Mais um ano termina, mais um ciclo se fecha em nossa história no planeta terra, no Brasil, e em nosso Estado, com uma atenção especial para a atuação exemplar do MPF em Rondônia vem chamando a atenção pela celeridade com que vários políticos de todas as matizes vem sendo apresentados pelas suas irregularidades perante a justiça eleitoral, coisa que aparentemente tomou uma nova força com a aprovação da "Lei da Ficha Limpa", onde a fiscalização eleitoral deixou de ser uma figura de linguagem para a prática objetiva da aplicação da lei que escancarou a face oculta de políticos que antes se valiam de um batalhão de advogados para se manter no poder.
Desde a primeira semana de novembro, o procurador regional eleitoral, na pessoa do Dr. Heitor Alves Soares e toda a sua equipe, vem tendo um trabalho hérculeo para apresentar a sociedade dezenas de casos de abusos eleitorais que foram investigados durante o processo eletivo, quando os então candidatos acharam que estavam acima de qualquer suspeita para praticar toda sorte de arbitrariedade contra a legislação eleitoral, como sempre foi de praxe em mais de 80 anos de eleições diretas e indiretas ocorridas no Brasil com os altos e baixos da nossa democracia.
Ao meu ver, creio que foi a partir do governo Collor, após aquela grande movimentação popular em todos os setores sociais que fizeram estremecer até mesmo os mais utopistas, que o país sentiu pela primeira vez o gostinho da "Vox populi ex vox Dei", e mesmo sem perceber que haviam segundas intenções na queda do primeiro presidente ameaçado por impeachment, sem a concordância da massa nada seria alcançado, e de manipulada, a massa passou a manipular a situação que abriu precedente contra os próprios políticos adversários da situação ou da oposição.
Não que em outras épocas a população, em sua grande maioria representada pela juventude, não tivesse se manifestado, mas o que antes era privilégio de grupos isolados que corajosamente se atreviam a levantar a sua voz contra os poderosos nos Estados mais desenvolvidos da república, agora era toda uma nação que saía as ruas contra um presidente eleito por elas mesmas, as quais se sentiram traídas pelo representante que escolheram.
Nascia ali em nossos corações a era do Movimento de Combate a Corrupção Política e Eleitoral, época essa em que a grande maioria dos procuradores, magistrados, advogados, promotores, policiais e delegados de todas as autarquias, antes de tudo jovens cidadãos daquela época assistiram e protagonizaram de perto a sensação de poder colocar pra fora uma pessoa que deveria preservar a ética na vida pública, mas disperdiçou a oportunidade traindo a confiança popular com atitudes reprováveis e criminosas que manchava a moralidade da coisa pública.
Nesse últimos anos, percebemos apenas que a semente que vingou nos anos 90 apenas frutificou e se tornou uma árvore frondosa que revigorou a fé da população em dias mais suportáveis, onde antes nos viviamos atingidos como raios solares implacáveis pela debochada face da impunidade.
Vimos coisas impensáveis aos nossos pais, por exemplo Paulo Maluf, Luiz Estevão, O Juiz Nicolau, Sérgio Naya, Antônio Carlos Magalhães, Roseana Sarney, Mão Santa, Jader Barbalho, Marcos Valério, Daniel Dantas, Lu Alckimim, José Dirceu, Joaquim Roriz, Cássio Cunha Lima, Renan Calheiros, José Sarney, José Roberto Arruda e todas as Erenices nos governos e afins, sendo execrados pela opinião pública nos fazendo sentir os odores vicerais de suas falcatruas mais sórdidas, sem poder fazer nada além de espernear contra o estado democrático de direito atingido pela maturidade alcançada.
Não esperamos nada menos das autoridades policiais e investigativas para o nosso amado Estado de Rondônia, que infelizmente ainda se faz representar diante dessa lista desprezível com os seus adeptos da velha prática de tratar o eleitorado como um curral particular que foi condicionado a trocar o voto por um quilo de carne, sendo que muitas vezes tais ilegalidades foram denunciadas pelos próprios beneficiados que chegaram a nível de frustração insuportável que os faz sentir nojo de serem comprados como mercadoria barata.
Parabéns ao brilhante papel do MPE de Rondônia, parabéns à Polícia Federal e aos juízes de nosso TRE, que em nada estão deixando a desejar para os demais Estados da Federação e esperamos muito mais, pois escolhi 2010 para ser o ano que vou contar com orgulho para meus netos.
Ah sim, eu já ia me esquecendo... A injustiça e a corrupção ainda andam soltas pelas ruas e corredores dos tribunais, mas a verdade absoluta sempre haverá de triunfar.