quarta-feira, 11 de julho de 2007


Laptops de até R$ 2 mil dão conta do recado.



G1 testou três modelos vendidos no Brasil que custam até R$ 2 mil.
Laptops servem para funções básicas, mas engasgam nas multitarefas







O notebook deixou de ser um privilégio. Graças à queda do dólar e aos programas federais de incentivo fiscal à fabricação de computadores populares, não é preciso mais desembolsar uma fortuna para ter um PC móvel. Para ajudar aqueles interessados nos portáteis considerados populares, o G1 testou três notebooks que custam menos de R$ 2 mil. Veja tabela comparativa desses produtos.

Participaram desse teste o Compaq Presario V6210BR, o Mirax MS-4200 e o Positivo Mobile V43. As fabricantes Acer, Dell e Itautec também têm modelos nesta faixa de preço, mas não emprestaram os equipamentos para participar do teste do G1.

Com os modelos testados pelo G1, os usuários podem realizar tarefas básicas, como navegar na internet, assistir a vídeos, ver fotos, ouvir música, trocar mensagens instantâneas e preparar textos, planilhas e apresentações. O problema das máquinas aparece quando elas tentam realizar algumas dessas tarefas simultaneamente.



Desempenho
Os processadores dos três notebooks têm velocidade aproximada. Foi possível utilizar tranqüilamente o Google Earth, programa que mostra mapas e exige potência moderada da máquina.

O problema é tentar fazer várias atividades simultaneamente. Os três modelos engasgam quando muitos aplicativos são abertos ao mesmo tempo. Isso se deve principalmente à combinação de pouca memória RAM com o sistema operacional instalados nas máquinas.

Mas saiba que fazer o upgrade de memória RAM não é caro. Um módulo de memória de 512 MB custa entre R$ 100 e R$ 200.

Sistema operacional
A quantidade mínima de memória RAM necessária para o computador rodar bem vai variar principalmente conforme a versão do sistema operacional utilizado.

Com apenas 256 MB de RAM, o Compaq vem com Linux (distribuição Mandriva) – na configuração padrão, ele consegue rodar bem nesta máquina. Mas se você quiser trocar o sistema operacional para o Windows XP, por exemplo, terá de comprar mais memória RAM.

Para quem não está acostumado com o Linux, a adaptação pode ser complicada. No teste houve dificuldades, como a configuração da conexão de internet de banda larga e a instalação de novos programas. Uma boa alternativa gratuita pode ser o Ubuntu, mais amigável (leia mais sobre Linux). Se preferir o Windows, terá de desembolsar no mínimo R$ 150.

O Positivo tem 512 MB de RAM e utiliza o Windows Vista Starter, uma versão do novo sistema da Microsoft que limita a utilização de diversos aplicativos simultaneamente. No teste do G1, o notebook começou a engasgar quando havia mais de três janelas do navegador abertas, o mensageiro instantâneo e o tocador de DVD.

Com 512 MB de RAM e o Windows XP Home, o Mirax tem a combinação que possibilita o melhor desempenho. O XP não é a versão mais nova do Windows, mas isso ainda não traz problemas.

Design
Os notebooks testados não são muito leves, mas estão longe de ser um trambolho. O Positivo (2,4 quilos) e o Mirax (2,6 quilos) podem ser carregados na pasta ou mochila. O Compaq é um pouco mais pesado (3,1 quilos) e maior que os concorrentes. Mas isso se deve à dimensão da tela, de 15,4 polegadas -- o Positivo e o Mirax têm telas de 14 polegadas.

A combinação de tela e alto-falantes de qualidade faz do Compaq o melhor notebook do teste para assistir a vídeos. Os três portáteis vêm com gravador de CD e leitor de DVD. Nos testes, todos exibiram vídeos com fluidez.

O Mirax e o Positivo têm HD de 40 GB e o Compaq, de 60 GB. Não é pouco, mas se você começar a gravar muitas fotos, vídeos e músicas, esses discos rígidos ficam lotados em pouco tempo.


Bateria
Notebooks testados não são leves.
De cima para baixo, Mirax, Positivo e Compaq.
Uma das características mais importantes de um notebook é a autonomia da bateria. Porém, não espere muito dos modelos econômicos.

Em atividades intensas, como apresentação de vídeos com áudio em tela cheia, eles agüentaram cerca de 1h30, no máximo.

Os três notebooks testados apresentam suporte para conexão à internet discada (modem), banda larga com ou sem-fio (Wi-Fi). Para acessar a web, basta assinar um provedor.

Games
Se você é fã de games sofisticados, esqueça essas alternativas, pois as placas de vídeos dos equipamentos testados não dão conta de gráficos avançados. Quem trabalha com edição de imagens, sons e vídeos também deve passar longe dos notebooks mais baratos. E, se você quer um ultraportátil, saiba que irá pagar bem mais caro por ele (mais de R$ 6.000).

Se você tiver condições de investir mais dinheiro no seu notebook, pode valer a pena adquirir um modelo mais sofisticado e adiar o upgrade. Mas, se a grana estiver curta, não tenha receio de começar com um notebook "básico" que, como mostrou o teste, apresenta uma boa relação custo/benefício.

Fonte:G1

domingo, 8 de julho de 2007




ANTÓNIO OLIVEIRA E SILVA, Paris
CLAUDE PARIS-AP (imagem)





Nicolas Sarkozy é considerado pelos meios de comunicação social franceses e estrangeiros como alguém especialmente dotado para a comunicação e para o debate. E o peso que o recém-eleito presidente francês tem nos media está mesmo a preocupar jornalistas e organismos representativos da classe, como sindicatos e os Repórteres sem Fronteiras (RSF).

A demonstração dos seus dotes com a comunicação não é de hoje. Em 1993, tentara negociar, então como presidente da Câmara Municipal da cidade de Neuilly-sur-Seine, com Eric Schmitt, o informático que mantinha reféns 21 crianças num jardim-de-infância daquela localidade.

Foi visto como a voz dos franceses em fúria pelas inúmeras vezes em que disse o que pensava a câmaras de televisão, sem complexos. Incendiou literalmente o debate político e social no Hexágono, em 2006, quando era ministro do Interior, ao explicar a uma senhora que a livraria de toda a escumalha (em francês, racaille) que a incomodava.

Polémico incontornável, Nicolas Sarkozy bateu recordes de audiência em entrevistas concedidas em programas de televisão para os canais TF1 e France 2, superando em ambas as vezes os sete milhões de telespectadores, segundo o Le Monde.

A relação entre Sarkozy como Chefe de Estado e os grandes grupos de comunicação franceses começa definitivamente a preocupar organismos como os RSF, que não se coíbe de lançar alertas.

Em 2005, O jornalista Alain Genestar foi afastado da direcção da revista Paris-Match, propriedade grupo Lagardère, depois da publicação de uma fotografia de Cecilia Sarkozy (mulher do presidente) com um então seu companheiro sentimental.

O director geral e accionista maioritário do grupo, Arnaud Lagardère, é amigo pessoal do Presidente.

Acusações ao poder

Um episódio de auto-censura aconteceu posteriormente, durante as presidenciais deste ano. Jacques Espérandieu, director da redacção do Journal du Dimanche, outra publicação do referido grupo, teria reconhecido perante a France Press ter recebido "chamadas da parte de pessoas insistindo na não publicação dos documentos que comprovavam que Cécilia Sarkozy não teria ido votar, por se tratar de assuntos da vida privada".

Ambos os episódios são descritos num comunicado dos Repórteres Sem Fronteiras de Maio deste ano, onde organização apela à vigilância para o mandato de Nicolas Sarkozy na Presidência e alerta para eventuais atentados contra a liberdade de expressão.

Um artigo encontrado na versão digital do diário Libération a propósito do referido affair faz eco das preocupações dos principais sindicatos de jornalistas franceses, que têm denunciado o poder instalado de ter "decidido passar a pente fino as redacções de certas publicações e que consideram tal situação chocante".

Um caso mais recente, mas igualmente suspeito, constitui a nomeação de Laurent Solly, de 36 anos e antigo director de campanha adjunto de Nicolas Sarkozy, como presidente do canal de televisão privado TF1, o primeiro em termos de audiência.

A oposição socialista veio de imediato a terreiro denunciar a situação, classificando-a de "completamente indecente".

Uma jornalista da revista Marianne, conhecida por pelo seu papel de contestatária do poder, assinou um artigo no início deste ano, onde confirma a habilidade do então ministro do governo de Chirac em exercer a sua influência perante os principais grupos de comunicação franceses, grupos publicitários incluídos.|

quarta-feira, 4 de julho de 2007

TeleVISÃO: TV DIGITAL A GRANDE "ENGANAÇÃO" DA NAÇÃO.


A grande “enganação” da TV digital brasileira

Antonio Brasil (*)



Diz a lenda que Assis Chateaubriand, o todo-poderoso empresário brasileiro das comunicações, em visita aos EUA conheceu a televisão e resolveu implantar a novidade no Brasil. Como quase tudo em nosso país, não houve tempo ou interesse para maiores pesquisas, consultas à sociedade ou avaliação das conseqüências futuras.

Chatô acreditou no seu instinto, no seu “faro” para bons negócios e resolveu trazer a novíssima tecnologia. Foi somente mais uma de suas decisões solitárias, autoritárias e muito polêmicas.

Nos anos 50 ter uma televisão era o próximo passo natural para quem já possuía um império de comunicações com centenas de jornais, revistas, agências de notícias e rádios. Ele acreditava que estava simplesmente expandindo seus negócios e defendendo seus interesses.

O governo e a sociedade – indecisos e enfraquecidos após tantos anos de ditadura (Estado Novo) resolveram não interferir nas leis do mercado ou enfrentar os interesses do poderoso chefão. Para quem não sabe, Chatô foi tão ou mais poderoso do que seu sucessor nos negócios de comunicação no Brasil, o empresário Roberto Marinho. Assis Chateaubriand foi o nosso verdadeiro Cidadão Kane, o precursor do coronelismo eletrônico.

E os televisores?
Mas voltando à lenda, meio a toque de caixa, às pressas, foram adquiridos os sofisticados e caríssimos equipamentos necessários para a implantação da TV no Brasil. Após uma verdadeira maratona, um esforço extraordinário, estávamos prontos para sermos o quarto, repito, o quarto país do mundo a ter televisão.

Apesar das baixas taxas de industrialização, saúde ou participação democrática e apesar dos altíssimos índices de inflação, analfabetismo e desemprego, o Brasil surpreendia o mundo com inauguração pioneira da televisão. Nosso país não poderia ser jamais derrotado no campeonato mundial de novas e duvidosas tecnologias.

Tudo “quase” pronto para a histórica inauguração da TV brasileira e eis que alguém se aproxima de Chatô e pergunta: e os televisores? Onde estão os aparelhos para o público assistir a inauguração da TV no Brasil?

Corte para silêncio profundo e mal-estar geral. Ninguém havia se lembrado dos principais interessados: os telespectadores brasileiros. Eles não foram consultados sobre a implantação do novo meio e agora não foram sequer convidados para grande inauguração. A sociedade brasileira embarcava em mais uma grande aventura, mais um grande projeto de seus poderosos dirigentes ou empresários como mera coadjuvante.

A solução de última hora foi igualmente típica e emblemática. A implantação da TV no Brasil não podia atrasar. Para evitar os entraves da legalidade, a lentidão da burocracia estatal, quatrocentos televisores foram sutilmente “trazidos às pressas” ou “contrabandeados”. Os aparelhos foram espalhados em lugares públicos da cidade de São Paulo e a inauguração da TV brasileira aconteceu conforme os planos do nosso grande e poderoso empresário. Como dizem os franceses, “quanto mais as coisas mudam, mais continuam as mesmas”.


TV digital adiada
As lendas e mitos têm um certo fundo de verdade. Tentam nos explicar o que temos dificuldade de aceitar ou compreender. No caso da televisão, os fatos ou as “lendas” sobre a implantação da TV no Brasil podem nos ajudar a evitar os erros do passado. Quem sabe, dessa vez, cometemos erros novos.

Com tantas manchetes sobre apagões aéreos, violência urbana e denúncias de corrupção no congresso, parece que esquecemos a polêmica decisão do governo pela implantação apressada do Sistema Brasileiro de TV Digital.

Do Brasil de Chatô ao país do ministério dos radiodifusores, poucas coisas mudaram.

Em relação às promessas da TV digital brasileira, o noticiário recente confirma as piores expectativas:

TV digital brasileira poderá ser adiada, afirma coluna "Outro Canal"

“A inauguração da TV digital brasileira corre risco de atrasar, não cumprindo a previsão do governo federal de ser realizada no dia 2 de dezembro... atraso da produção de equipamentos de sintonia dos canais...Em abril deste ano, o próprio diretor-geral da TV Globo afirmou que o cronograma de implantação da TV digital feito pelo Ministério das Comunicações é "otimista demais".

Segundo o mesmo noticiário, “os protótipos ainda estão longe do ideal e deverão custar cerca de R$ 800 --muito acima dos US$ 100 previstos pelo Ministério da Comunicação”.

Mas o pior ainda está por vir. Agora, somos obrigados a “financiar” com recursos públicos (renúncia fiscal) a grande aventura da implantação da TV digital brasileiro pelos poderosos empresários do setor:

TV Digital: Governo zera imposto de importação

O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) aprovou nesta quarta-feira, 27, a redução de 12% para zero da alíquota do Imposto de Importação para equipamentos de transmissão digital que não sejam produzidos no Brasil.

Os pleitos para importação de equipamentos para transmissão digital, segundo o ministério, são da ordem de US$ 40,8 milhões.

Igual à analógica
Mas se você ainda tem dúvidas sobre essa “arapuca” que se tornou processo de implantação da TV digital brasileira recomendo a leitura do excelente artigo de Diogo Moysés do Observatório de Direito à Comunicação:

TV Digital: quem é que vai às compras?

Destaco os principais argumentos:

1. O tempo de transição da TV analógica para a digital será de 10 anos...já tem gente admitindo que o prazo não será cumprido.
2. As emissoras precisam trocar seu parque de transmissão analógico por um novo, digital... a TV brasileira não é o Jardim Botânico, dá para imaginar a dificuldade que será fazer isso no interior do Brasil.
3. A população não terá motivos para comprar o conversor. Ao contrário, terá motivos para não fazê-lo.
4. A TV digital brasileira não será interativa. A TV digital será exatamente igual à analógica: sem interatividade.
5. O padrão japonês (ISDB), uma das potencialidades anunciadas era justamente a multiprogramação... a grande possibilidade de democratizar o principal meio de comunicação do país e dar voz às tantas diversidades hoje ausentes da televisão... mantido o plano de canalização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), nenhum outro programador poderá ocupar o espectro. Nem mesmo as emissoras do campo público, inclusa aí a futura rede pública de televisão.
6. Sem novos conteúdos, outra razão a menos para ir às compras.
7. A maioria absoluta da população não comprará um televisor de alta definição (capaz de mostrar a melhoria substancial na qualidade de imagem), pelo simples fato de que ele (o televisor de alta definição) é caro demais...
8. O fato de o governo estar disposto a voltar atrás e permitir a instalação de mecanismos anti-cópia na televisão digital (bastou que o governo fosse pressionado pela indústria de Hollywood e pela Globo para recuar em sua intenção original)....copiar conteúdos para consumo pessoal, com fins educativos e não-lucrativos - não poderá mais ser feito, assim como não poderá fazê-lo um professor que queira gravar um conteúdo para discussão em sala de aula.
9. Isso, é claro, a despeito do que diz a Constituição Federal. Se hoje é possível copiar os conteúdos para os fins que a lei permite e se não poderei fazer isso na TV digital, por que comprar um conversor?

O artigo de Diogo Moysés é leitura essencial para entender os riscos e custos de mais uma apressada, dispendiosa e polêmica aventura.

E os televisores? E o público? A história se repete. Assim como no passado, nos tempos do Chatô, a sociedade brasileira não foi convidada a participar da grande festa da implantação da TV digital brasileira. É refém de falsas promessas, negociações nebulosas e decisões autoritárias. Mas no final será certamente convidada... a pagar a conta.

(*) É jornalista, professor de jornalismo da UERJ e professor visitante da Rutgers, The State University of New Jersey. Fez mestrado em Antropologia pela London School of Economics, doutorado em Ciência da Informação pela UFRJ e pós-doutorado em Novas Tecnologias na Rutgers University. Trabalhou no escritório da TV Globo em Londres e foi correspondente na América Latina para as agências internacionais de notícias para TV, UPITN e WTN. Autor de diversos livros, a destacar "Telejornalismo, Internet e Guerrilha Tecnológica" e "O Poder das Imagens". É torcedor do Flamengo e não tem vergonha de dizer que adora televisão.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Ele é meu "Bebezinho".













Mistura de Cristado Chinês com Chihuahua, Elwood foi eleito o mais feio do mundo.
Campeão de feiúra ficou famoso nos EUA.

"Ele é meu bebezinho", diz Karen Quigley, dona de Elwood, eleito o cão mais feio do mundo.

Nascido do cruzamento de um Cristado Chinês com Chihuahua, muita gente diz que ele parece um macaco, tem nariz de porco ou que é um gato sem pêlos. Mas os donos garantem: o animal é dócil e extremamente simpático.

Para tristeza dos muitos fãs da mais nova celebridade do mundo animal, Elwood não deixará herdeiros. Ele foi castrado quando era muito pequeno. O cachorro nasceu branco, esmirrado, com dentes só na metade da boca.

Então, a língua escorregou e ficou para sempre do lado esquerdo. E, como ela balança, machuca o olho, que por via das dúvidas fica fechado. Ele cresceu e vieram as manchas pelo corpo. Ficou tão feio que a antiga dona decidiu entregá-lo para a carrocinha.

O marido de Karen soube que ele seria sacrificado e salvou a vida do pequeno. O campeão de feiúra integrou-se perfeitamente à família. Agora, entrou na moda. Saiu na capa de jornais americanos e fará uma pequena turnê pelos EUA.

A dona ainda escreverá um livro sobre ele. Nele, contará todo o drama do bicho e também parte de sua vida. Antes de Elwood, ou E.T. ou Yoda, como foi apelidado, ela cuidou por 18 anos de um cachorro cego.

sábado, 30 de junho de 2007

Heraldo Pereira dá palestra à jornalistas de Rondônia.




HERALDO PEREIRA (Rede Globo) COM: (1º)MARCOS GRUTZMACHER (Sinjor-RO), (2º)PAULO AYRES E (3º)DANNY BUENO (Gazeta Amazônica)



Descontração e informação marcam a vinda de Heraldo Pereira para Rondônia que ganha muito na qualidade de aprendizado no setor jornalístico.

O primeiro apresentador negro do telejornalismo da Rede Globo, Heraldo Pereira, que faz suas aparições nos meios de semanas no Jornal Nacional ao lado de Alexandre Garcia entre outros, esteve palestrando à jornalistas e alunos do curso de Assessoria Parlamentar em Ji-Paraná-RO.

Portador de uma simpatia contagiante, o jornalista deixou todos a vontade e foi muito humilde em suas palavras, ao que todos ansiavam em absorver com o máximo de atenção.

Estiveram presentes ao evento as demais autoridadades do meio jornalístico, entre elas o Presidente do SINJOR-RO, Marcos Grutzmacher, O Presidente da AIRON - (Associação Da Imprensa de Rondônia), Welington Nunes, o Professor do Curso de jornalismo, Paulo Ayres, os deputados estaduais, Euclides Maciel, Jesualdo Pires e o Presidente da Assembléia, Neodi Oliveira.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Blindagem Tucana.



(foto: André Dusek / Agência Estado)


A empresa de turismo que transportou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Foz do Iguaçu no domingo (20) teve seu logotipo 'censurado' pela comitiva presidencial.

A Tucano Travel Service, que faz fretamento de veículos, tem como símbolo um tucano. No entanto, o carro alugado ao presidente teve a imagem coberta por uma folha de papel.

Segundo um funcionário da empresa, o logotipo foi coberto após pedido da comitiva presidencial.

Mônica Veloso não posará nua, diz advogado...QUE PENA!!!



(Foto de Ailton de Freitas, Agência O Globo)

Pedro Calmon, advogado da jornalista Mônica Veloso, que teve uma filha com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), negou nesta quinta-feira que sua cliente tenha recebido convite para posar nua na revista "Playboy". A jornalista ganhou visibilidade após denúncia da revista "Veja" de que as pensões mensais eram pagas por lobista de uma construtora.

"Não fui procurado, mas esse não é o perfil dela, ela não participaria. Isso (o convite) nem aconteceu e nem tem possibilidade de ela aceitar", afirmou o advogado.

A coluna de Joaquim Ferreira dos Santos no jornal "O Globo" informou nesta quinta que a "Playboy" faria uma proposta ainda nesta semana. A assessoria de imprensa da revista não confirmou o convite e classificou a notícia como "especulação".

Mas, segundo o G1 apurou, "Playboy", de fato, tem interesse na ex-namorada do presidente do Senado por ser "bonita, ter nome forte e estar na mídia", de acordo com uma fonte da publicação.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Globo veta entrevista do Pânico com Faustão.
























Por: www.TeContei.com.br

A Rede Globo não autorizou a entrevista do Pânico com Faustão, informou o colunista Flávio Ricco, da coluna Canal 1.


De acordo com a publicação, a RedeTV! teria anunciado essa entrevista, mas na Globo ficou prevalecendo o que estabelece a cláusula de exclusividade do contrato de Faustão com a emissora.


Ainda segundo a publicação, Faustão teria se colocado à disposição do Pânico no último domingo, mas o link da RedeTV! não funcionou

Edir Macedo perde ação contra YouTube.




Da Redação




















A justiça de São Paulo negou pedido do bispo Edir Macedo e da Igreja Universal do Reino de Deus para a retirada de vídeos do YouTube. A ação argumentava que o conteúdo caracterizava crime de “difamação, calúnia e injúria”.

Entre os vídeos, estava uma série de reportagens da Rede Globo que mostravam imagens com o bispo explicando aos seus pastores como conseguir doações. O juiz Maury Ângelo Bottezini, da 31ª Vara Cível de São Paulo, entendeu que não havia provas e que as informações poderiam ser de interesse público, apesar de afirmar na sentença que “os danos decorrentes da inclusão das informações repudiadas pelos autores são perfeitamente indenizáveis”.

O fato de o bispo morar em Nova York também foi abordado. O juiz lembrou que mesmo que a justiça nacional decidisse pela retirada do vídeo, o mesmo poderia não ocorrer nos Estados Unidos, onde estão os servidores do site. A justiça também indeferiu o pedido da Igreja de impedir o Google Earth, ferramenta de localização do Google, de usar o símbolo da Igreja em seu sistema.
(ASSISTA O VÍDEO DAS PICARETAGENS QUE O "BISPO" ENSINA AOS SEUS "MINISTROS CONSAGRADOS" E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES.): WWW.YOUTUBE.COM

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Imprensa chinesa poderá publicar catástrofes sem ser multada.




Uma emenda da Lei de Resposta a Emergências permitirá pela primeira vez à imprensa chinesa informar conseqüências de catástrofes e emergências sem pedir permissão ao Governo e sem ser multada.

A Assembléia Nacional Popular (ANP, Parlamento) decidiu modificar a lei em tentativa de demonstrar que o Governo está afrouxando a censura que exerce sobre a imprensa e melhorando a transparência, publicou hoje o jornal oficial China Daily.

A minuta da lei, proposta na reunião do Comitê Permanente da ANP para uma segunda leitura, pede aos Governos que forneçam "informação unificada, precisa e rápida sobre os fatos e seu desenvolvimento" em casos de emergência.

A primeira versão incluía multas de até US$ 13.100 para os jornalistas que informassem tais situações sem autorização ou publicassem informação falsa, e só autorizava agências de notícias oficiais - como a Xinhua - a informar situações de emergência.

A segunda minuta só pune a difusão de conteúdos inverídicos.

Segundo Wang Maolin, subdiretor do comitê legal da ANP, a censura sobre a imprensa desatou críticas dos parlamentares durante a primeira revisão da minuta, há um ano. Eles consideravam inadequado restringir o trabalho da imprensa.

A China é, segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, o país com mais censura no mundo, com mais de 60 jornalistas e ciberdissidentes presos por terem divulgado críticas ao Governo do Partido Comunista da China.

Agência EFE

sábado, 23 de junho de 2007

A VACA LOUCA BRASILEIRA
























Danny Bueno

Versão humana do mal da vaca louca mata aposentado na Bahia. Esta notícia está na Folha On Line.

O que era uma prerrogativa dos ingleses agora chega ao Brasil, tanto é que se dizia que na Inglaterra a vaca é louca, na Índia ela é sagrada e no Brasil, ela é ministra. E pelo visto agora também está louca.

Também estão dizendo que o gado do Renan Calheiros está com febre aftosa, mas a vaca vai bem, obrigado.

Nos dias de hoje está cada vez mais difícil manter a postura de dignidade que sempre procurei ter.

São tantas coisas erradas, são tantas as pessoas mal preparadas, são tantos os assaltantes do dinheiro público, e eles são tão descarados que nem se importam com as reportagens que saem nos jornais e nas revistas, desde que falem deles, pois um novo ano eleitoral se aproxima.

O compadre de Lula, por exemplo, disse que agora ficou famoso, É um belo exemplo de como se atingir a fama.

Mas a ministra nem seguiu suas próprias palavras, não relaxou e nem gozou, pois viaja em aviões da FAB, como fez ontem.

Na verdade, ela só relaxa com as contas públicas e não sei se goza, ainda.

Eu me lembro de sua eleição à prefeitura quando ela,candidata, aparecia ao lado do marido Eduardo e foi graças ao sobrenome do marido que ela se elegeu.

Poucos dias ou horas depois, anunciou sua separação e casou-se com um argentino. Na época circularam mensagens da Internet sobre o fato.

Alguém dizia que não conseguia pensar em castigo maior para Marta do que ser casada com um argentino e também não conseguia pensar em nada pior para um argentino do que ser casado com a Marta.

Muita maldade eu reconheço nesta afirmativa, pois nem argentino merece ser casado com ela.

Alguém alguma vez já viu um gesto de doçura nessa mulher? Sempre arrogante, senhora de si, autoritária e talvez ela seja a responsável pela dificuldade de articulação das palavras de seu ex-marido.

Dona Marta não é flor que se cheire, aliás, nem flor ela é!

Ministra, eu não aprovei sua indicação para o Ministério do Turismo, muito pelo contrário. Foi um ato daqueles que o presidente deve ter praticado sob influência etílica, aliás, eu acho que ele só derrubou aquele copo outro dia, porque nele continha apenas água.

Dona Marta, quando estiver em seu ministério, faça uma carta bonitinha à nação e outra ao presidente. Peça desculpas nas duas, pegue seu boné e saia de Brasília. Ou fique por aí, mas por favor, saia do ministério.

Eu não vou relaxar e nem gozar enquanto você for ministra. Talvez faça até um abaixo assinado, mas você não vai esquentar a cadeira não.

Espero que minhas palavras não tenham sido ofensivas, mas se o forem eu me desculparei em nota oficial como a senhora o fez!


Pensamento do Dia:

Nota Oficial: (Quero me desculpar pelas palavras que escrevi e pela infeliz comparação da ministra com as vacas inglesas e indianas, às quais peço que me perdoem.)
_________________________________________

Presidente da RCTV será ouvido no Senado Brasileiro








Da Redação



O Senado Federal, pelo visto, não deu ouvidos ao conselho de Lula de que cada um cuide do seu país. A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Casa receberá o presidente da Radio Caracas Televisión (RCTV), Marcelo Granier, para uma audiência sobre a não-renovação da concessão pública do canal de TV. O convite foi feito na quinta-feira (24/06) pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).

Para Azeredo, a presença de Granier será importante para que o fechamento da emissora possa ser devidamente avaliado pelos senadores. O senador afirmou que o caso gera “graves conseqüências à liberdade de expressão na América Latina e no mundo livre”.

A data da audiência ainda será definida.

(*) Com informações da Agência Senado.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Justiça proíbe rádio de BA de criticar prefeito










Tiago Cordeiro



O prefeito de Salvador, João Henrique, (PDT) conseguiu proibir judicialmente a rádio, site, blog e revista Metrópole de citar indevidamente seu nome. Caso desrespeite a decisão, a empresa deverá pagar R$ 200 mil de multa de acordo com decisão (disponível aqui, aqui e aqui) da 2ª Vara Cível, Silvia Lúcia Bonifácio Andrade Carvalho.

A decisão de João Henrique ocorre logo depois da publicação da primeira edição da Metrópole, distribuída gratuitamente, que usou uma caricatura sua na capa e abordou sua atuação na prefeitura. Tanto João Henrique quanto Mário Kertész, presidente da rede Metrópole e radialista, começaram na política através do senador Antônio Carlos Magalhães (Democratas).

Histórico
Porém, atualmente, Kertesz faz oposição à gestão de João Henrique. O radialista já foi prefeito da cidade de 1979 a 1981 (quando foi prefeito “biônico”, indicado pelo então governador ACM) e em 1986 a 1989 (derrotando em eleições diretas o candidato de ACM, Manoel Castro). O radialista não esconde que faz oposição à prefeitura, mas ressalta que sempre deu espaço para o prefeito participar do debate.

A decisão impede os veículos da rede de publicarem "quaisquer alusão e referências explícitas ou implícitas, depreciativas ao nome, a honra, ao caráter, a intimidade, a vida privada e a imagem do autor ou ao cargo que o mesmo ocupa na Administração Municipal, ainda que tais alusões, referência ou imagem venham dissimuladas em personagem caricaturas, participantes, afiliadas ouvintes e outros".

Atentado
“Entrar na justiça é um atentado à liberdade de imprensa. Estamos impedidos de falar o que ele considera ofensivo e a repercussão disso é a pior possível”, explica Kertész. Apesar da decisão judicial pedir o recolhimento dos 30 mil exemplares da revista, o presidente do grupo lembra que todos já foram distribuídos.

Em texto publicado no seu blog, Kertész se refere a João Henrique como “o inominável” ou “aquele-que-não-pode-ser-nomeado”. O prefeito foi procurado pela reportagem, mas seu secretário de comunicação explicou que ele não poderia ser encontrado hoje. Anteriormente, a prefeitura já havia mandado retirar outdoors sobre o lançamento da revista, mas negara ser responsável pelo recolhimento.

Na ocasião, a secretária municipal do Planejamento, Katia Carmelo, explicou à Folha de S. Paulo que havia um decreto que proibia anúncios com chacota "em relação à moral pública e com instituições". Na ocasião, Kertész comparou João Henrique ao presidente venezuelano Hugo Chávez e afirmou que ele desejava "acabar com a liberdade de expressão em Salvador".

FGV no RJ inicia MBA em Jornalismo Investigativo.












Da Redação



Fernando Molica é o coordenador do curso de MBA da Fundação Getúlio Vargas em Jornalismo Investigativo e Realidade Brasileira, que começa no dia 14/08. Segundo o jornalista, o objetivo do curso é “apresentar aos alunos as mais modernas técnicas de busca e elaboração de informações”.

Dentre as disciplinas, destacam-se “Métodos e técnicas de investigação”, “Técnicas de Investigação Específica”, “O texto nas reportagens investigativas”, dentre outras.

As aulas serão às terças e quintas-feiras, das 9 às 12,h na sede da FGV no bairro Botafogo, Rio de Janeiro. A carga horária será de 435 horas/aula – aproximadamente 14 meses. O valor total do MBA é de R$ 18.000,00.

O processo seletivo inclui a análise do currículo do candidato, que deve ser enviada junto com o formulário de matrícula que o interessado recebe por e-mail ao se pré-cadastrar no site da FGV.

A FGV Botafogo fica na Praia de Botafogo, 190. Telefone: (21) 2559-6000 . As inscrições já estão abertas podem ser feitas até a data de início do curso, se ainda houver vagas.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Edir Macedo quer tirar vídeos do YouTube























Da Redação

ASSISTA O VÍDEO DA AULA DE PICARETAGEM MINISTRADA PELO "BISPO":
WWW.YOUTUBE.COM

Apesar da evidente amostra de falta de ética e de integridade social, o líder máximo da Igreja Universal alega que está sendo vítima de difamação, quando ele mesmo é o próprio interlocutor das aulas ministradas aos seus "escolhidos".

O bispo Edir Macedo, dono da TV Record e da Igreja Universal do Reino de Deus, entrou com uma ação na justiça pedindo a retirada de vídeos do YouTube que tornariam ele e sua igreja "alvo de difamação, calúnia e injúria".

De acordo com a coluna da Folha de S. Paulo “Outro Canal” (disponível somente para assinantes), o principal objetivo de Macedo é retirar do ar a série de reportagens da Rede Globo exibida em 1995, que mostrava o bispo explicando a pastores como convencer fiéis da igreja a fazer doações em dinheiro.

A ação corre desde fevereiro, mas será difícil retirar da internet os vídeos. No ano passado a apresentadora Daniela Cicarelli chegou a ser responsável pelo bloqueio do site YouTube, devido a um erro do Tribunal de Justiça de São Paulo.

O resultado foram extensas críticas à modelo, repercussão mundial do caso e o aumento no número de vídeos disponibilizados em programas de compartilhamento de dados e enviados por e-mail.

Meme
O blogueiro Carlos Cardoso, dono do blog Contraditorium, referência em conteúdo online, chegou a comentar que Cicarelli tornou-se um meme, termo cunhado pelo cientista Richard Dawkings para designar blocos de informação que se multiplicam continuamente.

Como resultado, o número de formas possíveis de se assistir ao vídeo aumentou ao invés de diminuir, o mesmo ocorreu com o livro do jornalista Paulo César Araújo sobre Roberto Carlos. Ao tentar retirar os vídeos do YouTube, o mesmo pode ocorrer com Macedo.

Contudo, no início do mês, o líder da Igreja Universal obteve uma vitória contra o Google Inc. A justiça ordenou a retirada de comunidades no Orkut ofensivas ao bispo assim como tópicos difamatórios no site de relacionamentos.

Nenhum profissional do Google pôde ser encontrado para falar sobre o assunto até o fechamento desta matéria.

domingo, 17 de junho de 2007

Angelina Jolie: deslumbrante até em um vestido de US$ 26 (R$ 50,00).


O fato de que Angelina Jolie é deslumbrante e atrai todos os flashes por onde passa não é novidade. Mas nesta quarta-feira, 13, a atriz se superou.

Ao lado do marido, Brad Pitt, Angelina causou alvoroço ao revelar a jornalistas e fotógrafos que estavam na porta da première de seu novo filme, “A Mighty Heart”, no Teatro Ziegfeld, em Nova York, que o vestido que estava usando havia sido comprado em um brechó e custou apenas US$ 26 (cerca de R$ 50) - centavos se pensarmos na imensa fortuna da atriz.

O modelo era um pretinho básico, mas de muito estilo. A peça tinha um decote generoso em formato de V nas costas e no colo, e o detalhe de um broche antigo na cintura.

Para complementar o visual, Angelina optou por usar os cabelos presos em um coque frouxo, com a franja e alguns fios soltos. Como acessórios, apenas uma sandália Christian Louboutin preta com cristais e brincos e pulseira bem sóbrios. Afinal, ela não precisa de mesmo de muita coisa para chamar atenção.

Jolie, com seu look deslumbrante, ao lado de PittNão é por menos que Angelina já ocupou diversas vezes o topo do pódio das mais sensuais do mundo. Enquanto outras hollywoodianas se preocupam em desfilar seus Valentinos, Gucci ou Dior, a atriz mostra que não precisa desses artifícios para brilhar.



A FESTA
Depois da première, ela e Brad ainda foram à festa de lançamento do filme, que aconteceu no clube Metropolitan. No local, além do elenco estavam presentes representantes da organização “Repórteres Sem Fronteiras”, que defende o direito de jornalistas e fotógrafos no mundo todo.

“A Mighty Heart” é baseado em um livro escrito por Marianne Pearl, que conta a vida do marido, Daniel Pearl, um jornalista norte-americano que foi assassinado no Paquistão por militantes da Al-Qaeda. A atriz interpreta Marianne no longa.

O filme estréia no dia 22 deste mês nos cinemas de todo os Estados Unidos.

sábado, 16 de junho de 2007

Jornalista ameaçado fica sem proteção policial.


www.diariademarilia.com.br

Marcelo Tavela



José Ursílio de Souza e Silva, editor do Diário de Marilia, foi vítima de diversos ataques nos últimos dois anos. Em especial, os dias 18/07/2006, quando escapou de um atentado graças a um segurança do jornal, e 09/09/2005, em que a sede do veículo foi invadida e incendiada. Ursílio conseguiu na justiça o direito à proteção pela Polícia Federal. Porém isso não acontece.

Os dois episódios narrados acima fazem parte de um longo embate entre o Central Marília Notícias (CMN) – empresa que edita o Diário de Marília – e o grupo político de Abelardo Camarinha, ex-prefeito da cidade paulista e atual deputado federal pelo PSB. Camarinha já foi considerado, em inquérito policial, suspeito de ser o mandante do incêndio criminoso no prédio do CMN. Durante as últimas eleições, uma tentativa de impedir juridicamente a publicação de uma edição do jornal ganhou notoriedade internacional.

Ursílio é testemunha em investigações sobre o incêndio e, temendo por sua segurança, pediu na justiça proteção policial. Foi atendido em uma decisão da juíza Suzana Camargo, do Tribunal Regional Federal (TRF) da Terceira Região, em São Paulo, expedida em 15/09/2006, que pede que o Departamento de Polícia Federal dê garantias de vida ao jornalista e à sua família.

“Além de ser uma medida de preservação da minha vida, há um interesse público. Por conta da minha oposição ao grupo político, recebo muitas denúncias e encaminho ao Ministério Público”, diz o jornalista.

Papel vai, papel vem
Porém, após a sentença da juíza, começa o que Ursílio definiu como “papel foi, papel veio e não houve uma medida prática”: vários documentos trocados entre a PF e o TRF até que, em fevereiro, a Polícia Federal determinou que não há unidade específica nem condições de efetuar a escolta policial, e recomenda que o jornalista se junte ao Serviço de Proteção ao Depoente Especial, em Brasília.

Após o impasse, novos personagens entraram na história: a procuradora regional da República Janice Ascari, que escreveu a petição na qual se baseou a decisão da juíza Suzana Camargo, enviou, em maio, ofício ao Ministério Público Federal para que o caso seja encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), em virtude da eleição de Abelardo Camarinha como deputado federal, e para que a proteção ao jornalista seja de fato efetuada.

“Observando que não se tratava de mera ‘solicitação’ mas sim de ORDEM JUDICIAL [grifo da procuradora], caracterizando crime de desobediência o eventual descumprimento. Juntei documentos comprobatórios de uma ameaça de morte, por arma de fogo, feita à testemunha José Ursilio em julho de 2006”, escreveu Janice.

Ursílio enviou uma carta ao ministro da Justiça, Tarso Genro – repetindo gesto feito ao seu predecessor, Márcio Thomaz Bastos, sem obter resposta – com um apelo para que a proteção policial seja efetuada.

“As vidas do requerente e de sua família seguem em risco e se não existirem as garantias ordenadas em sentença pela Justiça Federal essa testemunha vai com certeza ser assassinada, como demonstram a tentativa frustrada de 18 de julho e a diversas ameaças e truculências a que sou submetido semanalmente”, prevê o jornalista na carta.

O que a PF diz
Segundo a assessoria da Polícia Federal, por lei, só é oferecida proteção especial em três casos: em visita de autoridade internacional; para ministros de estado; e para os chefes dos poderes Executivo e Judiciário, sendo que, nos dois últimos, somente quando solicitado. No episódio de Ursílio, a recomendação é mesmo aderir ao Serviço de Proteção ao Depoente Especial.

A PF também informou que a decisão da juíza Suzana Camargo ainda não foi encaminhada – mesmo tendo sido expedida há quase um ano – e que, assim que isto for feito, a Polícia se manifestará.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Tony Blair admite que governo britânico tentou influenciar a imprensa.


Da Redação



Em discurso à imprensa realizado nesta terça-feira (12/06), o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, afirmou que os veículos de comunicação agem como "ferozes selvagens" e que a relação entre os políticos e a imprensa sempre foi tensa.

Blair admitiu ter contribuído para um desgaste nessa relação e reconheceu que seu governo dedicou muito tempo tentando influenciar a cobertura jornalística.

“Nos primeiros anos do novo trabalhismo (Blair levou o Partido Trabalhista ao poder após 18 anos na oposição) prestamos uma atenção desmedida a cortejar, saciar e convencer os meios e a tentar influenciar na cobertura que a imprensa fazia do Governo (...). Após 18 anos na oposição, e, às vezes, com a feroz hostilidade de uma parte da imprensa, foi difícil ver alternativas", declarou.

Blair se queixa de que no jornalismo atual há menos equilíbrio do que há 10 anos e atribui isso ao imediatismo das notícias 24 horas, que faz a mídia dar mais ênfase ao impacto do que ao equilíbrio.

O premier insistiu que as pessoas ainda têm um “desejo verdadeiro pela cobertura das notícias com imparcialidade” e que “a relação entre a vida pública e a imprensa está danificada de uma maneira que requer ser reparada".

Blair deixará o Governo no próximo dia 27/06 e será substituído por Gordon Brown, atual ministro da Fazenda.


(*) Com informações da Agência EFE.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Alberto Ahmed, dono do Povo do Rio, é baleado em tentativa de assalto


Da Redação



O empresário e jornalista Alberto Ahmed, dono do jornal Povo do Rio, foi baleado por volta das 21h de domingo (10/06), no Grajaú, bairro onde mora no Rio de Janeiro. Ahmed foi baleado nos dois braços em uma tentativa de assalto, mas conseguiu escapar. Ele foi levado ao Hospital dos Italianos, no mesmo bairro, e seu estado de saúde é estável. Ahmed deve ter alta na terça-feira (12/06).

O empresário estava em seu carro e foi abordado por dois homens. Ele reagiu e os assaltantes atiraram pela janela lateral, atingindo seus dois braços, fugindo logo depois. A família não soube dizer se algo foi de fato roubado.

Ahmed foi levado ao hospital pelo filho do porteiro do prédio em frente ao local do crime

domingo, 10 de junho de 2007

Repórteres sem Fronteiras querem levar caso RCTV à ONU




Agência EFE






PARIS - A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) anunciou nesta terça-feira que planeja levar o caso da não renovação da concessão do canal venezuelano RCTV à Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas. A organização não-governamental baseada em Paris visitou a Venezuela no fim de maio para avaliar as conseqüências da medida para a liberdade de informação e concluiu que significa a 'consolidação de uma hegemonia midiática' no país.

- O fechamento do canal RCTV inaugura uma autêntica hegemonia do poder sobre o espaço audiovisual e um grave perigo para o pluralismo editorial - informa o relatório de 36 páginas.

- Os Repórteres Sem Fronteiras vão apresentar o caso da RCTV para o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), cuja próxima sessão acontecerá em Genebra de 11 a 18 de junho - completou.

A RCTV saiu do ar em 27 de maio depois de 53 anos de transmissões, para ser substituída por um novo canal governista chamado Televisión Venezolana Social (Tves), o que gerou protestos no país e críticas da comunidade internacional.

Chávez justificou a não renovação da licença argumentando que a RCTV estava envolvida no golpe que o tirou do poder por algumas horas em 2002 e que havia censurado os protestos que pediam sua volta ao poder.

Durante a visita, a organização disse que entrevistou jornalistas, representantes de ONGs e analistas políticos, mas não conseguiu marcar reuniões com funcionários do governo e de meios de comunicação públicos, já que os pedidos haviam ficado 'sem resposta'.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Anistia acusa Google e Yahoo! de colaborarem com censura na web.


www.comunique-se.com.br

Com base em um relatório do site Open Net Initiative - criado por estudantes das universidades de Toronto, Harvard Law School, Cambridge e Oxford - a ONG Anistia Internacional apontou Google, Yahoo! e Microsoft como cúmplices da censura na web, em especial no caso da China.

As empresas teriam apoiado o governo chinês e aceitado restringir buscas e navegações dos internautas. O Open Net Initiative foi criado por estudantes das universidades de Toronto, Harvard Law School, Cambridge e Oxford.

Um dos exemplos que a ONG lembrou foi o caso da Google, que concordou, em janeiro do ano passado, em oferecer uma versão censurada de seu mecanismo de busca para poder operar na China.

A Anistia lembrou também que o Yahoo! esteve envolvido em dois casos na China: a liberação de informações para autoridades chinesas que levaram à condenação, em 2003, do dissidente Li Zhi a oito anos de prisão e da condenação do repórter Shi Tão, condenado a dez anos de prisão.

Segundo o relatório, pelo menos 25 países estariam usando filtros na internet, como Azerbaijão, Barein, Mianmar, Etiópia, Marrocos e Arábia Saudita. O Brasil não foi citado. “A menos que tomemos uma atitude agora, a internet pode ser tornar irreconhecível”, disse Tim Hancock, diretor da Anistia.

Nesta quarta-feira (6/6) a ONG fará uma conferência em Londres na qual vítimas da repressão online poderão expor suas experiências. O evento marca o primeiro aniversário do site http://irrepressible.info/, que pretende ser um canal de informação para os interessados no futuro da liberdade na internet.

(*) Com informações da BBC Brasil

Radialista chama gaúchos de "lixo"

















Marianna Senderowicz e Tiago Cordeiro



Para muitos profissionais do jornalismo esportivo, o rádio é o espaço da paixão, onde o comentarista deve sempre exercitar a rivalidade, ao contrário da TV, onde a imparcialidade é indispensável. O comentarista e jurista Jonas Greb exercitou não apenas sua paixão.

Ele ofendeu torcedores do Grêmio, fazendo acusações contra dirigentes do clube e se referindo ao time e ao gaúchos como "horda de criminosos" e "lixo", respectivamente. Greb, que tinha um espaço independente na rádio, teve seu contrato cancelado pela Trianon, de São Paulo, nesta quarta-feira (6/06).

"Eles (gaúchos) dizem que querem se separar do Brasil. Que separem. Não precisamos do Rio Grande do Sul na Bandeira do Brasil. Ah, o Sul é meu país! Que seja outro país, o país das bichonas. Vão pro inferno todos os gaúchos, os gremistas. Não servem para ser brasileiros. Não é gente, é bandido. (...) O time do Grêmio é formado por bandidos. Diretoria de bandidos! (...) Gaúcho é lixo pra mim", declarou no programa Santos sempre Santos, veiculado pela rádio.

O comentarista foi procurado pela reportagem, mas não foi encontrado. Em sua página pessoal no Orkut, Jonas é ofendido por gremistas e trocou seu nome para "Gaúcho Tchê POA".

O caso é semelhante ao do radialista Don Imus, da NBC. Em abril, ele ofendeu jogadoras do time de basquete Rutgers e foi suspenso por duas semanas pela emissora. Ao contrário do norte-americano, Greb não demonstrou nenhum arrependimento, chegando a declarar à rádio Guaíba que o programa era "interno", "não deveria ter chegado" aos ouvintes gaúchos e que arcaria com as conseqüências. "Sou um jurista experiente. Se o Zé Dirceu não tá preso, eu vou ser? Isso aqui é o Brasil", declarou.

Apenas
Além de torcedor do Santos, Greb é advogado e foi candidato a deputado estadual pelo PSC em 2006. No programa ele afirma que vários torcedores do Santos foram agredidos pela torcida gaúcha, mas o fato foi negado por Alexandre Neves, da direção da Torcida Jovem, torcida organizada santista. "Houve apenas fatos isolados", explicou.

Das reclamações de Greb a única confirmada foi a má recepção aos 25 dirigentes santistas, obrigados a assistir ao jogo em um cubículo de oito metros, com espaço para apenas 10 pessoas. "Esse foi o grande problema, mas isso não justifica a besteira que ele disse", opinou Aldo Neto, coordenador de comunicação do Santos. No Grêmio, o clima não parece ter sido afetado pelas acusações. De acordo com Carlos Josias Menna de Oliveira, diretor do Departamento Jurídico do clube de futebol, o tiro de Jonas Greb saiu pela culatra: "Os jogadores estão até mais motivados para o jogo do que antes".

Foco
Josias conta que ainda não há uma definição sobre que medidas serão tomadas contra o radialista, pois o foco de todos está na partida desta quarta-feira. "Se o presidente (do clube) Paulo Odone decidir processar o advogado é o que vamos fazer, até porque as declarações feitas são passíveis de processo civil e criminal. Até Greb sabe disso."

Na Brigada Militar do Rio Grande do Sul, que também foi ofendida verbalmente durante o programa de rádio, a situação também está sendo avaliada. "Estamos discutindo sobre o melhor encaminhamento a ser feito, e não descartamos uma ação na Justiça", declara o coronel Paulo Roberto Mendes, subcomandante geral da corporação.

Na opinião do Secretário de Comunicação do RS, Paulo Fona, a atitude foi irresponsável e merece retratação. "Ele falou inverdades que mexem com a imagem da polícia local, além de ofender a todos os gaúchos."

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Caso "RCTV" levanta preocupação sobre liberdade de expressão


Bogotá, 31 mai (EFE).- A não renovação da licença do canal privado "RCTV" gerou hoje novas manifestações de rejeição de associações de imprensa, Parlamentos e instituições internacionais, que mostraram preocupação com o futuro da liberdade de expressão na Venezuela.

Representantes brasileiros no Parlamento do Mercosul disseram que proporão ao órgão um debate sobre "a séria ameaça às liberdades democráticas" representada pela cassação da licença da "RCTV".

A proposta será apresentada na próxima reunião do Parlamento, prevista para 25 de junho, em Montevidéu, explicou à Efe o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

Na quarta-feira, o Senado havia aprovado uma moção de censura contra a suspensão da licença do canal venezuelano, apresentada por Azeredo. "O Senado chileno já aprovou uma moção semelhante, que compartilhamos em todos os seus termos", disse o senador tucano.

"Entre as condições para pertencer ao Mercosul está a plena vigência de todas as liberdades. Embora o presidente Hugo Chávez tenha sido eleito, suas práticas não estão sendo democráticas", acrescentou.

A Venezuela está em processo de adesão ao Mercosul, fundado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O texto constitutivo do bloco inclui uma "cláusula democrática", que prevê a suspensão de qualquer país-membro em caso de "atentados contra as liberdades", destacou Azevedo.

O ex-presidente chileno Ricardo Lagos, que hoje esteve em Brasília, disse que acredita que a decisão de não renovar a concessão da "RCTV" não afetará outros canais, pois isso "não seria bom" para uma região acostumada com a liberdade de expressão.

"Esperamos que o caso termine por aqui", declarou Lagos a jornalistas estrangeiros.

A Assembléia Legislativa de El Salvador aprovou um pronunciamento contra o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, por não renovar a licença da "Rádio Caracas Televisión" ("RCTV"), que saiu do ar à meia-noite de domingo, após 53 anos de atividade.

Os legisladores afirmaram sua "enérgica condenação a uma decisão política que representa uma clara violação dos direitos de liberdade de informação e de expressão, numa séria ameaça à democracia".

Deputados da esquerdista Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) disseram porém que o pronunciamento era uma "ingerência" numa "decisão soberana" do Governo da Venezuela e pediram "perdão" ao povo venezuelano pela iniciativa "aprovada pelos partidos de direita".

Em Buenos Aires, a Associação de Entidades Jornalísticas Argentinas (Adepa), que reúne proprietários de órgãos de comunicação do país, disse que observa com "preocupação" o "baixo nível de resposta continental" no caso da "RCTV" .

"Hoje, salvo honrosas exceções, razões de Estado parecem impor o silêncio aos Governos da América do Sul, enquanto muitas organizações civis reagem com timidez ao perigoso rumo que tomam os eventos", acrescentou a entidade.

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que já se manifestou várias vezes sobre a "RCTV", acusou hoje a Venezuela de tentar eliminar "toda a oposição" midiática. Foi uma reação às ameaças públicas do Governo contra a rede de televisão venezuelana "Globovisión" e a americana "CNN".

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, acusou na terça-feira às duas emissoras de instigar um "amplo plano de desestabilização" contra seu Governo.

"Ao chamar de inimigos os empregados da 'Globovisión', o presidente Chávez dá mostras de paranóia e intolerância", disse a RSF em comunicado.

O Centro Carter, com sede em Atlanta (EUA) fez hoje um apelo a um diálogo político para "manter a paz" e resolver o caso "RCTV". EFE al mf

sábado, 2 de junho de 2007

Já são Cinco Anos sem Tim Lopes


Há cinco anos, Tim Lopes foi brutalmente assassinado por traficantes quando fazia reportagens sobre exploração sexual de menores em bailes funks promovidos por traficantes, no Complexo do Alemão no Rio de Janeiro (RJ).

AVENIDA TIM LOPES

Neste fim de semana, dois eventos marcam as homenagens a Tim Lopes, assassinado no dia 2 de junho de 2002.

Hoje ocorreu o ato simbólico de inauguração da Avenida Tim Lopes, na Barra da Tijuca, na cidade maravilhosa.

MISSA:
Amanhã, domingo (03), às 10h00, será celebrada missa na Igreja da Penha, em memória de Tim.
ACESSE: www.timlopes.com.br

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Caso RCTV faz lembrar que concessões não são vitalícias


Caso não tem nada a ver com censura ou com atentado à liberdade de expressão. O que está por trás de todo este tempo e espaço destinados ao tema pela mídia brasileira é a preparação de terreno para a teoria do vale tudo.



Por Edgard Rebouças*

Todo este espaço aberto na mídia brasileira para falar sobre o caso da não renovação da concessão de uma das emissoras da Radio Cararas Televisión (RCTV) é bem sintomático para tentarmos compreender o que se passa atualmente aqui mesmo no Brasil. Seria de levantar suspeitas o motivo pelo qual, de uma hora para outra, a imprensa nacional resolveu sair de sua tradicional posição de costas para a América Latina, se neste exato momento não estivessem em pauta os debates em torno da classificação indicativa na TV e da regulamentação da publicidade de bebidas e de alimentos que causam obesidade.

Tanto a decisão do governo venezuelano como as propostas dos ministérios da Justiça e da Saúde estão sendo colocadas no mesmo balaio do "atentado à liberdade de expressão" e da "volta à censura". Mas a questão de fundo de ambos os casos é a eterna disputa entre o interesse público e o interesse privado.

No caso da RCTV, o que mais foi dito é que seria fechada a emissora que se opõe ao governo Chávez. Só que a imprensa brasileira, sempre superficial, "se esqueceu" de apurar um pouco mais o histórico da "injustiçada" emissora. Pois, ao que consta, já em 1976, a RCTV foi tirada do ar por três dias por veicular notícias falsas; em 1980 ficou 36 horas fora do ar por causa de sua programação sensacionalista; em 1981, foram 24 horas de penalidade por exibir cenas pornográficas em horário inadequado; em 1989, mais 24 horas fora do ar por ferir a lei ao veicular publicidade de cigarro; e em 1991, teve um de seus programas humorísticos tirado do ar pela Corte Suprema por ridicularizar as pessoas.

Não bastasse todos esses problemas relativos ao conteúdo, há ainda os processos na Justiça por sonegação fiscal entre 1999 e 2003, e por veiculação dos discurso do almirante Molina Tamayo e dos generais Nestor Gonzáles e Guaicaipuro Lameda em favor do golpe militar de 11 de abril de 2002. Ambos os casos: enganar o fisco e incitar o povo a um golpe de Estado, são ações puníveis constitucionalmente em qualquer democracia do mundo; pior ainda se tratando de uma concessão pública como as emissoras de televisão. Vale lembrar que, bem ou mal, Hugo Chávez foi eleito e re-eleito nas urnas.

Outro ponto também não divulgado pela imprensa brasileira é que a não renovação da concessão foi apenas de uma das emissoras do grupo 1BC (1 Broadcasting Caracas), que continua operando com suas empresas de rádio, TV a cabo, internet e fonográficas. A falta de informação deve ser pelo fato de recebermos notícias da Venezuela por agências americanas, inglesas e francesas, ou por correspondentes brasileiros em Buenos Aires. Até pela proximidade geográfica, certamente jornalistas de Roraima teriam informações mais confiáveis.

O caso da RCTV não tem nada a ver com censura ou com atentado à liberdade de expressão. Da mesma forma que não é censura, no Brasil, os casos da regulamentação da classificação indicativa e da publicidade de bebidas alcoólicas e alimentos prejudiciais à saúde; todos previstos na Constituição e no Estatuto da Criança e do Adolescente.

A (de)formação da opinião por parte da mídia em geral é tratada pelo foco das questões ideológicas. Sendo que as empresas de comunicação tentam sempre afirmar seu papel de defensor da democracia; o que de certa forma era válido nos séculos XVIII e XIX, quando os jornais davam voz àqueles que se opunham aos regimes autoritários. Mas a partir do final do século XIX e início do XX, a imprensa perdeu seu papel de quarto poder para se tornar uma empresa comercial como qualquer outra.

O que está por trás de todo este tempo e espaço destinados ao caso RCTV - maior do que o destinado a muitas outras questões de relevância na América Latina - é uma preparação de terreno para a defesa da teoria do vale tudo. Assim, em nome da "liberdade de expressão", pode-se desrespeitar os direitos humanos, invadir privacidade, acusar sem provas, corromper... É a moda da tal "liberdade de expressão comercial", neologismo criado pelos empresários do setor no Brasil.

No entanto, se o que está escrito na Constituição continua valendo, os canais de rádio e televisão são concessões públicas, devem respeitar as leis do país, e, assim como na Venezuela, e no resto do planeta, as concessões não são vitalícias.


(*) Edgard Rebouças é jornalista, doutor em Comunicação, professor da Universidade Federal de Pernambuco e membro da coordenação executiva da campanha "Quem financia a baixaria é contra a cidadania", da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.

Fonte: Agência Carta Maior

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Record oferece R$500 milhões pelo Brasileirão.




Tiago Cordeiro



Conforme o Comunique-se informou, o Clube dos 13 e a Rede Record se reuniram na terça-feira (15/05) para discutir os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de 2009 a 2012. Embora a emissora não informe os valores oficiais, a Folha de S. Paulo divulgou esta semana que a proposta seria de R$500 milhões, R$200 milhões acima do que a TV Globo paga atualmente.

Nos bastidores da rede de Emir Macedo, o fato do Clube dos 13 ter recebido representantes da Record já é visto como “um bom sinal” para as negociações. Embora o jornalista Daniel Castro tenha informado em sua coluna “Outro Canal” esta semana que a emissora tenha um plano B para dividir a transmissão com a Globo, a informação oficial é de que “a Record está interessada na exclusividade e qualquer possibilidade além disso, não é previsível".

Nenhum profissional da emissora procurado pela reportagem soube confirmar ou desmentir a hipótese da Record pagar menos pelos direitos de transmissão e a possibilidade de exibir um jogo alternativo, às quintas-feiras. O Comunique-se procurou o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, para comentar o assunto, mas, em viagem à Brasília, ele não atendeu nenhum dos telefonemas.

Fórmula 1
Além do futebol, a emissora também tem interesse oficial na transmissão da Fórmula 1. Porém, ainda não houve nenhuma reunião ou contato com a FIA (Federação Internacional de Automobilismo), que detém os direitos.

Na Record, o comentário é que a interrupção da transmissão da corrida para a cobertura da vinda do Papa “desagradou” a Federação Internacional de Automobilismo, o que abriria espaço para uma possível negociação.

Candidata promete sexo oral a 40 mil por votos na Bélgica


BRUXELAS - Uma candidata ao Senado belga fez uma promessa de campanha peculiar e garante que vai cumprir: Tanja Derveaux prometeu fazer sexo oral nos 40 mil inscritos em sua campanha eleitoral na Internet.

A jovem estudante de marketing, a princípio, apareceria seminua ou nua na campanha, com asas de anjo e prometia 400 mil "jobs" (empregos), parodiando a oferta do partido do primeiro-ministro, Guy Verhofstadt, de criar 200 mil empregos.

Mas Tanja passou a receber centenas de e-mails de homens achando que ela oferecia "blowjobs" (o popular "boquete") ao invés dos "jobs". A garota resolveu aceitar o desafio e agora em sua página eleitoral ela oferece "40.000 blowjobs" a quem se registrar.

- Isso sim é fazer Boca de Urna!!!!
Essa é realmente uma proposta política de grande penetração.

Pela primeira vez o eleitor vai poder participar da sacanagem na política.
Para se eleger, ela vai por a boca no mundo! Uma campanha no boca-a-boca!

Tem político que diz que é a voz dos eleitores. Ela vai ser a boca!

E se ela não cumprir a promessa e fizer como todos os políticos que viram as costas para o eleitorado depois de eleitos? Bom, se ela virar as costas, o eleitor vai poder fazer outra coisa!!!

Se a moda pega no Brasil, as mulheres vão dominar o Congresso.

Fonte: www.mariomoraes.com

terça-feira, 22 de maio de 2007

Repórter fotográfico é agredido na cobertura de esquema de fraude.


Operação Navalha 21/05/2007 | 20:52


Profissionais de imprensa estão sendo impedidos de exercer plenamente seu trabalho na cobertura do rumoroso esquema de fraudes em licitações, investigado pela Polícia Federal com a Operação Navalha, desencadeada no dia 17 de maio. A Associação Maranhense de Imprensa denunciou as agressões sofridas pelo repórter fotográfico Paulo Soares, do Jornal O Estado do Maranhão, quando cobria a ação da PF na prisão de um dos envolvidos no estado.

A Operação Navalha investiga um esquema de fraudes em licitações que beneficiaram principalmente a construtora Gautama, do empresário Zuleido Veras, apontado como o chefe da quadrilha. Funcionários e autoridades públicas, como o ministro Silas Rondeau (PMDB), das Minas e Energia, os governadores do Maranhão, Jackson Lago (PDT), e de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), e o conselheiro do Tribunal de Contas de Sergipe, Flávio Conceição de Oliveira Neto, estão sendo investigados por suposto envolvimento em atos ilícitos.

Sobre Rondeau pesam suspeitas de ter recebido propina pela liberação de verbas do Programa Luz Para Todos no Piauí. Como a operação envolve irregularidades em diversos estados, a Controladoria Geral da União está cruzando dados de emendas parlamentares que beneficiaram obras envolvendo empresas como a Gautama.

Entre os 46 suspeitos detidos pela PF na quinta-feira (17/05), estava o secretário de Infraestrutura do governo do Maranhão, Nei Bello, que respondeu a interrogatório no Tribunal Superior de Justiça, em Brasília, nesta segunda-feira. Segundo denúncias, quando cobria a prisão do secretário, o repórter fotográfico Paulo Soares foi agredido com socos e empurrões. O juiz federal Nei Bello Barros Filho, filho do secretário, foi acusado pelas agressões.

“Não é a primeira vez que este juiz agride repórteres”, diz a presidente da Associação Maranhense de Imprensa (AMI), Wal Oliveira. Segundo ela, a agressão foi testemunhada por vários outros profissionais. “Eles reclamaram da ação truculenta de agentes da PF que, na tentativa de dificultar a cobertura, apontaram armas para os jornalistas”, conta.

Paulo Soares registrou ocorrência na polícia. Além da nota de repúdio ao cerceamento da liberdade de imprensa e solidariedade ao colega, a AMI estuda levar a agressão do juiz ao conhecimento do Conselho Nacional de Justiça, órgão de controle esterno da atividade judiciária. A FENAJ está acompanhando o caso e colocou sua assessoria jurídica à disposição da AMI e do profissional agredido.

Veja, a seguir, a íntegra da nota emitida pela Associação Maranhense de Imprensa.

NOTA OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO MARANHENSE DE IMPRENSA
A Associação Maranhense de Imprensa (AMI) vem a público repudiar toda e qualquer tentativa de cercear a liberdade de imprensa e, ao mesmo tempo, reafirmar que a informação é um bem público, um direito do cidadão e que, portanto, toda a sociedade deve estar vigilante no sentido de que esse direito seja respeitado.

Os últimos acontecimentos envolvendo autoridades estaduais no caso da Operação Navalha, desencadeada pela Polícia Federal, no dia 17 de maio de 2007, que apura denúncias de corrupção em vários estados brasileiros, inclusive no Maranhão, trouxeram à tona a falta de preparo de autoridades, investidas em cargo público e ou de pessoas que trabalham nos respectivos órgãos ou prestam serviço, e que deveriam zelar pelos princípios da administração pública, neste caso especial, pelo princípio da publicidade. No momento em que tentam proibir a cobertura jornalística e intimidar, em nada contribuem para garantir o Estado Democrático de Direito.

Lamentamos ainda que autoridades, embora não envolvidas diretamente nas denúncias, mas afetadas emocionalmente pelos fatos, comportem-se de forma violenta, esquecendo-se que têm uma função pública e que deveriam respeitar os princípios constitucionais e da administração pública.

Numa sociedade democrática, as instituições têm papéis definidos e para que seja garantido o Estado Democrático de Direito, tem que haver o respeito mútuo. Cabe ao sistema judicial a função de investigar, denunciar e julgar os envolvidos, neste caso a Polícia Federal, o Ministério Público e o Poder Judiciário, assim como cabe à imprensa a função de informar. Os denunciados que se sentirem ofendidos com as ações, sejam elas do sistema judicial ou da imprensa, devem recorrer aos mecanismos legais para provar sua inocência e dar sua versão aos fatos.

Como entidade integrante do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e Administrativa, que reúne hoje no estado mais de 50 entidades, estamos convencidos de que essa mazela, chamada corrupção só mancha o nosso país e que é necessária a mobilização da sociedade civil organizada no sentido de denunciar a malversação das verbas públicas, bem como acompanhar a apuração das denúncias no sentido de que os fatos sejam apurados e os culpados punidos.

Alertamos a sociedade que não podemos nos deixar levar por motivações políticas que possam desviar a atenção dos fatos, que é o combate à corrupção. No caso específico dos profissionais da mídia, orientamos no sentido da observância à garantia dos princípios éticos da pluralidade, da objetividade, da imparcialidade, embora as linhas editoriais dos veículos possam tender a uma determinada versão dos fatos.

Por fim, solidarizamo-nos com o repórter fotográfico Paulo Soares, do Jornal O Estado do Maranhão, e com quaisquer outros profissionais que vierem a ser vítimas de tentativas de cerceamento durante o exercício de sua profissão. Ao tempo que reprovamos qualquer tipo de agressão física, moral ou verbal e as tentativas de policiais federais de impedir o trabalho dos profissionais da imprensa.

São Luís, 18 de maio de 2007.

A DIRETORIA

sábado, 19 de maio de 2007

CASO MESQUITA COMPLETA 10 ANOS EM 2008, E ATÉ AGORA NADA! - SOCIEDADE AMERICANA DE IMPRENSA PEDE AO GOVERNO BRASILEIRO QUE NÃO DEIXE O CRIME IMPUNE.




Miami (EUA.), 18 mai (EFE).- A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) fez um apelo hoje para conseguir assinaturas para uma carta dirigida ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual a instituição pede que o assassinato seja esclarecido.






LEIA O RELATÓRIO COMPLETO DO CASO PUBLICADO NA ÉPOCA PELO SITE: www.impunidad.com


http://www.impunidad.com/cases/josemesquita_2P.html -
OBS:(OS TRECHOS DESTA NARRATIVA ESTÃO CONFIGURADOS NO PASSADO PARA NÃO TRAIR INTEGRA DA AUTENTICIDADE DOS FATOS E NEM A AUTORIA DA JORNALISTA E DO SITE QUE O PUBLICOU):

O dia ainda estava claro quando o apresentador José Carlos Mesquita foi surpreendido por três homens, ao sair da Televisão Ouro Verde, em 10 de março de 1998.

A cidade de Ouro Preto do Oeste, a 333 quilômetros ao sul de Porto Velho, capital da Rondônia, vivia um verão escaldante.

O calor não impediu que os matadores do apresentador ficassem sentados na calçada próxima à emissora, esperando durante pelo menos três horas antes do crime, nem que fossem vistos pelos vizinhos, caminhando de um lado a outro da rua.

Uma das testemunhas, ao chegar a sua casa, pouco antes das 19h, ouviu um deles gritar para Mesquita: "É um assalto".

O jornalista respondeu que não tinha dinheiro, ao que o outro teria retrucado: "Não queremos dinheiro, viemos aqui para matá-lo".

Foram dois tiros na cabeça. O corpo de Mesquita tombou ao lado de sua moto. A pasta que carregava caiu no chão e ele morreu sem ter tempo de ser socorrido. Apesar da rapidez e da eficiência inicial para investigar o caso, o inquérito sobre o crime de Mesquita acabou praticamente sendo esquecido numa gaveta até novembro de 2000, quando a Sociedade Interamericana de Imprensa procurou a Secretaria de Segurança, Defesa e Cidadania de Rondônia para verificar por que as investigações ainda não haviam sido concluídas.

O delegado Adão Caetano Gonçalves, diretor da Delegacia de Polícia do Interior (Depin) do Estado de Rondônia, informou que o delegado regional encarregado do caso, Wagner Januário, da cidade de Ji-Paraná, estava aguardando a liberação de diárias para que os policiais se deslocassem até outro Estado em busca dos foragidos.

Sem a prisão destas pessoas, observou, é impossível prosseguir nas investigações, porque não há outras pistas sobre os matadores.

Através dos foragidos, acredita poder chegar aos mandantes. Até 18 de dezembro de 2000, os suspeitos não haviam sido presos.

A prisão dos fugitivos Eurico Rodrigues Chaves e de um tal de Nivaldo (não identificado, conhecido também por "Polaco") está sendo aguardada, na verdade, há muito mais tempo. Em dezembro de 1998 foi expedida a primeira ordem.

A alegação para a demora é sempre a mesma: faltam verbas e estrutura para os investigadores prosseguirem no caso.

Devido à repercussão do programa que Mesquita apresentava, e à pressão dos familiares e de amigos influentes, a polícia inicialmente colocou como prioridade encontrar os culpados, e atuou rápido nos primeiros meses após o assassinato. Em dezembro de 1998, o Ministério Público ofereceu denúncia contra cinco suspeitos.

Três foram presos: Gerim Ferreira Lacerda, Valdivino Martins da Silva e Claudiomiro Chaves. Dois fugiram: Eurico e Nivaldo.


O Ministério Público chegou a eles devido ao depoimento, em março de 1998, de Maria Fagundes de Aguiar, então mulher de Gerim, que estava foragido. Gerim foi preso em setembro de 1998, em flagrante, por porte ilegal de arma.

Já tinha um mandado de prisão por tentativa de homicídio em Mirante da Serra, cidade com cerca de 13 mil habitantes, a 57 quilômetros de Ouro Preto do Oeste.

Quando foi preso, Gerim confirmou o que sua mulher havia dito. Afirmou ter hospedado Eurico e Nivaldo em sua casa, a pedido de Claudiomiro (primo de Eurico) e de Marco Antônio Moura, conhecido como Dete (morto em agosto de 1998, em Ouro Preto do Oeste, por overdose de drogas).

Relatou que, no dia do assassinato do apresentador, saiu com a mulher para trabalhar num sítio e só retornou no final da tarde. Eurico e Nivaldo não estavam em casa. Voltaram no outro dia, dizendo que tinham ido "fazer uma parada".

Pediram a Gerim que chamasse um táxi, previamente contatado por outro suspeito, Valdivino.

Segundo Gerim, Eurico disse que ele e Nivaldo eram os matadores do jornalista, mas, se os fatos viessem à tona, iriam matá-lo. Saíram de Ouro Preto do Oeste e não foram mais encontrados.

Valdivino, apelidado de Grande, tem passagem na polícia por tráfico e receptação de drogas. Chamado a depor, negou sua participação no crime.

Há boatos em Ouro Preto do Oeste e no município vizinho de Ji-Paraná que Valdivino havia sido preso alguns dias antes da morte de Mesquita, talvez por alguma denúncia apresentada pelo jornalista, e por isso teria se vingado com o assassinato.

O promotor de Justiça que acompanhou as investigações no início do inquérito, Heverton Alves de Aguiar, não conseguiu confirmar essa versão, embora não descarte a possibilidade de participação de Valdivino.

"Ele era mais um "boqueiro" (dono de um ponto de venda de drogas) do que um traficante", observa Aguiar.

Sua dúvida se deve ao fato de Valdivino não aparentar ter poder econômico para cobrir o custo de um crime de pistolagem.

Além disso, Aguiar não achou registros da prisão de Valdivino antes da morte de Mesquita.

Segundo o promotor, o crime foi cometido por matadores de fora do Estado. Por suas características, parece ter sido uma ação de pistoleiros profissionais, de aluguel.

Talvez os assassinos não tivessem sido trazidos para a cidade só para matar Mesquita.

Eles poderiam estar apenas de passagem por Rondônia e teriam aproveitado a oportunidade para ganhar algum dinheiro. A declaração de Claudiomiro à polícia reforça essa possibilidade.

Ele informou que o primo Eurico e seu companheiro Nivaldo haviam se deslocado do Paraná até Rondônia em busca de drogas.

A outra hipótese é de que os suspeitos tenham sido contratados no Paraná especialmente para assassinar o jornalista em Rondônia.

Neste caso, o mandante deve ser alguém de posses para assumir os custos da empreitada, que nem sempre é barata.

Por isso, a família de Mesquita suspeita de que haveria alguém mais "poderoso" por trás de Valdivino, que teria encomendado o assassinato.

Procurados pela repórter da SIP, em novembro de 2000, nem Valdivino, nem Claudiomiro foram encontrados.

Na rua onde mora Valdivino, os moradores parecem ter medo até de falar seu nome.

Dos suspeitos presos, o único que admitiu ter participado do crime, ao hospedar os matadores, foi Gerim.

Ele reconheceu também ter recebido uma arma de Eurico como pagamento pela estadia.

O revólver foi utilizado na tentativa de homicídio de Gerim contra Lourdes Ferreira de Oliveira, em Mirante da Serra, em 1998.

Apesar do depoimento de Gerim, vários problemas prejudicaram o andamento do inquérito.

Um deles é que o auto de exumação do cadáver de Mesquita só foi realizado um ano depois de sua morte.

Como em abril de 1999 ainda não havia sido feita a perícia na arma apreendida com os suspeitos, para comparação com as balas retiradas do corpo do jornalista, o promotor de Justiça da Coordenadoria do Ministério Público de Ouro Preto do Oeste, Renato Griego Puppio, 27 anos, cinco de profissão, pediu a liberdade provisória dos réus, alegando que eles não poderiam arcar com o ônus da ineficiência do Estado.

Somente em 8 de abril (mais de um ano depois da morte) os peritos encarregados do laudo de balística realizado em Rio Branco, no Acre, concluíram que os projéteis que mataram Mesquita não foram expelidos pela arma que estava com os suspeitos.

Colocado em liberdade junto com os demais suspeitos, Gerim compareceu ao cartório de Ouro Preto do Oeste em 13 de abril do mesmo ano, avisando que ia morar em Mirante da Serra. Seis dias depois, foi assassinado naquela cidade.

Os acusados de sua morte são o irmão e o marido de Lourdes Ferreira de Oliveira - aquela que Gerim havia tentado matar antes de ser preso.

Em maio de 1999, o promotor Puppio decidiu pela impronúncia de Claudiomiro e de Valdivino, por considerar as provas contra eles muito fracas.

"O que se tinha no inquérito acusando a participação deles era apenas a fala de Gerim, e ele estava morto", justifica.

Além disso, segundo o promotor, não havia nenhuma testemunha visual que identificasse os matadores, porque todas as pessoas descreveram apenas ter visto homens correndo, com um boné que lhes tapava o rosto.

Se o Ministério Público fosse a júri sem prova nenhuma, a chance de absolvição seria grande e eles nunca mais poderiam ser processados pelo crime, explica.

Com a impronúncia, é possível acusá-los novamente, caso surjam novas provas. O inquérito sobre Nivaldo e Eurico foi desdobrado e a ordem de prisão persiste.

Mas o promotor lembra que as dificuldades devem continuar. "No Brasil inteiro a prova pericial não funciona.

A polícia está mal aparelhada", acusa. Grieco considera que a polícia falhou por não ter conseguido prender Eurico e Nivaldo, atualmente foragidos.

Esta prisão é, a seu ver, a chave que falta para chegar aos mandantes. O promotor Rodrigo José Dantas Lima, que fez a denúncia inicial contra os suspeitos quando recebeu o inquérito, concorda com o colega.

"A grande deficiência foi a falta de estrutura da polícia para o trabalho: condições materiais, humanas", diz Lima.

"Foi necessário fazer diligências em outro Estado e levaram muito tempo à espera de diárias e de veículos - quando chegaram ao local, não acharam ninguém".

A família de Mesquita e muitos de seus amigos acreditam que não são somente os empecilhos materiais que impedem de chegar a uma conclusão.

"Se fosse um crime passional, já teriam resolvido, porque chegaram muito rapidamente aos suspeitos e o governador da época pediu prioridade para as investigações", acredita Aurita Raquel Mesquita Libanio, irmã do jornalista.

O delegado Márcio Mendes Moraes atuava em Ouro Preto do Oeste quando Mesquita foi morto, e hoje está na delegacia regional de Rolim de Moura, também em Rondônia.

Moraes acredita que Tiãozinho foi pressionado para confessar sua participação no crime, porque tinha fama de pistoleiro e havia matado uma pessoa no Espírito Santo.

O delegado lembra que o carro e a arma apreendidos com o suspeito não conferiam com a descrição das testemunhas.

Dois anos depois de seu primeiro depoimento, procurado pela SIP, Tiãozinho não foi encontrado no endereço em que morava, em Ji-Paraná.

Os vizinhos dizem que ele se mudou logo em seguida dos depoimentos à polícia.

O delegado Moraes pediu para afastar-se do cargo porque vazaram informações sobre as investigações a respeito da busca dos foragidos, que foram publicadas no jornal local.

"Não sei se quem prejudicou as investigações foi a Polícia Civil, o Fórum, ou o pessoal da Homicídios", reclama Moraes.

O caso passou para Pedro Mancebo, na época delegado regional de Ji-Paraná, hoje titular da Delegacia Especializada de Armas em Porto Velho e vice-presidente do Sindicato de Delegados do Estado.

"Eu apontei os autores, cabe ao Ministério Público denunciar ou não. Se não há provas suficientes, não é por falha do inquérito", acredita Mancebo.

"Só não fizemos mais por falta de meios", alega. Na visão do promotor Aguiar, o que faltou mesmo foi determinação policial para investigar.

"Num crime dessa natureza, contra o único repórter que levava informações para o público, a polícia devia ter maior comprometimento."

Família mudou-se para outro país

A família de Mesquita não quis esperar pelo fim das investigações.

Depois da morte do jornalista, os filhos ficaram com medo e numa situação econômica difícil. Eles não conseguiram manter o canal de televisão.

Saldaram as dívidas e mantiveram apenas uma máquina fotocopiadora, de onde vem o sustento do filho Rony.

Zilda, a viúva, e os outros filhos Wesley e Clérisson deixaram o país.

Muitos na cidade suspeitam que Neidimar soubesse de alguma prova que pudesse incriminar alguém como mandante do crime.

O apresentador do Espaço Aberto é descrito pelos amigos como uma pessoa alegre, que gostava de ajudar os outros. Dedicou-se muito aos idosos de Ouro Preto do Oeste, e até conseguiu uma casa para abrigá-los.

O local onde morava, assim como a sede da TV Ouro Verde, eram prédios de madeira, muito simples, sem ostentação.

Muitas vezes passou por dificuldades financeiras. Uma vez, teve de fechar a televisão por quatro ou cinco meses, porque faltava um registro para seu funcionamento em Brasília.

Ele próprio ia atrás de publicidade para manter a tevê. Seu orçamento dependia também do dinheiro da propaganda oficial do governo.

Membro da Igreja Adventista, Mesquita parecia, segundo a irmã Aurita, estar se voltando mais para a religião.

E fazia muitos planos para o futuro. Um deles era montar uma televisão também em Rio Branco, capital do estado vizinho do Acre.

No dia de sua morte, ele se preparava para ir a Rio Branco filmar um jogo de futebol. "Mesquita se dava bem com todo mundo, achava que não tinha inimigos", conta a viúva, Zilda.
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A causa da morte ainda é um mistério

Na pequena cidade de ruas com asfalto corroído pelo tempo, entremeadas pelo tom rosado das estradas de terra vermelha, o programa Espaço Aberto, apresentado aos domingos por José Carlos Mesquita, tinha um público certo: os desvalidos.

Prefeitos, delegados e vereadores eram freqüentemente chamados à Televisão Ouro Verde, de propriedade de Mesquita, em Ouro Preto do Oeste, para falar sobre os projetos para o município.

Se havia um buraco na rua, os moradores apelavam para Mesquita. Ele cobrava uma solução, e lá se ia o político prometer a cura para o problema.

Por isso, muita gente se surpreendeu quando soube que o apresentador havia sido morto em frente à casa simples de madeira pintada de azul, no alto da Rua Tiradentes, onde funcionava o canal 3 de televisão.

Cidade com cerca de 50 mil habitantes, que vive basicamente da bacia leiteira e do cultivo do arroz, café, feijão e cacau, em Ouro Preto do Oeste praticamente todo mundo se conhece de vista ou por conversas de rua.

Segundo os amigos e colegas, Mesquita não era de fazer grandes denúncias, ou de atacar alguém sem consultar o ofendido para que se defendesse na frente da câmera.

"Ele era muito respeitador. Fui muitas vezes ao programa", diz o delegado regional Márcio Mendes Moraes, que atuava em Ouro Preto do Oeste.

Mesquita reclamava que, enquanto a população sofria com o precário atendimento de saúde, havia gente poderosa lucrando com o dinheiro das Autorizações de Internação Hospitalares (recursos pagos pelo Governo Federal por todos os procedimentos realizados na internação de um paciente pelo Sistema Único de Saúde) e com a compra de medicamentos.

Mesquita também teria denunciado, pouco tempo antes de morrer, o tráfico de drogas na região.

No final de semana que antecedeu à sua morte, o jornalista ligou para Heverton Alves de Aguiar, promotor de Justiça de Ouro Preto do Oeste.

"Parecia tenso, apreensivo", conta Aguiar. Mesquita disse ao promotor que precisava lhe entregar uma fita de vídeo, algo de que ele ia gostar muito.

Não quis adiantar do que se tratava, porque tinha medo que seu telefone estivesse com escuta.

Aguiar convidou-o a ir até sua casa naquele mesmo dia, mas Mesquita preferiu esperar até segunda-feira pela manhã.

No dia combinado, no entanto, Mesquita não apareceu na promotoria.

Aguiar o procurou, inclusive deixou recado na televisão, onde o jornalista estava gravando o programa, e não obteve resposta. Mais tarde, quando ia para casa, o promotor viu a movimentação em frente à funerária e soube do assassinato.

"Tão logo soube, pedi que encontrassem a fita de vídeo", observa. Assistiu a muitas delas que foram encontradas na sede da televisão, sem identificar nenhuma denúncia especial.

Testemunhas dizem que, quando Mesquita foi morto, ao sair da televisão, levava uma pasta. Ninguém sabe se nela estava a tal fita. De qualquer forma, o material desapareceu.

Na época, Aguiar investigava desde denúncias de corrupção, incluindo as irregularidades do convênio entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os hospitais locais, bem como a poluição causada por grandes indústrias nos rios da região.

O conteúdo da fita poderia estar ligado a alguma destas investigações.

Logo depois do assassinato do jornalista, o promotor foi promovido, mudou-se para a Capital e deixou o caso. Disse que, antes de ir embora, fez um relatório para a Procuradoria Geral de Justiça, acusando o descaso da polícia em relação à morte de Mesquita e apontando falhas na investigação.

Observou que, durante um período, ficaram duas equipes trabalhando ao mesmo tempo. "Parece que as duas não se afinaram". Aguiar reclamou também do vazamento de informações dentro da polícia e para a imprensa.

Valdir Raupp de Matos, governador de Rondônia entre 1995 e 1998, hoje trabalhando com pecuária e estudando Administração em Brasília, disse que mandou várias vezes a Secretaria de Segurança apurar o crime ocorrido no final de seu governo.

Ele acredita que a causa pode ter sido política no assassinato de Mesquita. No entanto, admite: "Faltaram testemunhas e provas."
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Falhas nas Investigações

Especialistas, familiares e colegas de José Carlos Mesquita apontam os principais problemas que acreditam possa ter impedido a polícia de encontrar os culpados pela morte do apresentador de televisão:

1) Durante um período, equipes de polícia de Ouro Preto do Oeste e de Ji-Paraná participaram ao mesmo tempo das investigações, mas não parecia haver um consenso entre elas

2) Quando Heverton Alves de Aguiar, na época promotor de Ouro Preto do Oeste, pediu, com segredo de justiça, que fosse feito o rastreamento telefônico, e o delegado Márcio Moraes mandou uma equipe buscar os foragidos em outro Estado, as informações vazaram para a imprensa

3) Não foi encontrada a fita de vídeo com denúncias que José Carlos Mesquita disse que iria entregar para o promotor Heverton Alves de Aguiar dias antes de sua morte

4) O exame de balística demorou a ser realizado

5) Quando os policiais foram atrás dos suspeitos indicados por Gerim Ferreira Lacerda, que estariam em outro Estado, foi enviado um comunicado para a delegacia do local.

Ao chegarem ao lugar indicado, os suspeitos já haviam fugido. Os próprios delegados dizem que houve vazamento de informação, o que teria facilitado a fuga

6) Gerim Ferreira Lacerda, a principal testemunha do inqúerito, não recebeu a devida proteção da polícia. Foi o único que confirmou ter ouvido dos supostos matadores a confissão de que teriam assassinado José Carlos Mesquita.

Ele foi morto logo após ser liberado da prisão preventiva. A polícia sabia de seu envolvimento em outros crimes e de sua importância para garantir o prosseguimento das investigações

7) O inquérito estava parado, aguardando, segundo a polícia, a liberação de verbas para ir atrás dos suspeitos que teriam fugido para outro Estado.

Somente depois que a SIP entrou em contato com o secretário de Segurança, Defesa e Cidadania, Reinaldo Silva Simião, em Porto Velho, capital de Rondônia, é que houve a promessa de que seria feito um novo pedido de liberação de verbas para prosseguir com as buscas.

Em 18 de dezembro de 2000, Edson Simões, diretor-executivo da Polícia Civil em Rondônia, informou que a autorização para liberar o dinheiro havia sido dada na semana anterior.

Impunidade faz Rondônia concorrer ao título de "terra sem lei"

Rondônia tem fama de ser uma "terra sem lei". O comportamento de ex-deputados da região ajudou a construir essa imagem.

Ficaram conhecidos os casos de Jabes Rabelo (cassado por entregar uma carteira de assessor da Câmara Federal ao irmão, Abdiel, traficante de cocaína, que a usava para circular na fronteira), Nobel de Moura (cassado por falta de decoro parlamentar, acusado de atrair outros políticos para seu partido oferecendo muito dinheiro) e Raquel Cândido (presa por desviar US$ 800 mil para uma entidade assistencial fantasma, acusada também de envolvimento com narcotráfico, sem comprovação).

Não bastassem os crimes políticos, em agosto de 1995, 11 pessoas morreram e 125 ficaram feridas num confronto entre policiais e trabalhadores sem terra em Corumbiara, a 800 quilômetros de Porto Velho.

Os policiais obedeciam a uma ordem de despejo das 500 famíias que haviam ocupado uma fazenda. O "Massacre de Corumbiara", como ficou conhecido, chamou a atenção da Anistia Internacional.

A entidade divulgou um comunicado criticando o sistema judicial brasileiro pela absolvição de três policiais militares acusados de envolvimento nas mortes.

Em dezembro de 1999, foram os traficantes de Rondônia que deram uma prova de sua força ao assassinarem brutalmente um agente da Polícia Federal encarregado da investigação de uma quadrilha em Vilhena, a 710 quilômetros da Capital. Além disso, há centenas de mortes de garimpeiros não esclarecidas.

Nesse contexto, a impunidade não é privilégio apenas dos matadores de jornalista José Carlos Mesquita, em Ouro Preto do Oeste.

Na mesma cidade, políticos já haviam sido mortos sem que seus crimes fossem elucidados.

A impunidade virou sinônimo ainda de outro crime: o do senador Olavo Pires, morto em 16 de outubro de 1990, em Porto Velho.

O político foi metralhado com 13 tiros quando saía da revenda de máquinas e equipamentos agrícolas Vepesa, de sua propriedade. Olavo Pires disputava, na época, o segundo turno das eleições para o governo do Estado.

Com o assassinato de Pires, o terceiro colocado no primeiro turno, Oswaldo Piana, assumiu como governador.

A morte por encomenda do senador fez o Estado de Rondônia ser citado na Comissão Parlamentar do Inquérito (CPI) da Pistolagem realizada na Câmara dos Deputados em 1994. Conforme a CPI, Olavo Pires defendia posições contrárias a grupos econômicos influentes.

Ao mesmo tempo, ele era acusado de envolvimento com narcotráfico, de fraudes e até da morte de um jornalista, João Alencar, em 1983, sem que fossem comprovadas as denúncias.

Os integrantes da CPI concluíram que as insinuações sobre os vínculos com o narcotráfico, assim como as demais, eram apenas para despistar.

E denunciaram os possíveis mandantes, que teriam sido contrariados em seus interesses políticos e econômicos. Em 1999 houve nova tentativa de dar andamento ao inquérito. Até hoje, no entanto, o caso continua impune.

Emerson Olavo Pires, filho do senador, salienta que três testemunhas foram mortas.

Desbravado pelo marechal Cândido Mariano Rondon no início do século passado, o território conhecido hoje como Estado de Rondônia já foi apelidado um dia de "Eldorado do Norte".

Com uma área de 238.512 quilômetros quadrados, dois terços deles cobertos pela Floresta Amazônica, abriga atualmente cerca de 1,2 milhões de habitantes.

A maior parte deles veio do Sul e do Sudeste do país, atraídos pela propaganda feita pelo governo quando Rondônia ganhou autonomia política e virou Estado, em 1982.

Milhares de agricultores, empresários e até foragidos da Justiça juntaram-se então nas terras que antes pertenciam aos índios.

Apesar de ter a economia baseada na agropecuária, na madeira e no que restou de garimpo, Rondônia tornou-se popular, no entanto, pela má fama de seus políticos e pela participação na rota do narcotráfico. A proximidade com a fronteira da Bolívia e a dificuldade de fiscalização dos 1,7 mil quilômetros fluviais transformou o Estado num dos principais portões de passagem de cocaína no Brasil.

As estradas são ruins, e algumas ficam intransitáveis em período de chuva, prejudicando ainda mais o controle da polícia.

O atual Secretário de Segurança, Defesa e Cidadania de Rondônia, o coronel aviador da ativa Reinaldo Silva Simião, assumiu o cargo em março de 2000 prometendo reverter a imagem de criminalidade e impunidade do Estado.

"Existem deficiências próprias da polícia, acumuladas ao longo dos anos por não ter havido investimentos necessários nessa área", confirma Simião. O resultado são delegacias sem infra-estrutura básica, seja de armamento, combustível, móveis, muito menos informatização.

"O trabalho da polícia é feito por esforço dos policiais em superar estas realidades, buscando alternativas com empresários da região, por exemplo, para compra de combustível", diz o secretário.

Ele acredita na possibilidade de mudança desse quadro a partir da integração das polícias num Centro Integrado de Operações.

Informa que estão sendo feitos investimentos do Estado e do Governo Federal na compra de viaturas, computadores, equipamento para perícia, além da realização de cursos para reciclagem e treinamento de pessoal.

Simião espera fazer uma revolução no Estado com a instalação dos Conselhos Comunitários de Segurança.

Mas ressalta que o Programa de Proteção de Testemunhas do Governo Federal ainda não foi implantado em Rondônia.

Está buscando parcerias com organizações não-governamentais com o objetivo de implantar um esquema semelhante.

Salienta que, apesar da má fama, Rondônia é um Estado com plano socioeconômico ecológico aprovado e um planejamento agrário.
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Conexão Rondônia-Espírito Santo

Existe uma conexão entre os estados de Rondônia e Espírito Santo, como foi constatado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o Narcotráfico, cujos resultados foram apresentados em dezembro de 2000. A chamada Conexão Sudeste das drogas teria começado, de acordo com o relatório da CPI, por volta de 1979.

Nessa época, uma grande enchente em Espírito Santo fez com que muitas famílias daquele Estado migrassem para Rondônia em busca de terras férteis.

Sem estrutura de trabalho, endividadas, algumas pessoas recorreram ao comércio de cocaína em pequena escala para sobreviver, aproveitando a proximidade com a Bolívia.

Com o tempo, passaram a ser procuradas por pequenos traficantes, principalmente do Espírito Santo e de Minas Gerais.

Conforme constatou a Polícia Federal, traficantes viajavam de ônibus, em linhas regulares ou clandestinas, para buscar a droga.

Com o aumento da fiscalização, as encomendas passaram a ser enviadas também por correio, em carros de passeio, ou em aeronaves particulares e em caminhões.

Ainda segundo a CPI, vem de Ji-Paraná, em Rondônia, grande parte da cocaína que abastece o mercado do Espírito Santo.

Talvez existam fatos, ainda não investigados, que podem relacionar essa conexão com a morte do jornalista José Carlos Mesquita.

Coincidências

No inquérito que apura a morte de José Carlos Mesquita existem algumas "coincidências" a serem melhor investigadas pela polícia:
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1- O apresentador da TV Ouro Verde, José Carlos Mesquita, era natural de Vitória, no Espírito Santo. Também vieram daquele Estado:

Valdivino Martins da Silva, conhecido como Grande, com passagem na polícia por envolvimento com drogas.

Valdivino chegou a ser preso como suspeito de participação na morte de Mesquita.

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2- José Carlos Mesquita fez denúncias sobre o comércio de drogas e sobre o atendimento de saúde
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3- Os suspeitos Nivaldo (não identificado) e Eurico Rodrigues Chaves, que estão foragidos, teriam ido do Paraná a Rondônia para comprar drogas, segundo Claudiomiro Chaves (também suspeito, mas depois solto pela polícia)
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4- Gerim Ferreira Lacerda, suspeito também liberado pela polícia por falta de provas, havia confessado que os dois foragidos estiveram hospedados em sua casa e que teriam mencionado serem os matadores de Mesquita.

Foi assassinado em Mirante da Serra, dias após ser solto da prisão preventiva. A história da morte de Gerim é confusa e merece uma investigação mais apurada:

Na época do assassinato de Mesquita, Gerim vivia com Maria Fagundes de Aguiar. Maria foi ouvida pela polícia e confirmou a presença dos suspeitos em sua casa na data da morte do jornalista.

Localizada pela SIP, dois anos após o crime, comentou que, em seu depoimento na polícia, acrescentaram informações que não havia dado, como o fato de ela ter lavado a roupa dos suspeitos, que confirmaria a descrição das testemunhas. Disse ainda que a casa onde ela e Gerim estavam, e onde os suspeitos ficaram, era alugada de Zé Margus, que morava nos fundos do terreno
José Ferreira Siqueira, Zé Margus, é um homem desconfiado, que mede as palavras antes de falar. Conta que achava estranha a forma como Gerim fazia piadas sobre sua arma, um revólver 38.

"Chamava de coronha branca e dizia: esse coronha branca sabe ganhar dinheiro", recordou, ao ser encontrado pela SIP morando numa casa de fundos em uma propriedade de Mirante da Serra, em Rondônia.

Disse que não conhece Eurico e Nivaldo, ainda que a casa onde os dois se hospedaram fosse sua e tivesse sido alugada por Gerim, segundo contou Maria
Em Mirante da Serra, antes de ser preso, Gerim ficou um tempo na residência de uma amiga de Zé Margus.

Durante esse período, manteve um relacionamento com Nerzi Marques da Silva, com quem teve uma filha. Os dois foram viver juntos e trabalhavam para Lourdes Ferreira de Oliveira, filha de Zé Margus.

Incomodado com o fato de Lourdes insinuar que ele não pagava suas contas e que teria roubado algum dinheiro, Gerim tentou matá-la.

Quando foi preso em flagrante por porte de arma e tentativa de homicídio, confessou sua suposta participação no crime de Mesquita ao hospedar os possíveis matadores
Após sair da prisão, Gerim voltou a Mirante da Serra.

Muitos temiam que ele fosse tentar matar novamente Lourdes. Testemunhas viram ele ser morto pelo irmão e pelo marido de Lourdes.

E quando uma das crianças que estava no local perguntou quem havia matado Gerim, os matadores responderam que não eram vagabundos, estavam a mando "da autoridade"
No período em que viveu com Nerzi, Gerim disse a ela que não podia voltar a Ouro Preto do Oeste porque lá estava "sujo".

Prometeu falar sobre sua vida passada para a mulher quando completassem dois anos juntos
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CRONOLOGIA

10/03/98 - José Carlos Mesquita é assassinado em frente à TV Ouro Verde, em Ouro Preto do Oeste, Rondônia
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25/03/98 - Sebastião Leopoldino da Silva dá um novo depoimento à polícia na presença de seu advogado e nega sua participação e a de seu sobrinho na morte de Mesquita.

Afirma que foi pressionado por policiais para dar as declarações anteriores
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28/12/98 - O promotor público Rodrigo José Dantas Lima denuncia Gerim Ferreira Lacerda, Eurico Rodrigues Chaves, Valdivino Martins da Silva, Claudiomiro Chaves e um tal de Nivaldo (não identificado). Eurico e Nivaldo estão foragidos. Os demais são presos
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9/03/99 - É realizada a exumação do cadáver de Mesquita
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6/04/99 - O promotor de Justiça Renato Grieco Puppio solicita ao juiz a liberdade provisória de Gerim Ferreira Lacerda, Valdivino Martins da Silva e Claudiomiro Chaves.

Alega que o exame pericial de balística estava demorando muito e que os acusados não deveriam suportar, presos, o ônus da ineficiência do Estado
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8/04/99 - O exame de balística feito em Rio Branco, no Acre, conclui que os projéteis retirados do corpo de Mesquita não coincidem com os das armas dos presos encaminhadas para exame
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13/04/99 - Gerim Ferreira Lacerda comparece ao cartório para informar que vai residir em Mirante da Serra
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19/04/99 - Gerim Ferreira Lacerda é assassinado em Mirante da Serra
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7/05/99 - O Ministério Público solicita a impronúncia dos demais acusados, uma vez que a única acusação formal contra Valdivino Martins da Silva e Claudiomiro Chaves era baseada no depoimento de Gerim Ferreira Lacerda, que foi morto.

O processo contra Eurico Rodrigues Chaves e Nivaldo é desdobrado, mas o prosseguimento das investigações depende da captura dos dois suspeitos, que permanecem foragidos.

Novembro/2000 - Questionado pela SIP, o delegado Adão Caetano Gonçalves, diretor do Departamento de Polícia do Interior (Depin), diz que a polícia havia suspendido as buscas de Nivaldo e Eurico porque faltavam carro e verba para pagar as diárias dos investigadores encarregados de ir atrás deles, em outro Estado.

O delegado regional encarregado do caso, Wagner Januário, de Ji-Paraná, faz novo pedido de liberação de diárias para ir atrás dos suspeitos.

Em 18 de dezembro, Edson Simões, diretor-executivo da Polícia Civil de Rondônia, informa que foi dada autorização para a liberação do dinheiro.

Até essa data, portanto, os foragidos ainda não haviam sido encontrados.
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JOSÉ CARLOS MESQUITA
(29/11/1958 - 10/03/1998)

Data do assassinato: 10/03/1998

Local e circunstâncias do assassinato: José Carlos Mesquita estava saindo da Televisão Ouro Verde, na Rua Tiradentes, em Ouro Preto do Oeste (Rondônia), por volta das 19h, quando foi abordado por três homens.

Segundo testemunhas, eles haviam ficado sentados na calçada da rua, aguardando pelo jornalista, desde as quatro da tarde. Um dos homens gritou que era um assalto e depois disse que não queria dinheiro, pois estava ali para matar o apresentador.

Mesquita levou dois tiros na cabeça. Os homens fugiram correndo em direção à BR 364.

Prováveis causas: denúncias sobre tráfico de drogas e sobre o desvio de verbas da saúde
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Suspeitos: o inquérito policial apontou o envolvimento de Gerim Ferreira Lacerda, Eurico Rodrigues Chaves, Valdivino Martins da Silva, Claudiomiro Chaves, e um tal Nivaldo (não identificado).

Gerim, Valdivino e Claudiomiro foram presos, mas o Ministério Público decidiu pela não acusação dos suspeitos por acreditar que as provas eram insuficientes para incriminá-los.

Os suspeitos foram soltos. Gerim foi assassinado dias depois de ter sido libertado. Eurico e Nivaldo continuam foragidos.
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FICHA PESSOAL

Lugar de Nascimento: Vitória, Espírito Santo

Idade ao morrer: 39 anos

Estado Civil: casado com Zilda Francisco Mesquita

Filhos (nomes e idades na data da morte do pai): Wesley Mesquita, 20 anos, Clérisson Mesquita, 18 anos, Rony Peterson Mesquita, 16 anos, e Michel Mesquita, 14 anos

Educação: formado em Técnicas Agrícolas

Profissão/cargo: dono da Verde, em Ouro Preto TV Ouro do Oeste, Rondônia, retransmissora Rede CNT. Apresentava o programa Espaço Aberto, na TV Ouro Verde, todos os domingos, das 12h às 13h

Antecedentes Jornalísticos: José Carlos Mesquita trabalhou como técnico eletrônico, instalando canais e retransmissores, antes de montar a primeira emissora local de comunicação de Ouro Preto do Oeste, em 1987.

A TV Meridional, canal 3, era ligada à Rede Bandeirantes.

Em 1989, ele se filiou à rede paranaense CNT, à qual esteve ligado até sua morte

Atividade Social/passatempos: foi um entusiasta do aeromodelismo em Ouro Preto do Oeste.

Graças a seu incentivo, foi fundado o Clube de Aeromodelismo naquela cidade, que continua funcionando até hoje

Outras atividades ou funções: foi presidente da Associação dos Idosos de Ouro Preto do Oeste, entidade que ajudou a fundar. Candidatou-se duas vezes a vereador, mas não foi eleito

Reconhecimento: o nome de José Carlos Mesquita está gravado no Memorial dos Jornalistas que morreram no exercício da profissão do Freedom Forum, em Washington (EUA).

O registro está também na Internet, no site http://www.freedomforum.org/international/1998jorunalists.asp

A Casa do Jornalista, em Porto Velho, Rondônia, leva o nome de Mesquita.
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SOCIEDADE AMERICANA DE IMPRENSA PEDE AO GOVERNO BRASILEIRO QUE NÃO DEIXE IMPUNE O ASSASSINATO.

www.oobservador.com.br

O jornalista José Carlos Mesquita foi morto a tiros no dia 10 de março de 1998, quando saía de sua própria emissora de TV em Ouro Preto do Oeste, Rondônia.

Em 2003, a justiça condenou Orico Rodríguez a 16 anos de prisão pelo crime, mas outro envolvido, conhecido apenas como Nivaldo, continua foragido.

Um terceiro homem apontado como co-autor do assassinato, Gerim Ferreira Lacerda, foi assassinado em abril de 1999.

Apesar de Rodríguez estar preso, nada se sabe sobre quem planejou o assassinato e as investigações estão paradas.

Enquanto isso, o diretor-geral da Polícia Civil de Rondônia, Carlos Eduardo Ferreira, disse que solicitou informações sobre o andamento da investigação para encontrar o paradeiro do foragido.

Há quatro anos, a SIP publica anúncios em mais de 380 jornais do continente nos quais convida os leitores a aderir - pelo site www.impunidad.com - à campanha "Acabemos com a Impunidade" de crimes contra profissionais da imprensa.

Desde então, mais de 10 mil cartas chegaram às autoridades de vários países exigindo mais empenho nas investigações.

A iniciativa conta com o apoio financeiro da Fundação John S. e James L. Knight.



Jornalista: Clarinha Glock


Fonte: www.impunidad.com

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: