segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Secretário Saúde promete que 10 leitos serão concluídos no Hospital Regional de Alta Floresta até Novembro

MAIS PROMESSAS

A novela dos leitos de UTIs que nunca são concluídos e entregues no Hospital Regional Albert Sabin, de Alta Floresta, já dura pelo menos três governos estaduais e há quem diga que só acredita vendo.

Secretário de saúde do Estado visita Hospital regional e faz compromisso de 60 dias para entrega das UTIs.

Em visita a unidade regional de saúde do Estado de Mato Grosso, Hospital Regional Albert Sabin, o secretário estadual de saúde, Gilberto Figueiredo se comprometeu em reunião com autoridades e coletivas a imprensa que na primeira quinzena de Novembro, serão concluídos 10 leitos de Unidade de Terapia intensiva – UTIs, que estão paralisados dentro da estrutura do hospital há pelo menos 7 anos.

Fruto de promessas eleitoreiras, desde a época em que o então governador Pedro Taques (PSDB), que foram demandadas desde 2012, pisava em solo alta-florestense e garantia que a conclusão e entrega de tais leitos era uma questão de honra em seu governo, espera-se que desta vez, Alta Floresta não seja novamente vítima de grupos políticos que ao ver as eleições se aproximando, apareçam para prometer o que nunca cumprirão.

“Praticamente todos os equipamentos já foram adquiridos e 95% da obra está finalizada. Agora faltam alguns ajustes e correções do projeto. Estimamos que iremos vencer essa etapa nos próximos 60 dias. No (próximo) dia 1º,  vamos lançar o edital para contratação da equipe médica”, disse o secretário.

“Em relação à equipe de suporte – enfermeiros e técnicos de enfermagem – nós já fizemos processo seletivo e o hospital começa as contratações a partir do dia 1º”, acrescentou. 

Há que se ter cautela em comparar os governos, antes que a promessas seja descumprida, mas, como a região norte do Estado de Mato Grosso, já tem ampla experiência de como são tratados pela classe política os 7 municípios atendidos pelo Hospital Regional, ou seja, sempre com descaso e total falta de compromisso, até que chegue as vésperas das eleições, nunca é demais colocar as barbas de molho e pagar pra ver, mesmo por que, se realmente já tá 95% concluído e os equipamentos forma comprados, queremos crer que não será tão impossível assim contratar um equipe médica para a região.

Porém, vale a pena lembrar que essa desculpa de que não haviam profissionais especializados interessados em atuar na região por que os salários não compensavam já foi queimada na última gestão do governo Taques, e assim, se protelou por mais alguns anos a conclusão e a entrega das tão sonhadas UTIs do Hospital Regional de Alta Floresta, que para alguns moradores da cidade, pelo descaso e falta de palavra do governo, acabou virando caso de polícia, diante de centenas de pessoas que acabaram perdendo sua vida por não ter condições financeiras ou tempo hábil de sair do município para a cidades vizinhas aonde o estado dispunha de vagas para salvar suas vidas.

VEREADOR DIDA PIRES (PPS), FALA SOBRE A VISITA DO SECRETÁRIO E LEMBRA QUE UTIs SÃO PROMESSA ANTIGA:

O hospital tem 77 leitos, incluídos os de Pronto-Atendimento e salas cirúrgicas e atende mais de 100 mil pacientes de Alta Floresta, Apiacás, Carlinda, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde, Paranaíta, Peixoto de Azevedo e sul do Pará.

Vereadores de alta Floresta tiveram a oportunidade de fazer questionamentos ao secretário de saúde. (FOTO: O DIÁRIO)

No primeiro semestre foram realizados na unidade 8.440 atendimentos ambulatoriais e 3.390 internações. Foram 23.317 procedimentos somente de urgência e emergência, o que representa um aumento de pouco mais de 30% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 17.827 procedimentos, informa a assessoria.

Gilberto Figueiredo, disse ainda que a Secretaria de Saúde não tem orçamento suficiente para arcar com os custos do hospital.

“Vou pedir que o governador faça remanejamento de orçamentos de outras pastas. É necessário porque, a partir do mês de outubro, nós sequer temos recursos para despesas dos hospitais. O orçamento feito na gestão passada é deficiente, então será preciso remanejar dentro do orçamento do estado”, disparou.

O secretário acompanhou os deputados estaduais da Comissão de Saúde que ontem estiveram, em Alta Floresta, identificando as principais carências da unidade hospitalar que está entre as maiores do Nortão. O deputado Paulo Araújo (PP), presidente da comissão, destacou que a comissão cumpre o cronograma de visitas técnicas elaboradas ainda no primeiro semestre de atuação parlamentar.

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: