e realizado o sorteio a partir da 18:00hs.

E agora, aos que desejarem ver realizado seu sonho de participar terão que aguardar o próximo ano, ou quem sabe só quando o grupo comemorar seus 50 anos de fundação.

Talvez o maior erro tenha sido dos clientes que não se incomodaram em ler os regulamentos, ou da falta de divulgação detalhada por parte dos promotores do sorteio.

Nas Redes Sociais a polêmica já pegou fogo, e você o que achou do resultado do sorteio?

Em todo caso, já dizia a minha santa Avózinha:

“Não senta na mesa sem antes olhar o preço dos pratos no cardápio…”

ASSISTA O SORTEIO REALIZADO NO ESTACIONAMENTO DO SUPERMERCADO:

Sorteio carro do Del Moro

 

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: