segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Juiz de Alta Floresta "linha dura" no combate a criminalidade pede transferência do município

A princípio o magistrado alegou razões pessoais que o levaram a tomar a decisão de se mudar do município.

O Magistrado se despede de Alta Floresta deixando inúmeros amigos e um excelente serviço prestado em favor da sociedade altaflorestense.

Considerado como motivo de “insônia” e até mesmo “pesadelo” para centenas de criminosos que estão presos na cadeia pública de Alta Floresta, bem como de muitos que estão com processos ainda em julgamento, o Dr. Roger Augusto Bim Donega, juiz da 5ª Vara de Justiça Criminal, está de malas prontas, com saída nesta Segunda feira (30/11), de partida para o município de Primavera do Leste (244 km de Cuiabá), e cerca de 1.240 km de Alta Floresta.

Durante mais de    anos a frente da 5ª Vara de Justiça Criminal de Alta Floresta, o Dr. Roger Augusto Bim Donega, já foi sido reconhecido pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso – TJMT, no ano de 2018 pela pelos relevantes serviços prestados e a alta taxa de processos analisados em regime de cooperação para com o município vizinho de Nova Monte Verde, aonde foram despachados cerca de 1.789 processos civis s criminais que vinham se atrasando, sentenciaram 1.454 processos da Vara Única e Juizado Especial e arquivaram outros 500 processos que estavam em aberto pela falta de manutenção.

Em consequência dos trabalhos profícuos de 2018, do Dr. Roger Augusto Bim Donega e as equipes do Fórum de Alta Floresta, as duas comarcas foram reconhecidas pela produtividade proporcionando um descongestionamento de cargas e do estoque processual.

O magistrado, que dedicou tantos anos produtivos ao município, em combate a criminalidade operante, externou extrema tristeza em ter que deixar uma cidade aonde criou os filhos e há tanto tempo permaneceu no intuito de ter sua carreira encerrada, mas, que devido a fatores internos de sua vida profissional e pessoal, não há mais condições de permanecer em nossa cidade.

Com certeza o mundo do crime em Alta Floresta e região norte está “em festa” com a perda sem precedentes que o município passará a sofrer com a partida do Dr. Roger Augusto Bim Donega, mas, talvez, a providência divina proporcione um magistrado igualmente capaz de lidar com as mazelas e o celeiro de criminosos que se perpetuam na região norte de Mato Grosso, tendo Alta Floresta como base operacional, ligados a crimes hediondos de todas as naturezas possíveis, que vão desde tráfico de drogas, pistolagens, extorsões, estelionatos e até contra advogados que favoreciam o avanço de ações  criminosas na região, além da atuação crescente de organizações criminosas como o Comando Vermelho – CV e o Primeiro Comando da Capital – PPC, que já atuam há anos em Mato Grosso com ramificações  bem fortalecidas em Alta Floresta.

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: