Estradas da discórdia
Na Câmara Municipal de Porto Velho, na sessão desta Terça Feira (03/04), a indignação tomou conta dos vereadores pelo fato do não comparecimento de pelo menos algum representante da prefeitura municipal, nesse da secretaria de urbanismo, SEMUSB, que pudesse apresentar alguma alternativa para os moradores dos bairros atingidos pela destruição das estradas de acesso ao porto graneleiro da capital. Conhecida como Estrada da Belmont, o trecho atravessa dois bairros de grande concentração populacional que já não aguenta mais ser ignorada pelo poder público, entre estes a prefeitura e o governo estadual.
Toda cidade sofre
A questão se aprofunda ainda mais para dentro do centro da capital, pois a BR 364 atravessa o coração viário da cidade causando grandes congestionamentos com a presença de centenas de milhares de caminhões que circulam mensalmente pela rodovia até chegar ao ponto de desembarque às margens do Madeira.
E vai piorar
A grande discussão na sessão foi sobre anunciado pelos representantes do Porto, que afirmaram estar sendo esperada uma safra recorde de soja a qual deverá sobrecarregar as estrada em questão com um fluxo enorme de caminhões transportando mais de cinco milhões de toneladas de grãos. Isso é só de soja, sem se contar o milhos, a carne, os insumos e outros produtos que diariamente atravessam as estradas de Rondônia sem que estas sejam recuperadas com a mesma velocidade com que são destruídas.
“Rei da soja” será o responsável
Segundo o vereador Jair Montes, o responsável por essa grande demanda de soja será, mais uma vez, o bilionário empresário e senador Blairo Maggi, que investiu pesado nas estradas do Mato Grosso quando foi governador e hoje goza de todos os benefícios com o transporte rodoviários de sua frota. A questão é que a empresa do senador Blairo Maggi e família, A Hermasa, que surgiu da necessidade de viabilização do Corredor Noroeste de Exportação, por onde é escoada a produção de grãos das regiões noroeste de Mato Grosso e sul de Rondônia. Há anos vem se utilizando das estradas de Rondônia e carregando fortunas para fora do Estado sem deixar uma pá de piche no asfalto deteriorado por onde passam. Para os vereadores a condição em que se encontram as estradas de acesso ao Porto de escoamento abandonadas pelo poder público na capital demonstram que os grandes produtores de grãos, energia, insumos e etc, apenas vê em nosso Estado como uma “Barriga de aluguel”, onde podem tranquilamente se beneficiar “acordos” mal feitos e unilaterais em que as empresas de fora ficam com o lucro e nós ficamos com os prejuízos, população doente, estradas deterioradas e um terminal portuário que pode ser considerada da idade da pedra.
Enquanto isso
A BR 364, mais conhecida como uma das Rodovias da Morte do Brasil, continua ceifando vidas de famílias inteiras com acidentes causados pelo péssimo estado em que se encontra em toda sua extensão. Para alguns viajantes profissionais a situação é tão crítica que já não se pode que existe algum trecho seguro para se trafegar de Vilhena a Porto Velho. Relegados ao descaso enquanto isso, os que perderam os seus entes queridos e os que ainda vão perder assistem assistem a tudo impotentes sem saber mais o que fazer para obrigar os políticos e as autoridades competentes a tomarem uma providência que não seja meramente paliativa como as “cascas de ovo” que são anualmente colocadas por meio de licitações emergenciais, para enganar a população de que alguma coisa esta sendo feita.
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