sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Já são 26 animais mortos por envenenamento, apenas 4 boletins, ONG oferece recompensa de 1.200 reais


DESAFIANDO A LEI

O último registro de morte animal por envenenamento, que vem sendo praticado pelo “Maníaco dos Pets”, ocorreu na madrugada da última quarta feira (23/01), no bairro Bom Pastor,em Alta Floresta, a 800 da capital.

O animal foi encontrado pelo dono no quintal da casa. Ele também encontrou pedaços de carne que estavam espalhados pelo terreno.

 

Com este, sobe para 26 o número de animais mortos, supostamente por envenenamento. Ao todo, foram 25 cães e um gato, em 15 dias.

Os pedaços de carne encontrados foram encaminhados para a Polícia Civil, que está investigando o caso.   

Segundo a Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec), o resultado dos exames devem demorar, pois o equipamento necessário para análise quebrou e a manutenção só será feito em fevereiro.

Recompensa em dinheiro

A onda de mortandade de animais deixou a cidade tão sensibilizada que membros de entidades civis e organizações não governamentais estão se unindo para ajudar a polícia a obter o mais rápido possível o êxito nas buscas pelo autor dos atentados.

Os voluntários da ONG protetora dos animais, Amamos Animais, está colaborando com polícia, e estão oferecendo recompensa no valor de R$ 1.200,00 para quem souber alguma informação concreta que leve a polícia a prender o criminoso.

Baixo registro de ocorrências

Na página oficial da ONG, há relatos que apenas 4 registros de boletins ocorrências foram feitos pelos proprietários dos animais mortos, e isso acaba por diminuir  a pena do criminoso, no caso de prisão do autor desses crimes bárbaros, pois para todo efeito, perante a lei ele será responsabilizado pela morte de apenas quatro animais.

Seria importante que cada proprietário se dispusesse a fazer o boletim, registrando a morte de seu animal para que a soma das ocorrências pudesse pesar na acusação contra autor dos crimes, com estes números absurdos de animais inocentes que foram envenenados.

É importante frisar que não há qualquer necessidade de que cidadãos tentem fazer o papel da polícia, ou justiça com as próprias mãos, pois podem cometer erros que tragam consequências contrárias ao objetivo das investigações, mas, caso percebam alguma atitude suspeita, podem estar entrando em contato com as autoridades policiais pelos telefones acima mencionados, pois há um grupo de investigadores já destacados e empenhados em desvendar esse mistério que vem assombrando o município de Alta Floresta.

 

Nenhum comentário:

Pesquisar matérias no Blog

Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: