Enfim livres
Com menos de 36 horas na cadeia, o ex-prefeito Roberto Sobrinho e o seu ex-secretário da EMDUR, Mário Sérgio Teixeira (filho do ex-presidente do Tribunal de Justiça de Rondônia, Sebastião Teixeira, preso na Operação Dominó que culminou com a sua expulsão da magistratura brasileira através de uma aposentadoria compulsória), são libertados pela própria justiça que horas antes era ovacionada pela população de todo o Estado, acreditando que aqui em Rondônia estaria se dando um exemplo ao Brasil ao prender um ex-prefeito diante de soberbas provas de corrupção ativa e passiva investigadas pelo Ministério Público Estadual e Federal, que encontrou um esquema organizado de direcionamento em licitação e fraudes financeiras que, segundo o MP/RO, são responsáveis pelo desfalque de mais de 27 milhões de reais nos cofres públicos da capital, mas, isso não foi o suficiente para o desembargador como diz o dito popular: “Alegria de pobre dura pouca…”
O que muitos não sabem
É que, toda a operação, intitulada de “Luminus”, que faz parte da Operação Nacional contra a Corrupção, deflagrada nesta terça-feira em 12 outros estados pelo Ministério Público brasileiro, através do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), do qual o Procurador-Geral de Justiça de Rondônia é presidente. As investigações tiveram início em julho de 2012, após o MP receber denúncias de que aproximadamente 100 processos licitatórios haviam desaparecido da Emdur. Na época, foram realizadas na empresa uma perícia e a apreensão de diversos documentos. Por tanto é uma operação de envergadura federal, e que não teve qualquer ascendência do judiciário rondoniense, muito pelo contrário, o mesmo ficou tão surpreendido com as prisões quanto a população.
Como agiam?
Segundo o MP/RO, que caracterizou o grupo como quadrilha, eles desviavam dinheiro da Prefeitura através de convênios com a Emdur, sendo que os valores eram usados em contratos superfaturados ou com empresas fantasmas e “laranjas” que na maioria das vezes eram pessoas sem instrução que aceitavam participar do esquema. O diretor executivo da Polícia Civil, Osmar Casa, informou que as investigações revelaram mais uma vertente da organização criminosa que se instalou na Prefeitura de Porto Velho no período de 2006 a 2012. Cerca de R$ 27 milhões foram repassados por ordem do então prefeito Roberto Sobrinho à empresa municipal presidida por Mário Sérgio Teixeira a pretexto de melhorias na infraestrutura e no urbanismo na cidade, tais como paisagismo, calçamento e iluminação pública, sendo que na cidade mesmo, pouca coisa se percebia de melhorias ou efeitos das benfeitorias constantes dos contratos com estas empresas que recebiam o dinheiro mas não executavam os serviços mesmo por que nunca sofriam qualquer tipo de fiscalização da Câmara de Vereadores e muito menos da própria prefeitura.
Voto vencido
O desembargador Gilberto Barbosa foi o único voto contrário a libertação dos acusados |
Para julgar os Habeas Corpus dos dois acusados dois desembargadores, Renato Mimessi e Walter Waltenberg Silva Júnior, entenderam que não havia necessidade das prisões, uma vez que testemunhas já teriam sido ouvidas, provas colhidas e que os acusados não apresentam perigo, uma vez que estão afastados do poder público da Capital. O único a votar contra a soltura dos acusados foi o desembargador Gilberto Barbosa, que arguiu que há materialidade dos crimes praticados, uma periculosidade concreta (torpeza, frieza na prática dos crimes) e planejamento prévio das ações. “A liberdade deles compromete a lisura das investigações”, disse.
Suspeito de favorecimento
Antes do julgamento, a Câmara teve que decidir pedido de suspeição contra Walter Waltenberg apresentado pelo Ministério Público. O desembargador Gilberto Barbosa alertou que o caso não poderia ser julgado e se fosse, o resultado questionado em instância superior por ilegalidade. Porém, Walter Waltenberg não se deu por impedido e com o voto de Mimessi houve prosseguimento da sessão. A suspeição diz respeito a um caso em que ele (Walter Waltenberg), e Roberto Sobrinho são acusados em uma ação proposta pelo MP. A simples acusação no entanto, não seria suficiente para o desembargador ter seu voto suspeito. "Ainda não foi julgado", observou Mimessi.
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