segunda-feira, 23 de setembro de 2019

VÍDEO | Prefeitura de Alta Floresta gasta dinheiro com sinalização, mas bueiros entupidos provocam acidentes nas chuvas

Um vídeo registrado neste final de semana demonstrou os perigos que as enxurradas provocadas pelos bueiros entupidos podem causar aos condutores de veículos que trafegam na cidade.

Apesar de estar com os vidros abertos, o motorista não teve tempo de enxergar a placa de sinalização.

O acidente inusitado, aonde o veículo literalmente atropelou a placa de sinalização, poderia até ter resultado em uma coisa mais séria, aconteceu na manhã do último dia 21/09 (Sábado), por volta das 11:59hs, e mesmo o motorista tendo se evadido do local do acidente, com certeza teve grandes prejuízos pelos danos causados ao seu veículo em razão da falta de limpeza e manutenção de bueiros de saneamento que além permanentemente entupidos, em alguns casos estão sem tampas, o que aumenta ainda mais os risco de acidentes fatais, principalmente para os condutores de motocicletas

Ao fazer a conversão em uma esquina da Rua F-1, no centro de Alta Floresta, um motorista que estava enfrentando a chuva e a enxurrada que desce pela avenida principal do Setor F, acabou colidindo com uma placa de trânsito por não ter condições alguma de enxergar a sinalização e o “meio fio”  da rua que fica totalmente alagada e encoberta pela água da chuva, que por não terem bueiros limpos para escoar, acabam transbordando e inundando as ruas e avenidas da cidade.

Na mesma esquina, após “atropelar” a placa de sinalização, o que seria até ser uma cena cômica, se não fosse trágica, pois poderia até ser um pessoa, o motorista acabou caindo no bueiro com uma das rodas do carro, pois o mesmo encontra-se com a tampa quebrada.

VEJA O VÍDEO DO MOMENTO EM QUE O MOTORISTA ERRA A CURVA E BATER NA PLACA:

É importante lembrar que foi nesta mesma esquina que ocorreu o acidente com a sogra do prefeito Asiel Bezerra, no mês de Maio, só que na época nem havia a sinalização ou placas de advertências para guiar os condutores, coisa que só foi pensada após o acidente, o que é mais do que normal no meio político, pois providências só são tomadas a partir do momento que algum parente ou amigo de autoridade é vítima do descaso com a coisa pública, por que ao povo mesmo, ninguém se preocupa em proteger.

Vale ressaltar que as tampas dos bueiros já estavam quebradas antes do veículo atropelar a placa.

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: