quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Uma Análise do "Efeito Zezinho": Entendendo a busca pela verdade

No contexto político de Alta Floresta, diversas questões têm sido levantadas, especialmente em relação às práticas eleitorais e à influência de figuras políticas locais.

A conversa entre Zezinho e outros interlocutores da Rádio Rota FM, revela um panorama complexo sobre a política municipal, envolvendo denúncias, candidaturas e a luta pela verdade em meio a um cenário muitas vezes obscuro.

O Papel da Imprensa e as Denúncias

A mídia desempenha um papel crucial na formação da opinião pública e na fiscalização das ações políticas. Zezinho, em sua participação, destaca a importância da imprensa em Alta Floresta. Ele menciona que a cidade não pode ser refém de assessores políticos que manipulam informações e escondem a verdade. Esse é um ponto central da discussão, onde a falta de transparência pode levar a um ciclo vicioso de corrupção e desconfiança.

As denúncias de compra de votos e candidaturas laranjas são temas recorrentes. A necessidade de que a justiça eleitoral atue de maneira ágil e contundente é enfatizada, pois a inércia pode perpetuar práticas corruptas que prejudicam a democracia local. Zezinho menciona que há muitos anos, os problemas de corrupção têm sido uma constante, e a população merece respostas.

Candidaturas Laranjas e a Manipulação Política

Um dos tópicos mais polêmicos discutidos é a questão das candidaturas laranjas, que são aquelas que visam apenas cumprir cotas eleitorais sem a real intenção de competir. Zezinho afirma que essa prática é uma artimanha comum utilizada por partidos para garantir a quantidade mínima de candidatos mulheres, mas sem a real participação ou apoio a essas candidaturas.

A discussão avança para o impacto que essas práticas têm na composição da câmara municipal e como isso afeta diretamente a representação política na cidade. O uso de candidaturas laranjas não apenas engana o eleitorado, mas também deslegitima o trabalho de candidatos que realmente desejam representar a população.

Os Bastidores da Política Local

As conversas entre Zezinho e outros políticos, como Robertinho, revelam um cenário de desconfiança e manipulação. Zezinho menciona que, em uma conversa anterior, foi sugerido que ele precisaria “se juntar a bandidos” para conseguir apoio. Essa frase emblemática reflete a percepção de que a política local está permeada por práticas ilegais e antiéticas.

A impressão que fica é de que a política em Alta Floresta opera em um nível de complexidade que vai além das simples disputas eleitorais. Há um jogo de poder em que interesses pessoais e financeiros muitas vezes se sobrepõem ao bem-estar da comunidade.

VEJA O VÍDEO DA ENTREVISTA COM ZEZINHO NA ROTA FM:

O Impacto das Denúncias e a Busca pela Verdade

Zezinho expressa sua frustração com a lentidão das respostas da justiça e a falta de ação em relação às denúncias feitas. Ele acredita que a população merece saber a verdade sobre as práticas políticas que ocorrem em sua cidade. Essa busca pela verdade é essencial não apenas para a justiça, mas também para restaurar a confiança da população nas instituições.

Além disso, a conversa aborda a importância de a justiça eleitoral tomar providências rápidas e eficazes. A impunidade pode levar a uma normalização de práticas corruptas, prejudicando ainda mais a já fragilizada democracia local.

Reflexões Finais sobre a Política em Alta Floresta

A conversa entre Zezinho e os demais participantes do programa revela um cenário desafiador para a política em Alta Floresta. A luta contra a corrupção e a busca pela verdade são essenciais para que a população possa recuperar a confiança em seus representantes. O papel da imprensa e da justiça é fundamental nesse processo, pois sem uma fiscalização adequada, as práticas corruptas tendem a se perpetuar.

Por fim, é imprescindível que a população se mantenha informada e engajada, não apenas durante os períodos eleitorais, mas em todas as etapas da gestão pública. Somente assim será possível construir um futuro mais transparente e justo para Alta Floresta.

DANNY BUENO – COLUNA ANÁLISE DOS FATOS

 

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: