terça-feira, 29 de outubro de 2024

O Caso Nena Castro em Alta Floresta: A Verdade por trás das acusações

A política brasileira é frequentemente marcada por polêmicas e desconfiança, especialmente em tempos de eleição.

Recentemente, o município de Alta Floresta se viu em meio a um turbilhão de acusações envolvendo a candidata Nena Castro e alegações de que ela seria uma “laranja” em um esquema eleitoral. Neste post, vamos explorar as nuances desse caso, ouvindo a perspectiva de sua filha, Franciele, que decidiu se manifestar em defesa da mãe e esclarecer a verdade por trás das denúncias.

O Contexto das Acusações

As acusações contra Nena Castro surgiram quando o vereador Zé Esquiva fez uma denúncia pública, alegando que ela não havia trabalhado durante a campanha e que era usada como uma “laranja” para favorecer o partido Republicanos. A filha de Nena, Franciele, ficou chocada ao ouvir essas afirmações, especialmente porque sua mãe sempre se dedicou ao trabalho político.

Franciele compartilha que a situação começou quando sua mãe chegou em casa triste, informando que havia sido denunciada. Isso motivou Franciele a investigar mais a fundo e a buscar a verdade, não apenas para proteger a reputação da mãe, mas também para entender o que realmente estava acontecendo.

A Resposta de Franciele

Determinada a provar a inocência de sua mãe, Franciele começou a coletar evidências. Ela entrou em contato com Zé Esquiva, perguntando sobre as razões da denúncia e tentando entender a situação. O diálogo inicial foi amistoso, mas rapidamente se tornou um campo de batalha onde Franciele se comprometeu a defender a honra de sua mãe.

Após essa conversa, um post no Instagram de Zé Esquiva, que mostrava uma laranja podre ao lado da foto de Nena, foi a gota d’água. Franciele decidiu que não poderia ficar em silêncio e que iria atrás da verdade.

Os Detalhes das Denúncias

Durante suas investigações, Franciele descobriu que existiam áudios e documentos que contradiziam as alegações feitas contra sua mãe. Entre eles, um áudio de Robertinho, presidente do partido de Nena, onde ele falava sobre pagamentos e a estrutura da campanha. Esses áudios revelam uma narrativa que sugere que Nena realmente trabalhou e que as acusações de “laranjagem” eram infundadas.

  • Franciele questionou Robertinho sobre os R$ 800 que foram dados à sua mãe e sobre como o partido estava gerenciando os recursos.
  • Robertinho, em resposta, mencionou que o partido não havia enviado dinheiro, mas que os outros partidos sim, o que levantou ainda mais dúvidas.
  • Franciele continuou a buscar provas, insistindo que sua mãe não tinha sido tratada com o respeito que merecia, especialmente considerando sua dedicação e esforço durante a campanha.

A Importância da Prestação de Contas

Um dos pontos críticos levantados por Franciele é a questão da prestação de contas nas campanhas eleitorais. Ela explica que, mesmo que alguém trabalhe voluntariamente, isso deve ser documentado e declarado. A falta de transparência em torno dos pagamentos e do apoio financeiro pode criar um ambiente propenso a fraudes e irregularidades.

Franciele enfatiza que sua mãe não recebeu o apoio necessário e que, em vez disso, foi usada como uma peça de um jogo político maior. Ela acredita que a justiça eleitoral deve investigar a fundo essas alegações para garantir que a verdade prevaleça.

VEJA A ENTREVISTA DE FRANCIELE NA RÁDIO ROTA FM:

O Papel da Justiça e das Autoridades

A situação em Alta Floresta destaca a necessidade de que as autoridades, incluindo o Ministério Público e a justiça eleitoral, atuem de forma rápida e eficaz diante de denúncias de irregularidades. A falta de ação pode minar a confiança da população no sistema eleitoral e criar um ambiente de impunidade.

Franciele expressa sua frustração com a aparente inércia das autoridades em investigar as denúncias e pede que todos os envolvidos sejam responsabilizados, independentemente de sua posição política.

Conclusão: A Luta pela Verdade

O Caso de Nena Castro e as acusações de “laranjagem” são um lembrete da complexidade do cenário político brasileiro. Franciele, como filha, não apenas defende sua mãe, mas também busca justiça e transparência em um sistema que muitas vezes parece opaco e corrupto.

Enquanto as investigações prosseguem, é fundamental que a verdade venha à tona, não apenas para proteger a reputação de Nena, mas também para garantir que as eleições sejam justas e representativas da vontade popular. A luta de Franciele é um exemplo do que significa ser um defensor da verdade em tempos desafiadores.

Danny Bueno  – Coluna Análise dos Fatos

 

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: