quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Vereador de Alta Floresta pede Audiência Pública na Câmara para apurar descasos e desinformação da "Águas Alta Floresta"

Segundo o vereador Luiz Carlos de Queiroz, a Câmara Municipal não pode fazer nada com relação aos absurdos praticados nas contas de energia elétrica, no gás de cozinha e na gasolina, porém, com relação aos desmandos e abusos de praticados pela “Companhia Águas Alta Floresta”, pode fazer muito. 

Para o vereador a situação já passou dos limites suportáveis de insatisfação

“Nós precisamos acabar com essa falta de respeito que essa empresa está tendo com a nossa população… Altos preços, atendimento péssimo…. estive no aeroporto na semana passada… uma senhora disse: que pagava o mínimo durante o ano inteiro, eu moro sozinha, no setor E.. e a minha água veio 197 reais esse mês, o esgoto também… e essa senhora, esteve lá para reclamar, simplesmente o funcionário disse: com certeza a senhora deve ter recebido “visita” esse mês, na sua casa…”

Para o vereador Luiz Carlos (MDB), a tolerância com a extrema desinformação, taxas abusivas e desrespeito total com a população chegou no limite e, apesar de há muito tempo estar pedindo ao presidente da Câmara que convocasse os dirigentes da companhia para uma reunião de esclarecimentos, mas agora, o momento é de se convocar uma Audiência Pública com a Companhia Águas Alta Floresta, pois se tornou insustentável as constantes reclamações do povo, a mais absoluta falta de satisfação e informação aos contribuintes do município, que estão sofrendo com contínua falta de água nos bairros sem qualquer tipo de explicação sendo repassada, enquanto as contas chegam com valores exorbitantes.

Segundo o vereador, em pesquisas realizadas sobre o assunto, a lei municipal e federal prevê que a Câmara municipal tem poderes para barrar a continuidade dos maus serviços oferecidos pela Companhia de saneamento básico do município, e que em último caso, deva ser essa ação tomada pelo legislativo no sentido de salvaguardar a qualidade no atendimento, nos serviços, na água entregue e nas cobranças mais dignas para com a população.

“Audiência Pública já… o caminho é esse, não tem outro, eu gostaria de contar com o nosso presidente… nós precisamos acabar com essa falta de respeito que essa empresa está tendo com essa Casa de leis e em especial com a população”, concluiu Luiz Carlos.

A nossa Coluna, alguns moradores do município relataram que além do desabastecimento, que mais está parecendo um racionamento sem prévio aviso, a aguá que chega ao consumidor está marrom e suja, praticamente sem condições de ser bebida.

OUÇA A FALA DO VEREADOR NA TRIBUNA DA CÂMARA MUNICIPAL NESTE TERÇA FEIRA (20/08):

Segundo o vereador, a população já não aguenta mais reclamar sem obter respostas convincentes que expliquem os aumentos constantes de valores nas contas de água, a qualidade baixa da água e a manutenção precária, com taxas abusivas, extorsivas e desonestas, em vista do serviço que a Companhia Águas Alta Floresta vem praticando no município.

O outro lado.

Em recente visita ao município, na última segunda (19/08), após uma onda de reclamações da população por maio da imprensa local, o Diretor Operacional da Companhia Águas Alta Floresta, André Silva, de Cuiabá, se pronunciou apenas a uma emissora de TV sobre o assunto das recorrentes falta de fornecimento em diversos bairros do município, porém não compareceu a Câmara Municipal, conforme solicitação dos vereadores, e justificou que o desabastecimento dos bairros é devido ao alto consumo da população, o que acarretou em uma onda de “problemas técnicos” na distribuição de água, em que o consumo ficou maior do que a capacidade de produção””, ocasionando a despressurização da rede, mas, que já estão sendo sanado com um regime de retomada, segundo ele, são “critérios técnicos que precisam ser “repeitados”, para conseguir levar água de qualidade para a população”.

VÍDEO REPORTAGEM EXIBIDO NESTA SEGUNDA (19/08), PELA TV NATIVA:

 

 

 

 

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: